Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Nos termos do art. 44 do
Decreto 9.579/2018, que trata das relações jurídicas pertinentes à contratação de aprendizes, considera-se
aprendiz a pessoa maior de 14 (quatorze) anos e menor de 24 (vinte e quatro) anos que celebra contrato de aprendizagem, nos termos
do disposto no art. 428 da CLT.
De acordo com o disposto no
art. 428 da CLT, o contrato de aprendizagem é o contrato de trabalho especial, ajustado por escrito e por
prazo determinado, em que o empregador se compromete a assegurar ao maior de 14 e menor de 24 anos, inscrito em programa de
aprendizagem, formação técnico-profissional metódica, compatível com o seu desenvolvimento físico, moral e psicológico, e o
aprendiz, a executar com zelo e diligência, as tarefas necessárias a essa formação.
A idade máxima permitida para celebrar contrato de aprendizagem passou a ser de até 24 anos (art. 18 da
Lei 11.180/2005).
Anteriormente a idade máxima era de 18 anos. No entanto, a idade mínima não foi alterada, permanecendo de 14 anos.
A idade máxima no contrato de aprendizagem não se aplica a aprendizes com deficiência, ou seja, estes poderão ser contratados como
aprendizes mesmo com idade superior a 24 anos.
Nota: O contrato de aprendizagem não
poderá ser estipulado por mais de 2 (dois) anos, exceto quando se tratar de aprendiz portador
de deficiência.
ESPÉCIES DE CONTRATAÇÃO DE APRENDIZES
A contratação do aprendiz deverá ser efetivada diretamente pelo estabelecimento que se obrigue ao cumprimento da cota de
aprendizagem ou, supletivamente, pelas entidades sem fins lucrativos.
Na hipótese de contratação de aprendiz diretamente pelo estabelecimento que se obrigue ao cumprimento da cota de aprendizagem,
este assumirá a condição de empregador, hipótese em que deverá inscrever o aprendiz em programa de aprendizagem a ser ministrado
pelas
entidades qualificadas em formação técnico-profissional.
A contratação de aprendiz por intermédio de entidade sem fins lucrativos, somente deverá ser formalizada após a celebração de
contrato entre o estabelecimento e a entidade sem fins lucrativos, no qual, entre outras obrigações recíprocas, serão estabelecidas as
seguintes:
A contratação do aprendiz por empresas públicas e sociedades de economia mista ocorrerá de forma direta, hipótese em que será
realizado processo seletivo por meio de edital, ou nos termos do disposto no § 2º do art. 57 do
Decreto 9.579/2018.
Nota: A contratação do aprendiz por órgãos e entidades da administração pública direta, autárquica e fundacional observará
regulamento específico, hipótese em que não se aplica o disposto no
Decreto 9.579/2018.
JORNADA DE TRABALHO
A jornada de trabalho do aprendiz
é de no máximo 6 (seis) horas diárias (art. 432 da CLT), ficando vedada a prorrogação e a
compensação de
jornada, podendo chegar ao limite de 8 (oito) horas diárias, desde que o aprendiz tenha
completado o ensino
fundamental e se nelas forem computadas as horas
destinadas à aprendizagem teórica.
A jornada do aprendiz compreende as horas destinadas às atividades teóricas e práticas, simultâneas ou não, cabendo à entidade
qualificada em formação técnico-profissional metódica fixá-las no plano do curso.
Nota: Nos termos do art. 60, § 2º do
Decreto 9.579/2018, a jornada semanal do aprendiz inferior a 25 horas não caracterizará trabalho
em regime de tempo parcial, de que trata o
art. 58-A da CLT.
Trabalho em Mais de um Estabelecimento - Menor de 18 Anos
Na hipótese de o aprendiz (menor de 18 anos) ser empregado em mais de um estabelecimento, as horas da jornada de trabalho em cada
um dos estabelecimentos serão totalizadas, nos termos do § único do art. 63 do
Decreto 9.579/2018.
Para estabelecer a jornada de trabalho do aprendiz (menor de 18 anos), a entidade qualificada em formação técnico-profissional
metódica considerará os direitos assegurados pela
Lei 8.069/1990 - Estatuto da Criança e do Adolescente.
OBRIGATORIEDADE DE
CONTRATAÇÃO DE APRENDIZES
- BASE DE CÁLCULO
De acordo com o
art. 429 da CLT os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a
empregar e matricular nos cursos dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem (SESI, SENAI, SENAC, etc.), considerando o número de trabalhadores existentes em cada
estabelecimento, cujas funções demandem formação profissional, número de aprendizes equivalente a:
As frações de unidade serão arredondadas para o número inteiro subsequente, hipótese que permite a admissão de aprendiz.
Entende-se por estabelecimento todo complexo de bens organizado para o exercício de atividade econômica ou social do empregador,
que se submeta ao regime da CLT.
O limite fixado não se aplica quando o empregador for
entidade sem fins lucrativos, que tenha por objetivo a educação profissional.
Nota: Ficam excluídos da base de cálculo os empregados que executem os serviços prestados sob o regime de trabalho temporário,
instituído pela Lei 6.019/1973, bem como os aprendizes já contratados, conforme dispõe o art. 54 do Decreto 9.579/2018.
Deverão ser incluídas na base de cálculo todas as funções que demandem formação profissional, independentemente de serem
proibidas para menores de dezoito anos, nos termos do art. 52, § 2º do Decreto 9.579/2018.
Requer observar que os 5% obrigatórios (mínimo) ou os 15% (máximo), devem incidir somente sobre o total de empregados que
ocupem funções que demandem aprendizagem, e não sobre o total de empregados do estabelecimento empresarial.
Exemplo
Para se definir as funções que demandam formação profissional deverão ser considerados a Classificação Brasileira de Ocupações
(CBO) e os seguintes fatores:
I - o nível das capacidades profissionais e dos conhecimentos técnico-teóricos requeridos para o exercício da atividade
profissional;
II - a duração do período de formação necessário para a aquisição das competências e habilidades requeridas; e
III - a adequação da função às necessidades da dinâmica de um mercado de trabalho em constante mutação.
Nota: Na hipótese de os serviços nacionais de aprendizagem não oferecerem cursos ou vagas suficientes para atender à demanda dos
estabelecimentos, esta poderá ser suprida por outras
entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica. A insuficiência
de cursos ou vagas será verificada pela inspeção do trabalho.
TERCEIRIZAÇÃO - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS
No caso de empresas que prestem serviços especializados para terceiros, independentemente do local onde sejam executados, os
empregados serão incluídos na base de cálculo da prestadora, exclusivamente, nos termos do art. 54, § único do Decreto 9.579/2018.
DISPENSA DA CONTRATAÇÃO DE APRENDIZES
Nos termos do art. 56 do Decreto 9.579/2018, ficam dispensadas da contratação de aprendizes:
I - as microempresas e as empresas de pequeno porte optantes ou não pelo Simples Nacional; e
II - as entidades sem fins lucrativos que tenham por objetivo a educação profissional na modalidade aprendizagem, desde
que devidamente inscritas no Cadastro Nacional de Aprendizagem.
A contratação de aprendizes deverá atender, prioritariamente, aos adolescentes entre 14 e 18 anos, exceto quando:
Nas hipóteses acima, a aprendizagem para as atividades relacionadas deverá ser ministrada para jovens de 18 a 24 anos.
Nota: O aprendiz maior de dezoito anos que labore em ambiente insalubre ou perigoso ou cuja jornada seja cumprida em horário
noturno faz jus ao recebimento dos respectivos adicionais.
A aprendizagem somente poderá ser realizada em ambientes adequados ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, devendo
o Auditor-Fiscal do Trabalho realizar inspeção tanto na entidade responsável pela aprendizagem quanto no estabelecimento do
empregador.
Os ambientes de aprendizagem devem oferecer condições de segurança e saúde, em conformidade com as regras do art. 405 da CLT, e
das Normas Regulamentadoras, ou seja, ao Menor é proibido o trabalho nos locais e serviços perigosos ou insalubres, prejudiciais à
sua moralidade.
O trabalho exercido nas ruas, praças e outros logradouros dependerá de prévia autorização do Juiz de Menores, ao qual cabe verificar
se a ocupação é indispensável à sua própria subsistência ou à de seus pais, avós ou irmãos e se dessa ocupação não poderá advir
prejuízo à sua formação moral.
Para maiores informações sobre as restrições do trabalho do menor veja o tópico
Trabalhador Menor de Idade.
VALIDADE
- ANOTAÇÃO NA CTPS - COMO EVITAR O VÍNCULO DE EMPREGO
A validade do contrato de aprendizagem pressupõe anotação
na Carteira de Trabalho e Previdência Social (ver o tópico
CTPS Digital),
matrícula e frequência do
aprendiz à escola, caso não haja concluído o ensino fundamental, e inscrição em
programa de aprendizagem
desenvolvido sob a orientação de entidade qualificada
em formação técnico-profissional metódica.
É mister que se efetue o registro da função do aprendiz, bem como o prazo do contrato de aprendizado.
O descumprimento das disposições legais e regulamentares importará a nulidade do contrato de aprendizagem, nos termos do disposto
no
art. 9º da CLT, situação em que fica estabelecido o vínculo empregatício diretamente com o empregador responsável pelo
cumprimento da cota de aprendizagem, salvo quando se tratar de pessoa jurídica de direito público.
CONTRATAÇÃO POR INTERMÉDIO DE ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS
A contratação de aprendiz por intermédio de entidade sem fins lucrativos (art. 431 da CLT), para efeito de cumprimento da obrigação
de contratação mínima, somente deverá ser formalizada após a celebração de contrato entre o estabelecimento e a entidade sem fins
lucrativos, no qual, dentre outras obrigações recíprocas, se estabelecerá as seguintes:
SALÁRIO
- CONVENÇÃO COLETIVA
I - o salário mínimo hora, considerado para tal fim o valor do salário mínimo nacional;
II - o salário mínimo regional fixado em lei, para os Estados que adotam o piso regional;
III - o piso da categoria previsto em instrumento normativo, quando houver previsão expressa de aplicabilidade ao aprendiz.
Entende-se por condição mais favorável aquela fixada no contrato de aprendizagem ou prevista em convenção ou acordo coletivo de
trabalho, onde se especifique o salário mais favorável ao aprendiz, bem como o piso regional de que trata a Lei Complementar no 103,
de 14 de julho de 2000.
Observar que o empregador deve emitir ao menor recibo de quitação de salários (folha de pagamento).
Nota: As convenções e os acordos coletivos apenas estenderão suas cláusulas sociais ao aprendiz quando expressamente previsto e
desde que não excluam ou reduzam o alcance dos dispositivos tutelares que lhes são aplicáveis.
ATIVIDADES
- VEDAÇÃO
É vedado ao responsável pelo cumprimento da cota de aprendizagem estabelecer, ao aprendiz, atividades diversas daquelas previstas
no programa de aprendizagem, sob pena de descaracterização da aprendizagem e reconhecimento de vínculo empregatício.
As aulas teóricas poderão ocorrer sob a forma de aulas demonstrativas no ambiente de trabalho, hipótese em que é vedada qualquer
atividade laboral do aprendiz, ressalvado o manuseio de materiais, ferramentas, instrumentos e assemelhados.
As aulas práticas podem ocorrer na própria entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica ou no estabelecimento
contratante ou concedente da experiência prática do aprendiz, sendo vedada o desenvolvimento de atividades em desacordo com as
disposições do programa de aprendizagem.
Na hipótese de o ensino prático ocorrer no estabelecimento, será formalmente designado pela empresa, ouvida a entidade qualificada
em formação técnico-profissional metódica, um empregado monitor responsável pela coordenação de exercícios práticos e
acompanhamento das atividades do aprendiz no estabelecimento, em conformidade com o programa de aprendizagem.
Nessa hipótese, além do contrato de aprendizagem, faz-se necessário por ocasião do registro, o requerimento, os documentos relativos
à autorização, convênio e programa de aprendizagem.
A entidade responsável pelo programa de aprendizagem fornecerá aos empregadores e ao Ministério do Trabalho, quando solicitado,
cópia do projeto pedagógico do programa.
Centralização das Atividades num Único Estabelecimento
Para fins da experiência prática de acordo com a organização curricular do programa de aprendizagem, o empregador que mantenha
mais de um estabelecimento no mesmo Município poderá centralizar as atividades práticas correspondentes em um de seus
estabelecimentos.
O estabelecimento contratante cujas peculiaridades da atividade ou dos locais de trabalho constituam embaraço à realização das aulas
práticas, além de poder ministrá-las exclusivamente nas
entidades qualificadas em formação técnico profissional, poderá requerer
junto à unidade descentralizada do Ministério do Trabalho a assinatura de termo de compromisso para o cumprimento da cota em
entidade concedente da experiência prática do aprendiz.
FÉRIAS
As férias do aprendiz devem coincidir, preferencialmente, com as férias escolares (§ 2º do art. 136 da CLT), sendo vedado ao
empregador fixar período diverso daquele definido no programa de aprendizagem.
VALE TRANSPORTE
É assegurado ao aprendiz o direito ao benefício da
Lei 7.418, de 16 de dezembro de 1985, que institui o vale-transporte, com desconto
do percentual legalmente previsto. Para maiores detalhes sobre o percentual de desconto, acesse o tópico
Vale Transporte.
FGTS – CONTRATO DE
APRENDIZ
Os depósitos do FGTS nos
contratos de aprendizagem tiveram a alíquota reduzida de 8% para 2%, conforme § 7º do
art. 15 da Lei
8.036/90 - (Incluído pela
Lei nº 10.097/2000).
Para maiores detalhes, acesse o tópico
FGTS - Aspectos Gerais.
EXTINÇÃO DO CONTRATO
DE APRENDIZAGEM
O contrato de aprendizagem extinguir-se-á
no seu termo ou quando o aprendiz completar 24 (vinte e quatro) anos (exceto quanto a
aprendizes com deficiência), ou
antecipadamente, quando ocorrer uma das seguintes hipóteses:
O desempenho insuficiente ou inadaptação do aprendiz referente às atividades do programa de aprendizagem será caracterizado
mediante laudo de avaliação elaborado pela entidade qualificada em formação técnico-profissional metódica.
A falta disciplinar grave caracteriza-se por quaisquer das hipóteses descritas no art. 482 da CLT.
A ausência injustificada à escola que implique perda do ano letivo será caracterizada por meio de declaração da instituição de ensino.
Na rescisão antecipada do
contrato de aprendizagem não haverá a indenização de 50% dos dias faltantes
para o término do contrato,
constante nos artigos 479 e 480 da CLT.
Saliente-se que no caso da rescisão ou término do contrato de aprendizagem fica o empregador obrigado a matricular nos cursos dos
Serviços Nacionais de Aprendizagem, um novo aprendiz na vaga deixada, salvo se já houver atingido a cota máxima permitida.
VERBAS RESCISÓRIAS
Considerando a causa (motivo) da rescisão de contrato, o aprendiz terá direito às verbas rescisórias conforme quadro abaixo:
VERBAS RESCISÓRIAS
Saldo 13º Salário Férias + 1/3 FGTS Indenização Indenização
Aviso
Causas da Rescisão de do art. 479 do art. 480
Prévio Integral Proporcional Integral Proporcional Saque Multa
Salário CLT CLT
Rescisão a Término do
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
Termo contrato
Implemento da
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO
idade
Desempenho
insuficiente ou
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
inadaptação do
aprendiz
Falta disciplinar
grave (art. 482 SIM NÃO SIM NÃO SIM NÃO NÃO NÃO NÃO NÃO
CLT)
Ausência
injustificada à
escola que implica SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
perda do ano
letivo
A pedido do
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM NÃO NÃO NÃO NÃO
aprendiz
Rescisão Fechamento do
Antecipada estabelecimento
sem possibilidade
de transferência
para outro e sem
prejuízo ao SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
aprendiz ou morte
do empregador
constituído em
empresa
individual
Rescisão indireta SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
Descaracterização,
quando não se
puder transformar
SIM NÃO SIM SIM SIM SIM SIM SIM SIM NÃO
o contrato para
por prazo
indeterminado
PRESCRIÇÃO DOS DIREITOS
A prescrição dos créditos trabalhistas está prevista no art. 7º, inciso XXIX da Constituição Federal, o qual estabelece um prazo de 5
(cinco) anos para os trabalhadores urbanos e rurais, até o limite de 2 (dois) anos após a extinção do contrato de trabalho.
No entanto, para os trabalhadores menores, o
art. 440 da CLT prevê a imprescritibilidade dos direitos trabalhistas, ou seja, o menor
terá direito a reivindicar seus direitos trabalhistas violados ainda que decorridos o prazo previsto constitucionalmente.
O prazo prescricional de 2 anos previsto na CF só começa a contar, para o menor, quando este completar 18 anos de idade.
Exemplo
Um menor aprendiz, nascido em 16.04.2003, começa a trabalhar no dia 14.05.2019 aos 15 anos de idade (completos). No dia
20.05.2021, aos 17 anos de idade, o menor é demitido da empresa. Considerando a idade do menor na data de demissão, a prescrição
dos créditos trabalhistas (que por ventura não tenham sido pagos) ocorrerá conforme abaixo:
Portanto, neste exemplo o menor aprendiz, mesmo tendo sido demitido no dia 20.05.2021, terá até o dia 16.04.2024 (2 anos, 10 meses
e 27 dias depois) para ingressar com reclamatória trabalhista reivindicando eventuais créditos decorrentes do vínculo empregatício que
não tenham sido pagos, uma vez que o prazo prescricional só passou a ser contado a partir dos 18 anos completos e não a partir da data
efetiva da demissão.
Veja outros detalhes sobre prazo prescricional de empregado e de herdeiros no tópico
Prazo Prescricional de Créditos Trabalhistas.
CERTIFICADO DE QUALIFICAÇÃO PROFISSIONAL
Aos aprendizes que concluírem os cursos de aprendizagem, com aproveitamento, será concedido certificado de qualificação
profissional.
Para a inscrição de aprendizes nos cursos, a empresa deve solicitar ao SENAI, SENAC, SENAT ou às
entidades em formação técnico
profissional metódica, conforme o caso, o certificado de aprendizagem.
A solicitação pode ser feita por meio de carta, na qual deve-se informar a atividade da empresa e o número de sua inscrição no órgão
previdenciário. Quando for retirar o certificado, a empresa apresentará a última guia de recolhimento de contribuições previdenciárias
(GPS).
FISCALIZAÇÃO
O cumprimento das normas relativas à aprendizagem profissional serão fiscalizadas com base na
Instrução Normativa SIT 146/2018.
I - Contratos de aprendizagem;
II - Documento de controle de registro dos aprendizes, seja livro ou ficha, a qual poderá ser física ou eletrônica;
III - Cópia da CTPS dos aprendizes (páginas de identificação, do contrato de trabalho e anotações gerais);
IV - CAGED do período de admissão dos aprendizes;
V - Declaração de validade do curso de aprendizagem, quando ministrado por entidade sem fins lucrativos.
A notificação para apresentação de documentos poderá exigir os seguintes documentos, além de outros que julgar necessários:
I - Comprovante de matrícula e frequência do aprendiz no estabelecimento de ensino regular, o qual poderá ser substituído
pelo certificado de conclusão do ensino médio, quando for o caso;
II - Comprovante de matrícula do aprendiz no respectivo programa de aprendizagem;
III - Indicação formal do monitor do(s) aprendiz(es), quando for o caso, de acordo com o art. 23, § 1º, do Decreto nº
5.598/2005, a qual deverá conter a anuência da entidade qualificada em formação técnicoprofissional.
Nota: Na fiscalização da modalidade eletrônica, o Auditor-Fiscal do Trabalho poderá reduzir os itens solicitados na notificação, tendo
em vista que tais informações irá constar na base do
eSocial.
Para maiores detalhes sobre fiscalização acesse o tópico
Fiscalização do Trabalho - Procedimentos.
ENTIDADES QUALIFICADAS
Consideram-se entidades qualificadas em formação técnico-profissional metódica:
As entidades mencionadas acima deverão dispor de estrutura adequada ao desenvolvimento dos programas de aprendizagem, de forma
a manter a qualidade do processo de ensino e a acompanhar e avaliar os resultados.
Compete ao Ministério do Trabalho instituir e manter cadastro nacional das entidades qualificadas em formação técnico-profissional
metódica e disciplinar a compatibilidade entre o conteúdo e a duração do programa de aprendizagem, com vistas a garantir a qualidade
técnico-profissional.
JURISPRUDÊNCIAS
"AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA. LEI Nº 13.015/2014. CPC/2015. (...). BASE DE CÁLCULO DA
COTA DE CONTRATOS DE APRENDIZAGEM. INOBSERVÂNCIA. INDEVIDA EXCLUSÃO DO QUANTITATIVO DE
EMPREGADOS NAS FUNÇÕES DE PROMOTORES DE VENDAS E VENDEDORES. OBRIGAÇAO DE FAZER MANTIDA. A
Consolidação das Leis do Trabalho, em seus artigos 428, caput , e 429, caput , trata, expressamente, do contrato de aprendizagem e da
obrigação dos estabelecimentos de qualquer natureza de admitir aprendizes em número equivalente a cinco por cento, no mínimo, e
quinze por cento, no máximo, dos empregados existentes em cada um, cujas funções demandem formação profissional. Consoante o
contexto fático delineado pelo Tribunal Regional, o presente caso trata das funções de vendedores e de promotores de vendas, que
reivindicam formação profissional e estão incluídas na Classificação Brasileira de Ocupações (CBO). Assim, além de exigirem
formação profissional, nos exatos termos do artigo 429 da CLT, não estão inseridas dentre as exceções previstas no artigo 10, §1º, do
Decreto nº 5.598/2005, não existindo qualquer justificativa para excluir os empregados que exercem tais atividades da base de cálculo
do número de aprendizes a serem contratados. Assim, verificado o desrespeito do percentual de contratação de aprendizes, na
proporção prevista no artigo 429 da CLT, pela indevida exclusão de empregados da base de cálculo desse quantitativo, sem a
correspondente autorização em lei, tem-se por mantida a obrigação de fazer imposta. Logo, não há que se falar em violação dos artigos
constitucionais invocados. Inservíveis os arestos acostados para exame. Agravo de instrumento conhecido e não provido. (...). (AIRR-
10083-72.2014.5.15.0089, 7ª Turma, Relator Ministro Cláudio Mascarenhas Brandão, DEJT 19/12/2019).
(...) RECURSO DE REVISTA. EXECUÇÃO FISCAL. DÍVIDA ATIVA DECORRENTE DA FIXAÇÃO DE MULTA POR
DESCUMPRIMENTO DE EXIGÊNCIA LEGAL. CONTRATAÇÃO MÍNIMA DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA EM
ENTIDADES SEM FINS LUCRATIVOS. CONTRATO DE APRENDIZAGEM. PROVIMENTO. O contrato de aprendizagem é um
contrato de trabalho especial, celebrado de forma escrita e por prazo determinado, em que se exige a observância do binômio trabalho-
aprendizagem, de modo que o empregador, além de remunerar o aprendiz pela prestação do seu serviço, obriga-se a qualificá-lo
profissionalmente. O artigo 431 da CLT autoriza a contratação de aprendizes por meio de entidades sem fins lucrativos, "que tenham
por objetivo a assistência ao adolescente e à educação profissional, registradas no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do
Adolescente" (artigo 430, II, da CLT). Referida entidade oferecerá os cursos teóricos e, caso não possua estrutura adequada, a
experiência prática será desenvolvida em empresas, circunstância em que, à luz do artigo 431 da CLT, o vínculo de emprego se dará
com a primeira e não com a tomadora do serviço. Destaca-se que, na hipótese de a parte prática do contrato de aprendizagem ser
desenvolvida em empresas, os aprendizes nela alocados, ainda que o vínculo de emprego seja formado com instituição sem fins
lucrativos, serão contabilizados, por aquelas, para o cumprimento do percentual previsto no artigo 429, caput, da CLT. Isso porque, em
relação às entidades previstas no inciso II do artigo 430 da CLT, não é exigida a observância de tal limite. Conforme consignado no
acórdão regional, a executada possui natureza jurídica de associação civil assistencial, cultural, educacional, de caridade e recreativa
que atua com crianças e adolescentes, destinada a promover, "entre outras atividades, assistência educacional em caráter gratuito que
consiste no treinamento de adolescentes para o mercado de trabalho, embasada na lei do menor aprendiz - Lei n° 10.097/2000
regulamentada pelo Decreto nº 5.598/2005". Nesse contexto, o vínculo de emprego é formado diretamente com a entidade, ora
executada, a qual assume a condição de empregadora e, por conseguinte, a responsabilidade pelos encargos trabalhistas previstos em
lei. No caso do contrato de aprendizagem, os requisitos exigidos para a formação desse vínculo de natureza especial são aqueles
previstos nos §§ 1º a 7º do artigo 428 da CLT, especialmente: a observância da forma escrita na contratação, a anotação na CTPS, a
celebração de contrato por prazo determinado - máximo de dois anos, à exceção do aprendiz com deficiência -, a inscrição em
É
programa de aprendizagem e a frequência do aluno na escola, caso não tenha concluído o nível médio. É inequívoco que o vínculo de
emprego dos aprendizes guarda peculiaridades próprias que os distinguem dos demais trabalhadores, especialmente quando firmado
com entidades sem fins lucrativos, as quais têm como objetivo a qualificação técnico-profissional metódica dos aprendizes, permitindo
a sua inclusão no mercado de trabalho. Nessa perspectiva, não é possível a equiparação das referidas entidades sem fins lucrativos, tal
como a ora executada, por força do § 1º do artigo 2º da CLT e em razão do vínculo de emprego formado com os aprendizes, a empresa
para fins de incidência do artigo 93 da Lei nº 8.213/1991. Não se trata de um típico contrato de emprego, de modo que não se pode
exigir de entidades sem fins lucrativos, que contem majoritariamente com aprendizes em seus quadros, a observância do percentual
previsto no referido dispositivo, tampouco que esses sejam contabilizados para alcançar o número mínimo de empregados exigido no
artigo 93 da Lei nº 8.213/1991. Não se pode olvidar que, tal como ocorre com os aprendizes, a contratação de pessoas com deficiência
integra um conjunto de ações afirmativas previstas em nosso ordenamento jurídico, por meio do qual se busca inserir os aludidos
grupos no mercado de trabalho. Ocorre que, em razão da destinação específica da entidade ora executada, deve-se compatibilizar o seu
objetivo primordial com a inserção das pessoas com deficiência, incentivando a contratação de aprendizes com deficiência, o que não
seria alcançado por meio da aplicação da multa ora questionada. Isso porque, nos termos do § 3º do artigo 93 da CLT, para "a reserva
de cargos será considerada somente a contratação direta de pessoa com deficiência, excluído o aprendiz com deficiência de que trata a
Consolidação das Leis do Trabalho". Não é permitida, pois, a cumulação das cotas de aprendizes com aquelas destinadas às pessoas
com deficiência. Desse modo, ao invés de ser imposta à entidade executada o pagamento de multa, decorrente do suposto
descumprimento de obrigação que não lhe é exigível, dever-se-ia incentivar a contratação de aprendizes com deficiência, os quais, à
luz do artigo 23-A, § 5º, VI, do Decreto nº 5.598/2005, pertencem ao grupo de jovens e adolescentes em vulnerabilidade ou risco
social, mas sequer integram a cota da Lei nº 8.213/1991. Ademais, a condenação da ora executada ao pagamento de multa, em razão
da não observância dos percentuais fixados no artigo 93 da Lei nº 8.213/1991, inviabilizaria o seu funcionamento, prejudicando a
política pública de qualificação dos aprendizes. Recurso de revista provido. (RR - 10246-39.2014.5.15.0061 , Relator Ministro:
Guilherme Augusto Caputo Bastos, Data de Julgamento: 13/06/2018, 4ª Turma, Data de Publicação: DEJT 22/06/2018).
AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E
13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA DA LEI No 13.467/2017 - DESCABIMENTO. 1. OBRIGAÇÃO DE FAZER.
CUMPRIMENTO DE COTA DE APRENDIZES. 1.1. O Tribunal Regional concluiu que o autor provou que a ré, deliberada e
reiteradamente, descumpriu a cota de aprendizes, razão pela qual manteve a condenação em obrigação de fazer. Em trecho do acórdão
não transcrito, consta que "a prova testemunhal atesta que a reclamada não tomava as medidas necessárias à reposição imediata das
vagas" (fl. 4.450-PE). Incidência da Súmula nº 126 desta Corte. (...) Assim, não vislumbro ofensa aos dispositivos de Lei indicados. O
aresto colacionado é inespecífico (Súmula 296/TST), pois não parte das mesmas premissas fáticas constantes do acórdão regional. (...).
1.2. O recurso de revista se concentra na avaliação do direito posto em discussão. Assim, em tal via, já não são revolvidos fatos e
provas, campo em que remanesce soberana a instância regional. Diante de tal peculiaridade, o deslinde do apelo considerará, apenas, a
realidade que o acórdão atacado revelar. Esta é a inteligência da Súmula nº 126 desta Corte. (...). (AIRR - 20748-69.2014.5.04.0020 ,
Relator Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 13/12/2017, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
15/12/2017).
"RECURSO DE REVISTA. AÇÃO ANULATÓRIA DE DÉBITO FISCAL TRABALHISTA. MULTA APLICADA POR
DESCUMPRIMENTO DA LEGISLAÇÃO RELATIVA ÀS COTAS DE APRENDIZAGEM. AUSÊNCIA DE VAGAS NO
SISTEMA 'S'. IDENTIFICAÇÃO DE OUTRAS ENTIDADES QUALIFICADAS EM FORMAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL
METÓDICA. OBRIGAÇÃO DA EMPRESA. 1 - O Tribunal Regional emitiu tese no sentido de que se deve 'interpretar o art.430 da
CLT de forma a que, não oferecendo o Sistema 'S' vagas ou cursos suficientes no Município em que está localizada a empresa
solicitante, tenha a Fiscalização do Trabalho o encargo de: a) identificar a existência, no Município, de entidade que não pertença ao
sistema 'S' mas que atenda os requisitos do § 1º do art. 430; b) comunicar, oficialmente, à empresa fiscalizada acerca da existência
dessa entidade concedendo-lhe prazo para que adote as providencias que lhe cabem'. 2 - Contudo, a busca por suprir a insuficiência de
cursos ou vagas nos Serviços Nacionais de Aprendizagem (Sistema 'S'), por intermédio da identificação de outras entidades
qualificadas em formação técnico-profissional metódica, é encargo de que deve se desincumbir a empresa, não podendo ser atribuído
ao órgão administrativo de fiscalização. Recurso de revista conhecido e provido" (RR - 811-80.2011.5.12.0012, Ac. 1ª Turma, Relator
Ministro Walmir Oliveira da Costa, in DEJT 8.4.2016).
ACÓRDÃO - EMENTA: VÍNCULO DE EMPREGO. MENOR APRENDIZ. Comprovado o cumprimento dos requisitos formais
necessários à contratação através da modalidade de aprendizagem, na forma do art. 428 e seguintes da CLT e Decreto nº 5.598/05,
firma-se a validade do contrato de aprendizagem. Desta forma, é válido o contrato de aprendizagem firmado entre as partes,
merecendo provimento os recursos das reclamadas para absolvê-las de toda a condenação imposta, referente ao aviso prévio, multa do
art. 477 da CLT, diferenças de FGTS com 40%, horas extras e reflexos, indenização relativa ao seguro-desemprego e honorários
advocatícios.. Recursos das reclamadas provido. Processo: 00622-2006-005-04-00-1 (RO). Juiz Relator HUGO CARLOS
SCHEUERMANN. Porto Alegre, 9 de maio de 2007.
ACÓRDÃO - RECURSO ORDINÁRIO DA RECLAMADA. RELAÇÃO DE EMPREGO. NULIDADE DO CONTRATO DE
APRENDIZAGEM . A reclamada sustenta a validade do contrato de aprendizagem travado com o reclamante em 1º.8.2004, com
prazo previsto para a data em que completasse 17 anos e 10 meses, na forma do Decreto nº 5.589/2005. Diz estar inserida na previsão
do inciso III do art. 8º do Decreto 5.598/2005, por se tratar de entidade filantrópica qualificada em formação técnico-profissional
metódica, sem fins lucrativos, com objetivo de assistência ao adolescente e à educação profissional. Sem razão. Mesmo considerando
que o trabalho prestado pelo autor se identifica com atividade prática relacionada à aprendizagem, tal não seria suficiente para a
regularidade da espécie contratual eleita inicialmente pelas partes, se, no curso da prestação laboral, não se desenvolveu, de fato, o
aprendizado, também, mediante atividades teóricas. É de fundamental importância, ainda, a prova técnica produzida quanto à presença
de insalubridade nas atividades do reclamante. Considerando que este laborou quando tinha idade inferior a dezoito anos, é patente a
irregularidade, haja vista a afronta às regras de proteção ao trabalho do menor. Assim, em que pese ser notória a atividade filantrópica
da demandada, conforme já assinalado, não há como ser reconhecida a regularidade e eficácia do contrato de aprendizagem. Portanto,
afastada a aprendizagem, e não se tratando de nenhuma das hipóteses excepcionais de contrato a termo, prevalece a indeterminação do
prazo. Assim, tem-se que a extinção contratual, na verdade, deu-se pela iniciativa do empregador, sem justa causa. Devido o
pagamento de férias proporcionais acrescidas de 1/3, aviso prévio e multa de 40% sobre os depósitos do FGTS, insalubridade em grau
mínimo e entrega das guias do seguro-desemprego. Número do processo: 01093-2006-020-04-00-6. Juiz Relator PEDRO LUIZ
SERAFINI. Porto Alegre, 05 de julho de 2007.
ACÓRDÃO - TERMO DE COOPERAÇÃO FIRMADO COM O SENAI - NULIDADE - DIFERENÇAS SALARIAIS. Insurge-se a
reclamada pugnando pela reforma do decisum a fim de que seja reconhecida a validade do Termo de Cooperação firmado com o
SENAI, o qual contou com a aprovação da Federação dos Trabalhadores nas Indústrias de Mato Grosso do Sul através de um Acordo
Coletivo de Trabalho firmado e devidamente registrado na DRT/MS. Aduz que, por esse Termo, os trabalhadores passaram por um
período de treinamento, recebendo um auxílio educacional que não geraria vínculo de emprego, nem obrigaria o recolhimento
previdenciário e fiscal, porque ausentes os requisitos do art. 3º, da CLT. Entretanto, razão não lhe assiste. O juiz de primeiro grau
reconheceu o vínculo de emprego no período de 02.03.2002 a 31.07.2002, porque entendeu que o reclamante não participou de
qualquer curso de formação profissional a fim de se qualificar para o emprego na reclamada, tendo sido desde o início da prestação
laboral verdadeira empregada, trabalhando nas dependências desta, sob comando dos seus encarregados e mediante remuneração. A
vinculação da utilização da mão de obra do trabalhador à aprendizagem, ou se dá na forma do contrato de aprendizagem (art. 428, da
CLT) ou no contrato de estágio (Lei nº 6.494/77), hipóteses diversas daquela ora analisada. Em consequência, as diferenças salariais
decorrentes do não pagamento do piso salarial da categoria no período são devidas. PROCESSO Nº 01402/2004-071-24-00-0-RO.
Relator ABDALLA JALLAD. Campo Grande, 03 de maio de 2006.
Base legal: Artigos 428, 429, 433 da CLT;
Nova redação dada pela
MP 251/2005 (convertida na
Lei 11.180/2005)
e
Decreto 9.579/2018 (que revogou o
Decreto
5.598/2005).
Parcialmente a
Lei 10.097/2000 e os citados no texto.
Clique
aqui se desejar imprimir este material.
Clique
aqui para retornar.
Í
Guia Trabalhista - Índice