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15/02/2021 UNIP - Universidade Paulista : DisciplinaOnline - Sistemas de conteúdo online para Alunos.

Módulo 8 - Fundo de Garantia por tempo de Serviço; Aviso Prévio

DO FUNDO DE GARANTIA POR TEMPO DE SERVIÇO

O FGTS foi criado como um sistema opcional pela Lei 5.107/66, tornando-se sistema
único apenas com o advento da CF/88. Atualmente, a Lei8.036/90 que regula o
sistema.

O FGTS, nos dizeres de Sérgio Pinto Martins, é “um depósito bancário, vinculado,
compulsório, realizado pelo empregador em favor do trabalhador, visando
formar uma espécie de poupança para este, que poderá ser sacada nas
hipóteses previstas em lei.”

O sistema do FGTS é regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho


Curador, composto por representantes dos trabalhadores e dos empregadores,
indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados
pelo Ministro do Trabalho, bem como por entidades governamentais, sendo presidido,
sempre, por membro representante do Ministério do Trabalho.

Cada membro tem mandato de 02 anos, podendo ser reconduzido uma única vez.

O Conselho Curador deve se reunir, ordinariamente, uma vez a cada bimestre e


todas as decisões são tomadas com a presença da maioria simples de seus
membros.

Em conformidade com o art. 15 da Lei do FGTS, é obrigação de todos os


empregadores, depositar, até o dia sete de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8% da remuneração paga ou devida no mês anterior,
incluindo-se aí todas as parcelas de natureza salarial.

Os empregadores ainda estão obrigados a comunicar os empregados mensalmente


dos valores recolhidos a este título e repassar todas as informações referentes às
duas contas vinculadas.

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Além dos 8% recolhidos, a LC 110/01, em seu art. 2º, instituiu um percentual de


0,5% sobre a remuneração devida no mês anterior, a titulo de contribuição social,
que deverá ser repassada à União. Este percentual deve ser recolhido pelo prazo de
sessenta meses, a contar de sua exigibilidade, ou seja, da própria publicação da lei.

Uma vez descumprido o prazo para depósito colocado pela Lei, o empregador arcará
com a incidência de TR (Taxa Referencial) sobre a importância correspondente, bem
como juros de mora de 0,5% ao mês e multa, que deverá se destinar não ao
empregado. Mas ao sistema público do FGTS. (art. 22).

As principais hipóteses de saque do FGTS estão elencadas no art. 20 da Lei 8036/90,


devendo se destacar:

- despedida sem justa causa, culpa recíproca, dispensa de comum acordo e rescisão
indireta do contrato;

- extinção total ou parcial da empresa ou falecimento do empregador, quando


empresa individual ou pessoa física;

- aposentadoria;

- falecimento do trabalhador;

- pagamento de prestações decorrentes de financiamento de casa própria;

- quando o trabalhador estiver há três anos corridos fora do regime do FGTS,


hipótese em que pode efetuar o saque a partir do mês do aniversario do titular da
conta;

- extinção do contrato a termo, inclusive de temporários;

- por neoplasia maligna (câncer) do trabalhador ou dependentes;

- quando trabalhador ou dependentes forem portadores do HIV, ou em estágio


terminal de doença;

- por necessidade pessoal, com urgência e gravidade decorrentes de desastre


natural, observadas as condições impostas pela lei.

Recente alteração legislativa inlcuiu nova hipótese de levantamento do FGTS: trata-


se do saque aniversário, instituído pela Medida Provisória n° 889/2019. Esse saque
será relativo a um percentual relativo ao saldo da conta do FGTS.

AVISO PRÉVIO

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O aviso prévio não é instituo exclusivo do Direito do Trabalho, existindo também no


Direito Civil, nos contratos de prestação de serviços autônomos, celebrados por prazo
indeterminados, em que a vontade de rescindir o pacto por qualquer das partes,
obriga a esta pré-avisar a outra de sua intenção, nos termos do art. 599, do CC, bem
como nos termos do art. 34, da Lei 4886/65 (Lei da Representação Comercial).

O aviso prévio pode ser conceituado como a comunicação prévia que uma das
partes do contrato faz à outra da sua intenção de findar o pacto, estabelecendo,
assim, o termo final da relação jurídica existente.

Basicamente, o aviso prévio apresenta as seguintes características:

declaração de vontade unilateral;


cabível somente nos contratos por prazo determinado;
cabível somente nas modalidades de dispensa injustificada
período mínimo de concessão de 30 dias

Quando concedido pelo empregador, tem como objetivo possibilitar ao empregado


um tempo para que possa procurar novo trabalho; quando concedido pelo
empregado, tem como objetivo dar ao empregador um tempo para que este
encontre novo funcionário.

O aviso prévio está previsto na Constituição Federal, em seu art. 7º, inciso XXI, e na
CLT, nos arts 487 a 491.

Art. 7º, inciso XXI – aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, sendo no mínimo
de trinta dias, nos termos da lei;

Art. 487. Não havendo prazo estipulado, a parte que, sem justo motivo, quiser
rescindir o contrato, deverá avisar a outra da sua resolução com antecedência
mínima de:

I - ; (REVOGADO)

II – 30 dias aos que perceberem por quinzena ou mês, ou que tenham mais de 12
meses de serviço na empresa.

Na verdade, o aviso prévio é um direito daquele que recebe a comunicação de ter


ciência da vontade da outra parte do contrato, um dever da parte que deseja

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terminar o pacto, é uma declaração de vontade unilateral e lapso de tempo que


antecede, justamente, o fim do contrato propriamente dito.

A CF, em seu art. 7º, inciso XXI, diz ser direito dos trabalhadores a concessão de
aviso prévio proporcional ao tempo de serviço, pelo prazo mínimo de 30 dias.
Algumas conseqüências decorrem desta norma.

A primeira delas é que o inciso I, do art. 487 da CLT fica automaticamente revogado
pela redação do artigo da Lei Maior, já que esta é lei mais nova e hierarquicamente
superior.

A segunda é que a determinação de que o aviso prévio deve ser concedido pelo
tempo proporcional ao serviço prestado não tem eficácia, já que não é auto-
executável e, assim, precisaria de lei inferior que a regulamentasse.

Em outubro de 2011 foi sancionada a Lei 12.506, regulamentando o aviso prévio


proporcional ao tempo de serviço: aos 30 dias previstos na CLT devem ser
acrescentados mais três dias para cada ano de trabalho.

O aviso prévio adicional é pago pela empresa ao trabalhador demitido sem justa
causa. Ele não se aplica ao pedido de demissão.

Mesmo indenizado, esse acréscimo de três dias/ano conta como tempo de serviço
para todos os efeitos.

O aviso prévio proporcional previsto na Lei 12.506 é de três dias para cada ano de
trabalho, limitado a sessenta dias (noventa dias, quando somado aos 30 dias de
aviso prévio). O direito é adquirido quando o trabalhador completa um ano de casa,
que passa a ter direito a um aviso prévio de 33 dias, e assim por diante, até o limite
de 90 dias.

O prazo de aviso prévio, sendo de direito material, conta-se nos moldes colocados
pelo art. 132, do CC: excluindo-se o dia do começo e incluindo-se o do final.

O aviso prévio é um dever daquele que deseja rescindir o contrato de trabalho, seja
esta parte o empregado ou o empregador, sendo cabível, portanto, somente nos
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contratos por prazo indeterminado, nas dispensas injustificadas, nas rescisões


indiretas de contratos e no fechamento de estabelecimento empresarial (Súmula 44,
TST).

Sumula 44, TST – A cessação da atividade da empresa, com o


pagamento da indenização, simples ou em dobro, não exclui,
por si só, o direito do empregado ao aviso prévio.

No caso dos contratos à prazo, o aviso prévio somente é cabível quando há rescisão
antecipada do mesmo, enquadrando-se este caso na hipótese descrita pelo art. 481
da CLT.

Art. 481. Aos contratos por prazo determinado, que contiverem


cláusula assecuratória do direito recíproco de rescisão antes
de expirado o termo ajustado, aplicam-se, caso seja exercido
tal direito por qualquer das partes, os princípios que regem a
rescisão dos contratos por prazo indeterminado.

Tendo em vista os objetivos de instituto, a lei proporcionou aos empregados a opção


de, uma vez em período de aviso prévio, escolher entre a redução de duas horas por
dia de trabalho ou a redução de 07 dias corridos, sem prejuízo do salário integral
(art. 488 e parágrafo único, da CLT)

Art. 488. O horário normal de trabalho do empregado, durante


o prazo do aviso, e se a rescisão tiver sido promovida pelo
empregador, será reduzido de 2 horas diárias, sem prejuízo do
salário integral.

Parágrafo Único. É facultado ao empregado trabalhar sem a


redução de duas horas diárias previstas neste artigo, caso em
que poderá faltar ao serviço, sem prejuízo do salário integral,
por um dia, na hipótese do inciso I, e por sete dias corridos, na
hipótese do inciso II do art. 487 desta Consolidação.

A falta de concessão de aviso prévio por parte do empregado dá ao empregador o


direito de descontar os salários correspondentes ao prazo não cumprido, o que pode
ser feito, inclusive, quando da quitação das verbas rescisórias. (art. 487, §2º, da
CLT)

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Art. 487, §2º. A falta de aviso prévio por parte do empregado, dá ao empregador
direito de descontar os salários correspondentes ao prazo respectivo.

A falta de concessão por parte do empregador, dá ao empregado o direito de receber


pelo período respectivo, mesmo sem ter trabalhado, além de garantir a integração do
tempo de aviso prévio ao de serviço, chamando a doutrina esta modalidade de
AVISO PRÉVIO INDENIZADO.

Art. 487, §1º. A falta de aviso prévio por parte do empregador dá ao empregado o
direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantido sempre a
integração desse período no tempo de serviço.

O aviso prévio é direito irrenunciável por parte do trabalhador, e só tem validade


quando o mesmo comprovadamente arrumou outro serviço, caso em que deixa de
receber pelos dias, mesmo que de forma indenizada. (Sumula 276, TST).

Sumula 276 – O direito ao aviso prévio é irrenunciável pelo empregado, O pedido de


dispensa do cumprimento não exime o empregador de pagar o respectivo valor, salvo
comprovação de haver o prestador de serviços obtido novo emprego.

Quanto à pratica da justa causa no decorrer do aviso prévio, caso seja ela praticada
pelo empregado, com exceção do abandono de emprego, em que o empregado
comprove já estar trabalhando em outro lugar, perde ele o direito ao cumprimento e
ao recebimento do restante do período de aviso prévio, bem como de todas as
verbas indenizatórias, recebendo apenas, aquelas inerentes à dispensa justificada.

Art. 491. O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das
faltas consideradas pela lei como justas para a rescisão, perde direito ao restante do
respectivo prazo.

Sumula 73 – A ocorrência de justa causa, salvo a de abandono de emprego, no


decurso do prazo do aviso prévio dado pelo empregador, retira do empregado
qualquer direito às verbas rescisórias de natureza indenizatória.

De outra mão, se a justa causa é praticada pelo empregador, o empregado está


dispensado do cumprimento do restante do período de aviso prévio, sem prejuízo da
integralidade do salário e da integração do tempo total no tempo de serviço.

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Art. 490. O empregador que, durante o prazo do aviso prévio dado ao empregado,
praticar ato que justifique a rescisão imediata do contrato, sujeita-se ao pagamento
da remuneração correspondente ao prazo do referido aviso, sem prejuízo da
indenização que for devida.

Por fim, é possível à qualquer das partes reconsiderar o aviso prévio concedido,
dependendo, porém, a continuação do contrato, do aceite, expresso ou tácito da
parte contrária.(art. 489, CLT)

Art. 489. Dado aviso prévio, a rescisão torna-se efetiva depois de expirado o
respectivo prazo, mas, se a parte notificante reconsiderar o ato, antes de seu termo,
à outra parte é facultado aceitar ou não a reconsideração.

PRAZO PARA PAGAMENTO DAS VERBAS RESCISÓRIAS

Ao término do contrato de trabalho, o empregador possui um prazo para efetuar o


pagamento das verbas rescisórias que forem devidas ao trabalhador regido pela
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), sob pena de pagar uma multa em favor do
empregado, equivalente ao seu último salário (art. 477, § 8º, da CLT), caso
extrapole esse período.

Antes da Reforma Trabalhista, havia 2 (dois) prazos diferentes previstos nas alíneas
a e b do § 6º, do artigo 477, da CLT, que variavam de acordo com a modalidade do
aviso prévio, os quais eram os seguintes:

- Aviso prévio trabalhado: até o primeiro dia útil imediato ao término do contrato;

- Aviso prévio indenizado: até o décimo dia, contado da data da notificação da


demissão.

Com a Lei nº 13.467/2017 (Lei da Reforma Trabalhista) esses prazos foram


unificados para até 10 (dez) dias contados a partir do término do contrato de
trabalho, vejamos:

Art. 477. da CLT: (...) § 6º A entrega ao empregado de documentos que comprovem


a comunicação da extinção contratual aos órgãos competentes bem como o
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pagamento dos valores constantes do instrumento de rescisão ou recibo de quitação


deverão ser efetuados até dez dias contados a partir do término do contrato.
(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Assim, uma vez que quando o empregado for demitido, ou pedir demissão, mas
trabalhar até o último dia do aviso prévio, terá o direito de receber suas verbas
rescisórias até 10 (dez) dias após o término do contrato.

No entanto, perceber-se o surgimento de uma dúvida quando se tratar do aviso


prévio indenizado. Isto porque quando se trata desta modalidade de aviso prévio, o
término do contrato de trabalho não coincide com o último dia de trabalho, pois
segundo o § 1º do art. 487, da CLT, o período do aviso prévio integra o contrato de
trabalho, contabilizando-se no tempo de serviço, senão vejamos:

Art. 487 da CLT: (...)§ 1º - A falta do aviso prévio por parte do empregador dá ao
empregado o direito aos salários correspondentes ao prazo do aviso, garantida
sempre a integração desse período no seu tempo de serviço.

Isto significa que quando um empregado for demitido imediatamente sem qualquer
aviso, o seu contrato de trabalho irá se projetar no tempo pelo período que duraria o
aviso prévio do qual tem direito, ou seja, por exemplo, se um empregado, com
menos de um ano de serviço e, portanto, com direito a 30 (trinta) dias de aviso
prévio, for demitido sem justa causa no dia 01/06/2018, com o aviso indenizado,
terá seu contrato de trabalho projetado para até o dia 01/07/2018, mesmo sem ter
efetivamente trabalhado.

Inclusive, neste caso, a data que deve ser constada na Carteira de Trabalho e
Previdência Social (CTPS) é a do último dia da projeção do aviso prévio indenizado,
conforme entende o Tribunal Superior do Trabalho (TST), observe-se:

OJ 82. da SDI-1 do TST: AVISO PRÉVIO. BAIXA NA CTPS (inserida em 28.04.1997) A


data de saída a ser anotada na CTPS deve corresponder à do término do prazo do
aviso prévio, ainda que indenizado.

Outrossim, esse período gera reflexos em verbas trabalhistas pelo período acrescido
como, por exemplo, nas férias e 13º salário proporcionais e no FGTS, que devem ser
pagos com a quitação da rescisão, conforme entendimento jurisprudencial do TST:

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OJ 367. da SDI-1 do TST: AVISO PRÉVIO DE 60 DIAS. ELASTECIMENTO POR NORMA


COLETIVA. PROJEÇÃO. REFLEXOS NAS PARCELAS TRABALHISTAS. (DEJT divulgado
em 03, 04 e 05.12.2008) O prazo de aviso prévio de 60 dias, concedido por meio de
norma coletiva que silencia sobre alcance de seus efeitos jurídicos, computa-se
integralmente como tempo de serviço, nos termos do § 1º do art. 487 da CLT,
repercutindo nas verbas rescisórias.

Vale salientar que o aviso prévio não é de apenas 30 (trinta) dias, mas sim é
proporcional ao tempo de serviço, conforme dita a Lei nº 12.506/2011, de modo que
o empregado tem assegurado o mínimo de 30 (trinta) dias, acrescentando-se 3
(três) dias por cada ano de serviço prestado na mesma empresa, até o máximo de
60 (sessenta) dias, perfazendo um total de até 90 (noventa) dias.

Assim, por exemplo, um empregado que tenha vinte anos de serviço terá direito a
noventa dias de aviso prévio, caso seja demitido sem justa causa.

É nesse cenário que surge a indagação: a partir de qual data se inicia o prazo de dez
dias para o pagamento das verbas rescisórias, quando o aviso prévio for indenizado?

A resposta ainda não é definitiva, já que não há até agora jurisprudência


consolidada, mas parece-nos que pelo fato da nova legislação se referir ao prazo de
dez dias contados a partir do término do contrato, em uma análise estritamente
técnico-jurídica, deve-se considerar a data final do aviso prévio projetado, a partir do
qual se iniciará o prazo para o pagamento das verbas rescisórias, e não a data do
último dia de efetivo trabalho.

Isto porque, na redação anterior, o dispositivo do Texto Consolidado, ao se referir ao


aviso prévio indenizado, mencionava que o prazo seria contado da data da
"notificação da demissão" e não do término do contrato, reforçando a ideia de que o
término do contrato, nestes casos do aviso indenizado, é diferenciada, por ser a data
do último dia da projeção do aviso.

Nesse sentido, por exemplo, um empregado com vinte anos de serviço que for
demitido sem justa causa, poderá receber suas verbas rescisórias em até 100 (cem)
dias, sendo noventa dias de aviso prévio, mais dez dias do prazo do art. 477, § 6º,
da CLT.

Doutra banda, há quem defenda que tal prazo deve ser contado a partir do término
fático e efetivo do contrato, independentemente da projeção do aviso prévio

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indenizado, seguindo-se, pois, uma interpretação de que a intenção legal seria a de


estabelecer um prazo único de dez dias contados da data do término efetivo do
contrato de trabalho.

Segundo essa corrente, com o novo regramento, fixou-se em 10 (dez) dias o prazo
para a realização da quitação, tendo como marco temporal a cessação da prestação
da atividade. Em termos mais precisos: extinto o contrato de trabalho, dispensado o
empregado do cumprimento do período relativo ao aviso prévio, deve o pagamento
ser levado a efeito no prazo de 10 dias corridos. Em sendo o aviso prévio cumprido,
tão logo ultimado o seu curso, inicia-se a fluência dos 10 dias para a quitação das
verbas rescisórias.

Decerto, a mora no pagamento dos haveres decorrentes da rescisão do contrato de


trabalho sujeita o empregador ao pagamento da multa a que faz alusão o parágrafo
8° do artigo 477 da CLT, considerando como base o último salário percebido pelo
então empregado.

Sucede que, além da quitação das verbas rescisórias, sabe-se que a rescisão do
contrato de trabalho traduz-se em ato complexo, impondo não somente o
cumprimento a tempo e modo das obrigações de dar (pagamento), como também
das obrigações de fazer (entrega das guias TRCT e CD/SD, a depender da
modalidade rescisória). Por consequência, surge a dúvida acerca da hipótese fática
de incidência da penalidade inserta no parágrafo 8o do artigo 477 da CLT.

A boa hermenêutica prega que as regras restritivas de direito ou aquelas que


imputam penalidades não comportam interpretação extensiva. Por óbvio, a mesma
ratio se empresta ao artigo 477, parágrafo 8°, da CLT, na medida em que encerra
norma que imputa ao empregador uma penalidade, mas cuja sistemática
interpretativa remete às obrigações fixadas no atual parágrafo 6º, com a redação
atribuída pela Lei n. 13.467/2017.

Diz a primeira parte do novo regramento: “[…] a entrega ao empregado de


documentos que comprovem a comunicação da extinção contratual aos órgãos
competentes bem como o pagamento dos valores constantes do instrumento de
rescisão ou recibo de quitação […]”. O parágrafo 8º do referido artigo celetário, por
sua vez, vaticina que o não cumprimento das obrigações a que faz referência o
correspondente parágrafo 6o sujeita o empregador ao pagamento da multa
respectiva. De maneira que, seja pela mora no cumprimento das obrigações de fazer,
seja pela mora na quitação dos haveres rescisórios, responde o empregador pelo
pagamento da multa no importe do último salário percebido pelo empregado.

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Vale rememorar que a redação original do artigo 477 celetista dirigia-se apenas ao
pagamento, sendo que a penalidade tinha incidência por ocasião do atraso na
quitação dos haveres rescisórios, situação esta modificada a partir de 11/11/2017,
com a vigência da Lei n. 13.467/2017.

Exercício 1:

Viviane e Carolina receberam aviso prévio de sua empregadora, a empresa Z, relacionado à rescisão de seus
contratos de trabalho por prazo indeterminado. O aviso prévio de Viviane é indenizado e o de Carolina não. Assim, o
pagamento rela vo ao período de:

A)

ambos os avisos estão sujeitos à contribuição do FGTS;

B)

apenas o aviso prévio de Viviane está sujeito à contribuição para o FGTS;

C)

apenas o aviso prévio de Carolina está sujeito à contribuição para o FGTS;

D)

ambos os aviso estão sujeitos à contribuição para o FGTS, mas a contribuição do aviso de Viviane é pela metade;

E)

ambos os aviso estão sujeito à contribuição para o FGTS, mas o aviso de Carolina é pela metade.

Comentários:

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Exercício 2:

Considerando a nova modalidade de rescisão do contrato de trabalho, introduzida pela Lei n°13.467/2017,
em havendo ex nção por acordo entre empregado e empregador, será permi do o saque pelo
empregado do valor dos depósitos do FGTS, bem como será devida pelo empregador a indenização sobre
seu saldo, nas seguintes proporções, respec vamente:

A)

100% e a metade.

B)

80% e a metade.

C)

50% e a integralidade.

D)

100% e a integralidade.

E)

20% e a metade.

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Exercício 3:

O FGTS é um fundo criado pelo Governo Federal para proteger o trabalhador demitido sem justa
causa, mediante a uma conta vinculada ao contrato de trabalho. Sua principal fonte de recurso é
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a contribuição efetuada pelos empregadores, correspondente a:

A)

5% da remuneração do empregado.

B)

8% da remuneração do empregado.

C)

10% da remuneração do empregado.

D)

7% da remuneração do empregado.

E)

20% da remuneração do empregado.

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Exercício 4:

O cumprimento de aviso prévio pelo empregado que seja demitido pelo empregador, sem justa
causa, em contrato por prazo indeterminado,

A)

não é obrigatório, podendo o empregado recusar o comparecimento.

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B)

pode ser convertido em acréscimo à indenização devida, à razão de 50%.

C)

é obrigatório, com redução da jornada em 2 horas diárias.

D)

somente pode ser exigido se houver estipulação específica no contrato de trabalho.

E)

deve ser reduzido à metade do tempo exigível para o caso de demissão por justa causa.

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Exercício 5:

Considerando as proposições a seguir, de acordo com a legislação trabalhista e o entendimento


do TST, é correto afirmar que o aviso prévio,

A)

não é devido na despedida indireta.

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B)

é devido por metade na extinção por acordo entre empregado e empregador, se trabalhado.

C)

por ser irrenunciável, não exime o empregador do seu pagamento, mesmo diante da
comprovação de obtenção de novo emprego pelo prestador.

D)

é devido por metade na extinção por acordo entre empregado e empregador, se indenizado.

E)

é devido ao empregado na integralidade, no caso de reconhecimento de culpa recíproca na


rescisão do contrato de trabalho.

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Exercício 6:

Determinado empregado celetista foi dispensado sem justa causa pelo seu empregador. Sobre
este assunto, assinale a alternativa correta que apresenta o horário de trabalho durante o prazo
de aviso prévio:

A)

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O horário normal de trabalho do empregado, durante o prazo do aviso, será reduzido de 2 (duas)
horas diárias, sem prejuízo do salário integral

B)

O empregado deverá, obrigatoriamente ser dispensado, na última semana de aviso prévio

C)

É facultado ao empregador dar 7 (sete) dias corridos ou 2 (duas) horas a menos durante o
período de aviso prévio

D)

O empregado que, durante o prazo do aviso prévio, cometer qualquer das faltas consideradas
pela lei como justas para a rescisão, receberá apenas a metade restante do respectivo prazo.

E)

nenhuma das alternativas anteriores.

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Exercício 7:

A respeito do aviso prévio, é correto afirmar que:

A)

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A não redução da jornada de trabalho durante o cumprimento do aviso prévio, importa em concessão de novo aviso
pelo empregador, não sendo admissível considerar-se como horas extras as duas horas indevidamente laboradas.

B)

O abandono de emprego somente se caracteriza quando o empregado deixar de comparecer ao trabalho, sem
mo vo jus ficado, por período igual ou superior a 30 dias, não havendo falar-se no aviso prévio.

C)

O aviso prévio é a comunicação que a parte que tem a intenção de rescindir o contrato de trabalho faz à outra parte
contratual, de no máximo 30 (trinta) dias.

D)

É devido o pagamento de aviso prévio pelo empregador, ainda que a ruptura contratual tenha sido deflagrada por
inicia va do empregado ao invocar despedida indireta (justa causa come da pelo empregador).

E)

O aviso prévio é comunicação que somente o empregador deve ao empregado, quando aquele pretende rescindir o
contrato sem justa causa deste, não sendo devido no caso de pedido de demissão do empregado ao empregador.

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Exercício 8:

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No dia 30.06.2008, Paulo, após o expediente, foi atropelado no ponto de ônibus em frente à loja em que trabalha
habitualmente e espera condução para retorno a sua casa. Por isso, ficou afastado do serviço, recebendo o
bene cio previdenciário do po auxílio-doença acidentário, retornando ao trabalho em 30.12.2008. Em 15.12.2009,
no entanto, recebeu aviso prévio para dispensa sem justa causa. Diante dessas informações, é correto afirmar:

A)

A rescisão do contrato somente poderá se efe var após o transcurso integral dos 30 dias do aviso prévio;

B)

O aviso prévio não produzirá seus efeitos, diante da incompa bilidade desse ins tuto com a estabilidade
acidentária;

C)

O aviso prévio produzirá os efeitos legais, visto que a rescisão se formalizará após o transcurso do período de
estabilidade;

D)

O aviso prévio produzirá efeitos, desde que haja dispensa do seu cumprimento, por liberalidade do empregador;

E)

O aviso prévio produzirá efeitos, desde que o sindicato par cipe da homologação e não haja ressalva no respec vo
termo de rescisão.

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Exercício 9:

Cícero e Severino são operadores de máquinas em uma empresa. Cícero sofre acidente de trabalho e quebra um
braço, ficando impossibilitado de trabalhar por 90 dias. Severino, num domingo, jogando futebol com amigos,
quebra um braço, ficando impossibilitado de trabalhar por 90 dias.
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A)

Cícero e Severino vão receber os salários integrais, pelos 90 dias de afastamento;

B)

Cícero vai receber os salários integrais, pelos 90 dias, e Severino nenhum salário vais receber neste período;

C)

Cícero vai receber salários por 15 dias, e os depósitos do FGTS incidentes sobre os salários correspondentes a todo
o período de afastamento. Severino vai receber os salários por 15 dias, e os depósitos para o FGTS correspondentes
aos salários percebidos;

D)

Cícero e Severino vão receber salários por 15 dias, sendo os depósitos feitos na conta do FGTS correspondentes aos
salários percebidos.

E)

Cícero e Severino vão receber os salários por 15 dias, sendo que ambos, após a cessação do auxílio previdenciário,
serão portadores de estabilidade no emprego, nos termos do art. 118 da Lei n° 8.213/91

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Exercício 10:

Maria do Carmo era balconista da loja Amor e Alegria quando foi dispensada sem justa causa. Após sete dias, pediu
ao seu empregador a liberação do cumprimento de seu aviso prévio, pois já havia ob do novo emprego,
comprovando sua alegação com uma declaração do novo empregador informando que a mesma havia sido
aprovada em processo sele vo e deveria comparecer ao serviço no dia seguinte munida de sua CTPS e documentos
per nentes para o imediato registro. Diante do narrado, o proprietário da loja Amor e Alegria deverá:

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A)

pagar as verbas rescisórias com a integração do período do aviso prévio integral, uma vez que se trata de ins tuto
irrenunciável pelo trabalhador.

B)

deixar de pagar nas verbas rescisórias da empregada o aviso prévio integral, operando-se a renúncia do mesmo
quando da comprovação de novo emprego.

C)

pagar as verbas rescisórias de Maria do Carmo, excluindo o valor equivalente aos dias faltantes do prazo do aviso
prévio.

D)

descontar das verbas rescisórias de Maria do Carmo o período do aviso prévio que deixou de ser cumprido pela
mesma, ocasionando prejuízos à loja.

E)

pagar as verbas rescisórias apenas pela metade, com a inclusão do período faltante do cumprimento do aviso
prévio, tendo se operado a culpa recíproca das partes.

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Exercício 11:

De acordo com a Lei n° 12.506/2011, em relação ao direito do empregado ao aviso prévio proporcional ao tempo de
serviço, considerando um contrato de trabalho que perdurou por cinco anos e foi rescindido por despedida
imo vada, é CORRETO afirmar que é de:

A)
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trinta e três dias.

B)

trinta e seis dias.

C)

trinta e nove dias.

D)

quarenta e dois dias.

E)

quarenta e cinco dias.

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Exercício 12:

Mercedez ficou viúva e, como herdeira legal, terá direito a sacar os depósitos do FGTS de seu
marido, que teve um ataque cardíaco fulminante quando jogava bola com seus amigos no final
de semana. Ernesto fez um acordo com seu empregador para rescindirem seu contrato de
trabalho e poderá sacar os depósitos do FGTS. Vilma foi injustamente dispensada e Marcelo
ingressou com reclamação trabalhista ficando caracterizada a rescisão indireta de seu contrato
de trabalho por culpa do empregador. No tocante à indenização sobre o saldo do FGTS, para o
empregado,

A)

Mercedez não terá direito à referida multa; Ernesto tem direito a 20% e tanto Vilma como
Marcelo terão direito à multa de 40%.

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B)

todos terão direito à multa de 20%, exceto Vilma que tem direito a 40%.

C)

todos terão direito à multa de 40%, exceto Mercedez, que não tem direito à referida multa.

D)

Mercedez e Marcelo não terão direito à referida multa; Ernesto tem direito a 20% e Vilma a 40%.

E)

Mercedez e Marcelo terão direito à multa de 20%; Ernesto e Vilma terão direito a 20%.

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