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DIREITO DO TRABALHO 3° BIMESTRE

10. JORNADA DE TRABALHO: CONCEITO, CLASSIFICAÇÃO, COMPOSIÇÃO

● 10.1.1 – CONCEITOS:

⮚ Jornada de trabalho: período de tempo que o empregado deve estar à disposição do empregador

num espaço de 24 horas, aguardando ou executando ordens;


- Art. 4°: Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à disposição do
empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial expressamente consignada.

⮚ Sobreaviso e prontidão:

- Art. 244, §2°: Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria
casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de "sobreaviso" será, no
máximo, de vinte e quatro horas, as horas de "sobreaviso", para todos os efeitos, serão contadas à
razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
- Súmula n°428 do TST: SOBREAVISO. APLICAÇÃO ANALÓGICA DO ART. 244, § 2º DA
CLT.
I - O uso de instrumentos telemáticos ou informatizados fornecidos pela empresa ao empregado, por
si só, não caracteriza o regime de sobreaviso.
II - Considera-se em sobreaviso o empregado que, à distância e submetido a controle patronal por
instrumentos telemáticos ou informatizados, permanecer em regime de plantão ou equivalente,
aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço durante o período de descanso.
- Súmula n°229 do TST. SOBREAVISO. ELETRICITÁRIOS. Por aplicação analógica do art.
244, § 2º, da CLT, as horas de sobreaviso dos eletricitários são remuneradas à base de 1/3 sobre a
totalidade das parcelas de natureza salarial.

⮚ Horário de Trabalho: impõe objetivo da jornada, do início ao fim.

- Art. 74: O horário de trabalho será anotado em registro de empregados.


§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da
hora de entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções
expedidas pela Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a
pré-assinalação do período de repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do
registro manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste
artigo. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho,
mediante acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
(Incluído pela Lei nº 13.874, de 2019);

⮚ Carga horária semanal: número máximo das horas de uma semana, resultante da soma das jornadas

da semana;

⮚ Duração do trabalho: envolve a jornada de trabalho, os horários de trabalho e os períodos de

descansos regularmente. Ver capítulo II da CLT, intitulado “Da duração do trabalho”, e suas seções
relativas à “jornada”, “Períodos de Descanso” e “Quadro de horário”;

⮚ Tempo à disposição do empregador:

- Art. 4°, §2°: Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco minutos
previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha própria, buscar
proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições climáticas, bem como
adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer atividades particulares, entre
outras: I - práticas religiosas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
II - descanso; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
III - lazer; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
IV - estudo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
V - alimentação; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VI - atividades de relacionamento social; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VII - higiene pessoal; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na empresa.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
- Art. 456-A: Cabe ao empregador definir o padrão de vestimenta no meio ambiente laboral, sendo
lícita a inclusão no uniforme de logomarcas da própria empresa ou de empresas parceiras e de outros
itens de identificação relacionados à atividade desempenhada.
Parágrafo único. A higienização do uniforme é de responsabilidade do trabalhador, salvo nas
hipóteses em que forem necessários procedimentos ou produtos diferentes dos utilizados para a
higienização das vestimentas de uso comum.

Atenção:
- Súmula n°366 do TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS
QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO- Res. 197/2015. Não serão
descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de
ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se
ultrapassado esse limite, será considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada
normal.
- Súmula n°118 do TST. JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. Os intervalos
concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à
disposição da empresa, remunerados como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.

⮚ Tempo in itinere:

- Art. 58, §2°: O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte, inclusive o
fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser tempo à
disposição do empregador.

Atenção:
- Súmula n°90 do TST. Tempo de serviço. Jornada de trabalho. Transporte ao trabalho. Horas
in itinere. CLT, art. 58, § 2º.
I - O tempo despendido pelo empregado, em condução fornecida pelo empregador, até o local de
trabalho de difícil acesso, ou não servido por transporte público regular, e para o seu retorno é
computável na jornada de trabalho.
II - A incompatibilidade entre os horários de início e término da jornada do empregado e os do
transporte público regular é circunstância que também gera o direito às horas in itinere.
III - A mera insuficiência de transporte público não enseja o pagamento de horas in itinere.
IV - Se houver transporte público regular em parte do trajeto percorrido em condução da empresa, as
horas in itinere remuneradas limitam-se ao trecho não alcançado pelo transporte público.
V - Considerando que as horas in itinere são computáveis na jornada de trabalho, o tempo que
extrapola a jornada legal é considerado como extraordinário e sobre ele deve incidir o adicional
respectivo.

⮚ Tempo residual à disposição do empregador – “tolerância”:

- Art. 58, §1°: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordinária as variações de
horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de dez
minutos diários.
- Súm. n°449 d0 TST. MINUTOS QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE
TRABALHO. LEI Nº 10.243, DE 19.06.2001. NORMA COLETIVA. FLEXIBILIZAÇÃO. A
partir da vigência da Lei nº 10.243, de 19.06.2001, que acrescentou o § 1º ao art. 58 da CLT, não mais
prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo coletivo que elastece o limite de 5 minutos que
antecedem e sucedem a jornada de trabalho para fins de apuração das horas extras.
- Súm. n°366 do TST. CARTÃO DE PONTO. REGISTRO. HORAS EXTRAS. MINUTOS
QUE ANTECEDEM E SUCEDEM A JORNADA DE TRABALHO. Não serão descontadas nem
computadas como jornada extraordinária as variações de horário do registro de ponto não excedentes
de cinco minutos, observado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será
considerada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado tempo
à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo empregado ao longo do
tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal, etc).

⮚ Intervalos interjornada, intrajornada e semana:

- Súm. n°110 do TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO. No regime de revezamento,


as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo
de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias,
inclusive com o respectivo adicional.

● 10.1.2 CLASSIFICAÇÃO (OU MODALIDADES) DE JORNADA DE TRABALHO

- Art. 7°, XII da CF: Duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro horas
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção
coletiva de trabalho;

A. Jornada NORMAL: 8 horas diárias e 44 horas semanais (220 horas mensais);


- Para entender o quantitativo de 220 horas/mês:

▪ Divide-se 44 por 6 e resultam em 7,33h/dia;

▪ 7,33h/dia = 7h + 0,33h = 7h + 1/3h = 7h + 20min = 7h20min por dia;

▪ Multiplicando 7h20 por 30 dias = 220h

- Súm. n°431 do TST. SALÁRIO-HORA. EMPREGADO SUJEITO AO REGIME GERAL DO


TRABALHO (ART. 58, CAPUT DA CLT), 40 HORAS SEMANAIS, CÁLCULO,
APLICAÇÃO DO DIVISOR 200. Para os empregados a que alude o art.58, caput, da CLT,
quando sujeitos a 40 horas semanais de trabalho, aplica-se o divisor 200 (duzentos) para o cálculo
do valor do salário-hora.

B. Jornadas ESPECIAIS de trabalho

B.1 – Jornada em turnos Ininterruptos de Revezamento (TIR)


- Art. 7°, XIV, CF: Jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de
revezamento, salvo negociação coletiva;
- OJ n° 360 do SDI-1 do TST. Jornada de trabalho. Turno ininterrupto de revezamento. Dois
turnos. Horário diurno e noturno. Caracterização. Faz jus à jornada especial prevista no art. 7º, XIV,
da CF/88 o trabalhador que exerce suas atividades em sistema de alternância de turnos, ainda que em dois
turnos de trabalho, que compreendam, no todo ou em parte, o horário diurno e o noturno, pois submetido
à alternância de horário prejudicial à saúde, sendo irrelevante que a atividade da empresa se desenvolva de
forma ininterrupta.

Requisitos extraídos desta OJ 360:


- Atividade ininterrupta da empresa;
- Revezamento dos trabalhadores em diversas jornadas, mediante escala, entre os turnos diurno e
noturno;

Casuística:
- Súm. n° 360 do TST. TURNOS ININTERRUPTOS DE REVEZAMENTO. INTERVALOS
INTRAJORNADA E SEMANAL. A interrupção do trabalho destinada a repouso e alimentação,
dentro de cada turno, ou o intervalo para repouso semanal, não descaracteriza o turno de revezamento
com jornada de 6 (seis) horas previsto no art. 7º, XIV, da CF/1988.
- Súm. n° 423 do TST. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE
JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE.
- Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação
coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não têm direito ao
pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
- OJ n° 275 da SDI-1 do TST: TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO. HORISTA.
HORAS EXTRAS E ADICIONAL. DEVIDOS. Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada
diversa, o empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento das
horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.

B.2 - Jornada em caso de trabalho intermitente - art. 452-A

B.3 - Jornada de trabalho a tempo parcial - art. 58-A


- Art. 58-A: Considera-se trabalho em regime de tempo parcial aquele cuja duração não exceda a trinta
horas semanais, sem a possibilidade de horas suplementares semanais, ou, ainda, aquele cuja duração
não exceda a vinte e seis horas semanais, com a possibilidade de acréscimo de até seis horas
suplementares semanais. (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 1o O salário a ser pago aos empregados sob o regime de tempo parcial será proporcional à sua
jornada, em relação aos empregados que cumprem, nas mesmas funções, tempo integral. (Incluído
pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 2o Para os atuais empregados, a adoção do regime de tempo parcial será feita mediante opção
manifestada perante a empresa, na forma prevista em instrumento decorrente de negociação coletiva.
(Incluído pela Medida Provisória nº 2.164-41, de 2001)
§ 3º As horas suplementares à duração do trabalho semanal normal serão pagas com o acréscimo de
50% (cinquenta por cento) sobre o salário-hora normal. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
(Vigência)
§ 4o Na hipótese de o contrato de trabalho em regime de tempo parcial ser estabelecido em número
inferior a vinte e seis horas semanais, as horas suplementares a este quantitativo serão consideradas
horas extras para fins do pagamento estipulado no § 3o, estando também limitadas a seis horas
suplementares semanais. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 5o As horas suplementares da jornada de trabalho normal poderão ser compensadas diretamente até
a semana imediatamente posterior à da sua execução, devendo ser feita a sua quitação na folha de
pagamento do mês subsequente, caso não sejam compensadas. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
(Vigência)
§ 6o É facultado ao empregado contratado sob regime de tempo parcial converter um terço do período
de férias a que tiver direito em abono pecuniário. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
§ 7o As férias do regime de tempo parcial são regidas pelo disposto no art. 130 desta Consolidação.
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência);

As principais características desta nova jornada são:


- O tempo reduzido em relação à jornada normal (até 30 horas semanais, sem HE; ou 26 horas
semanais, com até 6 HE semanais);
- A proporcionalidade do salário devido:
❏ OJ 358 da SDI-1 do TST. SALÁRIO MÍNIMO E PISO SALARIAL PROPORCIONAL
À JORNADA REDUZIDA. Havendo contratação para cumprimento de jornada reduzida,
inferior à previsão constitucional de oito horas diárias ou quarenta e quatro semanais, é lícito
o pagamento do piso salarial ou do salário mínimo proporcional ao tempo trabalhado.

B.4 - Bancários - art. 224 da CLT:


- Art. 224: A duração normal do trabalho dos empregados em bancos, casas bancárias e Caixa
Econômica Federal será de 6 (seis) horas continuas nos dias úteis, com exceção dos sábados,
perfazendo um total de 30 (trinta) horas de trabalho por semana.
§ 1º A duração normal do trabalho estabelecida neste artigo ficará compreendida entre sete e vinte e
duas horas, assegurando-se ao empregado, no horário diário, um intervalo de quinze minutos para
alimentação.
§ 2º As disposições deste artigo não se aplicam aos que exercem funções de direção, gerência,
fiscalização, chefia e equivalentes ou que desempenhem outros cargos de confiança desde que o valor
da gratificação não seja inferior a um terço do salário do cargo efetivo.
- Art. 225 - A duração normal de trabalho dos bancários poderá ser excepcionalmente prorrogada até
8 (oito) horas diárias, não excedendo de 40 (quarenta) horas semanais, observados os preceitos gerais
sobre a duração do trabalho.
- Art. 226 - O regime especial de 6 (seis) horas de trabalho também se aplica aos empregados de
portaria e de limpeza, tais como porteiros, telefonistas de mesa, contínuos e serventes, empregados em
bancos e casas bancárias.
- Súm. 102 do TST. BANCÁRIO. CARGO DE CONFIANÇA.
I - A configuração, ou não, do exercício da função de confiança a que se refere o art. 224, § 2º, da
CLT, dependente da prova das reais atribuições do empregado, é insuscetível de exame mediante
recurso de revista ou de embargos.
II - O bancário que exerce a função a que se refere o § 2º do art. 224 da CLT e recebe gratificação não
inferior a um terço de seu salário já tem remuneradas as duas horas extraordinárias excedentes de seis.
III - Ao bancário exercente de cargo de confiança previsto no art. 224, § 2º, da CLT são devidas as 7ª
e 8ª horas, como extras, no período em que se verificar o pagamento a menor da gratificação de 1/3.
(ex-OJ 288/TST-SDI-I - DJ 11/08/2003).
IV - O bancário sujeito à regra do art. 224, § 2º, da CLT cumpre jornada de trabalho de 8 (oito) horas,
sendo extraordinárias as trabalhadas além da oitava.
V - O advogado empregado de banco, pelo simples exercício da advocacia, não exerce cargo de
confiança, não se enquadrando, portanto, na hipótese do § 2º do art. 224 da CLT.
VI - O caixa bancário, ainda que caixa executivo, não exerce cargo de confiança. Se perceber
gratificação igual ou superior a um terço do salário do posto efetivo, essa remunera apenas a maior
responsabilidade do cargo e não as duas horas extraordinárias além da sexta.
VII - O bancário exercente de função de confiança, que percebe a gratificação não inferior ao terço
legal, ainda que norma coletiva contemple percentual superior, não tem direito às sétima e oitava
horas como extras, mas tão-somente às diferenças de gratificação de função, se postuladas.
- Súm. 287 do TST: JORNADA DE TRABALHO. GERENTE BANCÁRIO. A jornada de
trabalho do empregado de banco gerente de agência é regida pelo art. 224, § 2º, da CLT. Quanto ao
gerente-geral de agência bancária, presume-se o exercício de encargo de gestão, aplicando-se-lhe o
art. 62 da CLT.

B.5 - Trabalhadores em minas de subsolo - art. 293-301 da CLT:


- Art. 293: A duração normal do trabalho efetivo para os empregados em minas no subsolo não
excederá de 6 (seis) horas diárias ou de 36 (trinta e seis) semanais.
-Art. 295 - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser elevada até 8 (oito) horas
diárias ou 48 (quarenta e oito) semanais, mediante acordo escrito entre empregado e empregador
ou contrato coletivo de trabalho, sujeita essa prorrogação à prévia licença da autoridade competente
em matéria de higiene do trabalho.
Parágrafo único - A duração normal do trabalho efetivo no subsolo poderá ser inferior a 6 (seis)
horas diárias, por determinação da autoridade de que trata este artigo, tendo em vista condições locais
de insalubridade e os métodos e processos do trabalho adotado.

B.6 Telefonistas (telegrafia submarina ou subfluvial de radiotelegrafia ou de radiotelefonia) -


arts. 227-231 da CLT:
- Súm. 178 do TST: TELEFONISTA. ART. 227, E PARÁGRAFOS, DA CLT.
APLICABILIDADE. É aplicável à telefonista de mesa de empresa que não explora o serviço de
telefonia o disposto no art. 227, e seus parágrafos, da CLT.
B.7 - Jornalistas - art. 302-316, CLT:
- Art. 302, §1°: Entende-se como jornalista o trabalhador intelectual cuja função se estende desde a
busca de informações até a redação de notícias e artigos e a organização, orientação e direção desse
trabalho.

B.8 - Operadores cinematográficos - art. 234-235, CLT;

B.9- Tripulantes de embarcações - arts. 248, CLT;


B.9 - Advogados - art. 20 da Lei 8.906/94
- Art. 20:A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não poderá
exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou
convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado
estiver à disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em
atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e
alimentação.
§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não
inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.
§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são
remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

O regulamento geral do Estatuto, em seu art. 12, dispõe sobre dedicação exclusiva:
- Art. 12: Para os fins do art. 20 da Lei n.8.906/94, considera-se de dedicação exclusiva o regime de
trabalho que for expressamente previsto em contrato individual de trabalho.
Parágrafo único. Em caso de dedicação exclusiva, serão remuneradas como extraordinárias as horas
trabalhadas que excederem a jornada normal de oito horas diárias

B.9- Assistente social, art. 5º-A da Lei 8.662/1993: A duração do trabalho do Assistente Social é de
30 (trinta) horas semanais.

● 10.2 - JORNADA EXTRAORDINÁRIA (OU SOBREJORNADA OU HORAS EXTRAS):


- Previsão na Constituição Federal (art. 7°, XVI) e CLT (arts. 59 e 62):
- Art. 7°, XVI: remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinqüenta por cento à do
normal;

1) Acordo escrito de prorrogação - art. 59, caput e §1°, CLT:


- Art. 59: A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.
§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da hora
normal.
- Art. 373: A duração normal de trabalho da mulher será de 8 (oito) horas diárias, exceto nos casos
para os quais for fixada duração inferior.

- Art. 413: É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:
I - até mais 2 (duas) horas, independentemente de acréscimo salarial, mediante convenção ou acordo
coletivo nos termos do Título VI desta Consolidação, desde que o excesso de horas em um dia seja
compensado pela diminuição em outro, de modo a ser observado o limite máximo de 48 (quarenta e
oito) horas semanais ou outro inferior legalmente fixada;
II - excepcionalmente, por motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo
salarial de, pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) sobre a hora normal e desde que o trabalho do
menor seja imprescindível ao funcionamento do estabelecimento.

Casuística:
-Súm. n°376 do TST. HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS.
I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de pagar
todas as horas trabalhadas.
-II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT.

(Regra geral>) Art. 60: Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a ser
incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só poderão
ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de higiene do trabalho,
as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e
processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades sanitárias federais,
estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento para tal fim.

2) Horas extras resultantes de sistema de compensação - art.59, §§2° a 6° da CLT:


A- Mediante acordo individual de prorrogação:
§6°: É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a
compensação no mesmo mês.

B- Banco de Horas:
B1- dentro de um semestre por acordo escrito:
- §5°: O banco de horas de que trata o § 2 o deste artigo poderá ser pactuado por acordo individual escrito,
desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.
B2- dentro de um ano, por negociação coletiva (acordo ou convenção):
- §2°: Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho,
o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em outro dia, de maneira que
não exceda, no período máximo de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja
ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.
-§3°: Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação integral da jornada
extraordinária, na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao pagamento das horas extras
não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na data da rescisão.
- Art. 611-A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;

Casuística:
A. Art. 59-B na CLT:
- Art. 59-B: O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive quando
estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
- Súm. n°85 do TST. COMPENSAÇÃO DE JORNADA (inserido o item VI).
I - A compensação de jornada de trabalho deve ser ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou
convenção coletiva.
II - O acordo individual para compensação de horas é válido, salvo (prejudicado?) se houver norma coletiva
em sentido contrário.
III - O mero não-atendimento das exigências legais para a compensação de jornada, inclusive quando
encetada mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à jornada
normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
IV - A prestação de horas extras habituais descaracteriza o acordo de compensação de jornada. Nesta
hipótese, as horas que ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas
extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser pago a mais apenas o adicional
por trabalho extraordinário. (prejudicado)
V - As disposições contidas nesta súmula não se aplicam ao regime compensatório na modalidade «banco de
horas», que somente pode ser instituído por negociação coletiva.»

B. Horas extras habituais não mais descaracteriza os acordos de compensação de jornada, como era o
entendimento do TST, na súmula 85, item IV.
- Art. 59-B na CLT. Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.

C. Compensação 12x36 horas:


- Art. 59-A: Em exceção ao disposto no art. 59 desta Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo
individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário de trabalho de doze
horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas de descanso, observados ou indenizados os intervalos para
repouso e alimentação.
Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste artigo abrange os
pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e serão
considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando houver, de que tratam o
art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.

- Súm nº444 do TST. JORNADA DE TRABALHO. NORMA COLETIVA. LEI. ESCALA DE 12 POR
36. VALIDADE. É valida, em caráter excepcional, a jornada de doze horas de trabalho por trinta e seis de
descanso, prevista em lei ou ajustada exclusivamente mediante acordo coletivo de trabalho ou convenção
coletiva de trabalho, assegurada a remuneração em dobro dos feriados trabalhados. O empregado não tem
direito ao pagamento de adicional referente ao labor prestado na décima primeira e décima segunda horas.
(PREJUDICADA)
- Art. 60: (Exceção >): Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas
de trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.

3) Horas extras por necessidade imperiosa - art. 61, caput, CLT


i- por motivo de força maior
- Art. 61: Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou
convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
- Art. 501 - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação à vontade do empregador,
e para a realização do qual este não concorreu, direta ou indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substâncialmente, nem for suscetível de afetar,
em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa não se aplicam as restrições desta Lei
referentes ao disposto neste Capítulo.
- Art. 413: É vedado prorrogar a duração normal diária do trabalho do menor, salvo:II - excepcionalmente, por
motivo de força maior, até o máximo de 12 (doze) horas, com acréscimo salarial de, pelo menos, 25% (vinte e
cinco por cento) sôbre a hora normal e desde que o trabalho do menor seja imprescindível ao funcionamento
do estabelecimento.

ii- conclusão de serviços inadiáveis:


- Art. 61: Ocorrendo necessidade imperiosa, poderá a duração do trabalho exceder do limite legal ou
convencionado, seja para fazer face a motivo de força maior, seja para atender à realização ou conclusão de
serviços inadiáveis ou cuja inexecução possa acarretar prejuízo manifesto.
§ 1º O excesso, nos casos deste artigo, pode ser exigido independentemente de convenção coletiva ou acordo
coletivo de trabalho.

iii- realização de serviços cuja inexecução pode acarretar prejuízo manifesto:


- Art. 61, §2°: Nos casos de excesso de horário por motivo de força maior, a remuneração da hora excedente
não será inferior à da hora normal. Nos demais casos de excesso previstos neste artigo, a remuneração será,
pelo menos, 25% (vinte e cinco por cento) superior à da hora normal, e o trabalho não poderá exceder de 12
(doze) horas, desde que a lei não fixe expressamente outro limite.

4) Horas extras para recuperação de horas de paralisação - art. 61, §3°, CLT:
- §3°: Sempre que ocorrer interrupção do trabalho, resultante de causas acidentais, ou de força maior, que
determinem a impossibilidade de sua realização, a duração do trabalho poderá ser prorrogada pelo tempo
necessário até o máximo de 2 (duas) horas, durante o número de dias indispensáveis à recuperação do tempo
perdido, desde que não exceda de 10 (dez) horas diárias, em período não superior a 45 (quarenta e cinco) dias
por ano, sujeita essa recuperação à prévia autorização da autoridade competente.

5) Atividades insalubres:
- Regra geral: art.60 > exige inspeção e licença prévia do MTb;
- Exceção: com a reforma, o art. 611-A, inc. XIII, passou a dispensar tal exigência mediante negociação
coletiva, colidindo com a súmula 85, item VI do TST:
- S. 85, VI: Não é válido acordo de compensação de jornada em atividade insalubre, ainda que estipulado em
norma coletiva, sem a necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na forma do art. 60
da CLT.

Supressão de horas extras habituais:


- Súmula 291: HORAS EXTRAS. A supressão total ou parcial, pelo empregador, de serviço suplementar
prestado com habitualidade, durante pelo menos 1 (um) ano, assegura ao empregado o direito à indenização
correspondente ao valor de 1 (um) mês das horas suprimidas, total ou parcialmente, para cada ano ou fração
igual ou superior a seis meses de prestação de serviço acima da jornada normal. O cálculo observará a média
das horas suplementares nos últimos 12 (doze) meses anteriores à mudança, multiplicada pelo valor da hora
extra do dia da supressão.

● 10.3 CONTROLE DE JORNADA:


- Art. 74: O horário de trabalho será anotado em registro de empregados. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de
2019)
§ 1º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte) trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de
entrada e de saída, em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções expedidas pela Secretaria
Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, permitida a pré-assinalação do período de
repouso. (Redação dada pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 3º Se o trabalho for executado fora do estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro
manual, mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o caput deste artigo. (Redação dada
pela Lei nº 13.874, de 2019)
§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho. (Incluído pela Lei nº 13.874, de
2019)

- “Ponto por exceção”: o texto aprovado pela Lei 13.874/2019, incluiu o §4° do art. 74 da CLT, positivando
o entendimento recente do TST:
Art. 611- A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quando, entre
outros, dispuserem sobre:
X - modalidade de registro de jornada de trabalho;

- TST reconhece que empregados só anotem a jornada extraordinária:


Em março de 2019, o TST reconheceu a validade da marcação de ponto “por exceção” desde que haja
previsão em norma coletiva (Proc. n° 1001704-59.2016.5.02.0076):

O chamado "ponto por exceção" é aquele em que há marcação apenas da jornada extraordinária eventualmente
realizada, ou seja, dispensa o empregado de anotar sua entrada, saída e intervalos. O profissional apenas marca as
horas extras realizadas, por exemplo, não tendo que se preocupar com o início e o término da jornada.
Mesmo assim, até este recente precedente do TST, a jurisprudência era refratária neste tema, sempre atestando pela
invalidade nesta modalidade de controle de jornada, pois contrário ao regramento previsto na CLT (artigo 74, §2º),
isto é: estabelecimentos com mais de 10 empregados obrigatoriamente exercem o controle de jornada de forma
mecânica, eletrônica ou manual.
O que ocorria, na prática, é que em uma ação trabalhista é o empregador com mais de 10 empregados quem tem que
demonstrar o registro da jornada de trabalho (súmula 338 do TST). Se não exibir esse documento ou sendo ele feito de
forma diferente que o descrito na CLT, como o ponto por exceção, presume-se verdadeira a jornada alegada na ação
(uma presunção relativa/parcial que admite prova em contrário, mas já obsta grande parte a defesa do empresário).
É nesse contexto que a recente decisão do TST se mostra um avanço neste assunto e da esperada atenção e
cumprimento da Corte Superior à reforma trabalhista.
Entre as alterações da lei 13.467/17 está a prevalência do negociado sobre o legislado (artigo 611-A da CLT),
incluindo, em especial, no rol de possibilidade desta negociação a "modalidade de registro de jornada de trabalho"
(inciso X do artigo 611-A da CLT).
Portanto, era inconcebível que a jurisprudência ou doutrina se mantivessem ainda resistentes à negociação coletiva
com relação a este tema.
Importante destacar ainda que, o processo de negociação coletiva nada mais é que concessões mútuas, de forma que o
resultado seja benéfico às partes. As cláusulas decorrentes da negociação coletiva não devem ser interpretadas de
forma individualizada, sob pena do desiquilíbrio da negociação coletiva.
O máximo relacionado ao controle de jornada existente até então era a permissão de utilização de controle de ponto
eletrônico diverso do aprovado pela Superintendência Regional do Trabalho (portaria 1510), o chamado "Sistema
Alternativo de Ponto Eletrônico" regulado pela portaria 373 e que também exige a chancela do sindicato. Mesmo
assim, a possibilidade aqui é utilizar meios distintos, pois o controle integral (entrada, saída e intervalos) se mantém.
O fomento às negociações sindicais é crucial para a desburocratização das relações de trabalho e dinâmica que o
mundo moderno demanda.
O sindicato de determinada categoria profissional tem plena condição de averiguar se aquela estrutura de trabalho e
atividade permitem um controle de jornada alternativo ou não e em contrapartida negociar outras condições e
exigências.
Em paralelo, a cada dia temos ferramentas mais modernas de controles alternativos de jornada, incluindo aplicativos
de celular que permitem não apenas o efetivo acompanhamento da duração do trabalho, mas da própria produtividade
do empregado, facilitando a burocracia das áreas de recursos humanos.
Positivo poder acompanhar a evolução da jurisprudência em um tema tão corriqueiro nas empresas, cuja evolução é
imprescindível face às mudanças nas relações de trabalho.

- Ponto britânico:
Súm. n° 338 do TST. Jornada de trabalho. Registro de horário. Inversão do ônus da prova.
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do
art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de freqüência gera presunção relativa de
veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário.
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em instrumento normativo, pode ser elidida
por prova em contrário.
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova,
invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da
inicial se dele não se desincumbir. (superação pelo inc. X, art. 611-A e §4°, art. 74, ambos da CLT. Ver precedente n°
1001704-59.2016)

- JORNADA NÃO CONTROLADA:


Art. 62: Não são abrangidos pelo regime previsto neste capítulo: (Redação dada pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
I - os empregados que exercem atividade externa incompatível com a fixação de horário de trabalho, devendo tal
condição ser anotada na Carteira de Trabalho e Previdência Social e no registro de empregados; (Incluído pela Lei nº
8.966, de 27.12.1994)
II - os gerentes, assim considerados os exercentes de cargos de gestão, aos quais se equiparam, para efeito do disposto
neste artigo, os diretores e chefes de departamento ou filial. (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)
III - os empregados em regime de teletrabalho. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (Vigência)
Parágrafo único - O regime previsto neste capítulo será aplicável aos empregados mencionados no inciso II deste
artigo, quando o salário do cargo de confiança, compreendendo a gratificação de função, se houver, for inferior ao
valor do respectivo salário efetivo acrescido de 40% (quarenta por cento). (Incluído pela Lei nº 8.966, de 27.12.1994)

Art. 611-A, V: plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do empregado, bem como
identificação dos cargos que se enquadram como funções de confiança;

● 10.4 JORNADA DE TRABALHO NOTURNA - 27/08


➢ Artigo 73 da CLT e 7º, inc. IX da CF/88
❏ Art. 7º, IX – remuneração do trabalho noturno superior à do diurno;
❏ Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal (incompatível com a CF), o
trabalho noturno terá remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração
terá um acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
§1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22
horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
§ 3º O acréscimo, a que se refere o presente artigo, em se tratando de empresas que não
mantêm, pela natureza de suas atividades, trabalho noturno habitual, será feito, tendo em vista
os quantitativos pagos por trabalhos diurnos de natureza semelhante. Em relação às empresas
cujo trabalho noturno decorra da natureza de suas atividades, o aumento será calculado sobre
o salário mínimo geral vigente na região, não sendo devido quando exceder desse limite, já
acrescido da percentagem.
§ 4º Nos horários mistos, assim entendidos os que abrangem períodos diurnos e noturnos,
aplica-se às horas de trabalho noturno o disposto neste artigo e seus parágrafos.
§ 5º Às prorrogações do trabalho noturno aplica-se o disposto neste capítulo.

- Trabalhador rural, art. 7º, da Lei 8.886/1973:


- Atividade agrícola: entre 21h e 5h;
- Atividade pecuária: entre 20h e 4h.

➔ Horas extras e adicional noturno:


- Súmula nº 60 do TST. ADICIONAL NOTURNO. IN-TEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HO-RÁRIO DIURNO. I - O adicional noturno, pago com habitualidade,
integra o salário do empregado para todos os efeitos.

➔ Adicional noturno e prorrogação em horário diurno:


- Súmula nº 60 do TST. ADICIONAL NOTURNO. IN-TEGRAÇÃO NO SALÁRIO E
PRORROGAÇÃO EM HO-RÁRIO DIURNO. II - Cumprida integralmente a jornada no período
noturno e prorrogada esta, devido é também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art.
73, § 5º, da CLT.

➔ Trabalhadores em escala 12x36:


- Art. 59-A Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo horário previsto no caput deste
artigo abrange os pagamentos devidos pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em
feriados, e serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de trabalho noturno, quando
houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art. 73 desta Consolidação.

➔ Transferência para o turno diurno:


- Súmula nº 265 do TST. ADICIONAL NOTURNO. ALTERAÇÃO DE TURNO DE TRA-
BALHO. POSSIBILIDADE DE SUPRESSÃO. A transferência para o período diurno de trabalho
implica a perda do direito ao adicional noturno.

a) Vigias e vigilantes:
- Súmula nº 65 do TST. VIGIA. O direito à hora reduzida de 52 minutos e 30 segundos aplica-se ao vigia
noturno.
- Súmula nº 140 do TST. VIGIA. É assegurado ao vigia sujeito ao trabalho noturno o direito ao respectivo
adicional.
Turno ininterrupto de revezamento:

OJ 395 – SDI1. TURNO ININTERRUPTO DE REVEZAMENTO.


HORA NOTURNA REDUZIDA. INCIDÊNCIA. O trabalho em regime de turnos
ininterruptos de revezamento não retira o direito à hora noturna reduzida, não havendo
incompatibilidade entre as disposições contidas nos arts. 73, § 1º, da CLT e 7º, XIV,
da Constituição Federal.

b) Petroleiros e portuários:

Súmula nº 112 do TST. TRABALHO NOTURNO. PETRÓLEO. O


trabalho noturno dos empregados nas atividades de exploração, perfuração,
produção e refinação do petróleo, industrialização do xisto, indústria
petroquímica e transporte de petróleo e seus derivados, por meio de dutos, é
regulado pela Lei nº 5.811, de 11.10.1972, não se lhe aplicando a hora
reduzida de 52 minutos e 30 segundos prevista no art. 73, § 1º, da CLT.

OJ 60-SDI1. PORTUÁRIOS. HORA NOTURNA. HORAS


EXTRAS. (LEI Nº 4.860/65, ARTS. 4º E 7º, § 5º)
I - A hora noturna no regime de trabalho no porto, compreendida entre
dezenove horas e sete horas do dia seguinte, é de sessenta minutos.
II - Para o cálculo das horas extras prestadas pelos trabalhadores
portuários, observar-se-á somente o salário básico percebido, excluídos os
adicionais de risco e produtividade.

10.5. REPOUSOS/INTERVALOS/DESCANSOS DO TRABALHADOR

Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo


coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
XVII - normas de saúde, higiene e segurança do trabalho previstas em lei ou em
normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho;
Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são
consideradas como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do
disposto neste artigo.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm


prevalência sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
I - Pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
II - Banco de horas anual;
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para
jornadas superiores a seis horas;

A – INTERVALO INTRAJORNADA
Art. 71 - Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obrigatória a
concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo, de 1 (uma) hora
e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá exceder de 2 (duas) horas.
§ 1º - Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo de 15
(quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2º - Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§ 3º O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato do
Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação de
Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigências
concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não estiverem
sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4º A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para repouso e
alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento, de natureza indenizatória,
apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
- Súmula nº 437 do TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART. 71 DA CLT (prejudicada) II - É inválida cláusula
de acordo ou convenção coletiva de trabalho contemplando a supressão ou redução do intervalo
intrajornada porque este constitui medida de higiene, saúde e segurança do trabalho, garantido
por norma de ordem pública (art. 71 da CLT e art. 7º, XXII, da CF/1988), infenso à negociação
coletiva. (Art. 611-A autoriza, bastando acordo ou convenção coletiva)

d) Motoristas e afins:
- Art. 71, § 5o O intervalo expresso no caput poderá ser reduzido e/ou fracionado, e aquele
estabelecido no § 1o poderá ser fracionado, quando compreendidos entre o término da primeira
hora trabalhada e o início da última hora trabalhada, desde que previsto em convenção ou acordo
coletivo de trabalho, ante a natureza do serviço e em virtude das condições especiais de trabalho a
que são submetidos estritamente os motoristas, cobradores, fiscalização de campo e afins
nos serviços de operação de veículos rodoviários, empregados no setor de transporte coletivo de
passageiros, mantida a remuneração e concedidos intervalos para descanso menores ao final de
cada viagem.

e) Domésticos:
- Art. 13, LC 150 É obrigatória a concessão de intervalo para repouso ou alimentação pelo período
de, no mínimo, 1 (uma) hora e, no máximo, 2 (duas) horas, admitindo-se, mediante prévio acordo
escrito entre empregador e empregado, sua redução a 30 (trinta) minutos.
§ 1º Caso o empregado resida no local de trabalho, o período de intervalo poderá ser desmembrado
em 2 (dois) períodos, desde que cada um deles tenha, no mínimo, 1 (uma) hora, até o limite de 4
(quatro) horas ao dia.
§ 2º Em caso de modificação do intervalo, na forma do § 1º, é obrigatória a sua anotação no
registro diário de horário, vedada sua prenotação.

INTERVALO SUPRIMIDO TOTAL OU PARCIALMENTE:


- Art. 71, § 4º. A não concessão OU a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento de natureza
indenizatória, apenas do período suprimido, com acréscimo de 50% (cinquenta por cento) sobre o
valor da remuneração da hora normal de trabalho.
- SÚMULA Nº 437 DO TST. INTERVALO INTRAJORNADA PARA REPOUSO E
ALIMENTAÇÃO. APLICAÇÃO DO ART 71 DA CLT. (prejudicada) I - Após a edição da Lei
nº 8.923/94, a não-concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
repouso e alimentação, a empregados urbanos e rurais, implica o pagamento total do período
correspondente, e não apenas daquele suprimido, com acréscimo de, no mínimo, 50% sobre o valor
da remuneração da hora normal de trabalho (art. 71 da CLT), sem prejuízo do cômputo da efetiva
jornada de labor para efeito de remuneração. (Passa ser remunerado apenas os minutos
oprimidos).
(prejudicada) III - Possui natureza salarial a parcela prevista no art. 71, § 4º, da CLT, com redação
introduzida pela Lei nº 8.923, de 27 de julho de 1994, quando não concedido ou reduzido pelo
empregador o intervalo mínimo intrajornada para repouso e alimentação, repercutindo, assim, no
cálculo de outras parcelas salariais. (Agora se tem natureza indenizatória).
IV - Ultrapassada habitualmente a jornada de seis horas de trabalho, é devido o gozo do intervalo
intrajornada mínimo de uma hora, obrigando o empregador a remunerar o período para descanso e
alimentação não usufruído como extra, acrescido do respectivo adicional, na forma prevista no art.
71, caput e § 4º da CLT. (Nova redação: Possui natureza indenizatória).

INTERVALOS INTRAJORNADA ESPECIAIS:

I) Serviços de mecanografia e digitador


- Art. 72 - Nos serviços permanentes de mecanografia (datilografia, escrituração ou cálculo), a
cada período de 90 (noventa) minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10
(dez) minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.
-SÚMULA 346 do TST. DIGITADOR. INTERVALOS ITNRAJORNADA. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO ART. 72 DA CLT. Os digitadores, por aplicação analógica do art. 72 da CLT,
equiparam-se aos trabalhadores nos serviços de mecanografia (datilografia, escrituração ou
cálculo), razão pela qual têm direito a intervalos de descanso de 10 (dez) minutos a cada 90
(noventa) de trabalho consecutivo.
- NR 17 – Portaria do MTb nº 3.751. de 23.11.9017.6.4. Nas atividades de processamento
eletrônico de dados, deve-se salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho,
observar o seguinte: d) Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa de
10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da jornada normal de trabalho;
II) Serviços em frigoríficos
- Art. 253 - Para os empregados que trabalham no interior das câmaras frigoríficas e para os que
movimentam mercadorias do ambiente quente ou normal para o frio e vice-versa, depois de 1
(uma) hora e 40 (quarenta) minutos de trabalho contínuo, será assegurado um período de 20 (vinte)
minutos de repouso, computado esse intervalo como de trabalho efetivo.
Parágrafo único - Considera-se artificialmente frio, para os fins do presente artigo, o que for
inferior, nas primeira, segunda e terceira zonas climáticas do mapa oficial do Ministério do
Trabalho, Industria e Comercio, a 15º (quinze graus), na quarta zona a 12º (doze graus), e nas
quinta, sexta e sétima zonas a 10º (dez graus).
- Súmula nº 438 do TST. INTERVALO PARA RECUPERAÇÃO TÉRMICA DO
EMPREGADO. AMBIENTE ARTIFICIALMENTE FRIO. HORAS EXTRAS. ART. 253
DA CLT. APLICAÇÃO ANALÓGICA. O empregado submetido a trabalho contínuo em
ambiente artificialmente frio, nos termos do parágrafo único do art. 253 da CLT, ainda que não
labore em câmara frigorífica, tem direito ao intervalo intrajornada previsto no caput do art. 253 da
CLT.
III) Mineiros
- Art. 298 - Em cada período de 3 (três) horas consecutivas de trabalho, será obrigatória uma pausa de
15 (quinze) minutos para repouso, a qual será computada na duração normal de trabalho efetivo.

IV) Serviços de telefonia, telegrafia submarina ou subfluvial, de radiotelegrafia ou de radiotelefonia


- Art. 229 - Para os empregados sujeitos a horários variáveis, fica estabelecida a duração máxima de 7
(sete) horas diárias de trabalho e 17 (dezessete) horas de folga, deduzindo-se deste tempo 20 (vinte)
minutos para descanso, de cada um dos empregados, sempre que se verificar um esforço contínuo de
mais de 3 (três) horas.

V) Maquinista ferroviário
- SÚMULA Nº 446. MAQUINISTA FERROVIÁRIO. INTERVALO INTRAJORNADA.
SUPRESSÃO PARCIAL OU TOTAL. HORAS EXTRAS DEVIDAS. COMPATIBILIDADE
ENTRE OS ARTS. 71, § 4º, E 238, § 5º, DA CLT. A garantia ao intervalo intrajornada, prevista no
art. 71 da CLT, por constituir-se em medida de higiene, saúde e segurança do empregado, é aplicável
também ao ferroviário maquinista integrante da categoria "c" (equipagem de trem em geral), não
havendo incompatibilidade entre as regras inscritas nos arts. 71, § 4º, e 238, § 5º, da CLT.

VI) Mulher em fase de amamentação


- Art. 396. Para amamentar seu filho, inclusive se advindo de adoção, até que este complete 6 (seis)
meses de idade, a mulher terá direito, durante a jornada de trabalho, a 2 (dois) descansos especiais de
meia hora cada um
§ 1o Quando o exigir a saúde do filho, o período de 6 (seis) meses poderá ser dilatado, a critério da
autoridade competente.
§ 2o Os horários dos descansos previstos no caput deste artigo deverão ser definidos em acordo individual
entre a mulher e o empregador.

B – INTERVALO INTERJORNADA
- Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas consecutivas
para descanso.
- (prejudicada) SÚMULA 110 do TST. JORNADA DE TRABALHO. INTERVALO. No regime de
revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do
intervalo mínimo de 11 horas consecutivas para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas
como extraordinárias, inclusive com o respectivo adicional. (Não se conta o descanso semanal
remunerado. Novo entendimento: natureza do pagamento passou a ser indenizatória).
- (prejudicada) OJ 355 da SDI-1 do TST. INTERVALO INTERJORNADAS. INOBSERVÂNCIA.
HORAS EXTRAS. PERÍODO PAGO COMO SOBREJORNADA. ART 66 DA CLT. APLICAÇÃO
ANALÓGICA DO § 4º DO ART. 71 DA CLT. O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto
no art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4º do art. 71 da CLT e na
Súmula nº 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram subtraídas do intervalo,
acrescidas do respectivo adicional. (Novo entendimento: só se Indenizará parcialmente, ou seja: apenas
o tempo suprimido, não a integralidade da hora).

Intervalos não previstos em lei:


- Súmula 118 do TST. JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. Os intervalos concedidos pelo
empregador na jornada de trabalho, não previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados
como serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.

C – REPOUSO SEMANAL REMUNERADO E EM FERIADO – 29/10


- Art. 7º, XV, CF/88, Lei 605/1949 (importante: arts. 1º e 6º- 9º) e art. 67, CLT.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua condição
social:
XV - Repouso semanal remunerado, preferencialmente aos domingos;
- Lei 605/1949, Art. 1º Todo empregado tem direito ao repouso semanal remunerado de vinte e quatro horas
consecutivas, preferentemente aos domingos e, nos limites das exigências técnicas das empresas, nos feriados civis e
religiosos, de acordo com a tradição local.
- Art. 6º Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver trabalhado durante
toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.
§ 1º São motivos justificados:
a) os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho;
b) a ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento;
c) a paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;
d) a ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento;
e) a falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;
f) a doença do empregado, devidamente comprovada.
§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado
o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico
da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de
assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua
escolha.
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a frequência exigida corresponderá ao número de dias
em que o empregado tiver de trabalhar.
- Art. 7º A remuneração do repouso semanal corresponderá:
a) para os que trabalham por dia, semana, quinzena ou mês, à de um dia de serviço, computadas as horas
extraordinárias habitualmente prestadas;
b) para os que trabalham por hora, à sua jornada norma de trabalho, computadas as horas extraordinárias
habitualmente prestadas;
c) para os que trabalham por tarefa ou peça, o equivalente ao salário correspondente às tarefas ou peças feitas durante
a semana, no horário normal de trabalho, dividido pelos dias de serviço efetivamente prestados ao empregador;
d) para o empregado em domicílio, o equivalente ao quociente da divisão por 6 (seis) da importância total da sua
produção na semana.
§ 1º Os empregados cujos salários não sofram descontos por motivo de feriados civis ou religiosos são considerados já
remunerados nesses mesmos dias de repouso, conquanto tenham direito à remuneração dominical.
§ 2º Consideram-se já remunerados os dias de repouso semanal do empregado mensalista ou quinzenalista cujo
cálculo de salário mensal ou quinzenal, ou cujos descontos por falta sejam efetuados na base do número de dias do
mês ou de 30 (trinta) e 15 (quinze) diárias, respectivamente.
- Art. 8º Excetuados os casos em que a execução do serviço for imposta pelas exigências técnicas das empresas, é
vedado o trabalho em dias feriados, civis e religiosos, garantida, entretanto, aos empregados a remuneração respectiva,
observados os dispositivos dos artigos 6º e 7º desta lei.
- Art. 9º Nas atividades em que não for possível, em virtude das exigências técnicas das empresas, a suspensão do
trabalho, nos dias feriados civis e religiosos, a remuneração será paga em dobro, salvo se o empregador determinar
outro dia de folga.
- Art. 67 - Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro) horas consecutivas, o qual,
salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperiosa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo
ou em parte.
Parágrafo único - Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será
estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro sujeito à fiscalização.
- Art. 68 - O trabalho em domingo, seja total ou parcial, na forma do art. 67, será sempre subordinado à permissão
prévia da autoridade competente em matéria de trabalho.
Parágrafo único - A permissão será concedida a título permanente nas atividades que, por sua natureza ou pela
conveniência pública, devem ser exercidas aos domingos, cabendo ao Ministro do Trabalho, Industria e Comercio,
expedir instruções em que sejam especificadas tais atividades. Nos demais casos, ela será dada sob forma transitória,
com discriminação do período autorizado, o qual, de cada vez, não excederá de 60 (sessenta) dias.
- Art. 69 - Na regulamentação do funcionamento de atividades sujeitas ao regime deste Capítulo, os municípios
atenderão aos preceitos nele estabelecidos, e as regras que venham a fixar não poderão contrariar tais preceitos nem as
instruções que, para seu cumprimento, forem expedidas pelas autoridades competentes em matéria de trabalho.
- Art. 70 - Salvo o disposto nos artigos 68 e 69, é vedado o trabalho em dias feriados nacionais e feriados religiosos,
nos termos da legislação própria.

CARACTERÍSTICAS:

- Semanalidade: a cada 06 dias de trabalho, o trabalhador terá 24h de descanso remunerado ininterruptas;

- Dominicalidade:

- Art. 6º, Lei 10.101/2000 (participação nos lucros). Fica autorizado o trabalho aos domingos nas atividades do
comércio em geral, observada a legislação municipal, nos termos do art. 30, inciso I, da Constituição.
(Redação dada pela Lei nº 11.603, de 2007)
Parágrafo único. O repouso semanal remunerado deverá coincidir, pelo menos uma vez no período máximo de três
semanas, com o domingo, respeitadas as demais normas de proteção ao trabalho e outras a serem estipuladas em
negociação coletiva.
- OJ 410 – SDI1. REPOUSO SEMANAL REMUNERADO. CONCESSÃO APÓS O SÉTIMO DIA
CONSECUTIVO DE TRABALHO. ART. 7º, XV, DA CF. VIOLAÇÃO. Viola o art. 7º, XV, da CF a concessão
de repouso semanal remunerado após o sétimo dia consecutivo de trabalho, importando no seu pagamento em dobro.

- Inconversibilidade
- Súmula nº 146 do TST. TRABALHO EM DOMINGOS E FERIADOS, NÃO COMPENSADO. O trabalho
prestado em domingos e feriados, não compensado, deve ser pago em dobro, sem prejuízo da remuneração relativa ao
repouso semanal.

- Remunerabilidade

-Lei 605/49, Art. 6º. Não será devida a remuneração quando, sem motivo justificado, o empregado não tiver
trabalhado durante toda a semana anterior, cumprindo integralmente o seu horário de trabalho.

§ 1º São motivos justificados:

a) Os previstos no artigo 473 e seu parágrafo único da Consolidação das Leis do Trabalho;

b) A ausência do empregado devidamente justificada, a critério da administração do estabelecimento;

c) A paralisação do serviço nos dias em que, por conveniência do empregador, não tenha havido trabalho;

d) A ausência do empregado, até três dias consecutivos, em virtude do seu casamento;

e) A falta ao serviço com fundamento na lei sobre acidente do trabalho;

f) A doença do empregado, devidamente comprovada.

§ 2º A doença será comprovada mediante atestado de médico da instituição da previdência social a que estiver filiado
o empregado, e, na falta deste e sucessivamente, de médico do Serviço Social do Comércio ou da Indústria; de médico
da empresa ou por ela designado; de médico a serviço de representação federal, estadual ou municipal incumbido de
assuntos de higiene ou de saúde pública; ou não existindo estes, na localidade em que trabalhar, de médico de sua
escolha.
§ 3º Nas empresas em que vigorar regime de trabalho reduzido, a frequência exigida corresponderá ao número de dias
em que o empregado tiver de trabalhar.

OUTRAS SÚMULAS APLICÁVEIS:

Súmula nº 172 do TST. REPOUSO REMUNERADO. HORAS EXTRAS.


CÁLCULO. Computam-se no cálculo do repouso remunerado as horas extras
habitualmente prestadas. (Mas não os feriados).

Súmula nº 27 do TST COMISSIONISTA. É devida a remuneração do


repouso semanal e dos dias feriados ao empregado comissionista, ainda que pracista.

Súmula nº 113 do TST BANCÁRIO. SÁBADO. DIA ÚTIL. O sábado do


bancário é dia útil não trabalhado, não dia de repouso remunerado. Não cabe a
repercussão do pagamento de horas extras habituais em sua remuneração.

Súmula nº 225 do TST. REPOUSO SEMANAL. CÁLCULO.


GRATIFICAÇÕES POR TEMPO DE SERVIÇO E PRODUTIVIDADE. As
gratificações por tempo de serviço e produtividade, pagas mensalmente, não
repercutem no cálculo do repouso semanal remunerado.

Súmula nº 351 do TST. PROFESSOR. REPOUSO SEMANAL


REMUNERADO. ART. 7º, § 2º, DA LEI Nº 605, DE 05.01.1949 E ART. 320 DA
CLT. O professor que recebe salário mensal à base de hora-aula tem direito ao
acréscimo de 1/6 a título de repouso semanal remunerado, considerando-se para esse
fim o mês de quatro semanas e meia.

Súmula nº 354 do TST. GORJETAS. NATUREZA JURÍDICA.


REPERCUSSÕES. As gorjetas, cobradas pelo empregador na nota de serviço ou
oferecidas espontaneamente pelos clientes, integram a remuneração do empregado,
não servindo de base de cálculo para as parcelas de aviso-prévio, adicional noturno,
horas extras e repouso semanal remunerado.

10.6. FÉRIAS (descanso anual remunerado)

Art. 7º, XVII, CF/88 e arts. 129 a 153 da CLT


XVII – Gozo de férias anuais remuneradas com pelo menos, um terço a mais do que o salário normal;
PRINCÍPIOS:
I – ANUALIDADE PARA AQUISIÇÃO DO DIREITO
Período aquisitivo:
Art. 130. Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de trabalho, o empregado terá direito a férias,
na seguinte proporção.

Período concessivo (de gozo ou fruição):


Art. 134 - As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos
12 (doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.

Art. 135 - A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com
antecedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará
recibo.
§ 1º - O empregado não poderá entrar no gozo das férias sem que apresente ao
empregador sua Carteira de Trabalho e Previdência Social, para que nela seja anotada
a respectiva concessão.
§ 2º - A concessão das férias será, igualmente, anotada no livro ou nas fichas
de registro dos empregados. (Esta obrigação do §2º não se aplica às ME/EPP,
conforme LC 123/06, art. 51)
§ 3º - Nos casos em que o empregado possua a CTPS em meio digital, a
anotação será feita nos sistemas a que se refere o § 7º do art. 29 desta Consolidação,
na forma do regulamento, dispensadas as anotações de que tratam os §§ 1º e 2º deste
artigo.

Art. 136 - A época da concessão das férias será a que melhor consulte os
interesses do empregador. (jus variandi).
§2º - É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado
ou dia de repouso semana remunerado.

PERÍODO AQUISITIVO (12 meses da PERÍODO CONCESSIVO (data do


vigência do contrato de trabalho, se encerra funcionário na empresa. Coincide com início
no último dia do ano de trabalho) de um 2ª período aquisitivo de férias,
concedido conforme o jus variandi do
empregador)

23/01/2019 ATÉ 22/01/2020 23/01/2020 ATÉ 23/01/2021

23/01/2021 ATÉ 22/01/2021 23/01/2021 ATÉ 22/01/2022

23/01/2021 ATÉ 22/01/2022 23/01/2022 ATÉ 22/01/2023


Limites à escolha do período pelo empregador

- Membros da mesma família

Art. 136, § 1º - Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo


estabelecimento ou empresa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o
desejarem e se disto não resultar prejuízo para o serviço.

- Estudantes

Art. 136, § 2º - O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá


direito a fazer coincidir suas férias com as férias escolares.

II – REMUNERABILIDADE
Art. 72, inc. XVII, CF – Gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos
um terço a mais do que o salário normal;
Art. 142 - O empregado perceberá, durante as férias, a remuneração que lhe
for devida na data da sua concessão.
Art. 145 - O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono
referido no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo
período.
Parágrafo único - O empregado dará quitação do pagamento, com indicação
do início e do termo das férias

- Salário variável: Art. 142, §§:


§ 1º - Quando o salário for pago por hora com jornadas variáveis, apurar-se-á
a média do período aquisitivo, aplicando-se o valor do salário na data da concessão
das férias. (Incluído pelo Decreto-lei nº 1.535, de 13.4.1977
§ 2º - Quando o salário for pago por tarefa tomar-se-á por base a média da
produção no período aquisitivo do direito a férias, aplicando-se o valor da
remuneração da tarefa na data da concessão das férias.

Súmula nº 149 do TST. TAREFEIRO. FÉRIAS. A remuneração das férias


do tarefeiro deve ser calculada com base na média da produção do período aquisitivo,
aplicando-se-lhe a tarifa da data da concessão

§ 3º - Quando o salário for pago por percentagem, comissão ou viagem,


apurar-se-á a média percebida pelo empregado nos 12 (doze) meses que precederem à
concessão das férias.
OJ 181 – SDI1. COMISSÕES. CORREÇÃO MONETÁRIA.
CÁLCULO. O valor das comissões deve ser corrigido monetariamente para
em seguida obter-se a média para efeito de cálculo de férias, 13º salário e
verbas rescisórias.

§ 4º - A parte do salário paga em utilidades será computada de acordo


com a anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social.

§ 5º - Os adicionais por trabalho extraordinário, noturno, insalubre ou


perigoso serão computados no salário que servirá de base ao cálculo da
remuneração das férias.

§ 6º - Se, no momento das férias, o empregado não estiver percebendo


o mesmo adicional do período aquisitivo, ou quando o valor deste não tiver
sido uniforme será computada a média duodecimal recebida naquele período,
após a atualização das importâncias pagas, mediante incidência dos
percentuais dos reajustamentos salariais supervenientes.
Súmula nº 81 do TST. FÉRIAS. Os dias de férias gozados após o período
legal de concessão deverão ser remunerados em dobro.

Súmula nº 328 do TST. FÉRIAS. TERÇO CONSTITUCIONAL. O


pagamento das férias, integrais ou proporcionais, gozadas ou não, na vigência da
CF/1988, sujeita-se ao acréscimo do terço previsto no respectivo art. 7º, XVII.
Súmula nº 450 do TST. FÉRIAS. GOZO NA ÉPOCA PRÓPRIA.
PAGAMENTO FORA DO PRAZO. DOBRA DEVIDA. ARTS. 137 E 145 DA
CLT.
É devido o pagamento em dobro da remuneração de férias, incluído o terço
constitucional, com base no art. 137 da CLT, quando, ainda que gozadas na época
própria, o empregador tenha descumprido o prazo previsto no art. 145 do
mesmo diploma legal.

Súmula nº 7 do TST. FÉRIAS. A indenização pelo não-deferimento das


férias no tempo oportuno será calculada com base na remuneração devida ao
empregado na época da reclamação ou, se for o caso, na da extinção do contrato.

- Multa ao empregado pelo atraso:

Art. 137, § 2 – A sentença cominará pena diária de 5% (cinco por cento) do


salário mínimo da região, devida ao empregado até que seja cumprida.
- Multa administrativa pelo atraso:
Art. 137, § 3º - Cópia da decisão judicial transitada em julgado será remetida
ao órgão local do Ministério do Trabalho, para fins de aplicação da multa de caráter
administrativo;

Contribuição do INSS não incide sobre terço de férias

O Superior Tribunal de Justiça resolveu adequar a sua jurisprudência ao entendimento firmado pelo Supremo Tribunal
Federal para declarar que a contribuição previdenciária não incide sobre o terço de férias. A posição já vinha sendo
aplicada pela Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência dos Juizados Especial Federais (REsp 731.132, rel.
Zavascki).

A Jurisprudência do STF pela não incidência da contribuição foi firmada a partir de 2005, ao fundamento de
que a referida verba tem natureza compensatória /indenizatória e que, nos termos do artigo 201, § 11, da Constituição
de 1988, somente as parcelas incorporáveis ao salário para fins de aposentadoria sofrem a incidência da contribuição
previdenciária. Para o STF, o adicional de férias é um reforço financeiro para que o trabalhador possa usufruir de
forma plena o direito constitucional do descanso remunerado.

III – CONTINUIDADE

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de


trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
- Fracionamento do exercício

Art. 134, § 1º. Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser
usufruídas em até três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze
dias corridos e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.

- Faltas justificadas:

Art. 131 - Não será considerada falta ao serviço, para os efeitos do artigo
anterior, a ausência do empregado:

I - Nos casos referidos no art. 473;


II - Durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de
maternidade ou aborto não criminoso, observados os requisitos para percepção do
salário-maternidade custeado pela Previdência Social;
Il - Durante o licenciamento compulsório da empregada por motivo de
maternidade ou aborto, observados os requisitos para percepção do salário-
maternidade custeado pela Previdência Social;
III - Por motivo de acidente do trabalho ou de incapacidade que propicie
concessão de auxílio-doença pela Previdência Social, excetuada a hipótese do inciso
IVdo art. 133;
III - Por motivo de acidente do trabalho ou enfermidade atestada pelo Instituto
Nacional do Seguro Social - INSS, excetuada a hipótese do inciso IV do art. 133;
IV - Justificada pela empresa, entendendo-se como tal a que não tiver
determinado o desconto do correspondente salário;
V - Durante a suspensão preventiva para responder a inquérito administrativo
ou de prisão preventiva, quando for impronunciado ou absolvido; e
VI - Nos dias em que não tenha havido serviço, salvo na hipótese do inciso III
do art. 133.

Súmula nº 89 do TST. FALTA AO SERVIÇO. Se as faltas já são justificadas


pela lei, consideram-se como ausências legais e não serão descontadas para o cálculo
do período de férias.
Súmula nº 46 do TST. ACIDENTE DE TRABALHO. As faltas ou ausências
decorrentes de acidente do trabalho não são consideradas para os efeitos de duração de
férias e cálculo da gratificação natalina.
- Faltas injustificadas:
Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de
trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e
três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao
serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo
de serviço.

IV – IRRENUNCIABILIDADE
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo
coletivo de trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos:
XII - gozo de férias anuais remuneradas com, pelo menos, um terço a mais do
que o salário normal;

- Abono de férias:

Art. 143 - É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de


férias a que tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria
devida nos dias correspondentes.
§ 1º - O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do
término do período aquisitivo.
§ 2º - Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo
deverá ser objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo
da respectiva categoria profissional, independendo de requerimento individual a
concessão do abono.

Art. 144. O abono de férias de que trata o artigo anterior, bem como o
concedido em virtude de cláusula do contrato de trabalho, do regulamento da empresa,
de convenção ou acordo coletivo, desde que não excedente de vinte dias do salário,
não integrarão a remuneração do empregado para os efeitos da legislação do
trabalho.
V – PROPORCIONALIDADE: Art. 130

Art. 130 - Após cada período de 12 (doze) meses de vigência do contrato de


trabalho, o empregado terá direito a férias, na seguinte proporção:
I - 30 (trinta) dias corridos, quando não houver faltado ao serviço mais de 5
(cinco) vezes;
II - 24 (vinte e quatro) dias corridos, quando houver tido de 6 (seis) a 14
(quatorze) faltas;
III - 18 (dezoito) dias corridos, quando houver tido de 15 (quinze) a 23 (vinte e
três) faltas;
IV - 12 (doze) dias corridos, quando houver tido de 24 (vinte e quatro) a 32
(trinta e duas) faltas.
§ 1º - É vedado descontar, do período de férias, as faltas do empregado ao
serviço.
§ 2º - O período das férias será computado, para todos os efeitos, como tempo
de serviço.

Perda do direito a férias: hipóteses do art. 133, CLT.


Art. 133 - Não terá direito a férias o empregado que, no curso do período
aquisitivo:
I - Deixar o emprego e não for readmitido dentro de 60 (sessenta) dias
subsequentes à sua saída;

Súmula nº 138 do TST. READMISSÃO. Em caso de readmissão, conta-se a


favor do empregado o período de serviço anterior, encerrado com a saída espontânea.

II - Permanecer em gozo de licença, com percepção de salários, por mais de 30


(trinta) dias;
III - Deixar de trabalhar, com percepção do salário, por mais de 30 (trinta)
dias, em virtude de paralisação parcial ou total dos serviços da empresa;
e
IV - Tiver percebido da Previdência Social prestações de acidente de trabalho
ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses, embora descontínuos.
§ 3º - Para os fins previstos no inciso lIl deste artigo a empresa comunicará ao
órgão local do Ministério do Trabalho, com antecedência mínima de 15 (quinze) dias,
as datas de início e fim da paralisação total ou parcial dos serviços da empresa, e, em
igual prazo, comunicará, nos mesmos termos, ao sindicato representativo da categoria
profissional, bem como afixará aviso nos respectivos locais de
trabalho.
IV - Tiver percebido da Previdência Social
prestações de acidente de trabalho ou de auxílio-doença por mais de 6 (seis) meses,
embora descontínuos.

Anotação:
Art. 133, § 1º - A interrupção da prestação de serviços deverá ser anotada na
Carteira de Trabalho e Previdência Social.

Reinício do período aquisitivo


Art. 133, § 2º - Iniciar-se-á o decurso de novo período aquisitivo quando o
empregado, após o implemento de qualquer das condições previstas neste artigo,
retornar ao serviço.
MAS:
Art. 132 - O tempo de trabalho anterior à apresentação do empregado para
serviço militar obrigatório será computado no período aquisitivo, desde que ele
compareça ao estabelecimento dentro de 90 (noventa) dias da data em que se verificar
a respectiva baixa.

- Situações particulares:

1) Trabalho intermitente:

Art. 452 § 6º - Ao final de cada período de prestação de serviço, o empregado


receberá o pagamento imediato das seguintes parcelas
I - Remuneração;
II - Férias proporcionais com acréscimo de um terço;
III - Décimo terceiro salário proporcional;
IV - Repouso semanal remunerado; e
V - Adicionais legais.

Art. 452 § 9º - A cada doze meses, o empregado adquire direito a usufruir, nos
doze meses subsequentes, um mês de férias, período no qual não poderá ser
convocado para prestar serviços pelo mesmo empregador.

2) Trabalho nas férias:


Art. 138 - Durante as férias, o empregado não poderá prestar serviços a outro empregador, salvo se estiver obrigado a
fazê-lo em virtude de contrato de trabalho regularmente mantido com aquele.

FÉRIAS COLETIVAS:
Art. 139 - Poderão ser concedidas férias coletivas a todos os empregados de
uma empresa ou de determinados estabelecimentos ou setores da empresa.
§ 1º - As férias poderão ser gozadas em 2 (dois) períodos anuais desde que
nenhum deles seja inferior a 10 (dez) dias corridos.
§ 2º - Para os fins previstos neste artigo, o empregador comunicará ao órgão
local do Ministério do Trabalho, com a antecedência mínima de 15 (quinze) dias, as
datas de início e fim das férias, precisando quais os estabelecimentos ou setores
abrangidos pela medida.
§ 3º - Em igual prazo, o empregador enviará cópia da aludida comunicação aos
sindicatos representativos da respectiva categoria profissional, e providenciará a
afixação de aviso nos locais de trabalho.
Art. 140 - Os empregados contratados há menos de 12 (doze) meses gozarão,
na oportunidade, férias proporcionais, iniciando-se, então, novo período aquisitivo.

CESSAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO – Art. 146 a 148


Art. 146 - Na cessação do contrato de trabalho, qualquer que seja a sua causa,
será devida ao empregado a remuneração simples ou em dobro, conforme o caso,
correspondente ao período de férias cujo direito tenha adquirido.
Parágrafo único - Na cessação do contrato de trabalho, após 12 (doze) meses de
serviço, o empregado, desde que não haja sido demitido por justa causa, terá direito à
remuneração relativa ao período incompleto de férias, de acordo com o art. 130, na
proporção de 1/12 (um doze avos) por mês de serviço ou fração superior a 14
(quatorze) dias.
Art. 147 - O empregado que for despedido sem justa causa, ou cujo contrato de
trabalho se extinguir em prazo predeterminado, antes de completar 12 (doze) meses de
serviço, terá direito à remuneração relativa ao período incompleto de férias, de
conformidade com o disposto no artigo anterior.
Art. 148 - A remuneração das férias, ainda quando devida após a cessação do
contrato de trabalho, terá natureza salarial, para os efeitos do art. 449.
Súmula nº 171 do TST. FÉRIAS PROPORCIONAIS. CONTRATO DE
TRABALHO. EXTINÇÃO. Salvo na hipótese de dispensa do empregado por justa
causa, a extinção do contrato de trabalho sujeita o empregador ao pagamento da
remuneração das férias proporcionais, ainda que incompleto o período aquisitivo de
12 (doze) meses (art. 147 da CLT).

Súmula nº 261 do TST. FÉRIAS PROPORCIONAIS. PEDIDO DE


DEMISSÃO. CONTRATO VIGENTE HÁ MENOS DE UM ANO. O empregado
que se demite antes de complementar 12 (doze) meses de serviço tem direito a férias
proporcionais.

Súmula nº 14 do TST. CULPA RECÍPROCA. Reconhecida a culpa recíproca


na rescisão do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50%
(cinqüenta por cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias
proporcionais.

Aviso prévio (atualizado pela Lei 12.506/11): integração do período nas férias.
Art. 487, § 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre
a integração desse período no seu tempo de serviço.

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