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● 10.1.1 – CONCEITOS:
⮚ Jornada de trabalho: período de tempo que o empregado deve estar à disposição do empregador
⮚ Sobreaviso e prontidão:
- Art. 244, §2°: Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria
casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será, no
máximo, de vinte e quatro horas, as horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à
razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
- Súmula n°428 do TST: SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA
CLT.
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por
si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
- Súmula n°229 do TST. SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS. Por aplicação analógica do art.
244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a
totalidade das parcelas de natureza salarial.
⮚ Carga horária semanal: número máximo das horas de uma semana, resultante da soma das jornadas
da semana;
descansos regularmente. Ver capítulo II da CLT, intitulado “Da duração do trabalho”, e suas seções
relativas à “jornada”, “Períodos de Descanso” e “Quadro de horário”;
- Art. 4°, §2°: Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos
previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar
proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras: I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VI - atividades de relacionamento social; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
- Art. 456-A: Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo
lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros
itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas
hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a
higienização das vestimentas de uso comum.
Atenção:
- Súmula n°366 do TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS
QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO- Res. 197/2015. Não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se
ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada
normal.
- Súmula n°118 do TST. JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. Os intervalos
concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à
disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
⮚ Tempo in itinere:
- Art. 58, §2°: O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador.
Atenção:
- Súmula n°90 do TST. Tempo de serviço. Jornada de trabalho. Transporte ao trabalho. Horas
in itinere. CLT, art. 58, § 2º.
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de
trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é
computável na jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do
transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere.
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as
horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que
extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional
respectivo.
- Art. 58, §1°: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de
horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
- Súm. n°449 d0 TST. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE
TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. A
partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais
prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que
antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.
- Súm. n°366 do TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS
QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. Não serão descontadas nem
computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será
considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo
à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do
tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).
- Art. 7°, XII da CF: Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;
Casuística:
- Súm. n° 360 do TST. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E SEMANAL. A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação,
dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento
com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.
- Súm. n° 423 do TST. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
- Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação
coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
- OJ n° 275 da SDI-1 do TST: TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA.
HORAS EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS. Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada
diversa, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das
horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.
O regulamento geral do Estatuto, em seu art. 12, dispõe sobre dedicação exclusiva:
- Art. 12: Para os fins do art. 20 da Lei n.8.906/94, considera-se de dedicação exclusiva o regime de
trabalho que for expressamente previsto em contrato individual de trabalho.
Parágrafo único. Em caso de dedicação exclusiva, serão remuneradas como extraordinárias as horas
trabalhadas que excederem a jornada normal de oito horas diárias
B.9- Assistente social, art. 5º-A da Lei 8.662/1993: A duração do trabalho do Assistente Social é de
30 (trinta) horas semanais.
- Art. 413: É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo
coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja
compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e
oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada;
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo
salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do
menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.
Casuística:
-Súm. n°376 do TST. HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS.
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar
todas as horas trabalhadas.
-II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT.
(Regra geral>) Art. 60: Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser
incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão
ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho,
as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e
processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais,
estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.
B- Banco de Horas:
B1- dentro de um semestre por acordo escrito:
- §5°: O banco de horas de que trata o § 2 o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito,
desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
B2- dentro de um ano, por negociação coletiva (acordo ou convenção):
- §2°: Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho,
o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que
não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
-§3°: Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada
extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras
não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
- Art. 611-A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
Casuística:
A. Art. 59-B na CLT:
- Art. 59-B: O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando
estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
- Súm. n°85 do TST. COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI).
I - A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou
convenção coletiva.
II - O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo (prejudicado?) se houver norma coletiva
em sentido contrário.
III - O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando
encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
IV - A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta
hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas
extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional
por trabalho extraordinário. (prejudicado)
V - As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade «banco de
horas», que somente pode ser instituído por negociação coletiva.»
B. Horas extras habituais não mais descaracteriza os acordos de compensação de jornada, como era o
entendimento do TST, na súmula 85, item IV.
- Art. 59-B na CLT. Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.
- Súm nº444 do TST. JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR
36. VALIDADE. É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de
descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção
coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem
direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
(PREJUDICADA)
- Art. 60: (Exceção >): Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas
de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.
4) Horas extras para recuperação de horas de paralisação - art. 61, §3°, CLT:
- §3°: Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que
determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo
perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias
por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.
5) Atividades insalubres:
- Regra geral: art.60 > exige inspeção e licença prévia do MTb;
- Exceção: com a reforma, o art. 611-A, inc. XIII, passou a dispensar tal exigência mediante negociação
coletiva, colidindo com a súmula 85, item VI do TST:
- S. 85, VI: Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em
norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60
da CLT.
- “Ponto por exceção”: o texto aprovado pela Lei 13.874/2019, incluiu o §4° do art. 74 da CLT, positivando
o entendimento recente do TST:
Art. 611- A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;
O chamado "ponto por exceção" é aquele em que há marcação apenas da jornada extraordinária eventualmente
realizada, ou seja, dispensa o empregado de anotar sua entrada, saída e intervalos. O profissional apenas marca as
horas extras realizadas, por exemplo, não tendo que se preocupar com o início e o término da jornada.
Mesmo assim, até este recente precedente do TST, a jurisprudência era refratária neste tema, sempre atestando pela
invalidade nesta modalidade de controle de jornada, pois contrário ao regramento previsto na CLT (artigo 74, §2º),
isto é: estabelecimentos com mais de 10 empregados obrigatoriamente exercem o controle de jornada de forma
mecânica, eletrônica ou manual.
O que ocorria, na prática, é que em uma ação trabalhista é o empregador com mais de 10 empregados quem tem que
demonstrar o registro da jornada de trabalho (súmula 338 do TST). Se não exibir esse documento ou sendo ele feito de
forma diferente que o descrito na CLT, como o ponto por exceção, presume-se verdadeira a jornada alegada na ação
(uma presunção relativa/parcial que admite prova em contrário, mas já obsta grande parte a defesa do empresário).
É nesse contexto que a recente decisão do TST se mostra um avanço neste assunto e da esperada atenção e
cumprimento da Corte Superior à reforma trabalhista.
Entre as alterações da lei 13.467/17 está a prevalência do negociado sobre o legislado (artigo 611-A da CLT),
incluindo, em especial, no rol de possibilidade desta negociação a "modalidade de registro de jornada de trabalho"
(inciso X do artigo 611-A da CLT).
Portanto, era inconcebível que a jurisprudência ou doutrina se mantivessem ainda resistentes à negociação coletiva
com relação a este tema.
Importante destacar ainda que, o processo de negociação coletiva nada mais é que concessões mútuas, de forma que o
resultado seja benéfico às partes. As cláusulas decorrentes da negociação coletiva não devem ser interpretadas de
forma individualizada, sob pena do desiquilíbrio da negociação coletiva.
O máximo relacionado ao controle de jornada existente até então era a permissão de utilização de controle de ponto
eletrônico diverso do aprovado pela Superintendência Regional do Trabalho (portaria 1510), o chamado "Sistema
Alternativo de Ponto Eletrônico" regulado pela portaria 373 e que também exige a chancela do sindicato. Mesmo
assim, a possibilidade aqui é utilizar meios distintos, pois o controle integral (entrada, saída e intervalos) se mantém.
O fomento às negociações sindicais é crucial para a desburocratização das relações de trabalho e dinâmica que o
mundo moderno demanda.
O sindicato de determinada categoria profissional tem plena condição de averiguar se aquela estrutura de trabalho e
atividade permitem um controle de jornada alternativo ou não e em contrapartida negociar outras condições e
exigências.
Em paralelo, a cada dia temos ferramentas mais modernas de controles alternativos de jornada, incluindo aplicativos
de celular que permitem não apenas o efetivo acompanhamento da duração do trabalho, mas da própria produtividade
do empregado, facilitando a burocracia das áreas de recursos humanos.
Positivo poder acompanhar a evolução da jurisprudência em um tema tão corriqueiro nas empresas, cuja evolução é
imprescindível face às mudanças nas relações de trabalho.
- Ponto britânico:
Súm. n° 338 do TST. Jornada de trabalho. Registro de horário. Inversão do ônus da prova.
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do
art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de
veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida
por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova,
invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da
inicial se dele não se desincumbir. (superação pelo inc. X, art. 611-A e §4°, art. 74, ambos da CLT. Ver precedente n°
1001704-59.2016)
Art. 611-A, V: plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;
a) Vigias e vigilantes:
- Súmula nº 65 do TST. VIGIA. O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia
noturno.
- Súmula nº 140 do TST. VIGIA. É assegurado ao vigia sujeito ao trabalho noturno o direito ao respectivo
adicional.
Turno ininterrupto de revezamento:
b) Petroleiros e portuários:
A – INTERVALO INTRAJORNADA
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora
e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de
Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem
sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória,
apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
- Súmula nº 437 do TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (prejudicada) II - É inválida cláusula
de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação
coletiva. (Art. 611-A autoriza, bastando acordo ou convenção coletiva)
d) Motoristas e afins:
- Art. 71, § 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele
estabelecido no § 1o poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira
hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a
que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins
nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de
cada viagem.
e) Domésticos:
- Art. 13, LC 150 É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período
de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo
escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado
em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4
(quatro) horas ao dia.
§ 2º Em caso de modificação do intervalo, na forma do § 1º, é obrigatória a sua anotação no
registro diário de horário, vedada sua prenotação.
V) Maquinista ferroviário
- SÚMULA Nº 446. MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA.
SUPRESSÃO PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS. COMPATIBILIDADE
ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT. A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no
art. 71 da CLT, por constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável
também ao ferroviário maquinista integrante da categoria "c" (equipagem de trem em geral), não
havendo incompatibilidade entre as regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT.
B – INTERVALO INTERJORNADA
- Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas
para descanso.
- (prejudicada) SÚMULA 110 do TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO. No regime de
revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do
intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas
como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. (Não se conta o descanso semanal
remunerado. Novo entendimento: natureza do pagamento passou a ser indenizatória).
- (prejudicada) OJ 355 da SDI-1 do TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA.
HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART 66 DA CLT. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto
no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na
Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo,
acrescidas do respectivo adicional. (Novo entendimento: só se Indenizará parcialmente, ou seja: apenas
o tempo suprimido, não a integralidade da hora).
CARACTERÍSTICAS:
- Semanalidade: a cada 06 dias de trabalho, o trabalhador terá 24h de descanso remunerado ininterruptas;
- Dominicalidade:
- Art. 6º, Lei 10.101/2000 (participação nos lucros). Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do
comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
(Redação dada pela Lei nº 11.603, de 2007)
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três
semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em
negociação coletiva.
- OJ 410 – SDI1. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA
CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão
de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.
- Inconversibilidade
- Súmula nº 146 do TST. TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO. O trabalho
prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao
repouso semanal.
- Remunerabilidade
-Lei 605/49, Art. 6º. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver
trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
a) Os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho;
c) A paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado
o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico
da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de
assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua
escolha.
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a frequência exigida corresponderá ao número de dias
em que o empregado tiver de trabalhar.
Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará
recibo.
§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao
empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada
a respectiva concessão.
§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas
de registro dos empregados. (Esta obrigação do §2º não se aplica às ME/EPP,
conforme LC 123/06, art. 51)
§ 3º - Nos casos em que o empregado possua a CTPS em meio digital, a
anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do art. 29 desta Consolidação,
na forma do regulamento, dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º deste
artigo.
Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador. (jus variandi).
§2º - É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado
ou dia de repouso semana remunerado.
- Estudantes
II – REMUNERABILIDADE
Art. 72, inc. XVII, CF – Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos
um terço a mais do que o salário normal;
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe
for devida na data da sua concessão.
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação
do início e do termo das férias
O Superior Tribunal de Justiça resolveu adequar a sua jurisprudência ao entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal para declarar que a contribuição previdenciária não incide sobre o terço de férias. A posição já vinha sendo
aplicada pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especial Federais (REsp 731.132, rel.
Zavascki).
A Jurisprudência do STF pela não incidência da contribuição foi firmada a partir de 2005, ao fundamento de
que a referida verba tem natureza compensatória /indenizatória e que, nos termos do artigo 201, § 11, da Constituição
de 1988, somente as parcelas incorporáveis ao salário para fins de aposentadoria sofrem a incidência da contribuição
previdenciária. Para o STF, o adicional de férias é um reforço financeiro para que o trabalhador possa usufruir de
forma plena o direito constitucional do descanso remunerado.
III – CONTINUIDADE
Art. 134, § 1º. Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
- Faltas justificadas:
Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo
anterior, a ausência do empregado:
IV – IRRENUNCIABILIDADE
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;
- Abono de férias:
Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o
concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa,
de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário,
não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do
trabalho.
V – PROPORCIONALIDADE: Art. 130
Anotação:
Art. 133, § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.
- Situações particulares:
1) Trabalho intermitente:
Art. 452 § 9º - A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos
doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser
convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.
FÉRIAS COLETIVAS:
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de
uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que
nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores
abrangidos pela medida.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos
sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a
afixação de aviso nos locais de trabalho.
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão,
na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.
Aviso prévio (atualizado pela Lei 12.506/11): integração do período nas férias.
Art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre
a integração desse período no seu tempo de serviço.