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ESTUDO AVISO PRÉVIO

1. Conceito: “comunicação da rescisão do contrato de trabalho pela parte que


decide extingui-lo, com a antecedência a que estiver obrigada e com o dever de
manter o contrato após essa comunicação até o decurso do prazo nela
previsto, sob pena de pagamento de uma quantia substitutiva, no caso de
ruptura do contrato”.

2. O Aviso-prévio possui três funções: “Efetivamente, a natureza jurídica do pré-


aviso, no ramo justrabalhista, é tridimensional, uma vez que ele cumpre as três
citadas funções:
a) declaração de vontade resilitória, com sua comunicação à parte contrária;
b) prazo para a efetiva terminação do vínculo, que se integra ao contrato para
todos os fins legais;
c) pagamento do respectivo período de aviso, seja através do trabalho e
correspondente retribuição salarial, seja através de sua indenização.”

3. Natureza do aviso-prévio:

a) Trabalhado: possui natureza salarial por decorrer do pagamento da


contraprestação do empregado;
b) Indenizado: como não há contraprestação através do serviço, o pagamento
possui natureza indenizatória.
a. O fato de ser indenizado não retira do aviso as suas duas outras
características, quais sejam: comunicação e prazo.
b. O aviso prévio indenizado integra o prazo no contrato de trabalho para
todos os efeitos.
c. Art. 487, §1º da CLT, OJ 82 e Súmula 305 do TST.
4. Cabimento:

a) Contratos por prazo indeterminado: o aviso-prévio é instituo aplicável aos


contratos por prazo indeterminado
b) Contratos de duração determinada: em regra, não se aplica nos contratos a
termo. Nesses casos aplicam-se a indenização do art. 479 e 480 da CLT. A
exceção fica a cargo quando há cláusula assecuratória do direito recíproco de
antecipação do término contratual. A cláusula ao ser acionada por qualquer das
partes, a terminação do contrato passa a ter as regras do contrato por prazo
indeterminado (art. 487).

Ao empregador aplica-se o aviso prévio:

a) na dispensa do obreiro, sem justa causa;


b) na dispensa do empregado, em face da extinção da empresa ou
estabelecimento;
c) resolução contratual por infração do empregador – o empregador pagará o AP.

Aplica-se o aviso prévio

d) nos pedidos de demissão (resilição pelo empregado), tanto no contrato por


prazo determinado quanto para o indeterminado.
a. Aqui a ressalva pertinente diz respeito à proporcionalidade do aviso (Lei
n. 12.506/2011) — que se entende não caber nos pedidos de demissão
pelo empregado.

5. Tipo de aviso:

a) Indenizado:
a. Em vez de valer-se do trabalho do empregado pelas semanas
contratuais restantes, o empregador prefere suprimir, de imediato, a
prestação laborativa, indenizando o respectivo período de 30 dias (art.
487, § 1º, CLT).
b. Trata-se do meio mais comum de dação de aviso-prévio, uma vez que
evita os desgastes de relacionamento que podem ocorrer após a
comunicação empresarial sobre a ruptura do contrato.
c. Naturalmente, caso haja parcela proporcional do aviso (Lei n. 12.506,
publicada em 13.10.2011), será também paga em dinheiro.

b) Trabalhado:
a. Dispensa promovida pelo empregador:
i. com redução diária de duas horas, sem prejuízo da integralidade
do salário (caput do art. 488, CLT);
ii. suspensão de qualquer trabalho nos últimos 7 dias de pré-aviso.

OBS 1: O aviso trabalhado restringe-se aos 30 dias, não


abrangendo a proporcionalidade fixada pela recente Lei n.
12.506/2011. A parcela proporcional, se devida pelo
empregador, tem de ser paga em pecúnia.

OBS 2: Aviso prévio cumprido em casa.

OJ - 14. AVISO PRÉVIO CUMPRIDO EM CASA. VERBAS


RESCISÓRIAS. PRAZO PARA PAGAMENTO. (título alterado e
inserido dispositivo) - Res. 129/2005, DJ 20, 22 e 25.04.2005
Em caso de aviso prévio cumprido em casa, o prazo para
pagamento das verbas rescisórias é até o décimo dia da
notificação de despedida.

b. Pedido de demissão (resilição empregado)


i. O empregado deverá comunicar a rescisão e trabalhar.
ii. Caso não conceda o aviso ou não trabalhe, a falta de aviso prévio
por parte do empregado dá ao empregador o direito de
descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo. (CLT,
art. 487, § 2º)
iii. a obrigação obreira a ser ressarcida restringe-se a 30 dias ; já a
obrigação empresarial pode ser maior, caso incida a proporcionalidade
instituída pela Lei n. 12.506/2011.
6. Proporcionalidade do aviso prévio

“A Lei n. 12.506/2011 é clara em considerar a proporcionalidade uma vantagem estendida aos


empregados (caput do art. 1º do diploma legal), sem a bilateralidade que caracteriza o
instituto original, fixado em 30 dias desde 5.10.1988.”

Ou seja, o empregador não tem vantagem da proporcionalidade.

7. Súmulas sobre aviso prévio

Súmula nº 44 do TST
AVISO PRÉVIO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
A cessação da atividade da empresa, com o pagamento da indenização,
simples ou em dobro, não exclui, por si só, o direito do empregado ao aviso
prévio.

Súmula nº 163 do TST


AVISO PRÉVIO. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA (mantida) - Res.
121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
Cabe aviso prévio nas rescisões antecipadas dos contratos de experiência, na
forma do art. 481 da CLT (ex-Prejulgado nº 42).

Súmula nº 182 do TST


AVISO PRÉVIO. INDENIZAÇÃO COMPENSATÓRIA. LEI Nº 6.708, DE
30.10.1979 (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O tempo do aviso prévio, mesmo indenizado, conta-se para efeito da
indenização adicional prevista no art. 9º da Lei nº 6.708, de 30.10.1979.
Art. 9º O empregado dispensado, sem justa causa, no período de 30
(trinta) dias que antecede a data de sua correção salarial, terá direito à
indenização adicional equivalente a um salário mensal, seja ele, ou não,
optante pelo Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Súmula nº 230 do TST


AVISO PRÉVIO. SUBSTITUIÇÃO PELO PAGAMENTO DAS HORAS
REDUZIDAS DA JORNADA DE TRABALHO (mantida) - Res. 121/2003,
DJ 19, 20 e 21.11.2003
É ilegal substituir o período que se reduz da jornada de trabalho, no aviso
prévio, pelo pagamento das horas correspondentes.

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