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Olá! Boas-Vindas!
Cada material foi preparado com muito carinho para que você
possa absorver da melhor forma possível, conteúdos de qua-
lidade!

Lembre-se: o seu sonho também é o nosso!

Bons estudos! Estamos com você até a sua aprovação!

Com carinho,

Equipe Ceisc. ♥

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Prof. Luiz Henrique Dutra

Sumário

1. Término do Contrato de Trabalho ............................................................................................ 4

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
concursos e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso, recomenda-
se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em agosto de 2023.

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1. Término do Contrato de Trabalho

Prof. Luiz Henrique Dutra


@prof.luiz.henrique

Na aula de hoje resolveremos as questões do Exame XXXI (Atividade de Treino 05 –


questões). Você encontra os enunciados na pasta do Curso Regular em “Arquivos deste Módulo”;
arquivo: E-book “Atividades de Treino | Enunciados e Padrão Resposta”.

1.1 Aviso Prévio


O Contrato de trabalho segue o seu curso normal com o cumprimento das obrigações dele
decorrentes, por parte do empregador e do empregado, com renovação contínua, o que revela
a sua natureza de contrato de execução continuada. Vários motivos podem ocasionar a cessação
das obrigações e a consequente extinção do contrato de trabalho que podem ser atribuídos ao
empregado, ao empregador, a terceiros ou força maior. (CAIRO Jr., 2015, P. 674).

1.1.1 Conceito
É a comunicação que uma parte do contrato de trabalho deve fazer à outra de que pre-
tende rescindir o referido pacto sem justa causa, de acordo com o prazo previsto em lei, sob
pena de pagar indenização substitutiva.

Art. 7º, da CF/88 - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que
visem à melhoria de sua condição social:
XXI - aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo de trinta dias, nos
termos da lei;

Súmula nº 441 do TST - AVISO PRÉVIO. PROPORCIONALIDADE


O direito ao aviso prévio proporcional ao tempo de serviço somente é assegurado nas
rescisões de contrato de trabalho ocorridas a partir da publicação da Lei nº 12.506, em 13
de outubro de 2011.

Trata-se de um instituto típico dos contratos por prazo determinado, porém o TST adotou
no sentido de ser cabível nos contratos por prazo determinado, em caso de rescisão antecipada,
senão vejamos:
Súmula n. 163 do TST. Aviso prévio. Contrato de experiência - Cabe aviso prévio nas
rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na forma do art. 481 da CLT.

Art. 481 da CLT - Aos contratos por prazo determinado, que contiverem cláusula assegu-
ratória do direito recíproco de rescisão antes de expirado o termo ajustado, aplicam-se,

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caso seja exercido tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a rescisão
dos contratos por prazo indeterminado.

Quando o empregado der motivo à rescisão do contrato, o prazo para o aviso prévio será
de 30 dias. Já quando o empregador der motivo, o prazo será de 30 dias mais 3 dias por ano
completo trabalho, ao qual chama-se de aviso prévio proporcional.

Art. 487 da CLT - Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato deverá avisar a outra da sua resolução com a antecedência mínima
de:
I - Oito dias, se o pagamento for efetuado por semana ou tempo inferior.
II - Trinta dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12 (doze)
meses de serviço na empresa.
§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o direito aos
salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida sempre a integração desse período
no seu tempo de serviço.
§ 2º - A falta de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o direito de des-
contar os salários correspondentes ao prazo respectivo.
§ 3º - Em se tratando de salário pago na base de tarefa, o cálculo, para os efeitos dos
parágrafos anteriores, será feito de acordo com a média dos últimos 12 (doze) meses de
serviço.
§ 4º - É devido o aviso prévio na despedida indireta.
§ 5º - O valor das horas extraordinárias habituais integra o aviso prévio indenizado.
§ 6º - O reajustamento salarial coletivo, determinado no curso do aviso prévio, beneficia o
empregado pré-avisado da despedida, mesmo que tenha recebido antecipadamente os
salários correspondentes ao período do aviso, que integra seu tempo de serviço para to-
dos os efeitos legais.

SÚMULA 215 DO STF - Conta-se a favor de empregado readmitido o tempo de serviço


anterior, salvo se houver sido despedido por falta grave ou tiver recebido a indenização
legal.

Súmula nº 305 do TST - FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA


SOBRE O AVISO PRÉVIO.
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à contri-
buição para o FGTS.

Súmula nº 371 do TST - AVISO PRÉVIO INDENIZADO. EFEITOS. SUPERVENIÊNCIA


DE AUXÍLIO-DOENÇA NO CURSO DESTE
A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indeni-
zado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou
seja, salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no
curso do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expi-
rado o benefício previdenciário.

Súmula n. 138 do TST – READMISSÃO


Em caso de readmissão, conta-se a favor do empregado o período de serviço anterior,
encerrado com a saída espontânea.

Súmula n. 348 do TST – AVISO PRÉVIO. CONCESSÃO NA FLUÊNCIA DA GARANTIA


DE EMPREGO. INVALIDADE. É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da ga-
rantia de emprego, ante a incompatibilidade dos dois institutos.

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Súmula n. 14 do TST - CULPA RECÍPROCA. Reconhecida a culpa recíproca na rescisão


do contrato de trabalho (art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por
cento) do valor do aviso prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais

Súmula nº 230 do TST - AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS


HORAS REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO. É ilegal substituir o período que se
reduz da jornada de trabalho, no aviso prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.

Súmula nº 276 do TST - AVISO PRÉVIO. RENÚNCIA PELO EMPREGADO. O direito ao


aviso prévio é irrenunciável pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não
exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador
dos serviços obtido novo emprego.

Art. 490 da CLT - O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento da
remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da indenização que
for devida.

Art. 491 da CLT - O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer
das faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde o direito ao restante
do respectivo prazo.

Súmula nº 73 do TST - DESPEDIDA. JUSTA CAUSA (nova redação).


A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no decurso do prazo do
aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado qualquer direito às verbas resci-
sórias de natureza indenizatória.

Súmula nº 380 do TST - AVISO PRÉVIO. INÍCIO DA CONTAGEM. ART. 132 DO CÓ-
DIGO CIVIL DE 2002. Aplica-se a regra prevista no "caput" do art. 132 do Código Civil de
2002 à contagem do prazo do aviso prévio, excluindo-se o dia do começo e incluindo o do
vencimento.

OJ n. 82 SBDI-1 do TST – AVISO PRÉVIO. INDENIZADO. PRESCRIÇÃO


A prescrição começa a fluir no final da data do término do aviso prévio. Art. 487, § 1º, da
CLT.

OJ n. 83 SBDI-1 do TST – AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS


A data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do aviso
prévio, ainda que indenizado.

OJ n. 14 SBDI-1 do TST – AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. VERBAS RESCISÓ-


RIAS. PRAZO PARA PAGAMENTO. Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo
para pagamento das verbas rescisórias é até o décimo dia da notificação de despedida.

Conforme entendimento adotado pelo TST, o empregado tem direito ao aviso prévio no
caso de cessação das atividades da empresa:

Súmula n. 44 do TST. Aviso prévio - A cessação da atividade da empresa, com o paga-


mento da indenização, simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado
ao aviso prévio.

1.1.2 Redução de Jornada


É possível a redução da jornada do empregado que recebeu aviso prévio da empresa.

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Art. 488 da CLT - O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso,
e se a rescisão tiver sido promovida pelo empregador, será reduzido de 2 (duas) horas
diárias, sem prejuízo do salário integral.
Parágrafo único - É facultado ao empregado trabalhar sem a redução das 2 (duas) horas
diárias previstas neste artigo, caso em que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salá-
rio integral, por 1 (um) dia, na hipótese do inciso l, e por 7 (sete) dias corridos, na hipótese
do inciso II do art. 487 desta Consolidação.

1.1.3 Desistência do Aviso Prévio


Qualquer parte que concedeu o aviso prévio, pode desistir, desde que a outra parte con-
corde.
Art. 489 da CLT - Dado o aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo, à
outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.
Parágrafo único - Caso seja aceita a reconsideração ou continuando a prestação depois
de expirado o prazo, o contrato continuará a vigorar, como se o aviso prévio não tivesse
sido dado.

Em caso de readmissão, conta-se a favor do empregado o período de serviço anterior,


encerrado com a saída espontânea. (Súmula nº 138 do TST).
O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a contri-
buição para o FGTS. (Súmula nº 305 do TST).
É inválida a concessão do aviso prévio na fluência da garantia de emprego, ante a incom-
patibilidade dos dois institutos. (Súmula nº 348 do TST).
A projeção do contrato de trabalho para o futuro, pela concessão do aviso prévio indeni-
zado, tem efeitos limitados às vantagens econômicas obtidas no período de pré-aviso, ou seja,
salários, reflexos e verbas rescisórias. No caso de concessão de auxílio-doença no curso
do aviso prévio, todavia, só se concretizam os efeitos da dispensa depois de expirado o benefício
previdenciário. (Súmula nº 371 do TST).

1.2 Término do Contrato de Trabalho – prazo determinado


São várias as hipóteses de rescisão do contrato com prazo determinado senão vejamos:

1.2.1 Rescisão antecipada pelo empregador


Art. 479 da CLT - Nos contratos que tenham termo estipulado, o empregador que, sem
justa causa, despedir o empregado será obrigado a pagar-lhe, a título de indenização, e
por metade, a remuneração a que teria direito até o termo do contrato.
Parágrafo único - Para a execução do que dispõe o presente artigo, o cálculo da parte
variável ou incerta dos salários será feito de acordo com o prescrito para o cálculo da
indenização referente à rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

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É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver), férias proporcionais, 13ª
salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e multa do art. 479 da CLT.

1.2.2 Rescisão antecipada pelo empregado


Art. 480 da CLT - Havendo termo estipulado, o empregado não se poderá desligar do
contrato, sem justa causa, sob pena de ser obrigado a indenizar o empregador dos
prejuízos que desse fato lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não poderá exceder àquela a que teria direito o empregado
em idênticas condições.

É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional e multa do art. 480 da CLT (se a empresa
comprovar prejuízo com a saída do empregado).

1.2.3 Rescisão em razão do término do contrato de trabalho


Trata-se da extinção natural do contrato de trabalho formado por prazo determinado, na
data pré-acordada. São devidas as seguintes verbas: Saldo de salário, 13º proporcional, férias
vencidas acrescidas de 1/3 (se houver), férias proporcionais acrescidas de 1/3 e liberação do
FGTS (sem a multa de 40%). A rescisão em razão do término do contrato de trabalho não tem
um artigo específico.

1.2.4 Outras formas de rescisão


a) Rescisão antecipada em decorrência de prática de justa causa: Implica na rescisão
imediata do contrato;
b) Rescisão antecipada por justa causa do empregador: O empregador comete falta grave;
c) Rescisão antecipada por culpa recíproca: Ambas as partes são culpadas pela rescisão
do contrato.
d) Rescisão por acordo.

Nessas situações as regras são as mesmas do contrato por prazo indeterminado,


conforme será estudado no seguinte tópico.

1.3 Término do Contrato de Trabalho – prazo indeterminado


O término do contrato de trabalho por prazo indeterminado está condicionado à ocorrência
de umas das diversas causas extintivas previstas no ordenamento jurídico, ao qual citamos:

1.3.1 Sem justa causa

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Como já abordado, no direito do trabalho impera o princípio da continuidade da relação


de emprego. Neste sentido, a modalidade mais comum da extinção do contrato de trabalho é a
demissão sem justa causa, ou seja, quando o término do contrato se dá por iniciativa do
empregador sem um justo motivo. A demissão sem justa causa não possui um artigo em
específico.
É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.

1.3.2 Justa causa


Ocorre quando o empregado comete uma das faltas previstas no artigo 482 da CLT:

Art. 482 da CLT - Constituem justa causa para rescisão do contrato de trabalho pelo
empregador:
a) ato de improbidade;
b) incontinência de conduta ou mau procedimento;
c) negociação habitual por conta própria ou alheia sem permissão do empregador, e
quando constituir ato de concorrência à empresa para a qual trabalha o empregado, ou for
prejudicial ao serviço;
d) condenação criminal do empregado, passada em julgado, caso não tenha havido
suspensão da execução da pena;
e) desídia no desempenho das respectivas funções;
f) embriaguez habitual ou em serviço;
g) violação de segredo da empresa;
h) ato de indisciplina ou de insubordinação;
i) abandono de emprego;
j) ato lesivo da honra ou da boa fama praticado no serviço contra qualquer pessoa, ou
ofensas físicas, nas mesmas condições, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de
outrem;
k) ato lesivo da honra ou da boa fama ou ofensas físicas praticadas contra o empregador
e superiores hierárquicos, salvo em caso de legítima defesa, própria ou de outrem;
l) prática constante de jogos de azar.
m) perda da habilitação ou dos requisitos estabelecidos em lei para o exercício da
profissão, em decorrência de conduta dolosa do empregado.
Parágrafo único - Constitui igualmente justa causa para dispensa de empregado a prática,
devidamente comprovada em inquérito administrativo, de atos atentatórios à segurança
nacional.

É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver).

1.3.3 Pedido de demissão


Ocorre quando o empregado pede a demissão, por vontade própria, ou seja, a iniciativa
do desligamento parte do funcionário e não do empregador. O pedido de demissão não possui
um artigo específico.

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Necessário destacar que o aviso prévio, neste caso, somente será pago se o empregado
o cumprir, trabalhando durante o período. A recusa no cumprimento do aviso, sem que o
empregado tenha encontrado novo emprego, permite que o empregador desconte o valor do
salário do aviso das verbas rescisórias devidas.
É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional e aviso prévio.

1.3.4 Rescisão indireta


Ocorre quando o empregado pede a demissão, mas por culpa do empregador, que
realizou uma das faltas graves prevista no artigo 483 da CLT:
Art. 483 da CLT - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida
indenização quando:
a) forem exigidos serviços superiores às suas forças, defesos por lei, contrários aos bons
costumes, ou alheios ao contrato;
b) for tratado pelo empregador ou por seus superiores hierárquicos com rigor excessivo;
c) correr perigo manifesto de mal considerável;
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
e) praticar o empregador ou seus prepostos, contra ele ou pessoas de sua família, ato
lesivo da honra e boa fama;
f) o empregador ou seus prepostos ofenderem-no fisicamente, salvo em caso de legítima
defesa, própria ou de outrem;
g) o empregador reduzir o seu trabalho, sendo este por peça ou tarefa, de forma a afetar
sensivelmente a importância dos salários.
§ 1º - O empregado poderá suspender a prestação dos serviços ou rescindir o contrato,
quando tiver de desempenhar obrigações legais, incompatíveis com a continuação do
serviço.
§ 2º - No caso de morte do empregador constituído em empresa individual, é facultado ao
empregado rescindir o contrato de trabalho.
§ 3º - Nas hipóteses das letras "d" e "g", poderá o empregado pleitear a rescisão de seu
contrato de trabalho e o pagamento das respectivas indenizações, permanecendo ou não
no serviço até final decisão do processo.

Os mesmos requisitos que configuram justa causa (legalidade, proporcionalidade, imedi-


atidade, non bis in idem), se aplicam para rescisão indireta.
É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.

1.3.5 Culpa recíproca


Ocorre a culpa recíproca sempre que se verifique, simultaneamente, a prática de ato
faltoso grave pelo empregado e pelo empregador, devendo ser pronunciada pela justiça do
trabalho.

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Art. 484 da CLT - Havendo culpa recíproca no ato que determinou a rescisão do contrato
de trabalho, o tribunal de trabalho reduzirá a indenização à que seria devida em caso de
culpa exclusiva do empregador, por metade.

Súmula nº 14 do TST - Reconhecida a culpa recíproca na rescisão do contrato de trabalho


(art. 484 da CLT), o empregado tem direito a 50% (cinquenta por cento) do valor do aviso
prévio, do décimo terceiro salário e das férias proporcionais.

É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
50% das férias proporcionais, 50% do 13ª salário proporcional, 50% da multa dos 40% sobre o
FGTS e 50% aviso prévio.

1.3.6 Acordo de rescisão


É o acordo celebrado entre as partes (empregado e empregador), na intenção de por fim
à relação de emprego. O Art. 484-A da CLT regula tal modalidade de rescisão:
Art. 484-A da CLT - O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado
e empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - Por metade:
a) O aviso prévio, se indenizado; e
b) A indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no §
1º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;
II - Na integralidade, as demais verbas trabalhistas.
§ 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo permite a movimentação da
conta vinculada do trabalhador no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço na forma do
inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por
cento) do valor dos depósitos.
§ 2º A extinção do contrato por acordo prevista no caput deste artigo não autoriza o
ingresso no Programa de Seguro-Desemprego.

É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional, 50% da multa dos 40% sobre o FGTS e 50% aviso
prévio.

1.3.7 Morte do empregado


Ocorre quando a morte do empregado determina a extinção do contrato de trabalho em
decorrência do rompimento do elemento ‘pessoalidade’.
É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional.

1.3.8 Morte do empregador


No caso da extinção da empresa o contrato será, por derradeiro, automaticamente
rescindido. Neste, são devidas as mesmas verbas rescisórias da demissão sem justa causa.

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É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.

1.3.9 Fato do príncipe


Fala-se em factum principis quando a paralisação do serviço for motivada por ato da
autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou resolução que
impossibilite a continuação da atividade.

Art. 486 da CLT - No caso de paralisação temporária ou definitiva do trabalho, motivada


por ato de autoridade municipal, estadual ou federal, ou pela promulgação de lei ou
resolução que impossibilite a continuação da atividade, prevalecerá o pagamento da
indenização, que ficará a cargo do governo responsável.
§ 1º - Sempre que o empregador invocar em sua defesa o preceito do presente artigo, o
tribunal do trabalho competente notificará a pessoa de direito público apontada como
responsável pela paralisação do trabalho, para que, no prazo de 30 (trinta) dias, alegue o
que entender devido, passando a figurar no processo como chamada à autoria.
§ 2º - Sempre que a parte interessada, firmada em documento hábil, invocar defesa
baseada na disposição deste artigo e indicar qual o juiz competente, será ouvida a parte
contrária, para, dentro de 3 (três) dias, falar sobre essa alegação.
§ 3º - Verificada qual a autoridade responsável, a Junta de Conciliação ou Juiz dar-se-á
por incompetente, remetendo os autos ao Juiz Privativo da Fazenda, perante o qual
correrá o feito nos termos previstos no processo comum.

Veja, de acordo com o referido artigo, ocorrendo rescisão do contrato de trabalho por
imposição de autoridade pública, a entidade ficará responsável pelo pagamento das verbas
indenizatórias, que são o aviso prévio e a multa dos 40% do FGTS.
É devido as seguintes verbas rescisórias: Saldo de salário, férias vencidas (se houver),
férias proporcionais, 13ª salário proporcional, multa dos 40% sobre o FGTS e aviso prévio.

1.4 Ato de rescisão do contrato de trabalho


Art. 477 da CLT - Na extinção do contrato de trabalho, o empregador deverá proceder à
anotação na Carteira de Trabalho e Previdência Social, comunicar a dispensa aos órgãos
competentes e realizar o pagamento das verbas rescisórias no prazo e na forma
estabelecidos neste artigo.
§ 1º (Revogado).
§ 2º - O instrumento de rescisão ou recibo de quitação, qualquer que seja a causa ou
forma de dissolução do contrato, deve ter especificada a natureza de cada parcela paga
ao empregado e discriminado o seu valor, sendo válida a quitação, apenas, relativamente
às mesmas parcelas.
§ 3º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)
§ 4º O pagamento a que fizer jus o empregado será efetuado:
I - em dinheiro, depósito bancário ou cheque visado, conforme acordem as partes; ou
II - em dinheiro ou depósito bancário quando o empregado for analfabeto.
§ 5º - Qualquer compensação no pagamento de que trata o parágrafo anterior não poderá
exceder o equivalente a um mês de remuneração do empregado.
§ 6º - A entrega ao empregado de documentos que comprovem a comunicação da
extinção contratual aos órgãos competentes bem como o pagamento dos valores

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constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação deverão ser efetuados até


dez dias contados a partir do término do contrato.
a) (revogado);
b) (revogado).
§ 7º (Revogado).
§ 8º - A inobservância do disposto no § 6º deste artigo sujeitará o infrator à multa de 160
BTN, por trabalhador, bem assim ao pagamento da multa a favor do empregado, em valor
equivalente ao seu salário, devidamente corrigido pelo índice de variação do BTN, salvo
quando, comprovadamente, o trabalhador der causa à mora.
§ 9º (vetado).
§ 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e Previdência Social é
documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e a movimentação da
conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas hipóteses legais, desde
que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido realizada.

Art. 467 da CLT - Em caso de rescisão de contrato de trabalho, havendo controvérsia


sobre o montante das verbas rescisórias, o empregador é obrigado a pagar ao trabalhador,
à data do comparecimento à Justiça do Trabalho, a parte incontroversa dessas verbas,
sob pena de pagá-las acrescidas de cinquenta por cento.

Destaca-se que o art. 477, §8º da CLT também é aplicado em caso de reconhecimento
do vínculo empregatício em juízo, conforme entendimento do TST:

Súmula nº 462 do TST - MULTA DO ART. 477, § 8º, DA CLT. INCIDÊNCIA.


RECONHECIMENTO JUDICIAL DA RELAÇÃO DE EMPREGO
A circunstância de a relação de emprego ter sido reconhecido apenas em juízo não tem o
condão de afastar a incidência da multa prevista no art. 477, §8º, da CLT. A referida multa
não será devida apenas quando, comprovadamente, o empregado der causa à mora no
pagamento das verbas rescisórias.

Ademais, o art. 467 da CLT é aplicado em caso de revelia e confissão.


Súmula nº 69 do TST - RESCISÃO DO CONTRATO
A partir da Lei nº 10.272, de 05.09.2001, havendo rescisão do contrato de trabalho e sendo
revel e confesso quanto à matéria de fato, deve ser o empregador condenado ao
pagamento das verbas rescisórias, não quitadas na primeira audiência, com acréscimo de
50% (cinquenta por cento).

No caso de massa falida, não há de se falar em aplicação do prazo estabelecido nos arts.
467 e 477 da CLT, conforme Súmula n. 388 do TST.

Súmula nº 388 do TST - MASSA FALIDA. ARTS. 467 E 477 DA CLT.


INAPLICABILIDADE.
A Massa Falida não se sujeita à penalidade do art. 467 e nem à multa do § 8º do art. 477,
ambos da CLT.

1.5 Dispensa coletiva


Art. 477-A da CLT - As dispensas imotivadas individuais, plúrimas ou coletivas equiparam-
se para todos os fins, não havendo necessidade de autorização prévia de entidade sindical
ou de celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho para sua
efetivação.

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1.6. PDV – Plano de Demissão Voluntária

Art. 477-B da CLT - Plano de Demissão Voluntária ou Incentivada, para dispensa


individual, plúrima ou coletiva, previsto em convenção coletiva ou acordo coletivo de
trabalho, enseja quitação plena e irrevogável dos direitos decorrentes da relação
empregatícia, salvo disposição em contrário estipulada entre as partes.

Atenção!

Não se aplicam mais as OJ’s 270 e 356 da SBDI I.

Legislação ou artigos destaques do conteúdo:

• Aviso prévio: Art. 7º, XXI da CF; S. 14, 44, 73, 138, 163, 230, 276, 305, 348, 371,
380, 441, 481 do TST; Art. 487 ao 491 da CLT; S. 215 do STF; OJ 14, 82, 83
SBDI-1 do TST;
• Término do contrato de trabalho: Art. 479, 480, 482, 483, 484, 484-A e 486 da
CLT; S. 14 do TST;
• Rescisão do contrato de trabalho: Art. 467, 477, 477-A, 477-B da CLT; S. 69, 388,
462 do TST;

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