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Direito do Trabalho
Direito do Trabalho
Prof. Luiz Henrique Dutra
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1ª Fase | 38° Exame da OAB
Direito do Trabalho
Olá! Boas-vindas!
Este material foi preparado com muito carinho pelo nosso time
de professores especialistas em aprovação na OAB.
Você vai receber um material exclusivo do Ceisc que foi pen-
sado para otimizar os seus estudos, a partir de uma análise
atenta e um mapeamento completo dos assuntos que mais
caem no Exame de Ordem.
Com carinho,
Equipe Ceisc ♥
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Direito do Trabalho
Direito do Trabalho
Sumário
Princípios.........................................................................................................................................
Aplicação da Norma Jurídica Trabalhista........................................................................................
Prescrição Trabalhista ...................................................................................................................
Relação de Emprego .....................................................................................................................
Relação do Trabalho ......................................................................................................................
Trabalhador Temporário e Terceirização .......................................................................................
Contrato de Trabalho .....................................................................................................................
Jornada de Trabalho .........................................................................................................
Remuneração e Salário .................................................................................................................
Rescisão do Contrato de Trabalho.................................................................................................
Da Força Maior ..............................................................................................................................
Estabilidade ...................................................................................................................................
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço ......................................................................................
Segurança e Medicina do Trabalho ...............................................................................................
Tutelas Especiais do Direito do Trabalho.......................................................................................
Direito Coletivo do Trabalho...........................................................................................................
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Jornada de Trabalho
Jornada
Conforme previsão no art. 58 da CLT, a jornada normal dos empregados é oito horas diárias e 44
horas semanais, sendo possível uma variação de cinco minutos para mais ou para menos no início e no
término da jornada.
Importante!
Súm. no 366 do TST: Não serão descontadas nem computadas como jornada extraordi-
nária as variações de horário do registro de ponto não excedentes de cinco minutos, ob-
servado o limite máximo de dez minutos diários. Se ultrapassado esse limite, será consi-
derada como extra a totalidade do tempo que exceder a jornada normal, pois configurado
tempo à disposição do empregador, não importando as atividades desenvolvidas pelo em-
pregado ao longo do tempo residual (troca de uniforme, lanche, higiene pessoal etc.).
Súm. nº 449 do TST: A partir da vigência da Lei no 10.243, de 19.06.2001, que acrescen-
tou o § 1o ao art. 58 da CLT, não mais prevalece cláusula prevista em convenção ou acordo
coletivo que elastece o limite de 5 minutos que antecedem e sucedem a jornada de traba-
lho para fins de apuração das horas extras.
Depois da reforma trabalhista, conforme previsão do § 2 o do art. 58 da CLT, não conta mais tempo
de serviço o período de deslocamento do empregado da sua casa até a empresa.
Cuidado!
Com a reforma trabalhista, a Súm. no 90 do TST perdeu a sua eficácia.
Tempo a disposição
Conforme previsão do art. 4 o da CLT, conta como tempo de serviço sempre que o empregado estiver
efetivamente trabalhando ou aguardando ordens.
No período em que o empregado fica dentro da empresa, mas realizando atividades particulares e
facultativas, não conta como tempo de serviço. Ex.: estudando, aguardando uma carona para ir para casa,
atividades religiosas.
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Constituição Federal
Art. 7o São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à me-
lhoria de sua condição social:
(...)
XIV – jornada de seis horas para o trabalho realizado em turnos ininterruptos de reveza-
mento, salvo negociação coletiva; (...)
OJ no 275 da SDI-1 do TST: Inexistindo instrumento coletivo fixando jornada diversa, o
empregado horista submetido a turno ininterrupto de revezamento faz jus ao pagamento
das horas extraordinárias laboradas além da 6ª, bem como ao respectivo adicional.
Súm. no 423 do TST: Estabelecida jornada superior a seis horas e limitada a oito horas
por meio de regular negociação coletiva, os empregados submetidos a turnos ininterruptos
de revezamento não têm direito ao pagamento da 7ª e 8ª horas como extras.
OJ no 420 da SDI-1 do TST: É inválido o instrumento normativo que, regularizando situa-
ções pretéritas, estabelece jornada de oito horas para o trabalho em turnos ininterruptos
de revezamento.
Do banco de horas
O banco de horas ocorre por meio de uma negociação, em que o empregado realiza as horas extras
e elas “vão para um banco”. Quando for viável ao empregador, ele “retira” essas horas do banco e dá em
folga ao empregado.
Se o banco for negociado com o empregado, a folga deve ocorrer no prazo de até seis meses; já se
a negociação for com o sindicato, a folga pode ocorrer em até 12 meses.
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Da compensação de jornada
A compensação de jornada difere do banco de horas, pois nela já existe um acordo de quando
ocorrerá a folga, ou seja, o empregado faz horas extras em um dia já sabendo quando ocorrerá a devida
compensação (§ 6o do art. 59 da CLT).
Ex.: o empregado trabalha de segunda a sexta-feira, 8h e 48min., havendo a compensação de não
trabalhar aos sábados.
Cuidado!
Quando ocorrer acordo de compensação nulo, verificar a aplicação do art. 59-B da CLT.
Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclu-
sive quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento
das horas excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima
semanal, sendo devido apenas o respectivo adicional.
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas.
Jornada 12 x 36
O trabalho em turnos de 12 x 36 horas é um dos exemplos de acordo de compensação de jornada
visto anteriormente, em que o empregado trabalha 12 horas em um dia, compensando com um descanso
de 36 horas. Tem previsão específica no art. 59-A da CLT e devem ser observados os seguintes detalhes:
• tem direito a hora noturna, mas não tem direito a prorrogação da hora noturna;
• tem direito a intervalo de uma hora, mas este pode ser indenizado;
• não tem direito ao adicional quando trabalha nos feriados;
• pode ser estipulado por acordo individual.
Cuidado!
Não se aplica mais a Súm. n o 444 do TST e a OJ no 388 da SDI-1 do TST, visto prevalecer o disposto
no art. 59-A da CLT.
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Hora noturna
*Para todos verem: quadro comparativo.
CLT
Art. 73. Salvo nos casos de revezamento semanal ou quinzenal, o trabalho noturno terá
remuneração superior à do diurno e, para esse efeito, sua remuneração terá um acréscimo
de 20 % (vinte por cento), pelo menos, sobre a hora diurna.
§ 1o A hora do trabalho noturno será computada como de 52 minutos e 30 segundos.
§ 2o Considera-se noturno, para os efeitos deste artigo, o trabalho executado entre as 22
horas de um dia e as 5 horas do dia seguinte.
Súm. no 60 do TST
I – O adicional noturno, pago com habitualidade, integra o salário do empregado para to-
dos os efeitos. (ex-Súm. no 60 – RA 105/1974, DJ 24.10.1974)
II – Cumprida integralmente a jornada no período noturno e prorrogada esta, devido é
também o adicional quanto às horas prorrogadas. Exegese do art. 73, § 5o, da CLT. (ex-
OJ no 6 da SBDI-1 – inserida em 25.11.1996)
Lei no 5.889/1973
Art. 7o Para os efeitos desta Lei, considera-se trabalho noturno o executado entre as vinte
e uma horas de um dia e as cinco horas do dia seguinte, na lavoura, e entre as vinte horas
de um dia e as quatro horas do dia seguinte, na atividade pecuária.
Parágrafo único. Todo trabalho noturno será acrescido de 25% (vinte e cinco por cento)
sobre a remuneração normal.
Lei no 8.906/1994
Art. 20. A jornada de trabalho do advogado empregado, no exercício da profissão, não
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poderá exceder a duração diária de quatro horas contínuas e a de vinte horas semanais,
salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.
(...)
§ 3o As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia
seguinte são remuneradas como noturnas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por
cento.
Controle de Jornada
Todas as empresas que possuem mais de 20 empregados em seus estabelecimentos têm a obri-
gação de possuir controle de jornada (§ 2 o do art. 74 da CLT).
É permitida a utilização de registro de ponto por exceção à jornada regular de trabalho, mediante
acordo individual escrito, convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho (§ 4o do art. 74 da CLT).
• trabalhador externo;
• gerentes;
• teletrabalhador.
Sobreaviso e prontidão
Sobreaviso e prontidão estão previstos no art. 244 da CLT e ocorrem quando o empregado fica à
disposição do empregador após a sua jornada de trabalho, conforme esquema a seguir:
Veja o quadro comparativo na página a seguir...
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SOBREAVISO PRONTIDÃO
1/3 do salário hora 2/3 do salário hora
Em casa No trabalho
Máximo 12 horas, com uma hora de intervalo caso a
Máximo 24 horas
empresa não tenha refeitório
Intervalos
Interjornada
Intervalo interjornada é aquele que ocorre entre uma jornada e outra e deve ser de, no mínimo, 11
horas.
CLT
Art. 66. Entre 2 (duas) jornadas de trabalho haverá um período mínimo de 11 (onze) horas
consecutivas para descanso.
OJ no 355 da SDI-1 do TST: O desrespeito ao intervalo mínimo interjornadas previsto no
art. 66 da CLT acarreta, por analogia, os mesmos efeitos previstos no § 4o do art. 71 da
CLT e na Súmula no 110 do TST, devendo-se pagar a integralidade das horas que foram
subtraídas do intervalo, acrescidas do respectivo adicional.
Súm. no 110 do TST: No regime de revezamento, as horas trabalhadas em seguida ao
repouso semanal de 24 horas, com prejuízo do intervalo mínimo de 11 horas consecutivas
para descanso entre jornadas, devem ser remuneradas como extraordinárias, inclusive
com o respectivo adicional.
Intrajornada
O intervalo intrajornada está previsto no art. 71 da CLT e é aquele que ocorre dentro da jornada de
trabalho.
Art. 71. Em qualquer trabalho contínuo, cuja duração exceda de 6 (seis) horas, é obriga-
tória a concessão de um intervalo para repouso ou alimentação, o qual será, no mínimo,
de 1 (uma) hora e, salvo acordo escrito ou contrato coletivo em contrário, não poderá
exceder de 2 (duas) horas.
§ 1o Não excedendo de 6 (seis) horas o trabalho, será, entretanto, obrigatório um intervalo
de 15 (quinze) minutos quando a duração ultrapassar 4 (quatro) horas.
§ 2o Os intervalos de descanso não serão computados na duração do trabalho.
§ 3o O limite mínimo de uma hora para repouso ou refeição poderá ser reduzido por ato
do Ministro do Trabalho, Indústria e Comércio, quando ouvido o Serviço de Alimentação
de Previdência Social, se verificar que o estabelecimento atende integralmente às exigên-
cias concernentes à organização dos refeitórios, e quando os respectivos empregados não
estiverem sob regime de trabalho prorrogado a horas suplementares.
§ 4o A não concessão ou a concessão parcial do intervalo intrajornada mínimo, para
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Cuidado!
A Súm. no 437 do TST não tem mais aplicação, visto que se aplica o disposto no § 4º do art. 71 da
CLT.
DSR
O descanso semanal remunerado (DSR) está previsto no art. 67 da CLT:
Art. 67. Será assegurado a todo empregado um descanso semanal de 24 (vinte e quatro)
horas consecutivas, o qual, salvo motivo de conveniência pública ou necessidade imperi-
osa do serviço, deverá coincidir com o domingo, no todo ou em parte.
Parágrafo único. Nos serviços que exijam trabalho aos domingos, com exceção quanto
aos elencos teatrais, será estabelecida escala de revezamento, mensalmente organizada
e constando de quadro sujeito à fiscalização.
Férias
As férias são os intervalos anuais a que o trabalhador tem direito e estão previstas nos arts. 130 a
146 da CLT, concedidas da seguinte forma:
*Para todos verem: quadro comparativo.
CLT
Art. 134. As férias serão concedidas por ato do empregador, em um só período, nos 12
(doze) meses subsequentes à data em que o empregado tiver adquirido o direito.
§ 1o Desde que haja concordância do empregado, as férias poderão ser usufruídas em até
três períodos, sendo que um deles não poderá ser inferior a quatorze dias corridos e os
demais não poderão ser inferiores a cinco dias corridos, cada um.
§ 2o (Revogado).
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§ 3o É vedado o início das férias no período de dois dias que antecede feriado ou dia de
repouso semanal remunerado.
Art. 135. A concessão das férias será participada, por escrito, ao empregado, com ante-
cedência de, no mínimo, 30 (trinta) dias. Dessa participação o interessado dará recibo.
Art. 136. A época da concessão das férias será a que melhor consulte os interesses do
empregador.
§ 1o Os membros de uma família, que trabalharem no mesmo estabelecimento ou em-
presa, terão direito a gozar férias no mesmo período, se assim o desejarem e se disto não
resultar prejuízo para o serviço.
§ 2o O empregado estudante, menor de 18 (dezoito) anos, terá direito a fazer coincidir
suas férias com as férias escolares.
Art. 137. Sempre que as férias forem concedidas após o prazo de que trata o art. 134, o
empregador pagará em dobro a respectiva remuneração.
(...)
Art. 143. É facultado ao empregado converter 1/3 (um terço) do período de férias a que
tiver direito em abono pecuniário, no valor da remuneração que lhe seria devida nos dias
correspondentes.
§ 1o O abono de férias deverá ser requerido até 15 (quinze) dias antes do término do
período aquisitivo.
§ 2o Tratando-se de férias coletivas, a conversão a que se refere este artigo deverá ser
objeto de acordo coletivo entre o empregador e o sindicato representativo da respectiva
categoria profissional, independendo de requerimento individual a concessão do abono.
§ 3o (Revogado pela Lei no 13.467/2017)
(...)
Art. 145. O pagamento da remuneração das férias e, se for o caso, o do abono referido
no art. 143 serão efetuados até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período.
Parágrafo único. O empregado dará quitação do pagamento, com indicação do início e do
termo das férias.
Intervalos especiais
Mecanógrafo ou digitador: 10 minutos para cada 90 minutos trabalhados (art. 72 da CLT e Súm.
no 346 do TST).
Trabalhador em câmaras frias: 20 minutos a cada 1h45 de trabalho contínuo (art. 253 da CLT e
Súm. no 438 da CLT).
Minas de subsolo: 15 minutos a cada três horas trabalhadas (art. 298 CLT).
Amamentação: dois intervalos de 30 minutos até a criança completar 6 meses de idade (art. 396
da CLT).
Telefonista: 20 minutos de descanso a cada três horas trabalhadas (arts. 227 a 331 da CLT).
Lockout é ilegal e interrompe o contrato de trabalho.
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