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INTRODUÇÃO
É necessário ter noções de legislação trabalhista e das ferramentas disponíveis para este controle e, de
que forma eles podem e devem ser aplicados para atender às necessidades da empresa. A falta de
qualificação para exercer esta função pode trazer sérios problemas e altos custos à empresa.
Grande parte dos profissionais da área possuem o conhecimento teórico da legislação, porém ao fechar
o ponto, cometem alguns erros ou configuram errado seus sistemas e não identificam as falhas que
podem ocorrer, refletindo diretamente nos custos e na gestão de pessoal.
Identificamos também que alguns colaboradores responsáveis por esta rotina não têm formação na área
e acabam exercendo a função repetindo os processos já existentes na empresa, sem saber se a forma
como são realizados ou calculados estão de acordo com a legislação em vigor, .
Através deste curso queremos disseminar o conhecimento básico nesta rotina tão fundamental na
empresa, de maneira simples e prática.
Serão abordados os principais temas da CLT e as alterções que sofreram com a Reforma Trabalhista
que entrou em vigor em 11.11.2017. Antes desta reforma, os sindicatos podiam negociar com os
empregadores condições específicas, desde que não os pontos alterados não se sobrepusessem à CLT.
Com a aprovação desta, fica definido que os sindicatos poderão negociar pontos sem obedecer À CLT,
tendo força de norma trabalhista.
IMPORTANTE
Este artigo trata das tolerâncias para atrasos e horas extras, e às vezes causam alguma confusão. É
considerada uma tolerância de atraso e hora extra de 5 minutos na marcação de entrada e na marcação
de saída. Deve-se entender que a partir de 05:00min já é computado o atraso ou hora extra. O limite de
10 minutos ao dia, significa que, ao ultrapassar essa tolerância todo atraso é descontado ou toda hora
extra é paga.
Vale ressaltar que em algumas convenções ou acordos trabalhistas essa tolerância pode ser diferente.
Consulte o sindicato de classe.
Este artigo trata do pagamento adicional para as horas extras. Cada sindicato de classe determina em
sua convenção ou em acordos coletivos, os percentuais a serem acrescidos para pagamento de hora
extra. Consulte a convenção ou acordo do sindicato a qual seus funcionários pertencem para
identificação do percentual a ser aplicado
A CLT previa que o mínimo de acréscimo seria de 20% sobre a hora normal. Com a reforma
trabalhista, fica estabelecido que o mínimo a ser pago será de 50% sobre a hora normal.
BANCO DE HORAS
Art. 59 § 2º - Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou
convenção coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela
correspondente diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo
de um ano, à soma das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o
limite máximo de dez horas diárias.
Este artigo trata do banco de horas e compensação de horas. Somente poderão ser utilizados estes
recursos se a convenção ou acordo coletivo do sindicato de classe a que os funcionários estão
representados, permitir. Ao homologar o banco de horas ou compensação no sindicato já fica
estipulado as regras para uso destes recursos. Muitas empresas optam por utilizá-los mesmo não
estando homologados, o que pode trazer problemas administrativos como notificações e multas, em
casos de fiscalizações e processos trabalhistas.
ANTES E DEPOIS DA REFORMA TRABALHISTA: Pela CLT a empresa tinha o prazo máximo
de 1 ano para realizar as compensações de hora, não sofrendo acréscimo das horas trabalhadas, e
previa que a convenção coletiva estipulasse as regras do mesmo. Após a reforma trabalhista, será
possível fazer acordos individuais desde que a compensação ocorra no prazo máximo de 6 meses.
COMPENSAÇÃO DE HORAS
Este artigo trata da compensação de ponte. Quando há uma interrupção de trabalho, por exemplo
emenda de feriado, o funcionário poderá compensar este dia realizando horas extras durante o período
correspondente, sem receber o percentual sobre as horas normais. As compensações deverão estar
documentadas mediante Sindicato ou Ministério do Trabalho.
Por exemplo, funcionário que trabalha 8 horas por dia, com um feriado na terça-feira e a empresa
decida emendar a segunda-feira, poderá compensar o dia não trabalhado realizando 1 hora extra por
dia, durante 8 dias de trabalho.
INTERJORNADA
Este artigo trata do termo Interjornada, onde o funcionário tem direito a 11 horas de descanso entre um
dia de trabalho e outro, ou seja, se a jornada se encerra às 18:00h, ele deve voltar às suas atividades
somente a partir das 05:00h do dia seguinte. Caso não seja cumprida as 11 horas de descanso, a
diferença deverá ser paga como hora extra.
§ 4º - Quando o intervalo para repouso e alimentação, previsto neste artigo, não for
concedido pelo empregador, este ficará obrigado a remunerar o período correspondente
com um acréscimo de no mínimo 50% (cinquenta por cento) sobre o valor da
remuneração da hora normal de trabalho.
Este artigo trata do descanso para refeição. Para cargas horárias de até 6 horas, é concedido o período
de 15 minutos para refeição. Para jornadas acima de 6 horas diárias, o período mínimo para descanso é
de 1 hora e máximo de 2 horas. Caso não seja cumprido este período de repouso, o empregador deve
pagar a hora cheia como hora extra. Algumas categorias de trabalho como: motoristas, cobradores,
telemarketing, escriturários, setores de transporte, possuem algumas particularidades para seus
respectivos horários de descanso, e nestes casos, a convenção ou acordo coletivo de trabalho deve ser
consultado.
ADICIONAL NOTURNO
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior a do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um
acréscimo de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna. (Redação dada
pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
§ 1º A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30
segundos.(Redação dada pelo Decreto-lei nº 9.666, de 1946)
§ 2º Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22
horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Este artigo regulamenta como deve ser tratado o trabalho realizado no período noturno, compreendido
das 22:00h às 05:00h. O trabalho realizado neste período tem sua hora reduzida a 52 minutos e 30
segundos, devendo ser pago um adicional sobre as horas, de no mínimo 20%. Este item também deve
ser consultado nas convenções e acordos coletivos vigentes, pois podem haver regras diferenciadas
para cada sindicato.
É muito importante que fique claro a diferença entre Adicional Noturno e Hora Extra Noturna. O
Adicional Noturno é devido na jornada normal de trabalho noturno, ou seja, para os funcionários cuja
jornada ocorre entre as 22:00h e 05:00h. A hora extra noturna é devida quando da hora extra é
realizada fora do horário normal, no período compreendido entre 22:00h às 05:00h.
CONTROLE DA JORNADA DE TRABALHO
Para empresas que possuem mais de 10 funcionários é obrigatório o controle de marcações da jornada
realizada, seja de forma manual, mecânica ou eletrônica.
Controle Manual através de cartão de ponto: Similar ao livro ponto pode ser
adquirido em qualquer papelaria, a um baixo custo, porém controlado de forma
individual. É viável para empresas com poucos funcionários, com o cuidado de não
haver rasuras, que invalidam as marcações.
Confira os pontos principais que poderão ser negociados com os sindicatos de classe após a Reforma
Trabalhista:
Conforme informado anteriormente, com a Reforma Trabalhista, é possível negociar através dos
sindicatos de classe pontos como: banco de horas, férias, planos de cargos e salários, compensação de
feriados, participação nos lucros, jornada de trabalho, home office, entre outros.
JORNADA DE TRABALHO
Será possível negociar o período da jornada de trabalho entre sindicatos e empregadores. Passa haver a
possibilidade de tornar a jornada flexível, sem exceder o limite de 220 horas mensais. Além disso
poderá ser negociado a compensação de horas dentro de duas semanas. Não integram o tempo da
jornada atividades como descanso, estudo, alimenção, higiene pessoal e troca de uniforme.
HORAS IN INTINERE
Horas in intinere refere-se ao tempo gasto para a locomoção para o posto de trabalho. Não serão mais
consideradas este tempo para integrar a jornada de trabalho, mesmo que o empregador forneça o
transporte.
HOME OFFICE
O trabalho realizado fora do ambiente de tabalho (em casa, por exemplo) passa a ser regulamentado.
No acordo realizado com o sindicato deverá ser previsto todas as atividades a serem exercidas, custos
com equipamentos, remuneração, controle de produtividade, cabendo ao empregador instruir o
empregado sobre as questões de segurança do trabalho.
FÉRIAS
Fica autorizado negociar o período de gozo de ferias, mantendo a quantidade de 30 dias por ano,
podendo ser dividido em até 3 vezes, com o mínimo de 5 dias consecutivos por período. Em pelo
menos 1 dos períodos deve ser de 14 dias corridos. As férias não poderão ter início 2 dias antes de
feriado ou descanso remunerado.
DEMISSÃO
Além das formas já conhecidas de demissão foi criada a Rescisão em Comum Acordo. Quando
ambas as partes optarem por este tipo de rescisão, o empregado poderá sacar 80% do FGTS + metade
da multa de 40%. O aviso prévio será de no mínimo 15 dias e seu respectivo valor. O empregado não
terá direito a sacar o seguro desemprego.
SALÁRIO
Prêmios, Auxílio viagem, abonos e diárias de viagem não constituirão base de cálculo para
remuneração e nem incidir sobre encargos trabalhistas.
TRABALHO TEMPORÁRIO
O contrato de trabalho temporário passa ser de até 120 dias, podendo ser estendido por igual período,
com exceção aos empregados domésticos, assegurando ao trabalhador os mesmos direitos que os
empregados contratados por prazo determinado.
TRABALHO INTERMITENTE
Passa a ser autorizado o contrato de trabalho com prestação não contínua, alternando períodos de
trabalho. O colaborador deverá receber pelas horas, dias ou mês trabalhados, sendo-lhe
assegurado o pagamento de férias, 13º salário e previdência social ao final de cada período
de prestação de serviços. O tempo em que não estiver trabalhando não serão considerados
como tempo de serviço. O empregador deverá avisar com 3 dias de antecedência com o
valor a ser pago, respeitando o salário mínimo e o piso salarial na empresa. Em caso de
descumprimento a parte responsável deverá arcar com 50% do valor acordado no período
contratual.
TRABALHO PARCIAL
Será considerado para este fim, jornadas com 30 horas semanais sem horas extras ou 26
horas semanais limitadas a 6 horas extras no mesmo período, com salário proporcional ao
período trabalhado. Terá direito a até 30 dias de férias, podendo aderir ao pagamento
pecuniário de 1/3 das férias.
CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
TRABALHO INFORMAL
A multa para empresas que não registrarem seus colaboradores aumenta após a reforma.
ME e EPP – Multa de R$ 800,00 por empregado não registrado;
Demais empresas – Multa de R$ 3 mil por empregado não registrado e de R$
6 mil em caso de reincidência;
Multa de R$600,00 por empregado, quando não forem informados os dados
necessários para o seu registro.
NOVA CONTRATAÇÃO
O período mínimo para recontratar um colaborador passa a ser de 18 meses, tendo que
respeitar este prazo mesmo se for como terceirizado.
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Se a rescisão for assinada, não poderá ser questionada judicialmente.