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Tendo em conta as dificuldades encontradas no terreno com inclinações consideráveis foi elaborada a
presente nota técnica após verificar os dados técnicos das gruas em questão.
Para análise foram verificadas as pendentes máximas que as gruas podem vencer com auxílio do motor
em tracção (isto é em subidas) indicadas pelos fabricantes. Estes dados têm como base a circulação em
trajectos com piso uniforme e firme – tipo tapete betuminoso de estrada ou auto-estrada. O resumo
encontra-se na tabela abaixo:
Para descidas, as gruas contam o auxílio de vários sistemas de travagem auxiliar, pelo que poderão
vencer as mesmas inclinações – relembro que sempre em solo firme e regular.
Tomando como base o local da obra, o piso onde se vai efectuar a deslocação das gruas é em terra,
compactado com “tout venant”. Ora, neste caso o atrito dos pneus com o pavimento é inferior ao solo
firme e regular, pelo que as gruas não terão as mesmas capacidades quer nas subidas (com auxílio da
capacidade motriz do motor) quer especialmente nas descidas (pelo inferior atrito dos pneus) pelo que
terão de ser auxiliadas.
Para auxílio às gruas a vencer as inclinações poderá ser utilizada tracção auxiliar para as subidas, sendo
as gruas “puxadas” pela frente no engate respectivo (ver foto abaixo).
Este engate está ligado às longarinas ao chassis através de travessas e possui um pino onde poderão ser
ligados acessórios como manilhas para fazer a ligação com a máquina que auxiliar a tracção.
Para as descidas o auxílio terá que ser feito fazendo os engates dos acessórios em olhais preparados
para o efeito nas longarinas do chassis de cada grua.
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Tomando como base os acessórios de elevação de cargas (utilizados em conjunto com as gruas) como
manilhas e considerando que os pontos de engate das gruas – à frente e à retaguarda – estão
dimensionados para os esforços de cada equipamento, poderemos fazer uma analogia com os diâmetros
dos pinos das manilhas.
12 ton 35 mm
17 ton 42 mm
25 ton 51 mm
35 ton 57 mm
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Para suster as máquinas em descida e tendo em conta as dimensões dos olhais traseiros das mesmas
que são em duplicado apresentam-se na tabela:
Como conclusão, para auxiliar as gruas a descer, temos na tabela cima os valores máximos previsto pelos
engates nos chassis, mas estes valores serão influenciados por uma série de factores externos que não
dependem do equipamento em si – como a inclinação, o tipo de terreno, sua compactação e
irregularidades, grau de humidade.
Nota final: estes valores servem como orientação para a execução da tarefa. Deve-se ainda ter em
conta que as gruas para se movimentarem têm que utilizar bloqueios de diferenciais pelo que não
poderão vencer curvas apertadas. O trajecto a utilizar deverá ser feito em patamares sendo as rampas
em zigue-zague. Um dado muito importante para este tipo de manobra prende-se com a coordenação
que terá que haver entre todos os intervenientes – gruas e equipamentos que fazem tracção. Não pode
haver movimentos bruscos nem “puxões”, pois poderão causar danos e correr riscos elevados.
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Fernando Manuel Sá Moreira – Eng. Técnico Mecânico
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