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PREVIDENCIÁRIA
Amanda Cavalcanti Correia
e Elaine Peixoto
4 CONTRATOS ESPECIAIS DE TRABALHO
A contratação de aprendiz por período de até quatro anos ocorre com o propósito de
cumprimento de cota de aprendizagem profissional, sendo contabilizada a contratação
de aprendizes em dobro, nas seguintes hipóteses, segundo § 5º do art. 429 da CLT:
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• se estiverem sob proteção relacionada ao Programa de Proteção a crianças e
adolescentes ameaçados de morte, conforme art. 109 do Decreto n. 9579 de
2018.
Com relação à idade de contratação de aprendizes, o art. 428 da CLT, alterado pela MP
1116/2022, estabelece (BRASIL, 1943):
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curso de formação profissional, e empresas com até 6 empregados, com base no art. 51
da LC 123/2006 e art. 2, §1º da IN 146/2018.
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4.1.5. Nos casos de empresas com Matriz e Filial como será feita a contagem de
aprendiz
A contratação de aprendizes deve ser feita com base no número de empregados do
estabelecimento da empresa, como determina o art. 429 da CLT.
Ou seja, o cálculo é feito por local da empresa, ou seja, não há soma do pessoal da matriz
com o pessoal da filial para a contratação da aprendiz, devendo cada um dos
estabelecimento matriz e filial fazer o seu cálculo individualizado, exemplo:
Matriz com 20 empregados que demandam capacitação profissional – terá que fazer a
contratação de 1 aprendiz (20 x 5%).
Filial com 6 empregados que demandam capacitação profissional – não terá
contratação de aprendiz.
4.1.6. CTPS
O aprendiz terá a sua CTPS assinada e carimbada pelo seu empregador, a qual deverá
fazer a anotação na parte de contrato de trabalho da Carteira de Trabalho, e também
indicar na parte de anotações gerais que se trata de um contrato especial de
aprendizagem com duração de x tempo, nos moldes do art. 428 e 429 da CLT.
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4.1.8. Vínculo
A MP 1116/2022 alterou o art. 431 da CLT que aborda a contratação de aprendiz que
pode ser de forma direta, que ocorre pelo estabelecimento que deve cumprir a cota de
aprendizagem profissional, de forma indireta ou por microempresas ou empresas de
pesqueno porte.
• Por outras entidades, sem fins lucrativos, como descrito no art. 431 da CLT
(BRASIL, 1943):
1. assistência social;
2. cultura;
3. educação;
4. saúde;
5. segurança alimentar e nutricional;
6. proteção do meio ambiente e promoção do desenvolvimento
sustentável;
7. ciência e tecnologia;
8. promoção da ética, da cidadania, da democracia e dos direitos
humanos;
9. desporto; ou
10. atividades religiosas.
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I – desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz, salvo para o
aprendiz com deficiência quando desprovido de recursos de acessibilidade,
de tecnologias assistivas e de apoio necessário ao desempenho de suas
atividades;
II – falta disciplinar grave;
III – ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo; ou
IV – a pedido do aprendiz.
4.1.11. Penalidades
A falta de contratação a aprendiz sujeita o empregador à multa prevista na Portaria MTP
667/2021, de R$ 402,53 por aprendiz não contratado, e no máximo de R$ 2.012,66,
quando o infrator for primário, sendo dobrada na reincidência.
4.2.1. Objetivo
Disponibilizar a empresa contratante mão de obra especializada para suprir demanda
complementar de serviço ou substituição de Trabalhador Efetivo.
Dispõe Delgado (2007, p. 554) que “Contrato por temporada são pactos empregatícios
direcionados à prestação de trabalho em lapsos temporais específicos e delimitados em
função da atividade empresarial. São também chamados de contratos adventícios ou
contrato de trabalhadores adventícios”.
4.2.2. Contratação
A validade deste contrato depende de contratação por escrito entre a empresa de
trabalho temporário, devidamente registrada no Ministério do Trabalho e a empresa
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contratante, o empregado temporário é empregado da agência de trabalho temporário
e não cria vínculo de emprego com o tomador de serviço.
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4.3 Estágio – Lei n. 11.788/2008
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4.3.6. Adesão ao termo de compromisso e custo - §2º, art. 5º da Lei n. 11.788/2008
O candidato à vaga de estágio não terá nenhum custo quanto à celebração do termo de
compromisso.
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segundo estipulado no termo de compromisso, para garantir o bom desempenho do
estudante.
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remunerado caso exista o pagamento da bolsa auxílio ou outra forma de
contraprestação por parte da concedente do estágio.
Já as férias são adquiridas após completo o período aquisitivo, é direito garantido pela
CLT ao empregado com vínculo empregatício e garante além da remuneração do salário
contratado o percebimento do terço constitucional que não será devido em nenhuma
hipótese legal ao estagiário.
O período de recesso para estagiário fica condicionado à vigência do termo de
compromisso de estágio, conforme segue:
• superior ou igual a 1 (um) ano = 30 dias de recesso;
• inferior a 1 (um) ano = proporcional ao número de meses de recesso,
considerando para cada mês 2,5 (dois dias e meio) para cada mês de estágio.
Deverá ser concedido preferencialmente o recesso junto às férias escolares.
O legislador nada tratou sobre indenização do período, ou seja, a parte concedente
sempre deverá analisar a vigência do contrato para conceder de forma obrigatória o
recesso ao estagiário.
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Quando o cálculo do percentual resultar em fração, poderá ser arredondado para o
número inteiro imediatamente superior.
Não será aplicado o disposto acima (controle de número máximo de estagiários) para
os estudantes do ensino médio profissional ou de nível superior.
Fica assegurado ao estudante deficiente no mínimo 10% (dez por cento) do número de
vagas oferecidas pela parte concedente.
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O art. 30 do Decreto n. 3048/99 estabelece a concessão de benefícios
independentemente de carência das prestações abaixo relacionadas (BRASIL, 1999):
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IX - cardiopatia grave;
X - doença de Parkinson;
XI - espondiloartrose anquilosante;
XII - nefropatia grave;
XIII - estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante);
XIV - síndrome da imunodeficiência adquirida (aids); ou
XV - contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina
especializada.
4.5.3. Convocação
Caberá ao empregador convocar o trabalhador intermitente com no mínimo 3 dias de
antecedência da data destinada para o exercício de atividade, por qualquer meio valido
de comunicação, desde que esse seja eficaz, informado ao mesmo o tempo de duração
da atividade contratada e a sua remuneração.
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4.5.4. Prazo de Resposta a Convocação
Caberá ao empregado convocado o prazo de um dia útil para dispor se aceita ou não a
convocação feita pelo seu empregador, porém, o seu silêncio irá se presumir como
recusa.
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4.5.9. Rescisão Contratual do Intermitente
Para que haja a rescisão, a parte interessada deverá comunicar a outra com no mínimo
30 dias de antecedência da sua vontade de finalizar o contrato.
Os tipos de rescisão contratual aplicada a essa modalidade de contratação, são as
mesmas de um contrato normal de trabalho, quais sejam:
b) Pedido de demissão
e) Rescisão indireta
REFERÊNCIAS
BRASIL. Constituição (1943). Lei nº 5452, de 1 de maio de 1943. Aprova a Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT). Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del5452.htm. Acesso em: 25 jul.
2022.
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BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF:
Senado Federal, 1988. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em:
1 jul. 2022.
DELGADO, Mauricio Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 6.ed. São Paulo: LTr, 2007.
GARCIA, Gustavo Filipe Barbosa. CLT: Comentada. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo:
Método, 2015a.
_______. Curso de Direito do Trabalho. 9. ed. rev. atual. e ampl. Rio de Janeiro: Forense,
2015b.
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