Você está na página 1de 114

UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DO ARAGUAIA


INSTITUTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL

FERNANDA CORTELETI DOS SANTOS

COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE ALVENARIA CONVENCIONAL E


SISTEMA DE VEDAÇÃO EM EPS – MONOLÍTICO PARA UMA HABITAÇÃO
DE INTERESSE SOCIAL

Barra do Garças – MT
2022
FERNANDA CORTELETI DOS SANTOS

COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE ALVENARIA CONVENCIONAL E


SISTEMA DE VEDAÇÃO EM EPS – MONOLÍTICO PARA UMA HABITAÇÃO
DE INTERESSE SOCIAL

Trabalho de conclusão de Curso apresentado ao


curso de Engenharia Civil, da Universidade
Federal de Mato Grosso, Campus Universitário do
Araguaia, como parte das exigências para
obtenção do grau de bacharel em Engenharia Civil.

Orientador: Prof. Mestre Igor Aureliano Miranda Silva Campos

Barra do Garças – MT
2022
Dados Internacionais de Catalogação na Fonte.

S237c Santos, Fernanda Corteleti dos.


COMPARATIVO DE CUSTOS ENTRE ALVENARIA
CONVENCIONAL E SISTEMA DE VEDAÇÃO EM EPS –
MONOLÍTICO PARA UMA HABITAÇÃO DE INTERESSE
SOCIAL / Fernanda Corteleti dos Santos. -- 2022
114 f. : il. color. ; 30 cm.

Orientador: Igor Aureliano Miranda Silva Campos.


TCC (graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal
de Mato Grosso, Instituto de Ciências Exatas e da Terra, Barra do
Garças, 2022.
Inclui bibliografia.

1. EPS. 2. Painel Monolítico. 3. Sistema convencional. 4.


Habitação de Interesse Social. I. Título.

Ficha catalográfica elaborada automaticamente de acordo com os dados fornecidos pelo(a) autor(a).

Permitida a reprodução parcial ou total, desde que citada a fonte.


ATA DE DEFESA PÚBLICA

ATA DA SESSÃO PÚBLICA DE APRESENTAÇÃO E DEFESA DA

TRABALHO DE CURSO DO CURSO DE GRADUAÇÃO

EM ENGENHARIA CIVIL

ALUNO(A): Fernanda Corteleti dos Santos

Aos quatro dias do mês de julho do ano de dois mil e vinte e dois, às 08h00, em ambiente virtual
via Google meet, link de acesso meet.google.com/jda-agkr-ffk , na cidade de Barra do Garças-MT
foi realizada a sessão pública de apresentação e defesa da Trabalho de Curso do(a)
acadêmico(a) Fernanda Corteleti dos Santos. A banca foi composta pelos seguintes professores:
Prof. Me. Igor Aureliano Miranda Silva Campos – Orientador(a); Profa. Ma. Mariana Corrêa
Posterlli; Prof. Me. Cristopher Antonio Martins de Moura, sob a presidência do (a) primeiro (a). O
Trabalho de Curso tem como título “Comparativo de custo entre alvenaria convencional e sistema
de vedação em EPS- monolítico para uma habitação de interesse social.”. Após explanação no
prazo regulamentar o(a) aluno(a) foi interrogado(a) pelos componentes da banca. Terminada a
etapa, os membros, de forma confidencial avaliaram o(a) aluno(a) e conferiram o(a) mesmo(a) o
seguinte resultado aprovada, proclamado pelo presidente da sessão. Dados por encerrados os
trabalhos, lavrou-se a presente Ata, que será assinada pela banca e pelo(a) aluno(a). Os
requisitos a serem observados estão registrados em folha anexa.

Barra do Garças-MT, quatro de julho de dois mil e vinte e dois.

COMPOSIÇÃO DA BANCA EXAMINADORA

______________________________________________________

Prof. Me. Igor Aureliano Miranda Silva Campos

ICET/CUA/UFMT

______________________________________________________

Profa. Ma. Mariana Corrêa Posterlli

ICET/CUA/UFMT

______________________________________________________

Prof. Me. Cristopher Antonio Martins de Moura

ICET/CUA/UFMT

RFIERFRkVTQSBQVUJMSUNBIENVQSAtIElDRVQgLSBDRUcgZW0gRW5nLiBDaXZpbCA0ODY2MTc1 SEI 23108.055434/2022-


Ciência do (a) Discente é realizada eletronicamente através do SEI.

______________________________________________________

Fernanda Corteleti dos Santos

Documento assinado eletronicamente por IGOR AURELIANO MIRANDA


SILVA CAMPOS, Docente da Universidade Federal de Mato Grosso, em
05/07/2022, às 06:57, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento
no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por CRISTOPHER ANTONIO MARTINS
DE MOURA, Docente da Universidade Federal de Mato Grosso, em
05/07/2022, às 08:03, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento
no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por MARIANA CORREA POSTERLLI,
Docente da Universidade Federal de Mato Grosso, em 05/07/2022, às
09:54, conforme horário oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º
do Decreto nº 10.543, de 13 de novembro de 2020.
Documento assinado eletronicamente por FERNANDA CORTELETI DOS
SANTOS, Usuário Externo, em 11/07/2022, às 21:24, conforme horário
oficial de Brasília, com fundamento no § 3º do art. 4º do Decreto nº 10.543, de
13 de novembro de 2020.

A autenticidade deste documento pode ser conferida no site


http://sei.ufmt.br/sei/controlador_externo.php?
acao=documento_conferir&id_orgao_acesso_externo=0, informando o código
verificador 4866175 e o código CRC 6CE1288F.

Referência: Processo nº 23108.055434/2022-68 SEI nº 4866175

RFIERFRkVTQSBQVUJMSUNBIENVQSAtIElDRVQgLSBDRUcgZW0gRW5nLiBDaXZpbCA0ODY2MTc1 SEI 23108.055434/2022-


AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente as mulheres que me criaram, minha mãe Maria, minha


avó Zeli e minha tia Márcia, me moldaram e me deram todo o suporte e amor tangível
para chegar até aqui, se fazendo presentes mesmo com incontáveis quilômetros nos
separando fisicamente, tudo é por elas.
Ao meu pai Domingos por me proporcionar a oportunidade de um ensino de
qualidade, me apoiar em qualquer decisão, me dar amor e me ensinar incontáveis coisas.
Meu namorado Fernando por todo companheirismo, incentivo, compreensão e
auxílio possível nesta reta final de curso.
Aos amigos que ganhei durante a graduação e fizeram todos os percalços serem
mais leves, os levarei para vida. Meus melhores amigos Ana Beatriz, Ana Carolina, Pedro
Corteletti e Yasmim Sayuri, por serem família e calmaria. Minha amiga Laura e sua
família por me acalmarem e sempre demonstrarem orgulho de mim.
Agradeço a minha madrinha e tia Fabiana e meu padrinho e tio Wagner por sempre
estarem comigo, por todo o carinho e terem me proporcionado uma infância cheia de
alegrias junto aos meus amados primos/irmãos Pedro e Ana.
Por todas as pessoas que durante minha jornada acadêmica contribuíram para meu
conhecimento e me ensinaram detalhes importantes para a futura engenheira que serei.
Por fim agradeço ao meu orientador Prof. Me. Igor Aureliano Miranda Silva
Campos que sempre esteve muito disposto, solícito e pronto para contribuir para a
elaboração deste trabalho com correções, sugestões, incentivos e ensinamentos.
RESUMO

A busca por novos métodos que atendessem a demanda e competitividade na construção


civil resultaram em novas tecnologias construtivas. Partindo desse princípio, o presente
trabalho tem o intuito realizar uma análise orçamentária quanto a construções com
método construtivo de vedação convencional (Modelo A) e o método Painéis Monolíticos
de Poliestireno Expansível (PMDPE) (Modelo B) de uma unidade habitacional modelo
utilizado em conjuntos HIS. Assim, com base na revisão de literatura e através de uma
comparação orçamentária de uma residência popular foi possível elaborar um quadro
comparativo entre os métodos, e apesar das diversas vantagens apresentadas acerca dos
PMDPE ainda não é possível recomendá-lo firmemente pois há uma lacuna de estudos
sobre suas patologias, desempenho a longo prazo, resistências e desempenho.

Palavras-chaves: EPS, Painel Monolítico, Sistema convencional, Habitação de Interesse


Social
ABSTRACT

The search for new methods that reach the demand and competitiveness in civil
construction resulted in new constructive technologies. Based on this principle, the
present work aims to carry out a budget analysis regarding constructions with a
conventional method of sealing (Model A) and the Monolithic Expandable Polystyrene
(PMDPE – in portuguese) method (Model B) of a model housing unit used in sets HIS
(in portuguese). Thus, based on the literature review and through a budgetary comparison
of a popular residence, it was possible to draw up a comparative chart between the
methods, and despite the various advantages presented about the PMDPE (in portuguese)
it is still not possible to recommend it firmly because there is a gap in studies on their
pathologies, long-term performance, resistances and performance.

Key-words: EPS, Monolithic Panel, Conventional System, Social Interest Housing


LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Polímeros granulados expansíveis ...................................................................22


Figura 2 - EPS após o processo de expansão ....................................................................22
Figura 3 - Máquina de Expansão de Pérolas de EPS ........................................................23
Figura 4 - Tanque de Caldeira de Vapor para EPS ...........................................................23
Figura 5 - (a) Silo para armazenamento de EPS e (b) Linhas de metais dos silos .............24
Figura 6 - Cortador de Fio Quente para EPS ....................................................................24
Figura 7 - (a) Laje pré-moldada com preenchimento em EPS e (b) Concretagem de laje
pré-moldada com preenchimento em EPS ......................................................................27
Figura 8 - Telha com EPS ................................................................................................28
Figura 9 - Blocos de EPS para nivelamento de conta piso ................................................29
Figura 10 - Painéis monolíticos de EPS ...........................................................................31
Figura 11 - Fundação Radier com arranques dispostos ....................................................34
Figura 12 - Montagem dos painéis monolíticos de EPS ...................................................34
Figura 13 - Uso de grampeador para amarração de arranque ao painel monolítico ..........35
Figura 14 - Montagem de réguas e escoras em painéis monolíticos de EPS .....................35
Figura 15 - (a) Reforço tipo “L” e (b) Armadura de reforço tipo “L” ...............................36
Figura 16 - (a) Reforço tipo “U” e (b) - Armadura de reforço tipo “U” ............................37
Figura 17 - (a) Reforço tipo “Liso” e (b) - Armadura de reforço tipo “Liso” ....................37
Figura 18 - Abertura de cavidades das tubulações com soprador térmico ........................38
Figura 19 - Instalação de Componentes elétricos nos painéis monolíticos de EPS ..........39
Figura 20 - Instalação de dutos elétricos em painéis de EPS com duas camadas de
revestimento ....................................................................................................................39
Figura 21- Rebocadora Pneumática .................................................................................40
Figura 22 - Aplicação de chapisco com Rebocadora Pneumática ....................................41
Figura 23 - Aplicação da segunda camada de revestimento nos painéis ...........................42
Figura 24 - Sistema construtivo em alvenaria convencional ...........................................49
Figura 25 - Processo de locação da obra ..........................................................................50
Figura 26 - Concretagem de vigas baldrames ..................................................................50
Figura 27 - Vigas baldrames impermeabilizadas .............................................................51
Figura 28 - Esquema de distribuição de cargas em estruturas de concreto armado ..........51
Figura 29 - Esquema de forma para concretagem de pilar ................................................52
Figura 30 - Marcação da primeira fiada de blocos ...........................................................53
Figura 31 - Execução de alvenaria de assentamento ............................................................54
Figura 32 - Esquema de verga e contraverga em alvenaria ..............................................54
Figura 33 - (a) Rasgo para instalação hidráulica e (b) Rasgo para instalação elétrica .......55
Figura 34 - Camada de revestimentos argamassado ........................................................58
Figura 35 - Chumbamento em alvenaria de contramarco para esquadria .........................59
Figura 36 - Telhado de madeira com 2 águas ...................................................................60
Figura 37 - Estudo de composição orçamentária de custos ..............................................60
Figura 38 - Comparação entre o extinto Programa e o Programa em vigência .................64
Figura 39 - Planta baixa de unidade residencial unifamiliar de padrão baixo ...................65
Figura 40 - Delineamento da pesquisa .............................................................................66
Figura 41.1 – Cronograma de duração de tarefas no modelo A ........................................71
Figura 41.2– Cronograma de duração de tarefas no modelo A .........................................72
Figura 42.1 – Cronograma de duração de tarefas no modelo B ........................................72
Figura 42.2 – Cronograma de duração de tarefas no modelo B ........................................73
LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – Características Normativas do EPS ..............................................................29


Tabela 2 – Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1964) ......................46
Tabela 3 – Estimativa de custos para construção em alvenaria convencional ...............68
Tabela 4 – Estimativa de custos para construção em painéis monolíticos de EPS ........69
Tabela 5 – Estimativa de produtividade para construção em alvenaria convencional ......70
Tabela 6 – Estimativa de produtividade para construção em painéis de EPS ...................70
Tabela 7 – Quadro comparativo entre os métodos ...........................................................77
LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 – Comparação entre os orçamentos dos modelos A e B ...................................69


Gráfico 2 – Comparação entre o tempo de execução dos serviços dos modelos A e B ...73
LISTA DE ABREVIAÇÕES

EPS – Poliestireno Expansível


HIS – Habitações de Interesse Social
PMCMV – Programa Minha Casa Minha Vida
PMDPE – Painéis Monolíticos de Poliestireno Expansível
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .......................................................................................................17
1.1 Contextualização .......................................................................................................17
1.2 Problemática da pesquisa ...........................................................................................19
1.3 Objetivos ...................................................................................................................20
1.3.1 - Objetivos específicos ............................................................................................20
1.4 – Justificativas ...........................................................................................................20
2 REVISÃO BIBLIOFRÁFICA ..............................................................................22
2.1 Material .....................................................................................................................22
2.1.2 Tela de aço e conectores .........................................................................................25
2.2 O uso de EPS e a redução de impactos ambientais na construção civil .......................25
2.3 O uso de EPS na construção civil ...............................................................................26
2.3.1 Lajes .......................................................................................................................26
2.3.2 Telhas galvanizadas com EPS ................................................................................27
2.3.3 Nivelamento de piso com EPS ................................................................................28
2.3.4 Elementos Estruturais .............................................................................................30
2.3.5 Paredes de EPS – Painéis Monolíticos ....................................................................30
2.3.6 Normas padronizadas ao uso do EPS na construção civil ........................................32
2.4 SISTEMA CONSTUTIVO DE PAINÉIS MONOLÍTICOS DE EPS .................32
2.4.1 Gerenciamento de Projeto ......................................................................................33
2.4.2 Fundação ................................................................................................................33
2.4.3 Estrutura .................................................................................................................34
2.4.3.1 Malhas de Reforço ...............................................................................................36
2.4.4 Impermeabilização .................................................................................................37
2.4.5 Instalações ..............................................................................................................38
2.4.6 Revestimento e Acabamento ..................................................................................40
2.4.7 Cobertura ................................................................................................................42
2.4.8 Transporte e Armazenamento .................................................................................43
2.4.9 Características do Poliestireno Expandido (EPS) ...................................................43
2.5 Normas e operação técnica ........................................................................................44
2.5.1 Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575 .....................45
2.5.2 Atendimento à Norma de desempenho para painéis de EPS ...................................47
2.6 SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL: ...............................................48
2.6.1 Fundação ................................................................................................................49
2.6.2 Estrutura .................................................................................................................51
2.6.3 Alvenaria de vedação ..............................................................................................52
2.6.4 Impermeabilização .................................................................................................55
2.6.5 Instalações Complementares ..................................................................................55
2.6.5.1 Instalações Elétricas ............................................................................................56
2.6.5.2 Instalações hidrossanitárias .................................................................................56
2.6.6 Revestimentos ........................................................................................................57
2.6.7 Esquadrias ..............................................................................................................58
2.6.8 Cobertura ................................................................................................................59
2.7 Orçamento na Construção Civil .................................................................................60
2.8: Habitações de Interesse Social ..................................................................................62
3 METODOLOGIA ...................................................................................................65
3.1 Caracterização do objeto de pesquisa ........................................................................65
3.2 Procedimentos específicos ........................................................................................66
3.3 Análise dos dados ......................................................................................................67
4 RESULTADOS .......................................................................................................68
4.1 Análise orçamentária .................................................................................................68
4.2 Análise de tempo de execução ...................................................................................70
4.3 A sustentabilidade entre alvenaria convencional e painéis monolíticos de EPS
.........................................................................................................................................74
4.4 Comparação do valor do m² gerado com o valor de mercado .....................................76
4.5 Quadro comparativo entre os métodos .......................................................................77
5 DISCUSSÃO ............................................................................................................78
6 CONCLUSÕES .......................................................................................................80
REFERÊNCIAS ............................................................................................................81
APÊNDICE A: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² – MEMORIAL DESCRITIVO ...91
APÊNDICE B: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ARQUITETÔNICA
.........................................................................................................................................99
APÊNDICE C: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA DA COBERTURA ...99
APÊNDICE D: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA FUNDAÇÃO .........100
APÊNDICE E: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ESTRUTURAL ......100
APÊNDICE F: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ELÉTRICA .............101
APÊNDICE G: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA SANITÁRIA ..........101
APÊNDICE H: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PROJETO HIDRÁULICO .....102
APÊNDICE I: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA MODELO A ...................................103
APÊNDICE J: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA MODELO B ...................................109
17

1 INTRODUÇÃO

1.1 Contextualização

Segundo Gehbauter et al. (2002), constata-se que a qualidade dos métodos de


construção e a intensidade com a qual a execução de uma obra é planejada e controlada
não se desenvolveram tanto quanto as teorias aplicadas às estruturas, ficando a execução
muitas vezes aquém da sofisticação e qualidade com que são elaborados os projetos.
Considerando isso, muitos projetistas não se atualizam, e seguem uma linha padrão de
execução com métodos construtivos e tecnologias que já estão habituados.
No atual cenário da construção civil brasileira tem-se como método construtivo
mais utilizado a alvenaria de vedação com tijolos cerâmicos e isso faz com que este ramo
seja responsável por produzir cerca de 50% dos resíduos no Brasil (CARDOSO, 2017),
em contrapartida, um sistema que tem ganhado espaço no Brasil são as construções em
painéis monolíticos de poliestireno expandido que possui inúmeras vantagens em relação
aos sistemas construtivos convencionais (SILVA et al 2019).
Entre os diversos métodos construtivos modernos e atualizados destaca-se os
painéis monolíticos de EPS. Segundo Souza (2009), a origem dos painéis deste material
advém de um projeto italiano desenvolvido em uma região sujeita a terremotos com o
intuito de criar uma estrutura monolítica que não desmoronasse e agregasse elementos de
isolação térmica no início dos anos oitenta. Com esta finalidade, foi desenvolvido um
painel modular, pré-fabricado, leve, composto de uma alma de EPS disposto entre duas
malhas de aço eletros-soldadas e em seguida recebendo revestimento em concreto e/ou
argamassa aplicados nas obras (BERTOLDI, 2007).
O sistema monolítico em EPS foi submetido a vários testes de ensaios normativos
assim que chegou no Brasil na década de 90, dentre eles a análise do IPT (instituto de
pesquisas tecnológicas de São Paulo), para comprovar sua eficiência (BERTOLDI, 2007).
A Revista Urbanova (2021) cita que no Brasil esse sistema está ainda na fase de
desconfiança por boa parte dos brasileiros, mas com o avanço dos estudos sobre o método,
cada vez mais tem ganhado força na construção civil. Levando várias construtoras a
incorporar o método, visto resultados positivos em estudos e utilizações em outros países,
por ser um sistema de rápida instalação, o que gera economia de tempo, mão de obra e
materiais.
18

Uma das dificuldades dos construtores em abandonar o método comum encontra-


se nas construções de habitações de interesse social (HIS), voltadas para programas do
governo, como o Casa Verde e Amarela, antigo Minha Casa Minha Vida, devida
complexidade em aplicar métodos construtivos tecnológicos que reduzam custos de
construção e prazo de entrega.
Entretanto, raramente assuntos da esfera social são levantados na área da
construção civil. Existe baixo interesse em construções que não apresentam compensação
financeira alta ou quando os lucros não condizem com o esforço e tempo empregado em
uma atividade. Com os programas do governo federal no estímulo a redução do déficit
habitacional, a aplicação de novos processos construtivos nesse segmento tende a trazer
maior lucratividade devido à produção em ampla escala e alta repetitividade.
Nas últimas décadas, o Governo Federal desenvolveu diversos programas para
suprir o déficit habitacional brasileiro e atender a demanda de HIS (SARMENTO, 2017).
No início desses programas os conjuntos produzidos continham projetos de qualidade,
equipamentos básicos e eram bem inseridos nas cidades (KOURY; BONDUKI, 2014).
Com o passar dos anos, a massificação e a busca pelo lucro predominaram nessas
produções, as áreas periféricas foram apontadas para servir de abrigo a esse setor da
habitação o que resultou em grandes áreas monofuncionais, segregadas e dependentes do
núcleo central das cidades para funcionar (FERREIRA,2012).
O aumento da demanda populacional e a busca pelo lucro levou o processo de
construção habitacional de HIS a algo mecânico, colocando as questões urbanas e da
qualidade dos espaços produzidos em segundo plano. A massificação e reprodução
incansável de modelos pré-definidos tornou a arquitetura desvalida e de questionável
qualidade ambiental (BARRETO; BRITO, 2020).
Com equipes multidisciplinares, especializadas e geralmente terceirizadas, torna-
se um grande desafio para empresas empreendedoras garantir o alinhamento e
comprometimento frente aos seus ideais como: satisfação do cliente, requisitos
relacionados à custo e prazos de construção, qualidade e manutenção predial e
preocupações crescentes com a sustentabilidade.
Como forma de contribuir para o controle da qualidade dos edifícios habitacionais,
a análise de projetos visando o atendimento da ABNT NBR 15575:2013, torna-se
fundamental. Segundo Giglio (2018), manter o controle de comprovação técnica ao
atendimento dos níveis mínimos de exigência da Norma de Desempenho minimiza os
19

riscos legais e eleva o padrão qualitativo dos edifícios (OSOEGAWA; MITIDIERI,


2020).
A satisfação residencial tem vários aspectos distintos, pois envolve uma inter-
relação do indivíduo com um ambiente que não se limita em uma área geográfica, mas
envolve a percepção do ocupante e o seu sentimento de pertencimento. Essa relação
acontece em níveis físico, individual, social e cultural. Para Aigbavboa e Thwala (2018)
a satisfação envolve ainda questões como expectativas, níveis de aspirações, grau de
relação com outros indivíduos, normas de referência, necessidades e valores.
No contexto da Habitação de Interesse Social (HIS), estudos têm criticado a
perpetuação de projetos de baixo desempenho, nos quais os requisitos de valor dos
usuários não são considerados (MIRON, 2002; FERREIRA, 2012; CARDOSO, 2013;
KOWALTOWSKI et al., 2015)
A visão da satisfação é equiparada à noção de bem-estar subjetivo, sendo não
apenas uma percepção momentânea do desempenho satisfatório de um ambiente, mas
uma avaliação do usuário em relação a sua experiência total de vida (OLIVEIRA, 1998;
SATUF et al., 2018), e também possui relações afetivas com o ambiente residencial.
Diante disso, supõe-se que cada ocupante tenha um padrão específico de qualidade
residencial (AIGBAVBOA; THWALA, 2018).

1.2 Problemática da pesquisa

Dadas as vantagens técnicas do material, ainda prevalece na população leiga a


desconfiança por ser um instrumento popularmente conhecido como Isopor®, possuir em
sua composição 98% de ar, vindo a ser um material muito leve, quando na verdade uma
edificação construída com esse sistema pode ser mais resistente do que a alvenaria
convencional de vedação dado que as paredes são estruturais de argamassa armada
(BERTOLDI 2007).
Entretanto, além da mudança da população também é necessário que o meio
técnico se atualize, invista em mão-de-obra qualificada, materiais adequados, e consiga
aplicar medidas para a aceitação comum. Tendo em vista tal problemática, seria
economicamente viável, em relação a custos e tempo, a utilização do método construtivo
convencional para o uso de PMDPE em construções de grande reprodução de HIS?
20

1.3 Objetivos

Realizar análise orçamentária quanto a construções com método construtivo de


vedação convencional (Modelo A) e o método PMDPE (Modelo B) de uma unidade
habitacional modelo utilizado em conjuntos HIS.

1.3.1 Objetivos específicos

 Descrever o método construtivo de painéis monolíticos de Poliestireno


Expandido;
 Comparar os métodos apresentados em relação as suas características quanto à
custos e tempo de execução para HIS;
 Elaborar um comparativo dos modelos A e B quanto aos indicadores de
sustentabilidade.

1.4 Justificativas

De acordo com Printes (2018), o sistema de painéis em Eps é uma técnica


construtiva sustentável revolucionária, é 100% reciclável, garante rapidez, eficiência e
economia nas obras, ficando mais limpas com baixa produção de resíduos, principalmente
de madeira, visto que não se utiliza caixarias (MAZUCO e LIMA, 2018). O que apresenta
vantagens para produções em ampla escala e reprodução, como as construções de
Programas Habitacionais.
No entanto, mesmo com tantas desvantagens, grande parte das empresas não se
interessam em aplicar investimentos para inovação, por necessitar de investimentos que
possuem um retorno apenas de médio a longo prazo. Mas como Bertoldi (2007) cita, esta
nova metodologia possui um potencial redutor de resíduos dado que as peças já chegam
na obra com tamanhos personalizados para cada projeto e não é necessário quebrar
paredes para passagem de tubulações, ação essa que é o responsável por boa parte dos
resíduos das obras.
Além da sustentabilidade, o material pode gerar economias e redução da carga
aplicada ao solo, o que implica na redução da utilização de materiais, como concreto e
aço, diminuindo custos na parte estrutural do edifício.
21

Já as exigências da Norma de Desempenho, NBR 15.575 (2013), fazem com que


o mercado seja mais disciplinado e com mais instrumentos de controle que beneficiam o
usuário final. Entretanto, para os construtores torna-se um problema pois tipologias
tradicionais como as paredes de blocos cerâmicos (tijolos furados) necessitam de
tratamento para atender as exigências da norma e acarretam maior custo de produção.
Desse modo, vale ressaltar que a tipologia de paredes aqui mostrada ainda possui
características que muitas vezes são qualificadas no nível “superior” dentro dos itens da
Norma de Desempenho (MEDEIROS, 2017).
Entretanto, no Brasil, mesmo com a vigência da Norma de Desempenho desde
2013 ainda se verifica má qualidade, um exemplo é o mau desempenho térmico recorrente
em HIS, pois de acordo com Silva (2019), notaram-se muitas dúvidas e diferentes
interpretações sobre as medidas necessárias para o atendimento e quais as atribuições de
cada disciplina. Segundo apontam estudos, levando a situações em que as condições
ambientais são melhores no meio externo do que no interior da edificação. A avaliação
de habitações já construídas e em uso pode contribuir para o desenvolvimento de soluções
mais adequadas ao clima e ao público-alvo (GRIGOLETTI; LINCK, 2014).
O emprego do método construtivo com painéis monolíticos de Poliestireno
Expandido (PMDPE) pode vir a ser uma possível solução para unir a necessidade dos
construtores em agilidade para construções em grande volume e que atendam ao conforto
de habitação necessário dos residentes. Mazuco e Lima (2018) citam que além de ser um
material reaproveitável, os PMDPE revelam qualidades como: conforto termo-acústico,
impermeabilização, alta resistência, facilidade do transporte de carga, fácil manuseio e
uma ótima qualidade de material
22

2 REVISÃO BIBLIOFRÁFICA

2.1 Material

O Poliestireno Expandido (EPS) é um produto plástico que provém do petróleo,


são esferas pequenas de até 3mm (Figura 1), feitas de poliestireno, contendo dentro de
cada uma o gás Pentano (C5H12) que é responsável pela sua expansão. Sua versão final
possui 98% de ar e 2% de petróleo. Segundo a Indústria Knauf, dona da marca Isopor®
e maior produtora de poliestireno expandido no Brasil, apenas no país a produção de EPS
chega a 100.000 toneladas por ano.

Figura 1 – Polímeros granulados expansíveis

Fonte: Mundo Isopor (2016)

Figura 2 – EPS após o processo de expansão

Fonte: YouTube – Canal Manual do Mundo (2017)

Para o material atingir seu estágio final, como representado na Figura 2, ele passa
por um processo de produção, que começa pela máquina chamada de Pré-Expansor,
23

conforme mostra a Figura 3, onde perdem densidade e ganham volume com a expulsão
do gás de dentro das esferas.

Figura 3 – Máquina de Expansão de Pérolas de EPS

Fonte: Nova Kali (EPS) Industrial CO., LTDA. (2019)

Esse processo de expansão necessita ser feito em vapores de altas temperaturas,


que podem chegar até a 90º Celsius. O vapor é produzido na máquina mais importante da
fábrica, e a que mais consome energia. Essa máquina é a Caldeira, representada pela
Figura 4.

Figura 4 – Tanque de Caldeira de Vapor para EPS

Fonte:https://portuguese.alibaba.com
24

Após o processo de expansão, as pérolas de EPS são destinadas a silos para


descansarem pelo tempo mínimo de 6 (seis) horas e continuarem a expandir com o gás
que restou. Esses silos na maioria das vezes possuem algumas linhas de metais para o
material descarregar toda a energia cinética que o processo gera, representados na Figura
5.

Figura 5 (a) Silo para armazenamento de EPS e (b) Linhas de metais dos silos

Fonte: Processo Industrial.

Após esse processo todo o EPS é transportado por um compressor de ar para os


moldes de como serão em sua forma final, onde serão aquecidos por vapor novamente
para expandirem conforme o restante da sua capacidade e acoplarem uma pérola a outra.
Entretanto, nem todas as peças saem moldadas, e essas que saem em blocos brutos são
depois cortadas por linhas quentes, conforme o material representado pela Figura 6. O
material restante será moído e reaproveitado, voltando a primeira etapa.

Figura 6 – Cortador de Fio Quente para EPS

Fonte: https://pt.made-in-china.com
25

2.1.2 Tela de aço e conectores

O sistema construtivo de painéis de EPS utiliza em seu componente telas


metálicas. Este componente é produzido com aço de alta resistência, podendo ser de
diferentes tipos, conforme necessidade. Assim, podem ser do tipo comum, zincado,
galvanizado a quente ou inoxidável. O autor estabelece que a “[...] tensão última
superiores a 600 MPa, com limite de 20 escoamento, fyk > 600 N/mm2 e limite de
ruptura, ftk > 680 N/mm2” (BERTOLDI, 2007, p. 19).

2.2 O uso de EPS e a redução de impactos ambientais na construção civil

Segundo Sachs (2008), a sustentabilidade é o principal desafio do século XXI. A


indústria da construção civil pode ser vista como a principal contribuinte na geração de
resíduos e consumidora de recursos naturais, visto tal detalhe, é importante considerar
sistemas sustentáveis na construção civil.
Segundo Santiago e Araújo (2008), no Brasil, o uso de sistemas construtivos
artesanais, como vedação em alvenaria de tijolos e estrutura em concreto armado, são as
técnicas mais utilizadas na indústria da construção civil. Mas os dois sistemas
construtivos citados possuem um alto índice de desperdício, produtividade e não são
sustentáveis.
Conforme a Resolução nº 307, de 05 de julho de 2002, o Conselho Nacional do
Meio Ambiente – CONAMA, estabelece, entre outras coisas, diretrizes, critérios e
procedimentos para a gestão dos resíduos da construção civil, considerando que os
resíduos da construção civil apresentam um percentual significativo dos resíduos sólidos
presentes no perímetro urbano e contribuem para a degradação da qualidade ambiental.
Os geradores de resíduos da construção civil devem ser responsáveis pelos
resíduos das atividades de construção, reforma, reparos e demolições de estruturas e
estradas, bem como por aqueles resultantes da remoção de vegetação e escavação de
solos. E ordenar o setor de resíduos a reduzir, reaproveitar e/ou os reciclarem, tendo como
objetivo prioritário a não geração de resíduos e, como segunda estratégia, a redução, a
reutilização, a reciclagem, o tratamento dos resíduos sólidos e a disposição final
ambientalmente adequada dos resíduos.
Buscando atender todos as imposições e se adequar ao mercado, os profissionais
da construção investiram em pesquisas de novos métodos que atendessem as expectativas
26

ambientais, mas também fossem viáveis economicamente. No âmbito do meio ambiente,


o EPS atinge a marca de 100% de reaproveitamento com a reciclagem e tem um pequeno
impacto ambiental. Grote e Silveira (2001) relatam que é possível aproveitar o EPS
descartado, sendo reprocessados, e depois serem utilizados em novas peças para
embalagens, além de poderem ser utilizados como substratos a fim de melhorar o solo e
reutilizados em construções civis. Então este material é uma ótima opção para construir
e ao mesmo tempo respeitar o meio ambiente.

2.3 O uso de EPS na construção civil

Segundo a Revista Casa (2020), o uso de EPS Isopor ® a construção civil vem se
tornando tendência entre arquitetos e engenheiros.

2.3.1 Lajes

Atualmente, o EPS é o elemento mais leve para a aplicação de enchimento de lajes


nervuradas unidirecional e bidirecional, além de oferecer flexibilidade nas dimensões.
Essas vantagens, entre outras, tornam-no o material mais adequado para todos os tipos de
lajes, principalmente para lajes especiais com vãos e alturas maiores, conforme ilustrado
na Figura 7 (JUNIOR, 2009).
O Poliestireno Expandido (EPS) possui em suas características o fácil
manuseamento de corte, o que facilita e agiliza o processo de execução de assentamento
de lajes. É importante verificar o material com a resistência ideal para cada aplicação. As
peças moldadas possuem dimensões pré-estabelecidas. Esses materiais têm densidades
mais altas em comparação com as peças recortadas. Portanto, é recomendável usá-los
quando a laje usar vigas treliçadas ou pré-moldadas protendidas. As peças moldadas
apresentam maior resistência às cargas de trabalho de concretagem (LOPES, 2015).
27

Figura 7 - (a) Laje pré-moldada com preenchimento em EPS e 7 (b) Concretagem de laje pré-moldada
com preenchimento em EPS

Fonte: Autora (2021)

O EPS aplicado em lajes pré-fabricadas destina-se a preencher os espaços vazios


entre as nervuras. Essa solução alivia o peso próprio das lajes, permitindo a redução do
dimensionamento de toda a estrutura, além de reduzir mão de obra e tempo, garantindo
assim um serviço bem executado e mais viável economicamente (ABRAPEX, 2021).
Outra característica importante do EPS para aplicação em lajes é o seu baixo
módulo de elasticidade, permitindo assim, uma distribuição adequada das cargas ao longo
das linhas de sustentação e uma perfeita vedação das juntas dos blocos, evitando a
exsudação do concreto, além disso, favorece a cura de concreto moldado in loco, pois o
EPS possui baixíssimo coeficiente de absorção (ABRAPEX, 2021).
Os blocos de EPS não participam da resistência final da estrutura, mas, devem ser
dimensionados para aguentar os esforços neles existentes durante a fase de construção,
pois, durante a montagem da armadura e concretagem da laje, os blocos de Poliestireno
Expandido agem como elementos estruturais (ABRAPEX, 2021).

2.3.2 Telhas galvanizadas com EPS

Popularmente conhecidas como telhas sanduíche, pois são constituídas por três
camadas: uma camada de telha, “recheada” com uma placa de EPS e finalizada com mais
uma camada de telha, ou com uma película (Figura 8). Esse tipo de material é ideal para
uma construção mais sustentável, pois possui conforto térmico, o que reduz o uso de
28

equipamentos de refrigeração. Além de oferecer economia de material estrutural, pois é


mais leve.

Figura 8 - Telha com EPS

Fonte: Termo Vale (2016)

Segundo o Portal Mundo do Isopor (2018) a telha galvanizada com EPS Isopor®
requer menos manutenções que os outros modelos de telha metálica ou de barro. Além
disso, o material possui durabilidade comprovada, com alta resistência contravento, sol,
impactos e corrosões, além de retardar o fogo em casos de incêndio ou raio.

2.3.3 Nivelamento de piso com EPS

O EPS pode ser usado para nivelamento pois possui capacidade de eliminar
vazios, devido sua estrutura o possibilitar ser moldado em diferentes formas e superfícies,
oferece boa resistência mecânica e não absorve água, o que impede a criação mofos, e
isto dificulta o aparecimento de insetos. Além de dado o seu pouco peso, as placas de EPS
não sobrecarregam as estruturas.
O material possui alta resistência mecânica, conforme demonstra a Tabela 1. E se
usados em estruturas multipavimentos, proporcionará conforto para os moradores e/ou
funcionários devida sua propriedade de isolamento acústico.
29

Tabela 1- Características Normativas do EPS.

Fonte: ABNT NBR 11.752 (2007)

Na execução as peças são moldadas lado a lado, diretamente sobre a laje (Figura
9). Eventualmente, há a necessidade de pequenos recortes no EPS para encaixe nas
pontas das lajes e após o corte não sobram rebarbas. Em seguida, o material é coberto
por uma lona plástica, e sobre ela, é colocada uma tela metálica, finalizando com contra
piso autonivelante (argamassa bombeada com características especificas).

Figura 9 – Blocos de EPS para nivelamento de conta piso

Fonte: Grupo Isorecort


30

2.3.4 Elementos Estruturais

Paredes, pilares, colunas, bancos e balcões também podem contar com as


vantagens e os diferenciais do EPS Isopor®, que é fabricado com as características
técnicas e densidades apropriadas para cada necessidade. (MUNDO ISOPOR, 2019)
As pérolas de EPS Isopor®, por exemplo, podem ser aplicadas no traço de
concreto leve, que contribui com a redução dos custos com a fundação da obra e a
necessidade de ferragens para os elementos estruturais. Mesmo compostas 98% de ar e
apenas 2% de EPS, as pérolas apresentam alta resistência a compressões de 1.000 a
2.000kg/m2 (MUNDO ISOPOR, 2019).

2.3.5 Paredes de EPS – Painéis Monolíticos

O sistema construtivo é formado por painéis de EPS, argamassa, tela eletro


soldada, treliça eletros-soldada e grampos de aço galvanizado, que unidos constituem as
paredes estruturais internas e externas da edificação (SILVA, 2009).
Destina-se, em geral, à construção de casas e sobrados, ou outros tipos de unidades
térreas. Sob condições, pode ser utilizado na construção de edifícios multi-pavimentos.
Destina-se, também, à construção de edificações de usos industriais, escolares, comerciais
e hospitalares (SILVA, 2009).
Este sistema construtivo foi desenvolvido no início dos anos oitenta, na Itália, pela
Monolite e sua tecnologia trazida para o Brasil na década de noventa. É um sistema
construtivo composto por placas de poliestireno expandido, reforçados por malhas de aço
eletro soldadas, as quais possuem produção industrial, recebendo revestimento final em
concreto e/ou argamassa aplicados nas obras, onde se concluem as etapas construtivas
(BERTOLDI, 2007). Definido como método de construção antissísmica, isolante térmico
e acústico com o qual é possível realizar-se edifícios de vários pavimentos sem a
necessidade de vigas ou colunas e projetos arquitetônicos do mais simples aos mais
sofisticados (SOUZA, 2009).
De acordo com Camargo e Figueiredo (2019), o sistema de painéis de EPS (Figura
10) é considerado autoportante, já que possui resistência suficiente para dispensar o uso
de estruturas como pilares e vigas, para a construção de casas. Uma característica
importante desse sistema é o monolitismo. As malhas de aço cobrem toda a superfície
dos painéis, que estão ligados à fundação por meio dos arranques, tornando toda a
31

estrutura como um elemento único, muito resistente, tendo sido desenvolvido para
suportar possíveis intempéries (FÜHR, 2017).

Figura 10 - Painéis monolíticos de EPS

Fonte: Autora (2021)

Quando se utiliza o sistema monolite, há uma redução nas dimensões dos alicerces
da obra, reduzindo custos e tornando a execução mais simples, devido ao fato de uma das
características do EPS ser o seu baixo peso. O sistema pode substituir o que existe nos
meios tradicionais de construção, a execução de estruturas de concreto armado, suas
fôrmas e armaduras, alvenarias, gesso, isolamentos horizontais e verticais (BERTOLDI,
2007).
O sistema monolítico de EPS foi difundido no Brasil no início dos anos 90 por
meio de testes e ensaios normativos para comprovação de sua eficiência. As análises
foram realizadas no país pelo Instituto de Pesquisas Tecnológicas de São Paulo (IPT), as
quais demonstraram resultados favoráveis nos âmbitos estruturais, térmicos e de
impermeabilização (SOUZA, 2009). Apesar dos resultados, a tecnologia não foi utilizada
em grande quantia nos anos seguintes, por ter ficado limitada à apenas algumas empresas
que o utilizavam (GOULART et al., 2018).
Entretanto, nos últimos anos o sistema começou a ser mais implementado no
Brasil, mesmo que em pequena quantidade, diversas empresas aderiram ao sistema
monolítico em decorrência de suas vantagens.
32

2.3.6 Normas padronizadas ao uso do EPS na construção civil

O Poliestireno expandido (EPS) é regularmente utilizado em obras de estradas,


pontes, ferrovias, prédios e residências, como citado acima, há mais de 5 décadas. A
elaboração de normas regulamentadoras para tal material se tornou fundamental, assim
como qualquer outro insumo da construção civil afim de garantir segurança e bom
desempenho. Assim sendo, se faz possível citar as seguintes Normas:
 NBR 7973/2007 – Poliestireno expandido para isolação térmica –Determinação
de absorção de água;

 NBR 8081/2015 – Espuma rígida de poliuretano para fins de isolação térmica –


Permeabilidade ao vapor de água;

 NBR 8082/2016 – Espuma rígida de poliuretano para fins de isolação térmica –


Resistência à compressão – Método de ensaio;

 NBR 11752/2007 –Materiais celulares de poliestireno para isolamento térmico na


construção civil e refrigeração industrial;

 NBR 11948/2007 – Poliestireno expandido para isolação térmica – Determinação


da flamabilidade;

 NBR 11949/2007 – Poliestireno expandido para isolação térmica – Determinação


da massa específica aparente;

 NBR 12094/1991 – Espuma rígida de poliuretano para fins de isolamento térmico


– Determinação da condutividade térmica – Método de ensaio.

2.4 SISTEMA CONSTUTIVO DE PAINÉIS MONOLÍTICOS DE EPS

Os painéis podem ser construídos manualmente no local da obra, a começar do


corte do EPS, da montagem da tela eletrosoldada e aplicação do revestimento estrutural
ou podem ser utilizados pré-painéis industrializados providos de placas laminadas e com
a fixação das malhas eletrosoldadas, levando para o canteiro de obras apenas para
posicionar e aplicar o revestimento estrutural, o que estimula o processo construtivo.
Ainda existe a alternativa da produção de painéis totalmente prontos, sendo
necessário apenas a montagem no local da obra, daí a facilidade de execução de projetos
de construção em larga escala, como é o caso de conjuntos habitacionais. Os painéis de
certa maneira são leves, de fácil manejo para os montadores e ajudantes, além de não
33

requerem a utilização de equipamentos de grande porte para o manuseio no decorrer do


seu transporte (MEDEIROS, 2017).

2.4.1: Gerenciamento de Projeto

Segundo Trevejo (2018), o projeto possibilita a fabricação exata dos produtos


utilizados, aumento da produtividade e uma maior racionalização e planejamento da
aplicação do sistema. Assim como em qualquer método construtivo, deve-se realizar o
estudo inicial do local da construção para levantamento de dados fundamentais para a
elaboração de quaisquer projetos.
Segundo Duarte e Carneiro (2015), os painéis em EPS permitem bastante
flexibilidade de projeto, além de atende a todos os requisitos arquitetônicos e de
instalações prediais assim como nos métodos convencionais de construção. Ainda
segundo os autores, o sistema possui uma limitação estrutural de até 3 (três) pavimentos,
acima deste valor, deve-se realizar a substituição dos painéis simples por painéis duplos,
diminuindo a abertura da malha e aumentando o diâmetro do aço, conforme
dimensionamento do engenheiro responsável.

2.4.2 Fundação

O sistema possui uma estrutura leve se comparado ao sistema convencional, com


isso, resulta em uma economia da armadura utilizada. A fundação pelo método de painéis
em EPS é considerado de caráter simples, podendo ser aplicado as sapatas corridas ou
radier, mediante ao projeto estrutural definido pelo engenheiro (DUARTE; CARNEIRO,
2015).
Ainda segundo Duarte e Carneiro (2015), podem existir casos que necessitem do
uso de tipos de fundações especiais, devido condições do terreno, ou do projeto
arquitetônico em que os modelos convencionais não atendam à demanda, havendo a
necessidade de análise dos aspectos para implantação de outro tipo de fundação.
Conforme Trevejo (2018), após as fundações executadas de acordo com o cálculo
estrutural e posicionamento do sistema de esgoto apresentados em projeto, conforme
disposição do engenheiro responsável, deve-se adotar os seguintes passos:
 Fixar os arranques de aço com Ø 5mm acima do piso com 30cm de altura;
 Alinhar os arranques conforme gabarito da obra;
34

 Acomodar os arranques para uma distância igual ou superior a 20cm;


 Em seguida iniciar a disposição dos painéis monolíticos.
A disposição dos arranques posicionados no sistema de fundação tipo Radier é
apresentada na Figura 11.

Figura 11 - Fundação Radier com arranques dispostos.

Fonte: Trevejo (2018)

Bertoldi (2007) destaca que os arranques são indispensáveis para o sistema


construtivo em EPS, já que serão eles encarregados de fazer a ligação entre a parede e a
fundação.

2.4.3 Estrutura

Os painéis podem desempenhar função autoportante, ou seja, atuam como


estrutura da edificação, recebendo as cargas e distribuindo de forma uniforme para a
fundação (DUARTE; CARNEIRO, 2015).
De acordo com Bertoldi (2007) a montagem dos painéis em EPS não tem
necessidade de mão de obra especializada ou o uso de gruas e guinchos para disposição
dos painéis na obra. Conforme ilustrado na Figura 12 e é possível observar a facilidade
de manuseio e execução na montagem dos painéis de vedação vertical.

Figura 12 – Montagem dos painéis monolíticos de EPS.

Fonte: Trevejo (2018)


35

Conforme Duarte e Carneiro (2015) os painéis devem ser posicionados aos


arranques que estão pré-fixados no gabarito da obra. Posteriormente com a ajuda de um
grampeador, prende-se as malhas aos painéis de aço CA-60 e assim, os painéis são
amarrados nos arranques, conforme a Figura 13.

Figura 13 - Uso de grampeador para amarração de arranque ao painel monolítico.

Fonte: Trevejo (2018)

Após o processo de amarração é de extrema importância o alinhamento e a


verificação dos prumos dos painéis, para que não haja cobrimentos de espessura
diferentes na hora de aplicar a argamassa. Segundo Trevejo (2018) é necessário colocar
réguas de alumínio a uma altura de 2 metros em relação ao piso, fixando-as
horizontalmente. Em seguida, coloca-se as escoras na diagonal e perpendicular às réguas
de alumínio, seguindo um espaçamento de quatro a cinco metros, conforme a Figura 14
(DUARTE; CARNEIRO, 2015).

Figura 14 - Montagem de réguas e escoras em painéis monolíticos de EPS

Fonte: Alves (2015)

Segundo Bertoldi (2007), após a devida montagem dos painéis e das escoras, é
fundamental colocar telas de aço da mesma malha dos painéis em pontos específicos,
36

como cantos e encontros com cantoneiras para garantir o devido reforço necessário, e
dessa forma, tornando a estrutura metálica contínua.

2.4.3.1 Malhas de Reforço

São utilizadas em ambientes que exigem um esforço maior da armadura, como em


vértices de vãos de portas e janelas, passagem de ar condicionado e encontro de placas
perpendiculares (DUARTE; CARNEIRO, 2015).
De acordo com Alves (2015), o sistema possui três categorias básicas de reforços,
preparados com malha de aço galvanizado, podendo ser até mesmo das sobras de malhas
de aço usadas na fabricação dos painéis: reforço L, reforço Liso e reforço U. Estes
reforços possuem a função de travar prováveis pontos críticos, produzindo uma estrutura
monolítica após a aplicação da argamassa.
O reforço em tela tipo “L” (Figura 15) é utilizado em todo encontro de paredes
perpendiculares, cantos de paredes ou paredes em T. Em relação ao reforço “liso”, é
empregado em aberturas de portas e janelas e encontros retos de painéis. Esta técnica é
prevista para dissipar tensões comuns nesses pontos e possíveis fissuras, este reforço
também é utilizado em painéis que necessitem de recortes para passagens de tubulações
hidráulicas e elétricas (TECHNE, 2009).

Figura 15 - (a) reforço tipo “L” e (b) Armadura de reforço tipo “L”

Fonte: (a) Trevejo (2018); (b) Duarte e Carneiro (2015)

O reforço tipo “U” (Figura 16) é aplicado em todas as aberturas de portas, janelas
ou passagens. São armaduras com funções análogas as vergas e contra vergas do sistema
convencional, fixadas com arame recozido, impedindo assim que o revestimento dos
37

painéis seja lançado diretamente no bloco de EPS e por fim anular os esforços de corte e
esmagamento localizados (TECHNE, 2009).

Figura 16 - (a) Reforço tipo “U” e 16 (b) Armadura de reforço tipo “U”

Fonte: Trevejo (2018)

Já o reforço de tipo liso (Figura 17) tem função de reforçar cantos de portas e
janelas quando há muitos esforços naquela região.

Figura 17 - (a) reforço tipo “Liso” e (b) Armadura de reforço tipo “Liso”

Fonte: Trevejo (2018)

2.4.4 Impermeabilização

O EPS não é um material higroscópio, mesmo quando imerso em água o EPS


absorve apenas baixas parcelas de água. Esta característica certifica que o EPS conserve
as suas propriedades térmicas e mecânicas mesmo perante a ação da umidade
(TECNOCELL, 2007).
É aconselhado que em banheiros, cozinhas e lavanderias, que são áreas molhadas,
aplique-se o material impermeabilizante, para impedir que a água chegue às camadas de
argamassa das paredes ou adentre ao piso. Caso a impermeabilização apresente falhas ou
se o rejunte entre as cerâmicas falhar, a umidade não chegará aos ambientes vizinhos,
38

pois existe um núcleo impermeabilizante, isso é a caracterização básica de isolamento


termoacústico e impermeabilizante (BALBINO, 2020).

2.4.5 Instalações

As instalações, de forma geral, em painéis monolíticos não mudam muito em


relação ao método convencional. No sistema Monolite, o método construtivo se torna
mais simples por não haver necessidade de quebrar paredes, dessa forma, é desenhado o
percurso das instalações no painel de EPS com um spray ou pincel (TREVEJO, 2018).
Após a demarcação do percurso das instalações é realizada a abertura de cavidades
para passagem de tubos em geral com um soprador de ar quente (Figura 18) que faz com
que as moléculas se fundam. Seguidamente a abertura dos sucos nos painéis, são
passados, na parte interna da malha de aço, os materiais que compõem a instalação
(ALVES, 2015).

Figura 18 - Abertura de cavidades das tubulações com soprador térmico.

Fonte: Tecnopanel (2017)

As saídas de hidráulica e caixas em geral para instalação elétrica precisam ser


fixadas nas malhas de aço e configuradas para que fiquem niveladas com o plano da face
de revestimento concluído (Figura 19). Em casos dos tubos rígidos ou semirrígidos,
quando necessário, a tela de aço pode ser cortada com o auxílio de um alicate e por fim,
se deve fechar mais uma vez a abertura com tela para garantir a fixação da tubulação.
Para projetos de múltiplos pavimentos sugere-se o emprego de shafts, objetivando a
facilidade quanto a manutenção dos sistemas elétrico e hidráulico (MONOLITE, 2017).
39

Figura 19 – Instalação de Componentes elétricos nos painéis monolíticos de EPS

Fonte: Autora (2021)

As aberturas para instalação das tubulações não influenciam na capacidade da


estrutura monolítica em virtude da pequena área que ocupam no interior dos painéis. Em
ocasiões de reformas ou manutenções das instalações, conforme a Figura 20, esta será
realizada da mesma maneira em que é executada para a alvenaria convencional, após a
abertura da parede é necessário reinstalar a malha de aço e refazer o acabamento em
argamassa, assim como os revestimentos finais (MONOLITE, 2017).

Figura 20 - Instalação de dutos elétricos em painéis de EPS com duas camadas de revestimento.

Fonte: Duarte e Carneiro (2015)


40

2.4.6 Revestimento e Acabamento

Esta etapa pouco se diferencia do revestimento efetuado no sistema em alvenaria


convencional. A diferença básica se encontra na definição do traço e composição da
massa, que na verdade trata-se de uma argamassa estrutural ou microconcreto. Os
elementos do microconcreto são: areia média e cimento com a opção de incluir fibras
plásticas e aditivos, para oferecer maior consistência e impedir a retração exagerada do
revestimento (SOUZA, 2009).
De acordo com o mesmo autor o revestimento é realizado com duas camadas de
argamassa, que deve ser definido desde o projeto. A primeira aplicação é o chapisco, que
tem a função de preencher a superfície do painel, e deve-se ter o cuidado de nivelamento
nos dois lados, para que não ocorra diferença de um lado em relação ao outro. Portanto,
a argamassa deve estar alinhada à tela de aço para que não ocasione a retração da mesma.
Ele ainda afirma que a argamassa utilizada pode ser lançada de forma manual, ou
projetada por meio de rebocadoras pneumáticas (Figura 21), e ambas devem passar pelo
desempeno até atingir a espessura determinada em projeto.

Figura 21 – Rebocadora Pneumática

Fonte: Megatools (2020)


41

Figura 22 – Aplicação de chapisco com Rebocadora Pneumática

Fonte: Autora (2021)

A princípio se executa as mestras, ou taliscamento, que têm como função a


demarcação das áreas de projeção, determinando a espessura final do revestimento, como
também servem de apoio para a régua manuseada durante o sarrafeamento. A projeção
(Figura 22) deve prosseguir sempre de baixo para cima e a espessura de 3,5 cm do
microconcreto é obtida por camadas. A camada de projeção deve possuir espessura
mínima de 0,5 cm e no máximo de 2,0 cm, evitando os excessos e de maneira a evitar o
retrabalho (MONOLITE, 2017).
A segunda camada de argamassa segue a mesma regra de aplicação da primeira
até atingir a espessura que deve ser indicada no projeto, e então, será desempenada para
acabamento, conforme Figura 23 (DUARTE; CARNEIRO,2015).
Após o lançamento da argamassa, o bloco de EPS apresenta propriedades rígidas
devido a união dos elementos EPS, telas metálicas e argamassa, possuindo uma
resistência a compressão por volta de 30% acima que a habitual alvenaria de blocos
cerâmicos (BARRETO, 2017).
42

Figura 23 – Aplicação da segunda camada de revestimento nos painéis.

Fonte: Autora (2021)

2.4.7 Cobertura

Quanto a execução de coberturas para casas térreas, o sistema construtivo em


painéis de EPS não foge do método convencional já conhecido, porém, o processo de
cobertura da edificação pode ser aprimorado através da utilização de telhados leves e que
colaboram para o desempenho termoacústico da construção. A estrutura fabricada pode
ser rapidamente fabricada com perfis metálicos galvanizados, seguindo o layout
determinado em projeto, tendo a possibilidade de parafusar ou chumbar com argamassa
na estrutura da casa (ALVES, 2015).
Em relação as telhas, indica-se o emprego das termoacústicas (Figura 8),
conhecidas também como telhas sanduiche, estas são compostas por duas chapas de
material metálico (zinco) e um núcleo de material isolante térmico, que pode ser o EPS
ou a espuma de poliuretano. As telhas termoacústicas funcionam tanto em telhados
embutidos como nos telhados aparentes, sendo utilizadas em projetos de pequena, média
e grande escala (THERMOTELHA, 2020).
43

O efeito térmico e acústico é potencializado com os painéis monolíticos,


aumentando o desempenho da edificação e consequentemente conforto para os habitantes
(ALVES, 2015).

2.4.8 Transporte e Armazenamento

À conta da leveza do material dos painéis de EPS em comparação aos blocos


cerâmicos, são facilmente transportados e manuseados no canteiro de obras. De acordo
com Silva (2018) o processo de transporte pode ser realizado na maioria das vezes
manualmente, quanto o armazenamento, os painéis necessitam ser arranjados
horizontalmente em pilhas com até 20 painéis, abrigados em local limpo e seco.
Aconselha-se que a fabricação dos painéis seja realizada em local diferente do
local de instalação, potencializando a linha de produção, principalmente em situações de
repetições como é o caso de conjuntos habitacionais (MONOLITE, 2017).

2.4.9 Características do Poliestireno Expandido (EPS)

Segundo informações fornecidas pela Associação Industrial de Poliestireno


Expandido (ACEPE), em Portugal, as principais características do material EPS
encontram se listada a seguir:
 Baixa condutibilidade térmica: A organização de células fechadas, repletas de
ar, reduz significativamente a troca de calor, concedendo ao EPS um grande
poder isolante;
 Leveza: As densidades do EPS variam entre os 10 e 30 kg/m³, proporcionando
uma redução considerável do peso dos produtos que o utilizam;
 Resistência mecânica: Embora seja muito leve, o EPS possui uma resistência
mecânica alta, que possibilita a sua aplicação onde esta característica se faz
necessária;
 Baixa absorção de água e insensível à umidade: O EPS não é um material
higroscópio. Ainda que mergulhado em água, o EPS absorve irrisórias
quantidades de água. Tal característica assegura que o EPS preserve as suas
propriedades térmicas e mecânicas ainda que tenha a ação da umidade
(TECNOCELL, 2007).;
44

 Fácil manuseio e transporte: O baixo peso do EPS simplifica o manuseamento


do mesmo em obra. Quaisquer operações de movimentação e fixação são
reduzidas consideravelmente;
 Versátil: O EPS pode ser facilmente moldado e conformado de acordo com
tamanhos e formas requeridos para a aplicação;
 Resistente ao envelhecimento: Todas as propriedades do EPS permanecem
constantes ao longo da vida do material, que se torna tão duradoura quanto a vida
da construção em que se aplica. O EPS não apodrece nem adquire bolor, não é
solúvel em água nem desprende substancias para o ambiente. O EPS não serve
de alimento ou substrato para o desenvolvimento de animais ou microrganismos;
 Flamabilidade: Mais de 90% do EPS fabricado no Brasil é destinado a utilização
na construção civil, desse total, 100% é da classe “F”, ou seja, aditivado com
retardante à chama, que tem como intenção evitar a propagação de incêndios,
mediante uma fonte de ignição. O EPS tipo “F” irá se retrair, isto é, “encolher”,
sem entrar em combustão.

2.5 Normas e operação técnica

A elaboração de uma construção, desde a fase de estudos à fase de execução, é um


procedimento de extrema responsabilidade e complexidade, pois pode colocar em risco a
segurança dos usuários da edificação, além de precisar apresentar conforto e
funcionalidade. Por isto, ao longo dos anos foram elaboradas Normas Técnicas e
Regulamentações com a finalidade de assegurar a integridade da construção em todas as
etapas.
Os projetos precisam inicialmente serem aprovados pelo corpo avaliador da
Prefeitura do local onde será executada a obra, de um responsável técnico que assine a
Anotação de Responsabilidade Técnica – ART, garantindo o cumprimento do projeto
previamente aprovado e a capacitação de pessoas para devida execução.

A padronização das formas de atuação e de elaboração do projeto se dão, de modo


geral, por meio de leis, que trabalham simultaneamente com as normas técnicas. A
Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é um órgão voltado para a concepção
45

de diferentes normas que objetivam a normatização de diversos procedimentos dentro do


país (BALBINO, 2020).
As normas mais citadas e aplicadas quando se refere exclusivamente de
edificações de prédios são:
 ABNT NBR 14037 – Diretrizes para elaboração de manuais de uso, operação e
manutenção das edificações – Requisitos para elaboração e apresentação dos
conteúdos.
 ABNT NBR 5674 – Manutenção de edificações – Requisitos para o sistema de
gestão de manutenção.
 ABNT NBR 15575 – Edificações habitacionais – Desempenho.
 ABNT NBR 16280 – Reforma em edificações – Sistema de gestão de reformas –
Requisitos.
Quanto aos métodos construtivos inovadores, o Sistema Nacional de Avaliação
Técnica (SINAT) é comprometido para atender, momentaneamente, omissões da
normalização técnica, em outras palavras, avaliar sistemas não compreendidos por
normas técnicas prescritivas (BALBINO, 2020).

2.5.1: Norma de Desempenho de Edificações Habitacionais – NBR 15575

Em vigência desde 2013, a ABNT NBR 15575 preconiza o comportamento


mínimo de uma edificação prezando o conforto, acessibilidade, higiene, estabilidade, vida
útil da edificação, segurança estrutural e contra incêndios para o consumidor final.
Segundo Balbino (2020), a ABNT (2013) estabelece que critérios de desempenho
são especificações quantitativas dos requisitos de desempenho, possibilitando assim que
haja uma determinação objetiva. Fundamentados na norma ISSO 6241 (1984) e
adequados para a realidade brasileira, são previstos doze critérios de desempenho de ISO
conforme a Tabela 2.
46

Tabela 2 - Adaptação dos critérios de desempenho da ISO 6241 (1964)


Itens ISO 6241 (1984) NBR 15575-1 (2013)
1 Estabilidade estrutural e resistência a Desempenho estrutural
cargas estáticas, dinâmicas e clínicas
2 Resistência ao fogo Segurança contra incêndio
3 Resistência à utilização Segurança no uso e na operação
4 Estanqueidade Estanqueidade
5 Conforto higrotérmico Desempenho térmico
6 Conforto acústico Desempenho acústico
7 Conforto visual Desempenho lumínico
8 Durabilidade Durabilidade e manutenção
9 Higiene Saúde, higiene e qualidade do ar
10 Conforto tátil Funcionalidade e acessibilidade
11 Conforto antropométrico Conforto tátil e antropodinâmico
12 Qualidade do ar Adequação ambiental
13 Custos
Fonte: Possam; Domoliner (2015)

A Norma se sustenta em três princípios, que são: segurança, sustentabilidade e


habitalidade. Quanto ao primeiro quesito exigem-se aspectos de prevenção estrutural,
contra incêndios e no uso de operação. Já o que se diz respeito a sustentabilidade, abrange
a durabilidade, a manutenibilidade, bem como os impactos ambientais da obra. Para a
habitalidade, quesito que garante a satisfação do cliente enquanto utiliza a edificação,
pode ser analisado com divisão de sete tópicos, como apresenta a Norma:
 Estanqueidade da água: Para cumprimento dos requisitos de estanqueidade é
essencial que haja o controle nas fachadas, coberturas, instalações hidrossanitárias,
pisos de áreas molhadas e demais elementos que possam estar sujeitos ao uso de água,
evitando assim a umidade e formação de fungos que podem trazer doenças aos
utentes;
 Desempenho térmico: A Norma aborda este quesito através dos critérios de
desempenho em condições naturais, como ventilação e insolação. É um fator de cunho
pessoal, uma vez que o conforto térmico pode variar devidas preferencias do morador
e questões internas e externas do imóvel;
 Desempenho acústico: Essa exigência pode ser cumprida através da adequação de
certos componentes da construção, como fachadas, coberturas e paredes para
isolamento acústico eficiente contra ruídos gerados pela circulação de veículos,
atividades nas áreas comuns do edifício - em caso de apartamentos -, música alta,
47

ruídos sonoros provenientes dos vizinhos, entre outros. Entretanto não há limites
estabelecidos para a isolação acústica dentro da própria unidade;
 Desempenho lumínico: Leva em consideração parâmetros estipulados pela NBR
5413 quanto a iluminação artificial, e apresenta métodos de medições tanto para
iluminação natural quanto iluminação artificial suficientes para o conforto;
 Saúde, higiene e qualidade do ar: A Norma considera a prática de requisitos
dispostos pelo principal órgão de vigilância sanitária, a Anvisa, afim de prover
condições adequadas de salubridade e partículas em suspensão no ar;
 Funcionalidade e acessibilidade: Refere-se as medições mínimas de ambientes e pé
direito para garantir a boa experiência do usuário;
 Conforto tátil e antropodinâmico: Para o conforto tátil, são estabelecidos critérios
de desempenho que sugerem a forma e o limite necessário para acionamento de
trincos, torneiras e demais dispositivos. Já para o conforto antropodinâmico, são
determinados limites quanto à deformabilidade de pisos, declividade de rampas,
velocidade de elevadores, entre outros itens.
Conforme a habitualidade do uso de métodos convencionais há histórico de
cumprimento do desempenho conforme a vida útil do edifício, entretanto para novas
tecnologias é de suma importância a realização de ensaios para maior afinidade com as
características do material. Afim de conhecimento dos projetistas para execução das
imposições das Normas vigentes, é interessante que haja dados dos fabricantes e
fornecedores, ademais no Brasil ainda não há esta cultura, o que causa obstáculos para o
conhecimento.

2.5.2: Atendimento à Norma de desempenho para painéis de EPS

De acordo com Possan e Demoliner (2013), os profissionais devem avaliar a vida útil
mínima dos elementos e sistemas ainda na fase de projeto da edificação, procurando
garantir que estes desempenhem suas funções no decorrer da vida útil especificada.
Conforme Balbino (2020), os painéis monolíticos de EPS, atendem as normas da
NBR 15.575 e seguem também, o Sistema de Avaliações Técnicas (SINAT) a partir da
diretriz n°011- Diretriz para Avaliação Técnica de Paredes, moldadas no local,
constituídas por componentes de poliestireno expandido, aço e argamassa, microconcreto
ou concreto. Artigos de ensaios realizados pelo IPT e pelo Laboratório de Materiais de
48

Construção Civil da Universidade Federal de Santa Maria (LMCC – UFSM), comprovam


as características mínimas exigidas pela norma de desempenho das edificações:

 Relatório 836187 (IPT) – Ensaio de flamabilidade;


 Relatório 32906 (LMCC – UFSM) – Ensaio de verificação das características
térmicas;
 Relatório 32911 (LMCC – UFSM) – Ensaio de isolação sonora;
 Relatório 33110 (LMCC – UFSM) – Impacto de corpo duro;
 Relatório 835642 (IPT) – Impacto de corpo mole;
 Relatório 33113 (LMCC – UFSM) – Permeabilidade à água;
 Relatório 33115 (LMCC – UFSM) – Durabilidade das armaduras.

2.6 SISTEMA CONSTRUTIVO CONVENCIONAL

A alvenaria se trata de uma técnica construtiva de procedência milenar, que teve


início com uma simples sobreposição de materiais, com o objetivo de se alcançar a um
fim específico. De certa maneira, esse método obteve sucesso por meio dos impulsos
sofridos, possivelmente devido à uma economia mais estável com o passar do tempo, a
maior preocupação com o aumento da competitividade do mercado. Contudo, começou a
surgir uma necessidade por elementos e estratégias distintas, que englobassem todas as
carências que a alvenaria até então não supria (NASCIMENTO, 2007).
De acordo com a NBR 15270 (ABNT, 2017), os blocos cerâmicos fazem parte da
vedação de estruturas tanto externas como internas. Este material tem como função
principal separar e vedar os ambientes, mas também exerce o papel de resistir aos esforços
proporcionados pelo próprio peso da vedação
O hábito do concreto armado desencadeou no Brasil no início do século XX,
patenteado por empresas estrangeiras, sendo empregado primeiramente em obras de
pontes e viadutos, porém, após o ano 1930 começou a alavancar e introduzir-se no âmbito
geral das edificações da construção civil, sendo assim, combinado com os blocos
utilizados até então, no ano de 1940 já havia sido normatizado pela ABNT garantindo
maior segurança e confiança pelo senso geral (VASCONCELOS, 1985).
Segundo Ramalho (2003), a alvenaria convencional é um sistema tradicional,
entranhado na cultura da habitação brasileira. Consequentemente, o método mais aplicado
49

para a edificação de casas e prédios. Faz uso de materiais simples, como o cimento, os
blocos cerâmicos para vedação e aço, mas se torna oneroso nos gastos com mão de obra
e tem baixa produtividade.
O sistema construtivo em alvenaria convencional (Figura 24), faz uso de vários
componentes e diferentes processos executivos. Tem-se o concreto, um composto
homogêneo constituído por cimento, água, agregado miúdo, agregado graúdo e ar, bem
como a vedação, composta por tijolos cerâmicos, argamassa e revestimento (BASTOS,
2006). Os processos fundamentais para o respectivo método construtivo serão abordados
nos tópicos a seguir.

Figura 24 – Sistema construtivo em alvenaria convencional.

Fonte: Astra (2016)

2.6.1 Fundação

Na engenharia, fundação é o termo usado para as estruturas encarregadas de


transmitirem toda a carga da construção ao solo. Com isso, o tipo de fundação mais
apropriado para a obra deve ser determinado a partir da carga do edifício, tipo de solo
onde vai ser construído, a profundidade do lençol freático, entre outras condições que
devem ser analisadas (M²OBRAS, 2020).
Segundo Yazigi (2002), a base de uma construção detém a função de direcionar à
superfície do chão todo o peso e pressão que a estrutura fará sobre a mesma. Entretanto,
a fundação pode ser fabricada de modo a ser profunda ou de superfície.
Para o caso de habitações populares, as opções mais utilizadas neste sistema
construtivo são fundações do tipo radier ou vigas baldrame.
50

Levando como exemplo as vigas de baldrame, o primeiro passo para a execução


da fundação é realizar a locação de projeto (Figura 25), posteriormente, executa-se a
marcação do alinhamento do terreno, e então, é iniciada a montagem do gabarito de
acordo com a planta, conforme a Figura 25 (TREVEJO, 2018).

Figura 25 – Processo de locação da obra

Fonte: Constru Fácil RJ (2020)

Com a locação pronta inicia-se as vigas de baldrame, realizando a abertura de valas


no terreno, juntamente com a abertura de furos das estacas. Paralelamente, as fôrmas das
vigas e as armaduras já devem estar prontas no local para em seguida serem devidamente
posicionadas (CONSTRUFÁCILRJ, 2020). Após todos os processos preliminares - locação,
forma, armadura e conferência dos trabalhos executados – finaliza-se a etapa com a
concretagem das peças, conforme Figura 26.

Figura 26 – Concretagem de vigas baldrames

Fonte: Gerência de Obras (2021)

Após à cura do concreto, é realizada uma das etapas mais importantes da obra, a
impermeabilização do elemento, conforme Figura 27, pois como são elementos de direto
contato com o solo pode existir a possibilidade de ataques de umidade, e com a
impermeabilização este contratempo pode ser evitado. Dessa forma, impedindo que a
umidade do solo chegue até os pilares, lajes e paredes, através do processo de capilaridade
(TREVEJO, 2018).
51

Figura 27 – Vigas baldrames impermeabilizadas

Fonte: Trevejo (2018)

2.6.2 Estrutura

A estrutura de uma edificação é composta por três elementos: vigas, pilares e lajes e
tem como responsabilidade resistir às cargas impostas sobre eles, conforme a Figura 28
(GARCIA, 2009).
Cada viga é dimensionada para sustentar as cargas recebidas das lajes e então,
distribuir para os pilares até chegar à fundação, com isso, é necessário um engenheiro
capacitado para o desenvolvimento do projeto e cálculo de dimensionamento. Ainda
conforme o autor, normalmente os pilares são posicionados no encontro das paredes, ou no
meio quando o vão for superior a 4 metros, possuindo na maioria das vezes a mesma largura
da parede sem o revestimento, portanto, dessa maneira, não fica aparente na finalização da
edificação (PRACONSTRUIR, 2020).

Figura 28 – Esquema de distribuição de cargas em estruturas de concreto armado

Fonte: Mathias (2018)


52

Na primeira etapa amarra-se a armadura aos arranques deixados na fundação


proporcionando a continuidade entre os sistemas estruturais, posicionam-se as formas
com as medidas especificadas ao redor da armadura, e por fim, verifica-se o prumo e
especificações, para realização da concretagem, conforme a Figura 29.

Figura 29 – Esquema de forma para concretagem de pilar

Fonte: casadetijolo.blogspot.com (2013)

Em relação as vigas, em tal sistema são elementos que atuam basicamente na


horizontal, são lineares, seu comprimento longitudinal deve ser no mínimo três vezes a
maior dimensão da seção transversal, segundo a NBR 6118 (ABNT, 2014). São
responsáveis por receberem as cargas oriundas das lajes como também de outras vigas,
ocasionando a transferência destes esforços para os pilares, atuam também garantindo o
contraventamento e estabilidade da edificação (BASTOS, 2006).

2.6.3: Alvenaria de vedação

De acordo com a NBR 15270-1 (ABNT, 2005), Componentes cerâmicos: Blocos


cerâmicos para alvenaria de vedação – Terminologia e requisitos, o sistema em alvenaria
convencional é composto por um conjunto de paredes que são montadas com blocos
cerâmicos, sendo unidos por argamassa, estabelecendo a separação dos ambientes
internos, isolamento interno da edificação do externo, também garantindo proteção
térmica, acústica. Dispondo de resistência mecânica, resistência contra a água e o fogo.
53

Ainda de acordo com a NBR 15270-1 (ABNT, 2005), um bloco cerâmico


determina-se como um elemento que deve possuir a forma de um prisma reto e furos
prismáticos perpendiculares às faces que os contêm.
O sistema de vedação vertical com alvenaria é o mais utilizado no país, e sua
montagem conforme Trevejo, (2018) o processo de alvenaria é iniciado pela marcação,
que é definido pela primeira carreira de blocos cerâmicos sobre a viga de baldrame,
conforme a Figura 30. Sendo essa, a determinante do posicionamento da vedação, porém
sem o uso de argamassa ainda. Esse processo inicial evita que pedaços de blocos sejam
utilizados no meio de uma parede, pois isso pode provocar futuramente fissuras e trincas.
É importante ressaltar que as argamassas de assentamento de blocos para vedação devem
seguir as recomendações específicas do engenheiro projetista (IBDA, 2020).

Figura 30 – Marcação da primeira fiada de blocos

Fonte: Santos (2013)

De acordo com Santos (2013) as fiadas são colocadas uma sobre as outras de modo
que os blocos na vertical estejam descontínuos, assim, garantindo as juntas de amarração.
Ainda conforme o autor, é recomendado iniciar pelos cantos da parede e fazer a utilização
do escantilhão, para então garantir o prumo e alinhamento da alvenaria (Figura 31).
Segundo recomendações da NBR 8545 (ABNT, 1984) as juntas de argamassa entre fiadas
devem possuir no máximo 10 mm e não devem apresentar vazios.
54

Figura 31 – Execução de alvenaria de assentamento

Fonte: Santos (2003)

Durante a fabricação destas paredes é necessário prever as aberturas e os espaços


para disposição das esquadrias, todas obedecendo a locação proposta no projeto
arquitetônico. Nas aberturas de portas se faz necessário a colocação de vergas, no qual se
refere a uma barra superior à esquadria que irá redistribuir as cargas para os blocos
adjacentes, impedindo assim que incida sobre a esquadria. Quanto as esquadrias de janela
são colocadas as vergas e as contravergas, uma barra inferior que serve para distribuir o
peso da esquadria sob os blocos inferiores, evitando trincas e defeitos, como na Figura 32
(BORGES, 1996).

Figura 32 – Esquema de verga e contraverga em alvenaria

Fonte: Gasperin (2014)

Sabbatini (2001) afirma que a alvenaria de vedação convencional utiliza de vários


projetos para sua construção, no qual as soluções construtivas são improvisadas ao longo
da etapa de execução. Entretanto, a alvenaria de vedação convencional é um material de
construção econômico, levando em conta os investimentos iniciais de uma obra.
55

2.6.3 Impermeabilização

É importante a realização da impermeabilização do elemento de fundação viga


baldrame, conforme exemplificado no item 2.6.1, e além dele é fundamental
impermeabilizar também a base dos blocos de vedação e o contrapiso da edificação.
Na viga baldrame pode ser realizada a impermeabilização rígida, no qual não
poderá haver deformações que ocasionem o surgimento de fissuras, e a
impermeabilização flexível que suporta maiores deformações (PIRONDI, 1979).
Além da impermeabilização das vigas baldrame, é aconselhado que aplique
produto impermeabilizante cimentício até a terceira fiada de tijolos e também nas áreas
molhadas da edificação como banheiros, cozinhas e lavanderias, sobre o contrapiso e de
20 a 30 cm de altura nas paredes (RS ENGENHARIA, 2019).

2.6.4 Instalações Complementares

Essa fase de instalações é a que mais possui desperdício de resíduos, pois para a
instalação elétrica e hidráulica é necessário quebrar algumas regiões das paredes já
confeccionadas, sendo preciso dessa forma o preenchimento com argamassa
posteriormente. As ilustrações a seguir (Figura 33), mostram esse processo
(TREVEJO,2018).

Figura 33 - (a) Rasgo para instalação hidráulica e (b) Rasgo para instalação elétrica

Fonte: (a) Trevejo (2018); (b) Cardi (2014)

A Figura 33 (a) representa a fase intermediária do processo, com o rasgo na


alvenaria realizado e a tubulação hidráulica posicionada. Já a Figura 33 (b) representa a
fase final do processo, com o rasgo já coberto por argamassa sobre as instalações elétricas.
56

2.6.5.1 Instalações Elétricas

Ao se realizar as instalações elétricas de uma construção em alvenaria


convencional são executados cortes e rasgos nas paredes, produzindo resíduos e perda
excessiva de material, elevando a mão de obra e as despesas finais da obra.
Seguidamente a abertura de rasgos nos pontos determinados em projeto
encaminha-se com a instalação dos conduítes, caixas e quadros. Posteriormente, é
executado o fechamento dos rasgos, que novamente, exige tempo e mão de obra, e
argamassa.
Em casos de manutenção na instalação, é preciso abrir mais uma vez os rasgos e
tornar a fecha-los (OLIVEIRA, 2012).
Ao fim, é necessário realizar a passagem da fiação equivalente por dentro dos
eletrodutos chumbados na parede, conforme estipulado no projeto. A fiação aérea passa
por eletrodutos que são instalados na laje ou estrutura do telhado. No caso de fiação por
dentro dos pisos, também são passados por dentro dos eletrodutos. Finalmente, deve ser
adicionado os dispositivos e seus respectivos acabamentos nas caixas de interruptores,
tomadas e nos quadros (OLIVEIRA, 2012).

2.6.5.2 Instalações hidrossanitárias

No sistema construtivo em alvenaria convencional, as instalações prediais


hidrossanitárias são determinadas pelo conjunto de instalações que dispõem a
responsabilidade de abastecer todo o edifício com água, como também coletar e conduzir
os efluentes gerados para o local adequado de despejo (CREDER, 2007).
De acordo com Neto (2007), as instalações em questão podem transportar água
fria, água quente, águas pluviais, efluentes sanitários, gás ou água destinada para combate
a incêndios.
Nas instalações hidráulicas, o método de instalação da tubulação é análogo às
instalações elétricas, fazendo-se necessário a execução de rasgos para a passagem através
das alvenarias de blocos cerâmicos, mais uma vez colaborando para produção de resíduos,
desperdício de materiais e mais mão de obra. Seguida a fixação das tubulações e conexões
de acordo com os projetos, efetuação do argamassamento dos rasgos das paredes, precisa-
se instalar os registros e proteções hidráulicas para posterior colocação das torneiras e
acabamentos (OLIVEIRA, 2012).
57

As instalações sanitárias quando pensadas em projeto prévio podem evitar grande


parte do processo como é feito nas instalações hidráulicas. Porém, em tubulações de
recolhimento nas paredes, ainda assim necessitam de cortes e rasgos para efetua-las. Em
resumo, torna-se um procedimento construtivo dispendioso e não sustentável
(AZEVEDO, 2013).

2.6.6 Revestimentos

Os revestimentos preliminares em paredes de alvenaria de blocos cerâmicos


compreendem a aplicação de argamassa para sua execução. Existem tipos particulares de
argamassa, empregadas com funções específicas: argamassa de aderência, utilizadas para
chapisco; argamassa de regularização, utilizada no emboço; e argamassa de acabamento,
utilizada no reboco (AZEVEDO, 2004).
O chapisco corresponde a parte da argamassa que possui contato diretamente com
a alvenaria ou em elementos estruturais de concreto. É a primeira camada de argamassa
a ser efetuada e tem a responsabilidade de formar uma superfície áspera o suficiente para
que proporcione maior aderência à próxima camada, o emboço (PEREIRA, 2018).
Seguidamente a execução do chapisco, continua-se para a regularização da
superfície ainda irregular, com a finalidade de aprontar a parede para o assentamento de
revestimento cerâmico, quando houver, ou para a execução do reboco para a posterior
pintura (PEREIRA, 2018). E por fim, a última camada que deve ser aplicada é o reboco,
sendo uma aplicação mais fina e que deixará a superfície plana e lisa para a execução de
trabalhos futuros, como por exemplo, a pintura, processos demonstrado através da Figura
34. Ainda é necessário seguir algumas indicações para os revestimentos que variam de
acordo com o ambiente, sendo assim, em ambientes internos a espessura pode variar entre
5 mm ≤ e ≤ 20 mm, em ambientes externos: 20 mm ≤ e ≤ 30 mm, já em tetos internos e
externos deve-se seguir a recomendação de espessura ≤ 20 mm (ESCOLA
ENGENHARIA, 2020).
58

Figura 34 – Camada de revestimentos argamassado

Fonte: Escola Engenharia (2020)

A NBR 7200 (1998) estabelece o seguinte cronograma de execução do


revestimento em argamassa:
 Logo após executadas as alvenarias, deve-se esperar pelo menos 14 dias caso
estas sejam estruturais não armadas ou alvenaria de vedação para a execução
do chapisco. Caso a estrutura for de concreto ou alvenaria estrutural armada,
deve-se respeitar o prazo mínimo de 28 dias;
 Após a execução do chapisco, é necessário esperar pelo menos 3 dias para a
execução do emboço;
 Se o emboço for realizado com a adição de cal, o prazo mínimo para a
aplicação da próxima camada deverá ser de 21 dias. Caso for executado com
argamassa mista ou hidráulica, 7 dias;
 Por fim o reboco deve ser então realizado e com o revestimento pronto,
necessita-se esperar pelo menos 21 dias para a cura completa das camadas e
a posterior execução de acabamento decorativo.

2.6.7 Esquadrias

As dimensões dos vãos de portas e janelas são estabelecidas com embasamento


no modelo de janela ou porta que será instalada (de abrir, de correr, etc.), nas necessidades
de ventilação e iluminação do ambiente, e em exigências especiais, como por exemplo,
passagem de cadeira de rodas. Os vãos nas alvenarias são determinados em função da
dimensão da esquadria, da utilização de contramarcos e vergas ou contravergas, da
manutenção de folga para assentamento de peitoris e, por fim, do tipo de fixação da
esquadria (IPT, 2009).
Após determinação do vão em questão, deve-se requadrar o capiaço e
posteriormente, fixar a pingadeira em caso de janelas ou assentar a soleira quando portas.
59

Alguns modelos de janelas exigem o chumbamento de contramarcos na alvenaria para


que em seguida instale a esquadria por meio de parafusos (Figura 35). Quando portas, os
batentes também devem ser previamente instalados. É importante que sempre se confira
o esquadro, prumo e o nível das peças a serem instaladas para garantir o correto
funcionamento das esquadrias (RODRIGUES, 2015).

Figura 35 – Chumbamento em alvenaria de contramarco para esquadria

Fonte: Casa Com Vidro (2019)

2.6.8 Cobertura

Segundo Milito (2009), a finalidade da cobertura é de preservar a edificação de


eventualidades atmosféricas, como águas da chuva, além de garantir mínimo conforto
térmico. É composto pelos seguintes elementos: adução, cobertura e estrutura. Segundo
estudo realizado por Oliveira (2012), as coberturas mais comuns em habitações populares
são com estrutura de madeira e telhas de concreto, cerâmica e fibrocimento.
O telhado é dividido em duas estruturas fundamentais: madeiramento e cobertura
(Figura 36). No telhado de telhas cerâmicas ou de concreto, consomem-se em média 15
a 16 telhas por metro quadrado e o caimento do telhado possuir no mínimo 35% de
inclinação. Quanto a cobertura com telhas de fibrocimento com ondulação de 6mm e
8mm, o caimento mínimo deve ser de 22% (BORGES, 2009).
É possível subdividir o madeiramento em armação e trama. A armação se trata da
parte estrutural do madeiramento, formada por tesouras ou treliças, cantoneiras, escoras,
entre outros. A madeira frequentemente empregada para a armação é a peroba, devido
suas propriedades de resistência ao apodrecimento e também por não ser tão dura como
o ipê. Aconselha-se que ao calcular e projetar uma tesoura para armação, usar bitolas
comerciais para não encarecer os insumos da estrutura. A trama é formada de terças,
60

caibros e ripas, que se apoiam sobre a armação e, portanto, servindo como apoio para as
telhas (BORGES, 2009).

Figura 36 – Telhado de madeira com 2 águas

Fonte: www.comercialcsn.com.br (2018)

2.7 Orçamento na Construção Civil

Um orçamento pode ser definido como a determinação dos gastos necessários para
a realização de um projeto, de acordo com o plano de execução previamente estabelecido,
gastos esses traduzidos em termos quantitativos (CARDOSO, 2009).
Segundo apresentado por Lopes, Librelotto e Avila (2003) a realização do
orçamento está vinculada a atuação de engenheiros e arquitetos e considera a questão da
composição unitária, conforme demonstra a Figura 37.

Figura 37 – Estudo de composição orçamentária de custos

Fonte: Lopes; Librelotto; Avila (2003)

O orçamento de uma obra, conforme comentado por Goldman (2004) é uma das
informações que o empreendedor quer conhecer. É importante também salientar a
61

afirmação do autor que a construção implica gastos consideráveis e por isso mesmo
devem ser determinados, a fim de que o empreendimento estudado seja viável ou não. No
Brasil o processo orçamentário é regido pela ABNT NBR 12.721/2006 – Discriminação
Orçamentária. Esta norma apresenta detalhes importantes para a elaboração de um
orçamento completo e eficiente.
De acordo com Tisaka (2006) é de extrema importância o profissional engenheiro
conhecer todas as características que envolvem uma obra como um todo, calcular a
remuneração de serviços de Engenharia exige uma série de requisitos que não se
restringem apenas a uma questão eminentemente técnica, envolvendo necessidade de
conhecimentos que vão desde a legislação profissional, legislação tributária e fiscal,
conhecimento do mercado de materiais e de mão-deobra, no seu mais amplo sentido.
É necessário que o profissional ao elaborar o orçamento compreenda todos os
detalhes da obra seguindo cada projeto específico. Cordeiro (2007) confirma esta
afirmação citando os seguintes projetos específicos de uma obra: projeto arquitetônico,
projeto de fundações, projeto de estrutura, projeto de instalações elétricas, projeto de
instalações telefônicas, Projeto de instalações hidrossanitárias, dentre outras
características que são inerentes a qualquer obra de Engenharia.
Avila, Librelotto e Lopes (2003) comentam que os custos unitários, então, são
determinados com relação às unidades de serviço tais como: m², m³, hectare, pontos
elétricos, horas de mão-de-obra ou equipamentos, e outras.
Dentro deste aspecto os autores citados acima mostram os componentes do custo
unitário:
 Índice ou coeficiente de aplicação de materiais;
 Índice ou coeficiente de produção ou de aplicação de mão-de-obra;
 Índice de aplicação de equipamentos com o seu custo horário;
 Preços unitários de materiais;
 Preços unitários de mão-de-obra;
 Taxas de encargos sociais;
 Benefícios e Despesas Indiretas (BDI).
Conforme citado por Cardoso (2009) entre 50% e 75% dos custos de uma obra
são considerados diretos, ou seja, tem impacto direto sobre a obra, entre eles estão os
encargos sociais. Também é comentado pelo autor que entre 25% e 50% são considerados
indiretos, ou seja, não tem vinculação direta a obra, a esses custos são conhecidos como
62

Benefícios e Despesas Indiretas – BDI. Conhecer os custos diretos e indiretos de uma


obra é fundamental para a elaboração de um orçamento. É necessário se aprofundar no
tema para que haja um consentimento quanto a relação dos custos reais de uma obra e sua
aplicação correta dentro do orçamento.
O orçamento será uma ferramenta importante para o estudo deste trabalho, pois
demonstrará os custos totais de cada método construtivo analisado, sendo o orçamento
um dos pilares para a escolha de um tipo construtivo, pois além de tudo os custos devem
ser viáveis.

2.8 Habitações de Interesse Social (HIS)

A indústria das construções habitacionais tem evidente importância


socioeconômica e exerce uma missão primordial na esfera do desenvolvimento
econômico brasileiro. É totalmente conectada aos segmentos da incorporação imobiliária,
que abrange as práticas voltadas para o incentivo e construção de edificações para
comercialização. Consequentemente está diretamente aliada com as questões de demanda
por habitações no País (TEXEIRA; CARVALHO, 2005).
De acordo com a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias
(ABRAINC, 2017), nos últimos sete anos, as atividades relacionadas à incorporação
imobiliária, ou seja, ligadas ao segmento habitacional brasileiro, anualmente, foram
responsáveis por 1,9 milhão de empregos em todo o País. Em 2019, o setor gerou 15%
do total de empregos formais no Brasil, havendo um crescimento de 52% em relação a
2018.
A atividade construtiva estimula, através da sua demanda, recursos e insumos de
diversos campos da economia brasileira, direta e indiretamente. O aumento do número de
empregos e nos salários das pessoas empregadas na construção civil é benéfico para
economia como um todo, visto que, gera renda, consumo e por consequência o aumento
do Produto Interno Bruto (PIB) do País, o que resumindo, leva a um crescimento
econômico devido a seu efeito multiplicador (TEIXEIRA E CARVALHO, 2005).
Segundo dados coletados dos anos de 2000 a 2003 do banco de dados do Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mais precisamente do Cadastro Central de
Empresas (CEMPRE), municípios que participam do Programa de Arrendamento
Residencial (PAR), criado em 1999, obtiveram um aumento de 20% no número de
pessoas em trabalhos pertencentes ao setor da construção, em relação aos municípios sem
63

o PAR, o que demonstra um indicativo de que o programa está atrelado com o aumento
nos empregos do setor.
Conforme publicação realizada por Fernando Noruiti (2018), através do Portal
Jusbrasil, o déficit habitacional pode ser mensurado por meio de quatro variáveis que,
somadas, resultam na necessidade de habitações sobre uma determinada região:
 Precariedade dos domicílios: Ou seja, as habitações improvisadas como pessoas
que moram em carros, barracas, ou mesmo barracos, casas construídas sem
paredes, estruturas rústicas com materiais improvisados e inadequados, ou mesmo
lugares que não foram construídos originalmente para moradia;
 Coabitação: Quando duas ou mais famílias convivem juntas em um mesmo
ambiente, também chamada de cortiços, sem privacidade, com divisão de uso
comum do banheiro, lavanderia e outros ambientes;
 Ônus excessivo do aluguel: Como parâmetro para essa variável são consideradas
pessoas com renda de até 3 salários mínimos que utilizam mais de 30% da sua
renda para pagar sua moradia;
 Adensamento de domicílios: Número excessivo de pessoas por dormitório em
domicílios alugados, ou seja, pensões. Para entrar no cálculo do déficit, considera-
se o dormitório com mais de 3 pessoas.
Segundo pesquisa realizada em janeiro do ano de 2020 em parceria entre o
Ministério do Desenvolvimento Regional e a Fundação João Pinheiro, o déficit
habitacional estimado para o Brasil no ano de 2019 foi de 5,876 milhões de domicílios,
dos quais 5,044 milhões estão localizados em área urbana e 832 mil, em área rural. Em
termos relativos, o número total representa 8,0% do estoque total de domicílios
particulares permanentes e improvisados do país.
Segundo a Caixa Econômica Federal (CEF, 2009), no decorrer dos anos, diversas
medidas foram idealizadas pelo governo com o objetivo de buscar reduzir tal deficiência.
Contudo, seria criado em 2009 um dos mais eficientes programas assistencialistas
brasileiros da história, o Programa Minha Casa Minha Vida (PMCMV).
Objetivando atender a população de baixa renda, apenas na primeira fase do
Programa, foi estabelecida a meta de entrega de um milhão de unidades habitacionais,
com um investimento de 53 bilhões de reais. O PMCMV é um programa do Governo
Federal, coordenado pelo Ministério das Cidades e operacionalizado pela Caixa
Econômica Federal, que se fundamenta na aquisição de terrenos e construção ou
64

requalificação de imóveis contratados como empreendimento habitacionais em regime de


loteamentos compostos por casas ou apartamentos, ou condomínios que após sua
conclusão, são alienados às famílias que possuem renda familiar mensal de até R$
1.800,00, para uma classificação de empreendimento, ou até uma renda de R$ 7.000,00
para outra classificação de empreendimento (CE, 2020).
Segundo estudo da FGV (2014), Minha Casa Minha Vida só conseguiu diminuir
por volta de 8% deste déficit até o ano de 2015. Embora tenha tido grandes investimentos
em moradias, o déficit habitacional ainda é um dilema que se agrava no Brasil, mas que
por outro lado move a economia, especialmente o setor de habitações da construção civil,
e tem grande importância socioeconômica (SANTOS, 2013).
Em 2020 o PMCMV passou por uma alteração e passou a se chamar “Casa Verde
e Amarela”, o novo programa passa a dividir o público-alvo em três grupos e, além de
financiamento de imóveis, prevê outras ações, como reforma para melhorias da moradia
e regularização fundiária. Diferente do Minha Casa Minha Vida, o novo programa não
será mais composto de faixas, mas sim em grupos, conforme comparações na Figura 38
(TENDABLOG, 2021).

Figura 38 – Comparação entre o extinto Programa e o Programa em vigência

Fonte: TendaBlog (2021)

Ao mesmo tempo, o Casa Verde e Amarela mantém alguns dos benefícios do


Minha Casa Minha Vida (TENDABLOG, 2021).
65

3 METODOLOGIA

Esta pesquisa pode ser considerada exploratória descritiva. Logo, pode-se dizer
que é exploratória pois o levantamento bibliográfico traz maior familiaridade sobre o
assunto abordado. Ainda, é uma pesquisa descritiva pois tem como objetivo descrever as
características principais do método construtivo em alvenaria convencional e do sistema
construtivo com painéis monolíticos.

3.1: Caracterização do objeto de pesquisa

O modelo escolhido para a realização deste trabalho foi a planta de uma unidade
residencial unifamiliar de padrão baixo fornecida pelo orientador. Essa escolha se deu por se
tratar de um modelo semelhante ao utilizado nas habitações de interesse social já executadas
no estado do Mato Grosso, nos municípios de Lucas do Rio Verde, Nova Mutum e Primavera
do Leste. A edificação, conforme Figura 39, possui uma área construída de 36,60m², sendo
uma edificação estilo térrea, com dois dormitórios, banheiro, e sala e cozinhas conjugadas.

Figura 39 – Planta baixa de unidade residencial unifamiliar de padrão baixo.

Fonte: Autora (2022)


66

A edificação será executada em fundação tipo radier, com laje maciça, sistema de
vedação com blocos cerâmicos de 9cm de espessura, cobertura com telhado de duas águas,
esquadrias do tipo metálica, chapisco com traço 1:8 (argamassa de cimento e areia), reboco
tipo paulista com traço 1:2:8 (argamassa de cimento, cal hidratada e areia). Com os demais
aspectos construtivos descritos no apêndice A.

Figura 40 – Delineamento da pesquisa

Fonte: Autora (2022)

O delineamento da pesquisa (Figura 40) se deu através de etapas como a escolha


de um projeto padrão, apresentado na Figura 39, a quantificação de serviços e materiais
para o Modelo A, em seguida através do levantamento quantitativo anterior e feitas as
devidas alterações necessárias, obteve-se a quantificação de materiais e serviços para o
Modelo B. Com os levantamentos das quantificações se foi possível a elaboração dos
orçamentos para cada modelo construtivo. Com os valores totais dos orçamentos gerados,
foi possível efetuar a comparação de custos entre os Modelos A e B.
Através do auxílio do Software Project se fez possível a comparação de tempo de
execução dos serviços para cada método construtivo através do caminho crítico.
Logo após foi elaborado um confronto sustentável entre os Modelos através de
dados bibliográficos. E através de todas as etapas citadas obteve-se os resultados da
pesquisa.

3.2 Procedimentos específicos

Serão levantados dados quantitativos e qualitativos a respeito de materiais e


recursos a serem utilizados, sendo estruturada uma pesquisa com a finalidade de comparar
67

a produtividade de execução e os custos entre o método convencional e o sistema


monolítico de EPS.
O levantamento de dados técnicos para adaptação da habitação com a
implementação de painéis de EPS foi obtido através de catálogos técnicos de fabricantes
e revistas consolidadas no mercado, como a espessura adotada para levantamento
quantitativo do material - 8 cm de espessura conforme especifica a revista Téchne (2009).
Após a quantificação de serviços, foi realizada a adaptação para o sistema
monolítico de vedação em EPS na planta baixa da HIS em questão, por meio dos projetos
arquitetônicos e complementares, que possibilitaram a elaboração de planilhas
orçamentárias.
A orçamentação foi realizada com base no Sistema Nacional de Pesquisa de
Custos e Índices da Construção Civil do Estado de Mato Grosso (SINAPI-MT) com dados
atualizados de abril de 2022. Para elementos sem composição unitária definida, foi
realizado por meio de preços fornecidos no mercado. Por fim da etapa, comparou-se a
produtividade e os custos entre os dois sistemas, possibilitando a realização de análises.
Na elaboração do cronograma e duração de atividades, foram utilizados dados
conforme a jornada de trabalho comum na construção civil da região do Mato Grosso,
com período de trabalho das 07:00 às 17:00 horas, de segunda-feira à quinta-feira, e 07:00
às 16:00 na sexta-feira, com uma hora destinada ao almoço.

3.3 Análise dos dados

Para melhor apresentação dos dados, este orçamento foi baseado nas seguintes
principais etapas construtivas, sendo elas:
1. Serviços preliminares e gerais;
2. Infraestrutura;
3. Supraestrutura;
4. Paredes e painéis;
5. Coberturas e proteções;
6. Revestimentos, elementos decorativos e pinturas;
7. Pavimentação;
8. Instalações e aparelhos;
9. Complementação da obra.
68

Algumas etapas construtivas como: serviços preliminares, pintura, pavimentação,


louças e metais, forros e outras complementações, não variam de método para método. Já
outras etapas como: esquadrias, impermeabilização, revestimento e instalações, possuem
uma variação considerável em relação as suas execuções.

4 RESULTADOS

4.1 Análise orçamentária

Com as etapas estabelecidas, o levantamento quantitativo de insumos, apresenta-


se assim, no Apêndice I os custos detalhados para construção de uma habitação popular
no sistema construtivo convencional. De tal forma, a Tabela 3 demonstra as estimativas
de custos para o método construtivo A.

Tabela 3 - Estimativa de custos para construção em alvenaria convencional


ETAPA: CUSTO: %:
1. Serviços preliminares e gerais R$:10.000,00 11,11
2. Infraestrutura R$: 9.003,41 10,00
3. Supraestrutura R$: 6.466,24 7,18
4. Paredes e painéis R$:19.023,20 21,13
5. Coberturas e proteções R$:11.227,63 12,47
6. Revestimentos, elementos decorativos R$:15.208,46 16,69
e pinturas
7. Pavimentação R$: 3.170,45 3,52
8. Instalações e aparelhos R$:15.726,46 17,47
9. Complementação da obra R$: 391, 14 0,43
10. Benefício e despesas indiretas (BDI) R$:22.509,24 25
TOTAL R$:112.546,22 125
Fonte: Autora (2022)

Novamente, com o estabelecimento das etapas, o levantamento quantitativo de


insumos, apresenta-se assim, no Apêndice J os custos detalhados para construção de uma
habitação popular no sistema construtivo de painéis monolíticos de EPS. De tal forma, a
Tabela 4 demonstra as estimativas de custos para o método construtivo B.
69

Tabela 4 - Estimativa de custos para construção em painéis monolíticos de EPS


ETAPA: CUSTO: %:
1. Serviços preliminares e gerais R$:10.000,00 11,21
2. Infraestrutura R$: 9.003,41 10,09
3. Supraestrutura R$: 6.446,24 7,25
4. Paredes e painéis R$:18.255,83 20,46
5. Coberturas e proteções R$:11.227,63 12,58
6. Revestimentos, elementos R$:15.495,46 17,37
decorativos e pinturas
7. Pavimentação R$: 3.170,45 3,55
8. Instalações e aparelhos R$:15.219,84 17,06
9. Complementação da obra R$: 391, 14 0,44
10. Benefício e despesas indiretas R$:22.307,39 25
(BDI)
TOTAL: R$:111.536,97 125
Fonte: Autora (2022)

Gráfico 1 – Comparação entre os orçamentos dos modelos A e B


21,13%

21,46%

17,47%
17,37%

17,06%
16,69%
12,58%
12,47%
11,21%
11,11%

10,09%
10%

7,25%
7,18%

3,55%
3,52%

0,44%
0,43%
R$: 10.000,00

R$: 19.023,20

R$: 18.255,84

R$: 11.227,63

R$: 11.227,63

R$: 15.208,46

R$: 15.495,46

R$: 15.726,46

R$: 15.219,85

R$: 391, 14

R$: 391, 14
R$: 9.003,41

R$: 9.003,41

R$: 6.466,24

R$: 6.446,24

R$: 3.170,45

R$: 3.170,46
R$ 10.000,00

ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 ETAPA 6 ETAPA 7 ETAPA 8 ETAPA 9

Fonte: Autora (2022)

Conforme demonstrado no Gráfico 1, em ambas as construções as etapas mais


caras do orçamento são as etapas 4, 6 e 8. Nas etapas 4 e 6 o modelo B é ligeiramente
mais caro que o modelo comparado, entretanto na etapa 8 há uma inversão e o modelo A
aparece mais caro no orçamento, devida necessidade de execução de rasgos na alvenaria
para a passagem dos tubos de instalações da edificação.
70

4.2: Análise de tempo de execução

Para a análise da produtividade representada para cada etapa, apresentadas nas


figuras 41 e 42, se obteve os dados através de dados fornecidos pelo SINAPI, com auxílio
de literatura para os processos não descritos no próprio. Por exemplo, não há informações
acerca da execução das paredes em EPS, mas a Revista Téchne (2012) cita que a
colocação dos painéis nos locais marcados e ligados entre si com sobretelas é de 50m² de
área construída, ou 40m de fechamento por dia. Já Mendes e Pereira (2021) menciona
uma produtividade de 0,15 horas por metro quadrado, contra 0,43 h/m² de alvenaria
convencional. Para a estimativa da duração das tarefas indicadas nas figuras 41 e 42
utilizou-se o software Project, gerando também a análise crítica das etapas.

Tabela 5 – Estimativa de produtividade para construção em alvenaria convencional


ETAPA: DURAÇÃO DAS TAREFAS (dias):
1. Fundações 10
2. Supraestrutura 7
3. Paredes e Painéis 8,38
4. Esquadrias 1,38
5. Cobertura e proteções 3,33
6. Revestimentos 21,16
7. Pavimentação 3,1
8. Instalações e aparelhos 24,54
9. Complementação de obra 0,82
TOTAL 40,06
Fonte: Autora (2022)

Tabela 6 – Estimativa de produtividade para construção em painéis de EPS


ETAPA: DURAÇÃO DAS TAREFAS (dias):
1. Fundações 10
2. Supraestrutura 7
3. Paredes e Painéis 2,24
4. Esquadrias 1,1
5. Cobertura e proteções 2,66
6. Revestimentos 13,96
7. Pavimentação 2,49
8. Instalações e aparelhos 15,74
9. Complementação de obra 0,66
TOTAL 26,62
Fonte: Autora (2022)
71

Conforme dados apresentados nas Tabelas 5 e 6 que foram obtidos através dos
caminhos críticos representados nas imagens 41 e 42, nota-se que há uma diferença de
tempo total de execução de um pouco além da metade do Modelo A para o Modelo B. As
maiores mudanças de tempo se dão nas etapas 3, 6 e 8.
Para a etapa 3 “Paredes e Painéis” há uma diferença de 8,38 dias para alvenaria
convencional contra 2,24 dias para os painéis de EPS devida facilidade e rapidez de
instalação dos PMDPE. Já a etapa 6 “Revestimentos” com duração de 21,16 dias para o
Modelo A, possui 13,96 dias de duração para o Modelo B devida projeção de chapisco
com projetor pneumático. Por fim, a etapa 8 “Instalações e aparelhos” apresenta menor
tempo de trabalho devida a não necessidade de execução de rasgos no Modelo B.

Figura 41.1 – Cronograma de duração de tarefas no modelo A

Fonte: Autora (2022)


72

Figura 41.2– Cronograma de duração de tarefas no modelo A

Fonte: Autora (2022)

Figura 42.1– Cronograma de duração de tarefas no modelo B

Fonte: Autora (2022)


73

Figura 42.2– Cronograma de duração de tarefas no modelo B

Fonte: Autora (2022)

As figuras 41 e 42 apresentam os caminhos críticos de cada método construtivo e


representa as atividades críticas, que se a execução destas etapas, como por exemplo as
fundações, vedações verticais, revestimentos internos e pintura forem atrasados afetará
todo o prazo da edificação.

Gráfico 2 – Comparação entre o tempo de execução dos serviços dos modelos A e B


79,49

61,26

59,13
52,44
37,57

26,30
24,96

24,54
21,16
20,92
17,47

15,74
13,96
10,00

10,00

9,99

9,35
8,38
8,41

8,31

7,74
7,00

7,00

4,13
3,44

3,33

3,10
2,66

2,49

2,48
2,24

2,05
1,38

1,10

0,82

0,66
0

1 0 , 0 01 0 , 0 0 7 , 0 0 7 , 0 0 8 , 3 8 2 , 2 4 1 , 3 8 1 , 1 0 3 , 3 3 2 , 6 6 2 1 , 1 61 3 , 9 6 3 , 1 0 2 , 4 9 2 4 , 5 41 5 , 7 4 0 , 8 2 0 , 6 6
ETAPA 1 ETAPA 2 ETAPA 3 ETAPA 4 ETAPA 5 ETAPA 6 ETAPA 7 ETAPA 8 ETAPA 9

Fonte: Autora (2022)


74

As colunas cinzas (à esquerda) e as colunas laranjas (à direita) demonstradas no


Gráfico 2, representam a porcentagem das etapas quanto ao seu tempo final e os dias
necessários para a execução dos serviços de cada etapa.

4.3 A sustentabilidade entre alvenaria convencional e painéis monolíticos de EPS

De acordo com o Ministério do Meio Ambiente (BRASIL, 2020a), a busca por


empreendimentos sustentáveis cresce gradativamente. Com finalidade de minimizar os
efeitos causados pela construção, nasce o paradigma de construções.
A exigência por empreendimentos com baixos custos, como também o
aprimoramento e otimização dos sistemas, potencializou a demanda por alternativas de
modelos construtivos. A busca por métodos inovadores de construção também se
correlaciona a procura por sustentabilidade, condição pertinente na atualidade para o
campo da construção civil (CORRÊA, 2009).
Segundo Tessari (2006), a recorrente procura por sistemas de desenvolvimento
sustentáveis resulta diretamente na diminuição da exploração de materiais primários,
promovendo a escolha por materiais reciclados e renováveis, elevando o foco em
tecnologias limpas, reduzindo o excesso de resíduos e promovendo a otimização dos
recursos naturais, com o intuito de providenciar condições satisfatórias ao ambiente a ser
construído. Com esta finalidade procura-se evidenciar a funcionalidade do EPS frente à
alvenaria convencional na elaboração de paredes para edificações na construção civil.
De acordo com Condeixa (2013), o sistema construtivo convencional pode ser
classificado como uma metodologia artesanal, essa particularidade naturalmente resulta
em erros e imperfeições, que consequentemente tornam a estrutura predisposta a situações
de patologias, podendo ocasionar em desperdícios de materiais e mão de obra. Um
exemplo clássico seria o desperdício nos rasgos dos tijolos, feitos para inserção das
instalações.
Além disso, o sistema de vedação em blocos cerâmicos tem produção rudimentar
e raramente padronizada na fase que antecede a construção, no qual compreende a fase
de extração, beneficiamento e produção dos produtos primários que integram a estrutura
final, com elevadas perdas durante a fabricação e no transporte dos materiais
(CONDEIXA, 2013).
Quando se trata de manutenção, particularmente na demolição de estruturas, há
formação de grande quantidade de resíduos, de materiais fragmentados e de ruídos. Dessa
75

forma, o sistema convencional, se evidencia pelo desperdício de matéria-prima e pela


grande produção de resíduos, como a elevada quantidade de madeira proveniente das
formas do concreto armado (CONDEIXA, 2013).
A poluição sonora pode ser nitidamente percebida durante as obras,
principalmente quando se faz uso de ferramentas turbulentas, como a serra circular, para
realização das atividades vinculadas ao sistema convencional. Além disso, o alto
consumo energético desse método é evidente, que vai desde maquinários mais robustos
para a logística dos materiais, até o uso da edificação em si, no qual uma residência sem
características térmicas demandará um consumo maior de energia para o bem-estar dos
habitantes (MOBUSS, 2018).
Antes mesmo da conclusão das obras tradicionais, o elevado uso de água para
diversos serviços é recorrente, como a limpeza do canteiro, que normalmente possui
bastante poeira, sujeira e resíduos, e até para o cuidado com a saúde dos trabalhadores.
De acordo com a Termotécnica (2016), o consumo de água nas construções de alvenaria
é de, aproximadamente, 500 litros para cada metro quadrado construído, enquanto o
sistema construtivo em painéis monolíticos de EPS, esse consumo pode-se reduzir em até
75%, ou seja, para a HIS estudada no capítulo anterior, o gasto com água seria de
aproximadamente 18.300 litros, já o método monolítico consumiria em torno de 4.575
litros de água, se bem executado.
Segundo Printes (2018), o sistema em EPS é um mecanismo construtivo
sustentável e revolucionário, os resíduos são 100% recicláveis, garantindo agilidade,
eficiência e economia nas construções. As obras permanecem mais limpas e com reduzida
produção de entulhos, especialmente de madeira, uma vez que não se faz uso de caixarias.
Portanto, proporcionando altos índices de certificações às residências que fazem uso do
sistema monolítico, sendo estas: SKA Ranting (Sistema Britânico), Leed for Homes
(Sistema Estadunidense) e Referencial Casa (Sistema Brasileiro).
A questão da sustentabilidade do sistema monolítico em painéis de EPS é um dos
fatores de maior importância do método, visto que no assunto de impactos ao meio
ambiente ele é o que menos atinge a natureza quando confrontado aos demais sistemas.
O Poliestireno Expandido (EPS) é fabricado conforme à Política Nacional de Resíduos
Sólidos, portanto, não possui composição tóxica ou perigosa para o meio ambiente e até
mesmo para a camada de ozônio, sendo livre de CFCs (clorofluorocarbonetos), o gás
incluso nas células do EPS é o próprio ar. Para sua fabricação se demanda pouca energia
76

por referir-se a um plástico e por ser bastante leve, assim como origina mínimos resíduos
sólidos ou líquidos (ACEPE, 2009).
Devido as características de isolamento térmico, além do conforto térmico e
acústico, a utilização das paredes em EPS produzem edificações que auxiliam para uma
menor utilização de aparelhos de ar condicionado ou aquecedores, contribuindo para
redução dos recursos energéticos do planeta (PRINTES, 2018).
O Poliestireno Expandido (EPS) não apodrece, não ganha mofo, não é solúvel em
água, não liberta substâncias para o ambiente e quando em contato com o solo não o
prejudica e não contamina o lençol freático. O EPS não constitui substrato ou alimento
para o desenvolvimento de animais ou microrganismos. Em caso de grande acumulação
de dejetos sobre uma placa, poderão surgir bolores, porém, não afetarão o EPS (ACEPE,
2009).
De acordo com uma pesquisa realizada pelo Instituto Plastivida em 2012, o Brasil
reciclou neste mesmo ano, 34,5% do EPS que consumiu, isto é, reaproveitou 13.570
toneladas das 39.340 toneladas de EPS pós-consumo. O EPS se torna prejudicial quando
descartado incorretamente, resultando no acúmulo em rios e oceanos, servindo de
alimento inapropriado para peixes e outros animais.
A reciclagem do EPS pode ocorrer de três maneiras principais:
 Energética: Para produção de energia elétrica térmica;
 Mecânica: Para fabricação de novos objetos de plástico;
 Química: Para fabricação de colas e solventes;
A construção civil possui um amplo mercado para o EPS reciclado, com
aproximadamente 80% do total, sendo misturado em argamassas, fabricação de concreto
leve, lajotas, telhas termoacústicas, rodapés e decks de piscinas. Outras finalidades são
notadas na indústria de calçados, móveis, na fabricação de utilidades domésticas, entre
outros produtos (PLASTIVIDA, 2012).

4.4 Comparação do valor do m² gerado com o valor de mercado

Foi elaborada uma comparação do valor do m² do orçamento com o valor de m²


do mercado para conferência da veracidade dos valores. A geração do valor se deu pelo
valor total do orçamento, subtraindo a parcelas de BDI, trabalhos preliminares e
supraestrutura e dividindo o valor encontrado pela metragem total da HIS (36,60m²).
77

Para valores referentes ao Modelo A obteve-se o total de 1941,00 R$/m². Já para


o Modelo B obteve-se o valor de 1918,70 R$/m².
Valores que respeitam os Custos Unitários Básicos de Construção, referentes ao
mês de maio de 2022, conforme o SindusCon/MT, que é de 2.327,21 R$/m² para uma
casa simples de baixo padrão.
Os valores obtidos são menores do que o indicado, por se tratar de uma edificação
ainda mais simples do que a tida como modelo pelo Sindicato.

4.5 Quadro comparativo entre os métodos

Tabela 7 – Comparativos entre os Modelos A e B


Características Alvenaria convencional Painéis Monolíticos de EPS
- Custo Prazos (dias) Custo Prazos (dias)
Fundações R$ 9.003,41 10 R$ 9.003,41 10
Supraestrutura R$ 6.466,24 7 R$ 6.446,24 7
Vedação Vertical R$ 9.907,28 8,38 R$ 9.139,92 1,14
Impermeabilização R$ 347,36 0,17 R$ 347,36 0,14
Esquadrias R$ 9.142,91 1,38 R$ 9.142,91 1,1
Cobertura R$ 10.880,27 3,33 R$ 10.880,27 2,66
Revestimento Ext. R$ 2.719,29 4,25 R$ 2.886,39 1,65
Revestimento Int. R$ 4.638,90 7,27 R$ 4.938,39 2,85
Ajulejos R$ 747,81 0,84 R$ 747,81 0,67
Forro R$ 127,88 2,09 R$ 127,88 1,67
Pintura R$ 6.794,58 13,89 R$ 6.794,58 11,11
Pavimentação R$ 3.170,45 3,1 R$ 3.170,45 2,49
Instalações elétricas R$ 6.825,28 5,64 R$ 6.321,78 3,08
Instalações R$ 1.372,75 R$ 1.308,91
hidrossanitárias 2,38 1,68
Instalações de esgoto R$ 5.685,82 R$ 5.685,82
sanitário 1,9 1,52
Aparelhos R$ 1.903,33 0,54 R$ 1.903,33 0,43
Complementação R$ 391,14 0,82 R$ 391,14 0,66
R$/m² (cub/m²) R$ 1.941,00 - R$ 1.918,70 -
R$/m² (total) R$ 3.075,00 - R$ 3.047,50 -
Fonte: Autora (2022)

A Tabela 7 representa um quadro comparativo entre os Modelos A e B quanto aos


seus valores e tempo de execução da edificação analisada e os valores do m² conforme
padrões do SindusCon/MT e o valor sem descontos do m² da habitação.
78

5 DISCUSSÃO

Como previamente demonstrado, através da escolha de um projeto padrão,


quantificação da construção de cada modelo, elaboração dos orçamentos, comparação em
relação aos custos, produtividade e sustentabilidade, foi possível obter resultados que
demonstraram que a diferença de custos entre os métodos comparados é, em valores, de
R$: 1.009,27 com reduções de custos significativos nas etapas “Paredes e painéis” e
“Instalações e aparelhos”
No primeiro modelo há redução de custos quanto aos valores do painel de EPS,
que é analisado em uma composição do bloco de EPS e malha metálica, gerando uma
pequena diferença devido o valor em função do custo do bloco em EPS se comparado
com a alvenaria. Ainda neste modelo não há a necessidade da execução de rasgos na
alvenaria, pois nela realiza-se o aquecimento do EPS com o soprador térmico, processo
de resultado praticamente imediato e sem geração de resíduos, o que traz para a obra uma
escolha sustentável e econômica.
Para o m² da edificação há uma redução de 27,50 reais, que para uma única
edificação pode não gerar impacto, mas quando se trata de uma grande escala de
produção, este valor deve ser levado em consideração.
Quando se analisa a produtividade das atividades executadas em casa método é
notório que o Método B possui ampla diferença quanto à da execução de alvenaria
convencional. Levando vantagem principalmente quanto a “Paredes e painéis” e
“Revestimentos”, o que pode ser explicado devida rapidez para posicionamento dos
painéis, por serem uma única peça em contraste a alvenaria que deve ser executada bloco
por bloco, e por seu chapisco com projeção, itens que para obras de padrão repetitivo traz
vantagens devida rápida execução.
Mas além das vantagens há também desvantagens, como a não familiaridade das
equipes para trabalhar com o método, o que causaria necessidade de treinamentos de
equipes para conhecimento do método ou contratação de mão de obra especializada, que
pode vir a encarecer esta etapa.
As pesquisas de Correa (2020) e de Balbino (2020), também apresentaram
resultados favoráveis quanto ao tempo de execução e custos para o método de vedação
vertical com painéis monolíticos de EPS.
Por ser um material de construção novo, inserido no mercado nacional desde a
década de 90 conforme Bertoldi (2007), ainda se observa lacuna de conhecimento em
79

relação aos detalhes de execução, metodologia dos demais subsistemas como tipos de
revestimentos e tipos de elementos estruturais. Além da carência de informações técnicas
que permitiriam ampla divulgação do sistema construtivo, informações relacionadas
ainda quanto à resistência ao fogo e impactos laterais e também da própria sociedade
desconhecerem este método.
O interesse para o estudo deste trabalho se deu a vivência que a autora possuiu
durante estágio, onde a obra estava orçada para acontecer em alvenaria convencional mas
houve a mudança para o método de vedação com painéis monolíticos de EPS.
Previamente seria efetuado uma revisão bibliográfica acerca de aspectos técnicos do
material, como resistência ao fogo, ao impacto lateral e outros, mas por falta de pesquisas
suficientes para elaboração de uma monografia.
O trabalho não consegue então definir com precisão certos dados, como por
exemplo o traço correto da argamassa para a projeção do chapisco.
Mas como ponto positivo, o trabalho pode ser útil para futuras pessoas
interessadas no método construtivo de EPS, pois detalha as etapas que devem ser seguidas
para sua execução, desde a fundação aos acabamentos.
80

6 CONCLUSÕES

O presente trabalho possuía como objetivo principal realizar análise orçamentária


quanto a construções com método construtivo de vedação convencional (Modelo A) e o
método PMDPE (Modelo B) de uma unidade habitacional modelo utilizado em conjuntos
HIS.
Os resultados apresentados demonstraram que para o ponto de vista de execução
de um conjunto habitacional de interesse social de produção em larga escala o valor de
diferença entre o metro quadrado de um método e outro apresenta diferença no orçamento
global. Outro resultado significativo foi o tempo de execução, que é de aproximadamente
metade quanto a alvenaria convencional.
Com a descrição do método construtivo, se foi possível gerar um comparativo
quanto aos indicadores de sustentabilidade do EPS, que possui grande vantagem ao
método convencional, pois gera pouco, ou quase nenhum, resíduo na obra. Além de ser
reaproveitável e não necessitar de fontes esgotáveis para sua produção.
Através do estudo realizado foi possível conhecer as vantagens e desvantagens
que o método inovador apresenta, como agilidade na execução, a redução da geração de
desperdícios e resíduos, a ótima capacidade de isolamento termo-acústico, que é um fato
importante para resolver um dos grandes problemas apresentados em HIS e grande queixa
dos usuários, a compactação de equipes, que mesmo não especializadas conseguem
executar o serviço pois são painéis de peso leve, melhor possibilidade de organização no
canteiro de obras e redução na carga estrutural por ser um material autoportante devido
seu chapisco armado.
Mas a implementação deste método não pode ser ainda totalmente garantida, por
falta de investigação bibliográfica sem aprofundamento do comportamento a longo prazo,
diretrizes que comprovem o seguimento da ABNT NBT 15575, a Norma de Desempenho,
o que proporciona oportunidades de novas pesquisas.
A autora deixa então como sugestão para futuros trabalhos sobre o uso de painéis
de EPS o estudo de suas questões de resistência a fogo, a impactos laterais e a ações do
tempo, para que possamos conhecer seu comportamento ao longo dos anos. Também há
a sugestão de estudos para descrever como seriam executadas reformas e ampliações para
que não comprometa a estrutura.
81

REFERÊNCIAS

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11752: Materiais celulares de


poliestireno para isolamento térmico na construção civil e refrigeração industrial –
Especificação. Rio de Janeiro, 2016.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11948: Poliestireno expandido


para isolação térmica – Determinação da flamabilidade. Rio de Janeiro, 2007.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 11949: Poliestireno expandido


para isolação térmica – Determinação da massa especifica aparente. Rio de Janeiro, 2007.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 12094: Espuma rígida de


poliuretano para fins de isolamento térmico – Determinação da condutividade térmica –
Método de ensaio. Rio de Janeiro, 1991.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 14037: Diretrizes para


elaboração de manuais de uso e manutenção das edificações – Requisitos para elaboração
e apresentação de conteúdo. Rio de Janeiro, 1998.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15575-1: Edificações


habitacionais - Desempenho, Parte 1: Requisitos. Rio de Janeiro, 2013.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 16280: Reforma em edificações


– Sistema de gestão de reformas – Requisitos. Rio de Janeiro, 2014.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 5674: Manutenção de


edificações – Procedimento. Rio de Janeiro, 1999.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6118: Projeto de estruturas de


concreto – Procedimento. Rio de Janeiro, 2014.
82

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7200: Execução de


revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. Rio de
Janeiro, 1998.
Execução de revestimento de paredes e tetos de argamassas inorgânicas - Procedimento

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 7973: Poliestireno expandido


para isolação térmica – Determinação de absorção de água. Rio de Janeiro, 2007.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8081: Espuma rígida de


poliuretano para fins de isolação térmica – Permeabilidade ao vapor de água. Rio de
Janeiro, 2015.

ABNT, Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8082: Espuma rígida de


poliuretano para fins de isolação térmica — Determinação da resistência à compressão.
Rio de Janeiro, 2016.

ABRAPEX. Associação Brasileira do Poliestireno Expandido. Características. São Paulo,


2021. Disponível em: < http://www.abrapex.com.br/02Caracter.html>. Acesso em: abr.
2021.

ABRAPEX. Associação Brasileira do Poliestireno Expandido. O que é EPS. São Paulo,


2021. Disponível em: < http://www.abrapex.com.br/01OqueeEPS.html>. Acesso em:
mar. 2021.

AIGBAVBOA, C.; THWALA, W. Residential Satisfaction and Housing Policy


Evolution. 1a. ed. New York: Routlege, 2018.

ALVES, JoÃo Paulo de Oliveira. Sistema Construtivo em Painéis de EPS. 2015. 63 f.


TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade Católica de Brasília,
Brasília, 2015.

AVILA JUNIOR, J. A. Contribuição ao projeto e execução de lajes lisas nervuradas


préfabricadas com vigotas treliçadas. Dissertação de Pós-Graduação. Universidade
Federal de São Carlos. São Carlos, 2009.
83

BALBINO, M.S. Sistema Construtico em Painéis Monolíticos de EPS: Uma Solução


Para A Construção De Habitações Populares No Brasil. Trabalho de Conclusão de
Curso (Engenharia Civil). UFPB/BC. João Pessoa, 2020.

BARRETO, M.N. Casa EPS: edifício residencial em painéis monolíticos de


poliestireno expandido. 2017. 130 f. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
Arquitetura e Urbanismo) - Departamento de Arquitetura e Urbanismo, Universidade
Federal do Rio Grande do Norte, Natal, 2017.

BARRETO. L. R; BRITO L. A. P. F. Avaliação comparativa da qualidade de dois


conjuntos habitacionais de interesse social no município de Taubaté (SP) em
diferentes períodos históricos. In: In: ENCONTRO NACIONAL DE TECNOLOGIA
DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 18., 2020, Porto Alegre. Anais... Porto Alegre:
ANTAC, 2020.

BERTOLDI, R. H; 2007 Caracterização de sistema construtivo com vedações


constituídas por argamassa projetada revestindo núcleo composto de poliestireno
expandido e telas de aço: dois estudos de caso em Florianópolis. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil). Universidade Federal de Santa Catarina. Florianópolis.
Acesso em 28 de abril de 2022.

BRASIL, MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. (ed.). Construção Sustentável. 2020.


Disponível em: https://www.mma.gov.br/cidades-sustentaveis/planejamento-ambiental-
e-territorial-urbano/urbanismo-sustentavel/constru%C3%A7%C3%A3o-
sustent%C3%A1vel.html. Acesso em: 21 abr. 2020a.

BRASIL. Ministério do Meio Ambiente, Conselho Nacional de Meio Ambiente,


CONAMA. Resolução CONAMA nº 307, de 05 de julho de 2002 – In: Resoluções,
2002.

CAMARGO, G. M.; FIGUEIREDO, F. Análise de viabilidade de implementação da


vedação com painéis monolíticos de EPS como substituto à alvenaria convencional
na cidade de Dourados – MS. 2019. Artigo. Dourados, MS: UFGD
84

CARDOSO, A. L. O Programa Minha Casa, Minha Vida e seus efeitos territoriais. Rio
de Janeiro: Letra Capital, 2013.

CARDOSO, Luiza Moura. Tudo sobre resíduos sólidos da construção civil. 2017.
Disponível em: https://www.sienge.com.br/blog/residuos-solidos-da-construcao-civil/.
Acesso em: 28 de abril 2022.

CARDOSO, Roberto Sales. Orçamento de obras em foco: um novo olhar sobre a


certificação. Disponível em: http://www.termotecnica.ind.br/metodo-
construtivoinovador/. Acesso em: 02 de junho de 2022.

Como o EPS Isopor revolucionou a engenharia?. Mundo Isopor, 2019. Disponível em:
https://www.mundoisopor.com.br/inovacao/como-o-eps-isopor-revolucionou-a-
engenharia-civil. Acesso em: 19 de maio de 2022.

CONDEIXA, K. M. S. P. Comparação entre Materiais da Construção Civil Através


da Avaliação do Ciclo de Vida: Sistema Drywall e Alvenaria. 2013. 210 f. Dissertação
(Mestrado em Engenharia Civil – Tecnologia da Construção). Universidade Federal
Fluminense. Rio de Janeiro, 2013

Construções em EPS: vale a pena investir no material?, Revista Casa, 2020. Disponível
em: https://casa.abril.com.br/construcao/construcoes-em-eps-vale-a-pena-investir-no-
material/. Acesso em: 19 de maio de 2022.

CONSTRUFÁCILRJ. Guia Completo (Passo a Passo) Sobre Locação de Obra. 2020.


Disponível em: https://construfacilrj.com.br/guia-completo-sobre-locacao-de-obra/.
Acesso em: 27 ago. 2020.

DUARTE, Lorena Pereira; CARNEIRO, Pedro Vieira. Sistema Construtivo Utilizando-


se Poliestireno Expandido para Vedação Vertical. 2015. 26 f. TCC (Graduação) -
Curso de Engenharia Civil, Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2015.
85

FERREIRA, J. S. W. Produzir casas ou construir cidades? Desafios para um novo


Brasil Urbano. São Paulo: FUPAM, 2012.

FUHR, Andréia Grasiela. Análise Estrutural e de Custos de Estruturas de Concreto


Armado com Vedações Verticais com Painéis Monolíticos em EPS e com Blocos
Cerâmicos. 2017. 112 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade
do Vale do Rio dos Sinos, São Leopoldo, 2017.

GARCIA, Sheila; MARTINS, Marcele Salles; ROMANINI, Anicoli; BERNARDES,


Marina. Análise de sistemas construtivos para implementação em habitação de
interesse social. 2013. 8 f. TCC (Graduação) - Curso de Pós-graduação Imed, Imed, Porto
Alegre, 2013.

GEHBAUER, F.; EGGENSPERGER, M.; ALBERTI, M. E.; NEWTON, A. S.


Planejamento e gestão de obras: um resultado prático da cooperação técnica Brasil
– Alemanha. 2ª Edição. Curitiba, 2002. 520 p.

GIGLIO, Luciano Gomide. Desenvolvimento de ferramenta de verificação de


parâmetros de desempenho em projetos de edificações habitacionais. 2018. 134 f.
Dissertação (Mestrado) - Curso de Habitação, Planejamento e Tecnologia, Instituto de
Pesquisas Tecnológicas do Estado de São Paulo, São Paulo, 2018

GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5ª ed., São Paulo: Atlas, 2010.

GOLDMAN, P. Introdução ao planejamento e controle de custos na construção civil


brasileira: a estrutura de um setor de planejamento técnico. 4 ed. São Paulo: PINI,
2004.

GOULART, L. B. et al. SISTEMA CONSTRUTIVO MONOLÍTICO EM EPS. In:


CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISA MULTIDISCIPLINAR, 1., 2018, Mineiros.
Eixo V - Engenharias, Tecnologias e Meio Ambiente - Artigo. Mineiros: Centro
Universitário de Mineiros, 2018. v. 1, p. 1-10. Disponível em:
86

https://www.unifimes.edu.br/ojs/index.php/coloquio/article/view/375. Acesso em: 19 de


maio de 2022.

GRIGOLETTI, G. de C.; LINCK, G. I. Análise de comportamento térmico de HIS térreas


unifamiliares em Santa Maria, RS. Ambiente Construído, Porto Alegre, v. 14, n. 2, p.
109-123, abr./jun. 2014. ISSN 1678-8621 Associação Nacional de Tecnologia do
Ambiente Construído.

GROTE, Z. V; Silveira, J. L. Análise energética de um processo de reciclagem de


poliestireno expandido (isopor). Revista Mackenzie de Engenharia e Computação,
2001. ISORECOCORT. EPS: Solução para isolamento Térmico e Acústico em
Edificações. 26 fev. 2015. Acesso em: 19 de maio de 2022.

GRUPO KNAUF. EPS Isopor®: EPS Isopor®: Mais utilidades e vantagens do que
você pode imaginar. Disponível em: https://www.knauf-
isopor.com.br/produtos/servicos-em-inovacao/eps/. Acesso em: 12 de maio de 2022..
IBDA. Sistema Construtivo Convencional em Alvenaria. 2020. Disponível em:
http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=7&Cod=2116. Acesso em: 08
jun. 2022.

KOURY, A. P.; BONDUKI, N. G. Os pioneiros da habitação social: Inventário da


produção pública no Brasil entre 1930 e 1964. (Volume 2). São Paulo: UNESP, 2014.

KOWALTOWSKI, D. C. C. K.; GRANJA, A. D.; MOREIRA, D. C.; PINA, S. M.;


OLIVA, C. A.; CASTRO, M. R. The Brazilian housing program ‘Minha Casa Minha
Vida’ – A systematic literature review. Journal of the Korean Housing Association, v.
26, n. 6, p. 35- 42, 2015.

LOPES, A. F. O. Estudo comparativo entre lajes nervuradas moldadas no local com


forma de polipropileno e lajes pré-fabricadas treliçadas. Dissertação de Pós-
Graduação – Universidade Federal de Pernambuco. Caruaru, 2015.
87

LOPES, O.C.; LIBRELOTTO, Liziane Ilha; AVILA, Antonio Victorino. Orçamento de


obras curso de arquitetura e urbanismo. Universidade do Sul de Santa Catarina –
UNISUL Florianópolis - SC, 2003.

M²OBRAS. Fundação - Alicerce. 2020. Disponível em:

https://www.custodaconstrucao.com/fundacao-alicerce/. Acesso em: 08 jun. 2022.

MAZUCO, R.; LIMA, M.. Painéis Monolíticos em EPS na Construção Civil. 2018.
TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Universidade São Francisco, São
Francisco, 2018.

MEDEIROS, G. Á. N. Avaliação de paredes sanduíche em argamassa armada com


núcleo de EPS. 2017. TCC (Graduação em Engenharia Civil) - Universidade Federal da
Paraíba, João Pessoa, 2017. Disponível em:
https://repositorio.ufpb.br/jspui/bitstream/123456789/13749/1/GANM27112017. pdf.
Acesso em: 28 de abril de 2022.

MIRON, L.I.G. Proposta de diretrizes para o gerenciamento dos requisitos do cliente


em empreendimentos da construção. 2002. 150 p. Dissertação (Mestrado em
Engenharia Civil) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2002.

MONOLITE, 2017; Sistema Construtivo; Disponível em: www.monolitebrasil.com.br/.


Acesso em 3 de junho de 2022.

O que é Metodologia? Qual a importância?, Portal FM2S – Educação e consultoria,


2020. Disponível em: https://www.fm2s.com.br/metodologia/. Acesso em 08 jun. 2022.

OLIVEIRA, M. C. G. Os fatores determinantes da satisfação Pós-Ocupacional de


usuários de ambientes residenciais. 1998. 224 f. Dissertação (Mestrado em
Engenharia). Programa de Pós-graduação em Engenharia de Produção – Universidade
Federal de Santa Catarina. Florianópolis, 1998.
88

OSOEGAWA, A. H.; MITIDIERI FILHO, Claudio Vicente. Análise de projetos


visando o atendimento da ABNT NBR 15575:2013. In: ENCONTRO NACIONAL DE
TECNOLOGIA DO AMBIENTE CONSTRUÍDO, 18., 2020, Porto Alegre. Anais...
Porto Alegre: ANTAC, 2020.

PRACONSTRUIR. Estrutura de Concreto Armado: Vigas. 2020. Disponível em:


Estrutura de Concreto Armado: Vigas. Acesso em: 10 jun. 2020.

PRINTES, L.C. EPS, UMA TENDENCIA NA CONSTRUÇÃO PARA UM


FUTURO MELHOR. 2018. Disponível em: https://www.temsustentavel.com.br/eps-
uma-tendencia-na-construcao-futuro/. Acesso em 28 de abril de 2022.

Reportagem especial: Construção Civil é a campeã em poluição ambiental no Brasil.,


Revista Panorama Câmara dos Deputados, 2010. Disponível em:
https://www.camara.leg.br/tv/202934-reportagem-especial-construcao-civil-e-campea-
em-poluicao-ambiental-no-brasil/. Acesso em: 28 de abril de 2022.

SABBATINI, F.H.; BARROS, M. M. S. B. Produção de revestimentos cerâmicos para


paredes de vedação em alvenaria: diretrizes básicas. 2001. Revisão do relatório
técnico, SABBATINI, F.H.; BARROS, M. M. S. B. Recomendações para a produção de
revestimentos cerâmicos para paredes de vedação e em alvenaria - Escola Politécnica da
USP, Departamento de Engenharia de Construção Civil, R6-06/90 – EP/ENCOL-6, São
Paulo, 1990.

SACHS, J. A Riqueza de Todos. A construção de uma economia sustentável em um


planeta super povoado, poluído e pobre. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008.

SANTIAGO e ARAUJO, Sistema light steel framing como fechamento esterno


vertical industrializado. 2008. p.1. Construmetal – Congresso Latino-Americanoda
Construção Metálica, São Paulo. Disponível em:
https://www.abcem.org.br/construmetal/2008/downloads/PDFs/2_Alexandre_Santiago_
Construmetal-STEEL_FRAMING_COMO_FECHAMENTO_EXTERNO.pdf. Acesso
em: 19 de maio de 2022.
89

SANTOS, Everton de Britto. Estudo Comparativo de Viabilidade Entre Alvenaria de


Blocos Cerâmicos e Paredes de Concreto Moldadas no Local com Fôrmas Metálicas
em Habitações Populares. 2013. 58 f. TCC (Graduação) - Curso de Engenharia Civil,
Universidade Tecnológica Federal do Paraná, Campo Mourão, 2013.

SARMENTO, George. Direito à Habitação adequada em áreas urbanas: Desafio da


Efetividade do Estado Constitucional de Direito. Olhares Plurais, n. 16, v. 1. 2017.

SATUF, C. V. V. et al. A influência da Satisfação Laboral no Bem-estar subjetivo:


Uma perspectiva geracional. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 34, e. 3451, jun. 2018.

SILVA, J. et al. Comparativo de custos e eficiência entre os sistemas eps e


convencional na construção civil do DF: estudo de caso da empresa “a construtora”.
2019. Disponível em:
http://admpg.com.br/2019/trabalhosaprovados/arquivos/06302019_210653_5d194ed90
e147.pdf. Acesso em 28 de abril de 2022.

SOUZA. A.C.A.G 2009; Análise comparativa de custos de alternativas tecnológicas para


construção de habitações populares. Monografia Recife. Acesso em 28 de abril de 2022.
TECNOCELL. Tecnologia em EPS. Guaramirim: Tecnocell, 2007. 32 p. (1).

TISAKA, M.. Orçamento na construção civil: consultoria, projeto e execução. São


Paulo: Editora Pini, 2006.

TREVEJO, H. H. Análise Comparativa entre Sistemas Construtivos Convencional e


Monolítico em Painéis EPS para Residenciais Unifamiliares. 2019. 44 f. TCC
(Graduação) - Curso de Engenharia Civil, Unicesumar - Centro UniversitÁrio de
MaringÁ, Maringá, 2018.

VASCONCELOS, A.C. O concreto no Brasil – Recordes, Realizações, História. São


Paulo, Ed. Pini, 2a ed., v.1, 1985, 277p.
90

VOCE CONHECE AS VANTAGENS DA CONSTRUÇÃO MONOLITICA?, Revista


URBANOVA, 2021. Disponível em: https://revistaurbanova.com.br/voce-conhece-as-
vantagens-da-construcao-monolitica/. Acesso em 28 de abril 2022.

YÁZIGI, E. A. (org.) A importância da paisagem. In: YÁZIGI, E. A. Turismo e


paisagem. São Paulo: Contexto, 2002.
91

APÊNDICE A: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² – MEMORIAL DESCRITIVO

1 - PRELIMINARES E DISPOSIÇÕES GERAIS


A - Execução dos Serviços:
- A execução dos serviços obedecerá rigorosamente a todas as normas constantes da
presente especificação e normas de serviço da ABNT.
- A mão-de-obra e o material a se empregar serão qualificados, de qualidade comercial e
o acabamento esmerado.
B - Projeto de Arquitetura e Instalação:
- A obra será executada em total observância das indicações constantes nos projetos
elaborados, ou seja, Arquitetônico, Elétrico, Hidro-Sanitário e Estrutural.
C - Instalações Provisórias e Locação:
- As instalações provisórias compreendendo: barracão de serviço, instalações
preliminares de água e energia, andaimes, darão perfeitas condições de funcionalidade do
trabalho.
- A locação da obra será rigorosa observando-se: precisão de instrumento, referências de
divisa, e alinhamento constituído.

2 - TRABALHO EM TERRA
- A limpeza do terreno será completa, oferecendo a área totalmente livre para a construção
e circulação.
- O movimento de terra será adequado a obter o perfil da superfície exigida pelo projeto
de construção, observando a remoção do material excedente.
- Todo o aterro necessário será com material apropiado e compactado em camadas não
superiores a 20 cm, alcançando-se o índice de compactação de no mínimo 95% do proctor
normal.

3 – FUNDAÇÕES
- As fundações serão em radier utilizando concreto fck 20MPa, com cimento CP II F32
da marca Cauê, Votorantin, Itaú ou similar, e malha de aço CA 60 da marca Guerdau,
Açofer, Belgo Mineira ou similar.
- Previamente a execução do radier, o solo receberá uma camada de aproximadamente 5
cm de pedra britada ou seixo rolado nº01 e revestido com lona plástica.
92

4 - ESTRUTURA
- A estrutura será definido pelo projeto estrutural.
- Será executada laje de concreto maciça pré-moldada com espessura definida em projeto,
sendo executada nos ambientes internos.

5 – ALVENARIA
Toda alvenaria será de ½(meia) vez com tijolos cerâmico de boa qualidade.
- As paredes serão assentadas com argamassa de cimento, cal hidratado e areia no traço
1:2:8.
- As fiadas deverão ficar perfeitamente niveladas, alinhadas e aprumadas. Os paineis
deverão ficar rigorosamente planos e com juntas alternadas tipo amarração.
- Sobre vãos de portas e janelas serão executadas vergas em concreto armado, com
sobrepasse além da medida do vão de aproximadamente 30 cm. E também serão
executados com o mesmo sobrepasse as contra-vergas de concreto armado sob os vãos
das janelas.
- A primeira fiada será executada com os furos dos tijolos na posição vertical e
preenchidos com argamassa.
- Será aplicada emulsão asfáltica impermeabilizante sobre a Fundação Radier somente no
perímetro da primeira fiada de tijolo cerâmico.
- Será executada cinta de tijolo maciço com barras de aço CA50 5,0mm

6 – COBERTURA
- Telhado com águas previstas e constantes do projeto de arquitetura, com estrutura
metálica e com recobrimento para telhas de barro tipo plan ou romana.
- A estrutura metálica pré-fabricada receberá pintura Alquímica anti-corrosiva, aplicada
com pistola Airless e terá espessura de camada seca em 40 microns.
- O sistema de montagem será feito parcialmente na industria através da produção de
treliças principais, sendo que as terças serão soldadas no campo. Os reparos nos pontos
de solda serão feitos através de remoção de detritos provocados pela solda e
posteriormente com a aplicação de nova pintura.
- As telhas dos beirais serão fixadas utiizando-se arame galvanizado.
93

7 – FORRO
- Será executado forro de Laje de concreto maciça pré-moldada utilizando concreto fck
20mpa, com cimento CP II F32 da marca Cauê, Votorantin, Itaú ou similar, e malha de
aço CA 60 da marca Guerdau, Açofer, Belgo Mineira ou similar. Receberão laje os
ambientes internos (dormitórios, sala, cozinha, circulação e banheiro).

8 - INSTALAÇÕES
A - Elétricas:
A1 - As instalações de luz e força deverão ser executadas rigorosamente de acordo com
as especificações que se seguem:
*Os eletrodutos serão do tipo mangueira corrugada ou flexível, terão diâmetro mínimo de
1/2” e serão embutidos da marca Plastic, Polietil, Fitoplastou similar.
*As unidades habitacionais serão dotadas de padrão bifásico para entrada de energia.
*A tubulação será instalada de modo a não formar cotovelos, apresentando outrossim,
uma ligeira e contínua declividade para as caixas.
*Os condutores serão dimensionados conforme sua carga e bitola mínima de 2,5 mm², do
tipo anti-chama, da marca Corfio, Cordeiro, Brascopper, Condugel, Conduspar, Braspar
ou similar; sobre o forro serão fixados com roldanas plásticas na estrutura metálica, e para
fixação das roldanas serão utilizados parafusos de rosca soberba ø 4,2mm x 38mm em
furos previamente realizados com furadeira e broca de aço, a fiação dessa maneira
formará uma rede aérea sobre a laje
*Os condutores serão caracterizados por diferenciação de cores.
*Os interruptores serão instalados à 1,10 m do piso acabado e as tomadas baixas serão à
0,30 m, as médias à 1,10 m e as altas à 2,20 m do piso. Deverão ser da marca Apoio,
Insol, Iriel ou similar.
*As diferentes caixas de uma mesma peça serão perfeitamente alinhadas e dispostas de
forma a não apresentarem discrepância sensíveis no seu conjunto.
*As caixas embutidas nas paredes deverão facear o parâmetro de alvenaria de modo a não
resultar excessiva profundidade depois de concluído o revestimento, sendo niveladas e
aprumadas.
*Os pontos de luz no teto serão rigorosamente locados de acordo com o previsto em
projeto.
*Todas as extremidades livres dos tubos serão durante a construção, convenientemente
obturados a fim de evitar a penetração de detritos e umidade.
94

*Serão afixados bocais para colocação de Lâmpadas em todos os pontos de luz previstos.
*Os pontos destinado chuveiro elétrico receberão fiação adequada conforme projeto e
tomadas equivalentes.

B – hidráulicas e sanitárias:
B1 - Hidráulicas
- As instalações hidráulicas serão rigorosamente executadas de acordo com desenhos de
projetos de hidráulica e as especificações que seguem:
*Serão instaladas em todas as unidades habitacionais 01 (uma) caixa de 500 litros da
marca Isdralit, Fortlev, Fibrafort ou similar, com tampa; estará sobre a laje e sob o telhado.
*Toda instalação será de PVC marrom soldável, sendo a tubulação e conexões da marca
Cardinali, Fortilit/Akros, Provinil ou similar.
*As canalizações de distribuição e ramais serão embutidos nas alvenarias.
*Durante a construção até a montagem de aparelhos, as extremidades livres das
canalizações deverão ser vedadas com Plug de PVC.
*Na interligação de tubulação em que uma das extremidades não apresentar bolsa, será
utilizada conexão tipo luva de PVC soldável.

B2 - Sanitárias
- As instalações sanitárias serão rigorosamente executadas de acordo com desenhos de
projetos de hidráulica e as especificações que seguem:
*Toda instalação será de PVC soldável, sendo a tubulação e conexões da marca Cardinali,
Fortilit/Akros, Provinil ou similar.
*Serão observados as declividades das canalizações necessárias ao escoamento para a
rede de esgotamento sanitário.
*Na interligação de tubulação em que uma das extremidades não apresentar bolsa, será
utilizada conexão tipo luva de PVC soldável.
*O esgotamento sanitário será dotado de um conjunto de fossa e sumidouro, com
dimensões e localização definidas em projeto.

9 - ESQUADRIAS
As esquadrias serão de acordo com as tabelas abaixo:

9.1 - Portas
95

TIPO AMBIENTE MARCA


Porta metálica de abrir 0,80x2,10m Ibraço, Vitralfer,
Sala e Cozinha
(metade chapa e metade vidro), batente Açofer, Stilo ou
(portas externas)
metálico, dobradiças e fechadura similar
Porta lisa de madeira de abrir c/ Ibraço, Vitralfer,
Dormitórios e
acabamento 0,80x2,10m, batente Açofer, Stilo ou
Cozinha
metálico, dobradiças e fechadura similar
Porta lisa de madeira de abrir c/ Ibraço, Vitralfer,
acabamento 0,60x2,10m, batente Banheiro Açofer, Stilo ou
metálico, dobradiças e fechadura similar

9.2 – Janelas
TIPO AMBIENTE MARCA
Janela metálica 1,20x1,00m (6 folhas: 2 Ibraço, Vitralfer,
fixas c/ venezianas, 2 de correr c/ Dormitórios Açofer, Stilo ou
veneziana, 2 de correr p/ vidro. similar
Ibraço, Vitralfer,
Janela metálica 1,20x1,00m (4 folhas: 2
Sala Açofer, Stilo ou
fixas c/ vidro, 2 de correr p/ vidro.
similar
Ibraço, Vitralfer,
Janela metálica 1,00x1,00m (4 folhas: 2
Cozinha Açofer, Stilo ou
fixas c/ vidro, 2 de correr p/ vidro.
similar
Ibraço, Vitralfer,
Basculante metálico 0,60x0,60m (caixílio
Banheiro Açofer, Stilo ou
c/ alavanca p/ vidro)
similar

Obs: As esquadrias metálicas receberão de tinta anticorrosiva e a espessura de chapa


utilizada será #20/24

10 – VIDROS
Será colocado vidro Mini-boreal ou Fantasia 3mm nas janelas da Sala, Dormitórios,
Cozinha e Banheiro e nas portas externas da Sala e Cozinha.
96

11 – REVESTIMENTO
A - Chapisco
- Todas as superfícies lisas de concreto tais como, pilares e outros elementos de estrutura,
inclusive fundo das vigas que devem ser revestidas com argamassa, serão previamente
chapiscados com argamassa de cimento e areia, traço 1:3.
- Todas as paredes que devem receber revestimento serão chapiscadas.

B – Reboco
- Os rebocos serão do tipo paulista com argamassa de cimento, cal hidratado e areia no
traço 1:2:8, iniciados após a pega e a cura das argamassas de alvenarias e chapiscos.
- Os rebocos de cada faixa de parede só serão iniciados após embutidas todas as
canalizações que por ela devem passar.
- Os rebocos serão fortemente comprimidos contra as superfícies a revestir e deverão ser
desempenados a régua e camurçados.

C - Azulejos
- Os azulejos serão aplicados até altura de 1,50m nas paredes adjacentes ao Box
(0,75x1,20x0,75m) e altura de 0,60m sobre as paredes adjacentes ao lavatório,
h=0,60m/larg=1,20m na parede sobre a pia da cozinha, h=0,60m/larg=1,20m na parede
sobre o tanque.
- Os azulejos serão assentados com juntas verticais alinhadas em junta reta.
- Os azulejos serão na cor branca ou coloridos de 1ª qualidade, com dimensões na
horizontal e vertical de 15 a 40cm, da marca Cecrisa, Eliane, Cecafi ou similar.
- Os azulejos serão assentados com argamassa de cimento colante.
- As juntas terão espessura de 2,00 à 5,00 mm e serão rejuntadas com rejunte da marca
Fortaleza, Colatex, Colabem ou similar.

12 - PISOS E PAVIMENTAÇÕES
A – Cerâmica
- A Cerâmica será aplicada no piso da sala, dormitórios, circulação, cozinha, banheiro.
Devido as fundações serem executadas em Radier, este servirá como contrapiso, sendo
executada apenas o piso cerâmico “PEI-4” de 1ª qualidade, nas dimensões na horizontal
de 15 a 40cm e na vertical de 15 a 40cm, da marca Cecol, Cecafi, Cecrisa ou similar. O
97

piso do box terá um rebaixo em relação ao piso do banheiro. O ambiente onde for aplicado
a o piso Cerâmico receberá rodapé com 7cm de altura, exceto onde houver azulejo.
- As cerâmicas serão assentadas com argamassa de cimento colante.
- As juntas terão espessura de 2,00 à 5,00 mm e serão rejuntadas com rejunte da marca
Fortaleza, Colatex, Colabem ou similar.

B – Calçada externa:
- Devido as fundações serem executadas em Radier, este servirá como calçada (largura
de 60cm).

13 – APARELHOS
- O vaso sanitário deverá ser de louça branca, de linha comercial, da marca Icasa, Hervy,
Fiori ou similar.
- O lavatório deverá ser de louça branca de tamanho médio, da marca Icasa, Hervy, Fiori
ou similar .
- As torneiras e registros serão em metal cromado da marca Kelly, Imperatriz, Ico, Rios
e Eco ou similar.
- Na cozinha será instalada uma pia de 1,20x0,55m de mármore sintético da marca
Decoralita, A J Rorato, Marjority ou sinilar.
- O tanque de lavar roupas deverá ser de mármore sintético da marca Decoralita, A J
Rorato, Marjority ou similar.
- Os acessórios do banheiro, porta toalha, porta papel, saboneteira e cabide, serão de
acrílico cromado, da marca Kelly, Angel, Imperatriz, Eco, Cipla, Akros ou similar.

14 – PINTURA
- A pintura será executada no melhor nível de qualidade aceitável p/ o padrão.
- As paredes internas serão pintadas com tinta Látex sobre uma demão de massa corrida,
da marca Tacar, Maxvinil, Eucatex, Lobo ou similar.
- As paredes externas serão pintadas com Textura Acrílica sobre Selador Acrílico, da
marca Tacar, Maxvinil, Eucatex, Lobo ou similar.
- O teto será pintado com textura PVA, da marca Tacar, Maxvinil, Eucatex, Lobo ou
similar.
- As esquadrias metálicas serão pintadas a duas demãos com tinta Esmalte, da marca
Tacar, Maxvinil, Eucatex ou similar, sobre camada anti-óxida.
98

- Normas gerais para execução da pintura.


- Todas as superfícies a pintar serão minuciosamente examinadas, cuidadosamente limpas
e convenientemente preparadas para o tipo de pintura a que se destinam.
- A eliminação da poeira depositada na superfície a pintar, deverá ser completa, tomando-
se precauções especiais contra o levantamento do pó durante os trabalhos de pintura até
que as tintas sequem completamente.

15 – LIMPEZA
- Após o término da pintura e antes da entrega da obra todas as dependências das unidades
habitacionais serão perfeitamente limpas devendo ser retirados todos os respingos de
tintas dos pisos e vidros.
- A limpeza deverá ser completa dotando o imóvel de perfeitas condições de
habitabilidade.
99

APÊNDICE B: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ARQUITETÔNICA

APÊNDICE C: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA DA COBERTURA


100

APÊNDICE D: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA FUNDAÇÃO

APÊNDICE E: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ESTRUTURAL


101

APÊNDICE F: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA ELÉTRICA

APÊNDICE G: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PLANTA SANITÁRIA


102

APÊNDICE H: RESIDÊNCIA POPULAR 36,60M² - PROJETO HIDRÁULICO


103

APÊNDICE I: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA MODELO A


104
105
106
107
108
109

APÊNDICE J: PLANILHA ORÇAMENTÁRIA MODELO B


110
111
112
113
114

Você também pode gostar