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PREVIDENCIÁRIA
Amanda Cavalcanti Correia
e Elaine Peixoto
2 BENEFÍCIOS TRABALHISTAS
São considerados aqueles determinados por algum ato legislativo. São os mais comuns,
os que seguem:
2.1.1. 13º salário: também conhecido como gratificação natalina, previsto na lei
4.090/62, e com a sua formalização de pagamento pela lei 4.749/65, é devido a todo
empregado; Não é pago para autônomos, estagiários, ou qualquer outro tipo de
trabalho sem vínculo de emprego.
O 13º também poderá ser antecipado juntamente com as férias, se a solicitação partir
do empregado que deverá formalizar a opção no mês de janeiro.
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lazer, o mesmo será remunerado com a antecipação do salário do período em que o
empregado estará descanso, acrescido de mais 1/3 sobre a sua remuneração.
Em regra, o período de descanso é de 30 dias, porém pelas faltas injustificadas ela
poderá ser diminuída com base nas orientações descrita no art. 130 da CLT, a qual segue:
O pagamento das férias deverá ocorrer por entendimento em até 2 dias úteis antes do
início do período de descanso.
É também direito do empregado solicitar abono pecuniário para conversão de 1/3 das
férias em pagamento, desde que solicite essa condição até 15 dias antes de encerrar o
período aquisitivo, base legal art. 143 da CLT.
Garcia (2015, p. 1.013) já tratava o objetivo das férias: “As férias possuem o evidente
objetivo de proporcionar período mais extenso de descanso ao empregado, de modo a
evitar problemas de saúde decorrentes do cansaço excessivo.”
2.1.3. Faltas Abonadas: são consideradas justificas as ausências previstas nos arts. 131
e 473 da CLT.
Para Garcia (2015),
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constituição de um fundo, que geralmente só pode ser sacado em situações, específicas
(veja art. 20 da lei 8.036/90), e tem por recolhimento mensal.
Também será devido ao empregado a multa de 40% nos casos de rescisão contratual
sem justa causa ou rescisão indireta. Para as rescisões por culpa recíproca o valor da
multa é de 20%.
Importante a fração igual ou superior a 15 dias de remuneração no mês conta como mês
completo.
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2.1.7. Estabilidade: é garantido ao empregado, o direito de permanecer no emprego
durante um período de tempo sem que sofra o risco de ser dispensado sem justa causa
ou de forma arbitrária, temos as seguintes estabilidades previstas em lei:
b) Empregado eleito, por votação, para cargo de direção da CIPA, fica garantida a
estabilidade desde o registro de sua candidatura até um ano após o final de seu
mandato; art. 10, I, “b” ADCT – CF/88. Pela Súmula 339 do TST, essa garantia é estendida
também aos suplentes dos membros eleitos.
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de trabalho por parte do empregador; (OBS.: O empregado somente terá garantida a
manutenção de seu emprego durante a prestação do serviço militar, entendendo-se a
partir da efetiva convocação, desse modo poderá a empresa demitir o empregado que
se alistou, salvo disposição constante em cláusula sindical mais benéfica, conforme
previsão do art. 472 da CLT).
Gratificação de Função: benefício pago para empregado com cargo de confiança, com
o objetivo de isentar o mesmo da marcação o ponto, o valor para tal procedimento é de
no mínimo 40% a mais do valor do seu salário, e sua previsão encontra-se no art. 62 da
CLT.
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2.3 Estabilidades Contratuais
São as criadas por determinação de contrato entre as partes, não existe uma listagem,
mas é comum acontecer quando o empregado tem uma função muito específica e
essencial à empresa, e como uma vantagem a empresa oferece a estabilidade para que
o empregado aceite a vaga. Porém, ressalto, não existe nenhum impedimento da
empresa conceder por qualquer que seja a motivação.
É comum a discussão sobre a tributação de alguns benefícios para aos empregados, isto
posto que a alguns doutrinadores considera que o benefício não tem caráter
remuneratório e por conta disto não deverá ser considerado como base para cálculo de
tributações com é o caso de INSS, FGTS e IR.
Tendo em vista as polêmicas, são comuns muitas ações judiciais. Algumas encontram
êxito e outras não, então fique atento sempre a essas movimentações, visto que uma
decisão favorável representa à empresa economia e redução da carga tributária. Vamos
ver alguns casos para facilitar a compreensão. Seguimos:
a) Aviso Prévio indenizado, hoje por determinação da Nota PGFN 485/2016, não
existe mais tributação de INSS sobre o valor devido de aviso indenizado. A tributação
existe, contudo, sobre o valor do avo indenizado do 13º salário.
Já quanto ao Imposto de Renda não tem tributação sobre o valor devido de aviso prévio.
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e sim, sofrerá incidência sobre o seu valor quando pago no curso do contrato, base art.
214 do Decreto 3.048/99.
e) 13º salário, muitos entendem que não deveria sofrer tributação, tendo em vista
se tratar de valor pago a título de gratificação e não exigir trabalho, e por conta disto
não poderá ser considerado remuneratório, mas a lei é clara ao dizer que trata sim de
um salário de contribuição e que sobre esse valor deverá ser tributado os valores de
INSS, FGTS e IR.
Claro que temos outras polêmicas, mas não tão frequentes quanto as acima indicadas,
o que determino é que veja sempre se a empresa tem ou não uma liminar ou decisão
judicial sobre o caso, para que assim, seja feita a exclusão da base de cálculo dos tributos
das verbas, posto que não tendo nenhuma previsão em documento emitido por decisão
judicial, a verba deve sim sofrer a retenção, com exceção ao aviso indenizado, que já foi
tratado no primeiro item.
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• universalidade da cobertura e do atendimento;
• uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;
• seletividade e distributividade na prestação dos benefícios
eserviços;
• irredutibilidade do valor dos benefícios;
• equidade na forma de participação e custeio;
• diversidade da base de financiamento;
• caráter democrático e descentralizado da gestão administrativa,
mediante a gestão quadripartite, com a participação dos trabalhadores, dos
empregados, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.
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2.5.2. Supressão do Adicional de Insalubridade ou Periculosidade
Entendidos como salário condição, ou seja, para que existam é preciso que o empregado
esteja de fato em uma condição de perigo ou exposto a algum agente insalubre, ela
poderá deixar de ser paga, se mediante laudo, ficar provado que o empregado não está
mais exposto aquela condição, base interpretação aos artigos 192, 193 e 195 da CLT.
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Exemplo de cálculo:
Resposta:
11 anos e 8 meses = 12 anos (considere que a fração igual ou superior a 6 meses garante
um ano completo)
Cálculo da Indenização:
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2.5.5. Supressão de Assistência Médica
É comum as empresas que se encontram em situação financeira não favorável querer
retirar a concessão do plano de saúde de seus empregados, em regra essa alteração não
é possível posto que constitui uma alteração contratual em prejuízo ao empregado, mas
temos exceções, as quais seguem:
a) Plano de saúde, concedido por cláusula de comento coletivo, esse poderá ser
suprimido se houver exclusão da cláusula na próxima convenção ou por acordo coletivo
entre a empresa e o Sindicato que representa a categoria profissional.
Sendo assim, para que o empregador não seja surpreendido com uma afastamento ou
até mesma a rescisão e a recusa do empregado em deixar o imóvel, para evitar esse tipo
de situação, indica-se que seja formalizado contrato a qual determine que a moradia é
concedida com a finalidade única e exclusiva de trabalho, e que em situações de não
trabalho ou rescisão, o empregado deverá desocupar o imóvel no prazo de x dias, ao
qual recomendo não seja inferior a 30 dias.
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Não sendo tratada essa condição, ou seja, sendo omisso o contrato, o empregado tem
como direito adquirido a manutenção da moradia durante o período de afastamento, e
quando da rescisão somente será obrigado a desocupar o imóvel por determinação
judicial.
Deve-se observar que, de acordo com a Lei n. 14.437/2022, poderão ser adotados por
empregadores e empregados medidas trabalhistas alternativas e o Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda para enfrentar consequências
econômicas e sociais de estado de calamidade pública. Uma das medidas do Programa
Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda refere-se à redução de salário,
conforme abaixo expresso no art. 25 da Lei n. 14.437/2022:
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I - o pagamento do Benefício Emergencial de Manutenção do Emprego e da
Renda (BEm);
II - a redução proporcional da jornada de trabalho e do salário; e
III - a suspensão temporária do contrato de trabalho.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo não se aplica:
I - no âmbito da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios:
a) aos órgãos da administração pública direta e indireta; e
b) às empresas públicas e às sociedades de economia mista, inclusive às suas
subsidiárias; e
II - aos organismos internacionais.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Consolidação das Leis do Trabalho: aprovada pelo Decreto-Lei n. 5.452, de 1º
de maio de 1943. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1943. Disponível em:
<https://goo.gl/cxHjb>. Acesso em: 7 mar. 2019.
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MARTINES, L. Curso de Direito do Trabalho: relações individuais, sindicais e coletivas
do trabalho. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2016.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr,
2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Metódo, 2015a.
_________. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev., atual. e ampl. Rio de Janeiro:
Forense, 2015b.
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