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FACULDADE DE ROLIM DE MOURA.

CURSO DE DIREITO.

CURSO DE DIREITO DO TRABALHO II.

PROFESSOR JOSÉ ROBERTO COELHO MENDES

JÚNIOR.

Módulo 1. Regulamento do trabalho. Regulamentação geral

do trabalho. Jornada de trabalho: trabalho intermitente, home office, trabalho

extraordinário, trabalho noturno, trabalho insalubre e perigoso, horários de


trabalho, turnos ininterruptos de revezamento, regime compensatório,

banco de horas e intervalos. Repouso intra e interjornadas, Repouso semanal

e em feriados.

Aula 3 – Horários de trabalho, turnos ininterruptos de


revezamento, regime compensatório, banco de horas.

1. Horários de trabalho.

Conceito: jornada de trabalho é o tempo em que o


empregado está à disposição do empregador, realizando atividades ou

aguardando algum chamado.

Jornadas constitucionais (padrão):

a) diária – 8 horas;
b) semanal – 44 horas;

c) mensal – 220 horas.


Conceito: horário de trabalho é a delimitação de tempo

estabelecida em contrato ou em regime extraordinário dentro da jornada

de trabalho.

Empresas e empregados precisam manter uma relação

de trabalho equilibrada. A empresa recebe do trabalhador o trabalho,


através das horas trabalhadas. O empregado recebe da empresa o

salário, através do dinheiro e das utilidades. Se o valor do salário é

medido em horas, nada mais justo que manter um rígido controle da

jornada de trabalho. Esse controle protege ambas as partes.


Partindo dessa questão, as empresas precisam realizar a

marcação de ponto rigorosamente e os empregados precisam marcar e

observar o ponto atentamente. Essa marcação inclui a quantidade de horas

trabalhadas por dia e a quantidade de horas extras realizadas antes ou depois

do expediente. Dependendo da empresa existem ainda outras marcações de


ponto que devem ser feitas, como é o caso de pausas legais durante o horário

de serviço, que veremos em aula futura.

Infelizmente, mais comuns são os casos onde as empresas

não realizam o controle da jornada de trabalho, ou não o fazem corretamente.


Também há situações onde o empregado não faz ou não observa o registro

de forma incorreta, inclusive no contracheque, para verificar se recebeu

corretamente pelo serviço prestado. O resultado é um amontoado de

processos trabalhistas e multas administrativas, que envolvem a má relação


entre empregador e empregado.

O controle de jornada pode ser feito de forma manual,

mecânica ou digital, oferecendo uma métrica das horas trabalhadas, dos

atrasos, da quantidade de horas extras e das horas compensadas.


CLT.

Artigo 74. O horário de trabalho será anotado em

registro de empregados.

§ 2º Para os estabelecimentos com mais de 20 (vinte)

trabalhadores será obrigatória a anotação da hora de entrada e de saída,


em registro manual, mecânico ou eletrônico, conforme instruções

expedidas pela Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia,

permitida a pré-assinalação do período de repouso.

§ 3º Se o trabalho for executado fora do


estabelecimento, o horário dos empregados constará do registro manual,

mecânico ou eletrônico em seu poder, sem prejuízo do que dispõe o

caput deste artigo.

§ 4º Fica permitida a utilização de registro de ponto por

exceção à jornada regular de trabalho, mediante acordo individual


escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho.

Conceito: registro de ponto por exceção à jornada

regular de trabalho é a anotação apenas das horas extras realizadas,


quando o empregado costuma seguir uma jornada raramente variável.

CLT.

Artigo 75. Os infratores dos dispositivos do presente


Capítulo incorrerão na multa de cinquenta a cinco mil cruzeiros, segundo

a natureza da infração, sua extensão e a intenção de quem a praticou,

aplicada em dobro no caso de reincidência e oposição à fiscalização ou

desacato à autoridade.
Essas multas são impostas pelos Auditores-Fiscais da

Secretaria do Trabalho do Ministério da Economia, que atuam nas

Superintendências Regionais do Trabalho e Emprego. A da Zona da Mata de

Rondônia fica em Cacoal.

Vantagem para a empresa: evitar ações trabalhistas,


controlar os custos financeiros e medir a produtividade.

Vantagem para o empregado: evitar ações trabalhistas

e receber corretamente a remuneração.


Jornadas especiais.

Advogado Empregado.

Lei 8.906/1994. Estatuto da Advocacia e a Ordem dos

Advogados do Brasil.

Artigo 20. A jornada de trabalho do advogado

empregado, no exercício da profissão, não poderá exceder à duração

diária de quatro horas contínuas e à de vinte horas semanais, salvo


acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.

Regulamento geral do Estatuto da Advocacia e da OAB.

Artigo 12. Para os fins do Artigo 20 da Lei 8.906/94,

considera-se de dedicação exclusiva o regime de trabalho que for


expressamente previsto em contrato individual de trabalho.

Parágrafo único. Em caso de dedicação exclusiva,

serão remuneradas como extraordinárias as horas trabalhadas que

excederem a jornada normal de oito horas diárias.


§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como

período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do


empregador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em

atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com

transporte, hospedagem e alimentação.

§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada

normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento
sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de

um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como

noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Advogado público ou de empresa pública ou sociedade

de economia mista.

Lei 9.527/1997, altera a Lei 8.112/1990:


Artigo 4º As disposições constantes do Capítulo V,

Título I, da Lei 8.906, de 4 de julho de 1994, não se aplicam à

Administração Pública direta da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios, bem como às autarquias, às fundações instituídas pelo


Poder Público, às empresas públicas e às sociedades de economia mista.

Médico e dentista.

Lei 3.999/1961.

Artigo 8º A duração normal do trabalho, salvo acordo


escrito que não fira de modo algum o disposto no artigo 12, será:
a) para médicos, no mínimo de duas horas e no máximo

de quatro horas diárias;

b) para os auxiliares será de quatro horas diárias.

§ 1º Para cada noventa minutos de trabalho gozará o

médico de um repouso de dez minutos.


§ 2º Aos médicos e auxiliares que contratarem com

mais de um empregador, é vedado o trabalho além de seis horas diárias.

§ 3º Mediante acordo escrito, ou por motivo de força

maior, poderá ser o horário normal acrescido de horas suplementares,


em número não excedente de duas.

§ 4º A remuneração da hora suplementar não será

nunca inferior a 25% (vinte e cinco por cento) à da hora normal.

Artigo 9º O trabalho noturno terá remuneração superior

à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de


20% (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

Quando nos referimos a médicos tratamos de qualquer

especialidade. Já os auxiliares são o auxiliar de laboratorista e o radiologista


e não incluímos os enfermeiros e auxiliares de enfermagem, com

regulamentação própria.

Engenheiro, químico, arquiteto, agrônomo e veterinário.

Lei 4.950-A/1966.

Artigo 3º Para os efeitos desta Lei as atividades ou

tarefas desempenhadas pelos profissionais enumerados no Artigo 1º são

classificadas em:
a) atividades ou tarefas com exigência de 6 (seis) horas

diárias de serviço;

b) atividades ou tarefas com exigência de mais de 6

(seis) horas diárias de serviço.

Parágrafo único. A jornada de trabalho é a fixada no


contrato de trabalho ou determinação legal vigente.

Artigo 6º Para a execução de atividades e tarefas

classificadas na alínea b do Artigo 3º, a fixação do salário-base mínimo

será feito tomando-se por base o custo da hora fixado no Artigo 5º desta
Lei, acrescidas de 25% as horas excedentes das 6 (seis) diárias de

serviços.

Artigo 7º A remuneração do trabalho noturno será feita

na base da remuneração do trabalho diurno, acrescida de 25% (vinte e

cinco por cento).

Digitador, processador de dados e trabalhador de

telemarketing.

a) Trabalho de digitação.

CLT.

Artigo 72. Nos serviços permanentes de mecanografia

(datilografia, escrituração ou cálculo), a cada período de 90 (noventa)


minutos de trabalho consecutivo corresponderá um repouso de 10 (dez)

minutos não deduzidos da duração normal de trabalho.


2. Trabalho de entrada de dados, teleatendimento e

telemarketing.

NR 17.

17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de


dados, deve-se, salvo o disposto em convenções e acordos coletivos de

trabalho, observar o seguinte:

c) o tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não

deve exceder o limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período


de tempo restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras

atividades, observado o disposto no Artigo 468 da Consolidação das Leis

do Trabalho, desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço

visual;

d) nas atividades de entrada de dados deve haver, no


mínimo, uma pausa de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não

deduzidos da jornada normal de trabalho;

ANEXO II – Trabalho em teleatendimento e

telemarketing.
5.3. O tempo de trabalho em efetiva atividade de

teleatendimento/telemarketing é de, no máximo, 06 (seis) horas diárias,

nele incluídas as pausas, sem prejuízo da remuneração.

PROFISSÃO JORNADA MÁXIMA EM OBSERVAÇÕES BASE LEGAL


HORAS
AERONAUTA 11 (tripulação mínima ou Tripulação simples: 10 Artigos 20 a 24 da Lei
simples) (trabalho noturno) 7.183/1984

14 (tripulação composta)
60 semanais e 176
20 (tripulação de mensais, computados os
revezamento)* tempos de voo, de serviço
em terra durante a
viagem, de reserva, de
1/3 do sobreaviso e de
deslocamento como
tripulante extra, para
assumir voo ou retornar à
base após o voo e tempo
de adestramento em
simulador
AEROVIÁRIO DE PISTA 6 diárias Decreto 1.232/1962
AGENTE COMUNITÁRIO 40 semanais Artigo 11, parágrafo único
DE SAÚDE da Lei 11.350/2006
APRENDIZ 6 diárias Pode ser de até 8 diárias, Artigo 432, da CLT
para os que concluíram o
ensino fundamental
AUXILIAR DE 30 semanais Admitido até 16-2-1976 Artigo 16, do Decreto-Lei
LABORATÓRIO 1.445/1976
AUXILIAR E TÉCNICO 30 semanais Lei 3.857/1960
EM ASSUNTOS
CULTURAIS DE MÚSICA
ARTISTA Radiodifusão, fotografia e Artigo 21, da Lei
gravação: 6 diárias/30 6.533/1978
semanais

Cinema, quando em
estúdio: 6 diárias

Teatro, a partir da estreia


do espetáculo: 8 sessões
semanais

Circo e variedades: 6
diárias/36 semanais

Dublagem: 6 diárias/40
semanais

Dividida em 2 turnos,
nenhum maior que 4, com
intervalo de 1 a 2

Nos espetáculos teatrais


e circenses, desde que
sua natureza ou tradição
o exijam, o intervalo
poderá, em benefício do
rendimento artístico, ser
superior a 2

Será computado como


trabalho efetivo o tempo
em que o empregado
estiver à disposição do
empregador, a contar de
sua apresentação no local
de trabalho, inclusive o
período destinado a
ensaios, gravações,
dublagem, fotografias,
caracterização,
preparação do ambiente,
em termos de cenografia,
iluminação e montagem
de equipamento e todo o
que exija a presença do
artista

Para o artista de teatro, 8


diárias, durante o período
de ensaio, com intervalo
de 1 a 2
BANCÁRIO 6 diárias Artigo 224, da CLT
BOMBEIRO CIVIL 12/36, 36 semanais Artigo 5º, da Lei
11.901/2009
CABINEIRO DE 6 diárias Artigo 1º, da Lei
ELEVADOR 3.270/1957
EMPREGADO DE MINAS 6 diárias/36 semanais Artigo 293, da CLT
E SUBSOLOS
ESTAGIÁRIO 4 diárias/20 semanais, Lei 11.788/2008
estudantes de educação
especial e dos anos finais
do ensino fundamental,
na modalidade
profissional de educação
de jovens e adultos

6 diárias/30 semanais,
estudantes do ensino
superior, da educação
profissional de nível
médio e do ensino médio
regular

Nos períodos sem aulas


presenciais, até 40
semanais

Em períodos de
avaliação, reduzida à
metade
FISIOTERAPEUTA E 30 semanais Artigo 1º, da Lei
TERAPEUTA 8.856/1994
OCUPACIONAL
FONOAUDIÓLOGO 30 semanais Artigo 2º, da Lei
7.626/1987
JORNALISTA 5 diárias Aos que, nas empresas Artigos 302 e 303, da CLT
jornalísticas, trabalhem
como jornalistas,
revisores, fotógrafos ou
na ilustração
MÃE SOCIAL** O tempo todo Lei 7.644/1987
MÚSICO 5 diárias Com exceção do intervalo Artigos 41 a 53, da Lei
destinado à refeição (1), 3.857/1960
os demais intervalos
serão computados como
de serviço efetivo

6, nos cabarés, boates,


dancings, taxi-dancings,
salões de danças e
congêneres, onde atuem
2 ou mais conjuntos
7, nos casos de força
maior ou festejos
populares e serviço
reclamado pelo interesse
nacional
OFICIAL E ASSISTENTE 40 semanais Artigo 4º, do Decreto
DE CHANCELARIA 1.565/1995
OPERADOR DE 6 diárias 5 na cabine, 1 para Artigo 234, da CLT
CINEMATÓGRAFO limpeza do aparelho
OPERADOR 6 diárias Artigo 246, da CLT
TELEGRAFISTA
FERROVIÁRIO, NAS
ESTAÇÕES DE
TRÁFEGO INTENSO
RADIALISTA Autoria e locução: 5 Artigo 18, da Lei 6.615/78
diárias

Produção e técnica: 6
diárias

Cenografia e
caracterização: 7 diárias
REPENTISTA 5 diárias Com exceção do intervalo Artigo 4º, da Lei
destinado à refeição (1), 12.198/2010 e artigos 41 a
os demais intervalos 53, da Lei 3.857/1960
serão computados como
de serviço efetivo

6, nos cabarés, boates,


dancings, taxi-dancings,
salões de danças e
congêneres, onde atuem
2 ou mais conjuntos

7, nos casos de força


maior ou festejos
populares e serviço
reclamado pelo interesse
nacional
REVISOR 6 diárias Decreto-Lei 7.858/1945
TÉCNICO EM 25 semanais Área de Jornalismo com Decreto-Lei 972/1969,
COMUNICAÇÃO SOCIAL especialidade em Artigo 9º
redação, revisão e
reportagem
TÉCNICO EM 24 semanais Artigo 30, do Decreto
RADIOLOGIA 92.790/1985
TELEGRAFISTA E 6 diárias/36 horas 7 diárias com horários Artigos 227 e 229, da CLT
TELEFONISTA semanais variáveis

(*) Tripulação é o conjunto de tripulantes que exercem função a bordo de aeronave. Uma tripulação pode ser:
mínima, simples, composta e de revezamento.
Tripulação mínima é a determinada na forma da certificação de tipo de aeronave e a constante do seu manual
de operação, para utilização em voos locais de instrução, de experiência, de vistoria e de traslado.
Tripulação simples é a constituída de uma tripulação mínima acrescida, quando for o caso, dos tripulantes
necessários à realização do voo.
Tripulação composta é a constituída de uma tripulação simples, acrescida de um piloto qualificado em nível
de piloto em comando, um mecânico de voo, quando o equipamento exigir, e o mínimo de 25% do número de
comissários.
Tripulação de revezamento é a constituída de uma tripulação simples, acrescida de mais um piloto qualificado
em nível de piloto em comando, um co-piloto, um mecânico de voo, quando o equipamento assim o exigir, e
de 50% do número de comissários, usada somente em voos internacionais.
(**) Mãe social é a denominação da atividade profissional exercida por mulheres em casas de acolhimento de
menores, onde fazem o papel de mãe dos menores carentes, incluindo o aleitamento. É uma figura atípica
encontrada nas relações de emprego no Brasil: corresponde à prestação de serviços a uma instituição de
assistência social que admite e coloca a mãe social em uma casa, tipo lar, onde terá a incumbência de residir
e cuidar de determinado número de menores abandonados, mediante remuneração reajustável, assegurado
um salário-mínimo, anotação na CTPS, repouso semanal remunerado, férias anuais, 13º salário, FGTS e
previdência social, inclusive em caso de acidente de trabalho.

2. Turnos ininterruptos de revezamento.

CF.
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição social:

XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em

turnos ininterruptos de revezamento, salvo negociação coletiva;

Conceito: turno ininterrupto de revezamento é um

modelo de trabalho que permite que a empresa funcione em tempo

integral, sem pausas.

Características:

A. As equipes cumprem horários que variam entre os


períodos da manhã, tarde e noite, de modo que a operação esteja sempre

ativa.

B. É muito comum em atividades industriais, como linhas de

montagem de máquinas e automóveis. Nesses casos, os empregados se


revezam em turnos das 6 h às 12h, das 12h às 18h, das 18h à 0h e da 0h às

6h, por exemplo.


C. Horas extras são permitidas apenas se houver acordo ou

convenção coletiva, com limite de duas por dia.

D. O mesmo empregado não pode trabalhar por dois turnos

seguidos.

E. Traz um desgaste maior que a jornada convencional


porque cada turno é realizado em um horário diferente, o que dificulta a

adaptação do organismo da pessoa a necessidades básicas como sono e

alimentação.

F. Descanso semanal de 24 horas consecutivas. Para quem


atua em horário comercial, normalmente esse descanso ocorre no fim de

semana. No caso dos turnos ininterruptos, esse período pode cair durante a

semana útil.

CLT.
Art. 67. (….)

Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos

domingos, com exceção quanto aos elencos teatrais, será estabelecida

escala de revezamento, mensalmente organizada e constando de quadro


sujeito à fiscalização.

G. O intervalo intrajornada é de 15 minutos.

H. Adicional noturno.

CLT.

Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou

quinzenal, o trabalho noturno terá remuneração superior à do diurno e,


para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo de 20 % (vinte por

cento), pelo menos, sobre a hora diurna.

Debate/reflexão: esse artigo é constitucional?

STF.

Súmula 213. É devido o adicional de serviço noturno,

ainda que sujeito o empregado ao regime de revezamento.

Debate/reflexão: e se o empregado, em turno ininterrupto,

por meio de negociação coletiva, chega a trabalhar 8 horas por dia, tem direito

a horas extras?

TST.
Súmula 423. TURNO ININTERRUPTO DE

REVEZAMENTO. FIXAÇÃO DE JORNADA DE TRABALHO MEDIANTE

NEGOCIAÇÃO COLETIVA. VALIDADE. Estabelecida jornada superior a

seis horas e limitada a oito horas por meio de regular negociação coletiva,
os empregados submetidos a turnos ininterruptos de revezamento não

têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.

3. Regime compensatório ou compensação de jornada.

CF.

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,

além de outros que visem à melhoria de sua condição social:


XIII – duração do trabalho normal não superior a oito

horas diárias e quarenta e quatro semanais, facultada a compensação de

horários e a redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva

de trabalho;

Conceito: a compensação de jornada ocorre quando um

empregado trabalha algumas horas a mais em um dia e deixa de trabalhar

pela mesma quantidade de tempo em outro, sem que essas horas sejam

consideradas extras.
Exemplo: compensar com horas já trabalhadas a mais uma

segunda-feira que antecede um feriado na terça-feira, uma sexta-feira após

feriado na quinta-feira, feriados como Carnaval, Quarta-Feira de Cinzas etc.

TST.
Súmula 85. COMPENSAÇÃO DE JORNADA.

I. A compensação de jornada de trabalho deve ser

ajustada por acordo individual escrito, acordo coletivo ou convenção

coletiva.
II. O acordo individual para compensação de horas é

válido, salvo se houver norma coletiva em sentido contrário.

III. O mero não atendimento das exigências legais para

a compensação de jornada, inclusive quando encetada mediante acordo


tácito, não implica a repetição do pagamento das horas excedentes à

jornada normal diária, se não dilatada a jornada máxima semanal, sendo

devido apenas o respectivo adicional.


IV. A prestação de horas extras habituais descaracteriza

o acordo de compensação de jornada. Nesta hipótese, as horas que

ultrapassarem a jornada semanal normal deverão ser pagas como horas

extraordinárias e, quanto àquelas destinadas à compensação, deverá ser

pago a mais apenas o adicional por trabalho extraordinário.


V. As disposições contidas nesta súmula não se

aplicam ao regime compensatório na modalidade “banco de horas”, que

somente pode ser instituído por negociação coletiva.

VI. Não é válido acordo de compensação de jornada em


atividade insalubre, ainda que estipulado em norma coletiva, sem a

necessária inspeção prévia e permissão da autoridade competente, na

forma do art. 60 da CLT.

Além disso, existem outras leis que estabelecem regras

mais específicas sobre a aplicação da compensação de horas. Não podem

fazer compensação de horas:


a) cabineiros de elevador – Lei 3.270/1957;

b) telefonistas – artigo 227, da CLT;

c) empregados que exerçam atividade incompatível com a

fixação de horário de trabalho – artigo 62, da CLT.

CLT.
Art. 59. (…)

§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada


estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a

compensação no mesmo mês.


Art. 60. Nas atividades insalubres, assim consideradas

as constantes dos quadros mencionados no capítulo “Da Segurança e

da Medicina do Trabalho”, ou que neles venham a ser incluídas por ato

do Ministro da Economia, quaisquer prorrogações só poderão ser

acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em


matéria de higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão

aos necessários exames locais e à verificação dos métodos e processos

de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de autoridades

sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em


entendimento para tal fim.

Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença

prévia as jornadas de doze horas de trabalho por trinta e seis horas

ininterruptas de descanso.

Exemplo: a empresa pede que os empregados trabalhem

as 4 horas do sábado durante a semana, e o empregado fica dispensado de


trabalhar no sábado.

Debate/reflexão: e quando existe um feriado no sábado,

como fica esse esquema de compensação?

Podem ser pagas as horas não compensadas como extras


ou então essas horas podem ser compensadas em qualquer dia durante o

período de um mês e não somente durante a semana seguinte.

Espécies:
a) semana inglesa – acrescenta algumas horas de trabalho

em alguns dias da semana para descontar em outros dias da mesma semana,

como no exemplo acima, do sábado, que pode ocorrer aumentando 48

minutos de trabalho de segunda a sexta ou uma hora a mais por dia de

segunda a quinta;
b) semana espanhola – o empregado trabalha 48 horas em

uma semana e na semana seguinte trabalha 40 horas.

TST. SDI 1.

OJ 323. ACORDO DE COMPENSAÇÃO DE JORNADA.

“SEMANA ESPANHOLA”. VALIDADE. É válido o sistema de


compensação de horário quando a jornada adotada é a denominada

"semana espanhola", que alterna a prestação de 48 horas em uma

semana e 40 horas em outra, não violando os arts. 59, § 2º, da CLT e 7º,

XIII, da CF/88 o seu ajuste mediante acordo ou convenção coletiva de

trabalho.

4. Banco de horas.
Conceito: banco de horas é uma forma de

compensação de jornada ou regime compensatório rigidamente

controlado, no qual o empregado compensa as horas excedentes com a

correspondente redução da jornada, quando solicitado e vice-versa.


Exemplo: sempre que um trabalhador ficar alguns minutos

a mais no dia, esse tempo vai sendo contabilizado em um sistema de banco

de horas, que soma tanto as horas positivas quanto as negativas, em casos

em que o empregado precise sair mais cedo ou chegar mais tarde.


A principal diferença entre o banco de horas e o regime

compensatório é que o acordo deve ser formalizado em um contrato,

podendo ser individual ou coletivo.

CLT.
Art. 59. (…)

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se,

por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de

horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em


outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à

soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja

ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se,


por força de acordo ou convenção coletiva de trabalho, o excesso de

horas em um dia for compensado pela correspondente diminuição em

outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à


soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja

ultrapassado o limite máximo de dez horas diárias.

§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho

sem que tenha havido a compensação integral da jornada extraordinária,

na forma dos §§ 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito ao

pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor


da remuneração na data da rescisão.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo

poderá ser pactuado por acordo individual escrito, desde que a

compensação ocorra no período máximo de seis meses.

§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada

estabelecido por acordo individual, tácito ou escrito, para a


compensação no mesmo mês.

Art. 59-A. Em exceção ao disposto no art. 59 desta

Consolidação, é facultado às partes, mediante acordo individual escrito,

convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, estabelecer horário


de trabalho de doze horas seguidas por trinta e seis horas ininterruptas

de descanso, observados ou indenizados os intervalos para repouso e

alimentação.

Parágrafo único. A remuneração mensal pactuada pelo

horário previsto no caput deste artigo abrange os pagamentos devidos


pelo descanso semanal remunerado e pelo descanso em feriados, e

serão considerados compensados os feriados e as prorrogações de

trabalho noturno, quando houver, de que tratam o art. 70 e o § 5º do art.

73 desta Consolidação.
Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para

compensação de jornada, inclusive quando estabelecida mediante

acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas

excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração


máxima semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais

não descaracteriza o acordo de compensação de jornada e o banco de

horas.

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