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O contrato de experiência é uma
modalidade do contrato por prazo determinado cuja finalidade é a de verificar
se o empregado tem
aptidão para exercer a função para a qual foi contratado.
Da mesma forma que o empregador, o empregado, na
vigência do referido contrato, terá o respectivo período para adaptar-se à
estrutura hierárquica
do empregador, bem como às normas e condições de trabalho a que está subordinado.
DURAÇÃO
Conforme determina o
artigo 445, parágrafo único da CLT, o contrato de experiência não poderá exceder 90 dias, consoante o
disposto na Súmula 188 do TST.
PRORROGAÇÃO
O artigo 451 da CLT determina que
o contrato de experiência só poderá sofrer uma única prorrogação, sob pena de
ser considerado
contrato por prazo indeterminado.
Desta forma, temos que o contrato
de experiência não poderá ultrapassar 90 dias, e nem sofrer mais de uma
prorrogação.
Exemplo 1
Contrato de experiência de 90
dias.
Empregado admitido em 08.02.2020 com contrato de experiência
firmado por 30 dias, e prorrogado posteriormente por mais 60
dias.
Início do
contrato Término
30 dias Início da
prorrogação
de mais 60 dias Término
do Contrato
08.02.2020 09.03.2020 10.03.2020 08.05.2020
Exemplo 2
Contrato de experiência de 45
dias.
Empregado admitido em 19.11.2020
com contrato de experiência de 30 dias, prorrogados por mais 15 dias.
Início do
contrato Término
30 dias Início da
prorrogação Término do Contrato
19.11.2020 18.12.2020 19.12.2020 02.01.2021
A prorrogação do contrato de
experiência deverá ser expressa, não podendo ficar contida na subjetividade do
empregador.
Nota: A falta do contrato ou da cláusula de prorrogação do contrato de experiência, bem como a falta de assinatura do empregado
neste, caracteriza a continuidade do
contrato por tempo indeterminado a contar do término do primeiro período, sendo
devidas (em caso de demissão) todas as verbas rescisórias decorrentes da ruptura de contrato de trabalho respectivo,
conforme
jurisprudência abaixo.
SUCESSÃO DE NOVO
CONTRATO
Para celebração de novo contrato de experiência, deve-se aguardar um prazo de 6 meses, no mínimo, sob pena do contrato ser
considerado por tempo indeterminado, nos termos do
art. 452 da CLT, salvo se a expiração deste dependeu da execução de serviços
especializados ou da realização de certos acontecimentos.
O novo contrato justifica-se
somente para nova função, uma vez que não há coerência alguma em se testar o
desempenho da
mesma pessoa na mesma função antes já avaliada.
CUIDADOS QUE DEVEM
SER TOMADOS - REGIME DE COMPENSAÇÃO
Na realização do trabalho o empregador poderá estabelecer jornada de trabalho mediante
acordo de compensação de horas, ou seja,
acrescer a jornada de determinados dias em função de outro suprimido, sem que essas horas sejam configuradas como horas extras.
a) Contrato de experiência que
termina na sexta-feira, sendo que a empresa trabalha em regime de compensação
dos sábados:
A empresa que trabalha em regime de compensação deve pagar na semana do término do contrato de experiência, as horas
trabalhadas para a compensação do sábado como extras, ou dispensar o empregado do cumprimento da referida compensação
durante a última semana;
A compensação do sábado fará
com que o contrato de experiência se transforme em contrato por prazo
indeterminado.
b) Contrato de experiência que termina
no sábado:
O contrato de experiência deste
empregado será extinto normalmente na data prevista (07.04.2020), porque o
atestado médico dos
primeiros 15 (quinze) dias pagos pela empresa, contam como período trabalhado e comportam os dias faltantes para
o término do
contrato, como já
esclarecido anteriormente.
Nota: Independentemente de já ter se desligado da empresa o empregado terá direito ao auxílio-doença se confirmado na perícia do
INSS a incapacidade para o trabalho, salvo se não tiver atingido a
carência exigida para a percepção do benefício.
Exemplo 2
Empregado admitido em contrato de experiência (nos moldes do
artigo 472, § 2º da CLT) em 09.05.2020 por 60 dias, afasta-se por
doença dia 15.06.2020,
iniciando o auxílio-doença (16º dia) dia 30.06.2020 (com 20 dias de afastamento pelo INSS), retornando ao
trabalho dia
20.07.2020.
O contrato de experiência deste
empregado extinguiria dia 07.07.2020, fato este que não ocorreu devido ao
afastamento por
auxílio-doença.
O contrato de experiência contou
seu prazo de cumprimento normal até o dia 29.06.2020, ou seja, até os primeiros 15
(quinze) dias
do atestado médico pagos pela empresa, faltando então 8 dias para o término do
contrato de experiência, os quais serão cumpridos
a partir do dia 20.07.2020 (data de retorno ao trabalho), já que no período de 30.06.2020 a 19.07.2020 seu
contrato ficou suspenso
(afastamento pelo INSS).
O contrato de experiência deste
empregado será extinto somente no dia 27.07.2020, quando completará os 8 (oito) dias faltantes
para o encerramento do contrato, tornando-se por tempo
indeterminado, caso o contrato ultrapassar esta data.
Nota: O
art. 472, § 2º da CLT, dispõe que nos contratos por prazo determinado, o tempo de afastamento, se assim acordarem as
partes interessadas, não será computado na contagem do prazo para a respectiva terminação.
ESTABILIDADE
PROVISÓRIA
A legislação previdenciária
determina que o empregado que sofrer acidente do trabalho terá assegurada a
manutenção de seu
contrato de trabalho, pelo prazo mínimo de 12 meses a contar
da cessão do auxílio-doença acidentário, independentemente da
concessão de
auxílio-acidente.
Assim, a estabilidade por
acidente de trabalho será garantida (mesmo no contrato de experiência) quando o empregado se afastar
por período superior a 15 dias, nos termos do inciso II da Súmula 378 do TST. Caso o afastamento seja inferior a 15 dias, o
contrato de experiência poderá ser encerrado normalmente na data prevista para término.
Da mesma forma é garantida a estabilidade no contrato de experiência da empregada que, durante o cumprimento do contrato,
descobre que está grávida. Para maiores detalhes acesse o tópico
Licença Maternidade e
Estabilidade Provisória.
ACIDENTE DO TRABALHO
No afastamento por acidente do
trabalho, ocorre a interrupção do contrato de trabalho, considerando-se todo o
período de efetivo
serviço. O contrato não sofrerá solução de descontinuidade, vigorando
plenamente em relação ao tempo de serviço.
Convém salientar que até setembro/2012 haviam divergências jurisprudenciais quanto à garantia provisória de emprego nos
contratos por tempo determinado (inclusive o de experiência). Entretanto, com a publicação da
Resolução 185 do TST publicada
em 14.09.2012, o entendimento jurisprudencial foi pacificado pelo Tribunal Superior, garantindo a estabilidade ao acidentado
através da inclusão do
inciso III na Súmula 378.
Conclui-se, portanto, que em caso de acidente de trabalho durante o contrato de experiência, havendo o afastamento do trabalho
por mais de 15 dias (nos termos do inciso II da Súmula 378), o empregado terá direito à estabilidade de 12 meses após a cessação
do auxílio-doença acidentário (prevista no
art. 118 da Lei 8.213/91).
Ainda que se possa entender pela não conversão do contrato de experiência em contrato por tempo indeterminado, o fato é que com
12 meses de estabilidade o contrato deixa de ser de experiência, e a demissão arbitrária do empregado uma vez vencida a
estabilidade, deve ser nos moldes do contrato por tempo indeterminado.
Caso o afastamento do empregado resultar menor que 15 dias, após a alta médica o empregado continua o cumprimento.
Se o
período de afastamento do empregado resultar superior ao prazo
estabelecido no contrato de experiência, o citado contrato, se não
houver
interesse na continuidade da prestação dos serviços do empregado, será extinto
na data pré-estabelecida.
Exemplo 1
(Afastamento por auxílio-doença acidentário por mais de 15 dias)
Empregado admitido em contrato de
experiência em 03.09.2020 por 60 dias, sofrendo acidente de trabalho dia 21.09.2020,
iniciando o auxílio-doença acidentário dia 06.10.2020 (após 15º dia), retornando ao trabalho dia 27.10.2020, após 21 dias afastados
pelo INSS.
O contrato de experiência deste
empregado não poderá ser extinto no dia 01.11.2020 (data prevista para término), tendo em vista
que o mesmo gozará da estabilidade provisória de 12 meses após o retorno ao trabalho (27/10/2020), ou seja, o empregado
acidentado terá a garantia do emprego de 27.10.2020 a 27.10.2021 por ter se afastado por mais de 15 dias e ter recebido auxilio
doença acidentário (inciso II da Súmula 378 do TST), convertendo assim o contrato de experiência em contrato por tempo
indeterminado.
Exemplo 2
(Afastamento por auxílio-doença acidentário por menos de 15 dias)
Empregado admitido em contrato de
experiência em 07.05.2020 por 90 dias, sofrendo acidente de trabalho dia 11.07.2020. O
atestado de afastamento é de 13 dias, e a partir de 24.07.2020 é liberado para retorno ao trabalho.
O contrato de experiência deste empregado extinguiu-se normalmente no dia 04.08.2020, uma vez que o período de afastamento de
apenas 13 dias foi pago pela empresa, não tendo cumprido um dos requisitos à estabilidade (afastamento por auxílio-acidente nos
termos do inciso II da Súmula 378 do TST), sendo considerado como tempo de efetivo serviço.
Exemplo 3
(Afastamento por auxílio-doença acidentário por 10 dias ultrapassando a data de término do contrato)
Empregado admitido em contrato de
experiência em 03.09.2020 por 90 dias, sofrendo acidente de trabalho dia 23.11.2020. O
atestado de afastamento é de 10 dias, ultrapassando assim a data limite prevista para o término do contrato de experiência.
O contrato de experiência deste empregado extingue-se normalmente no dia 01.12.2020, uma vez que o período de afastamento de
10 dias foi pago pela empresa e, portanto, é considerado como tempo de efetivo serviço dentro dos 90 dias.
Ainda que o período de afastamento (23.11.2020 a 02.12.2020) tenha ultrapassado a data do término do contrato de experiência,
este empregado não terá direito à estabilidade provisória, tendo em vista que a estabilidade provisória só é garantida ao acidentado
que se afastar por período superior a 15 dias, nos termos do inciso II da Súmula 378 do TST.
GESTANTE
Em setembro/2012 o TST consolidou o entendimento, através da alteração do inciso III da Súmula 244, no sentido de que o direito
à estabilidade disposta na Constituição também se aplica à empregada gestante, mesmo na hipótese de admissão mediante contrato
por tempo determinado.
Exemplo
Empregada é admitida em contrato de
experiência em 03.10.2020 por 60 dias. No dia 28/11/2020 (há 4 dias para o término do
contrato de experiência), a empregada comunica seu empregador que está grávida. Neste caso, o empregador não poderá demitir a
empregada no término previsto do contrato (01/12/2020), convertendo assim o contrato de experiência em contrato por tempo
indeterminado.
Considerando que a empregada tenha o tempo normal de gestação (9 meses), contando este período a partir do comunicado à
empresa (28.11.2020), esta empregada irá ter seu filho somente em 23.08.2021, quando iniciará o período de licença maternidade.
Contando que o período de licença de 120 dias seja a partir da data de nascimento da criança 23.08.2021, esta empregada terá sua
estabilidade garantida até o dia 20.12.2021, conforme demonstrado abaixo.
RESCISÃO ANTECIPADA
DO CONTRATO
Qualquer das partes pode
rescindir antes do prazo o contrato de experiência.
Contudo, só haverá aviso prévio
se houver no contrato cláusula recíproca de rescisão antecipada (artigo 481 da
CLT):
RESCISÃO MOTIVADA
PELO EMPREGADOR SEM JUSTA CAUSA
Não havendo cláusula recíproca de
direito de rescisão, o empregador, ao dispensar o empregado antes do término,
fica obrigado ao
pagamento de indenização igual à metade (50%) da remuneração que o
empregado teria direito até o final do contrato, conforme
estabelece o
art. 479 da CLT:
Exemplo
Empregado admitido com salário de
R$ 1.500,00 em 05.09.2020 por contrato de experiência de 30 (trinta) dias, foi dispensado
sem
justa causa após ter trabalhado 20 dias.
Cálculo da
indenização:
Contrato de
experiência: 30 dias
Dias restantes para o término do contrato: 10 dias (30 dias - 20 dias trabalhados)
Indenização de 50% dos dias faltantes = 5 dias
Cálculo em
Cálculo em Valores
Dias
Salário:
R$
1.500,00
R$
Salário: R$
1.500,00 1.500,00
R$ 1.500,00 : 30d = R$ 50,00 : 30d =
R$ 50,00 x 10d = R$ 500,00 R$
R$ 500,00 x 50% = R$ 250,00 50,00
R$
50,00 x
5d = R$
250,00
Valor da indenização a ser paga ao empregado em rescisão (além das demais verbas rescisórias): R$ 250,00
RESCISÃO MOTIVADA
PELO EMPREGADO
O empregado, ao rescindir o
contrato de experiência antecipadamente, deverá indenizar o empregador dos
prejuízos que resultarem
desse fato. A indenização não poderá exceder a que
receberia em idênticas condições. (art. 480 da CLT).
Esse prejuízo deverá ser
comprovado materialmente, uma vez que em reclamatórias trabalhistas os juízes
têm exigido documentos
comprobatórios do prejuízo causado pelo empregado ao
empregador devido a rescisão antecipada do contrato, ou seja, na prática,
este
instituto é pouco usual.
"Art. 480 - Havendo termo
estipulado, o empregado não se poderá desligar do contrato, sem justa causa,
sob pena de ser obrigado
a indenizar o empregador dos prejuízos que desse fato
lhe resultarem.
§ 1º - A indenização, porém, não
poderá exceder àquela a que teria direito o empregado em idênticas
condições."
INDENIZAÇÃO ADICIONAL
Extinção Normal do Contrato
A indenização adicional prevista
no artigo 9º das Leis 6.708/79 e 7.238/84 será devida quando houver rescisão
do contrato de
trabalho no período de 30 dias que antecede a data-base da
categoria do empregado. Entretanto, tal indenização não será devida
quando houver a extinção normal do contrato de
experiência, uma vez que ela só é obrigatória quando ocorre rescisão sem justa
causa.
Rescisão Antecipada
Ocorrendo rescisão antecipada do
contrato de trabalho, entende-se que o empregado fará jus à indenização
adicional do art. 9º das
Leis 6.708/79 e 7.238/84, além da indenização
citada no art. 479 da CLT, uma vez que a rescisão antecipada é uma rescisão sem
justa causa.
VERBAS RESCISÓRIAS
Extinção Normal do
Contrato
a) saldo de salário;
b) salário-família;
c) férias proporcionais,
acrescidas de 1/3 constitucional;
d) 13º salário proporcional;
e) liberação do FGTS - código 04.
Deposita-se o FGTS do mês da
rescisão e do mês anterior, se for o caso, em GRRF.
Rescisão
antecipada, sem justa causa - iniciativa do empregado
a) saldo de salário;
b) salário-família;
c) férias proporcionais
acrescidas de 1/3 constitucional, se houver previsão em convenção coletiva
(veja também nota específica);
d) 13º salário proporcional;
e) indenização ao empregador, se
este comprovar o prejuízo.
Deposita-se o FGTS do mês da
rescisão e do mês anterior, se for o caso, em GFIP.
Rescisão antecipada, sem justa causa - iniciativa do
empregador
a) saldo de salário;
b) salário-família;
c) férias proporcionais
acrescidas de 1/3 constitucional;
d) 13º salário proporcional;
e) multa 40% sobre montante do FGTS;
f) indenização do art. 479 da CLT
(50% dos dias faltantes para o término do contrato de experiência);
g) indenização adicional, quando
for o caso;
h) liberação do FGTS - código 01;
i) seguro-desemprego: deve ser
fornecida a Comunicação de Dispensa - CD ao empregado.
Deposita-se o FGTS do mês da
rescisão e do mês anterior se for o caso, e a multa sobre o FGTS, em GRRF.
Rescisão
antecipada, com justa causa - iniciativa do empregado (rescisão indireta)
a) saldo de salário;
b) salário-família;
c) férias proporcionais,
acrescidas de 1/3 constitucional;
d) 13º salário proporcional;
e) multa de 40% sobre montante do FGTS;
f) indenização do artigo 479 da
CLT (50% dos dias faltantes para o término do contrato de experiência);
g) liberação do FGTS - código 01;
h) indenização adicional, quando
for o caso;
i) seguro-desemprego: deve ser
fornecida a Comunicação de Dispensa - CD ao empregado.
Deposita-se o FGTS do mês da
rescisão e do mês anterior, se for o caso, e a multa sobre o FGTS, em GRRF.
Falecimento do Empregado
a) saldo de salário;
b) salário-família;
c) férias proporcionais,
acrescidas de 1/3 constitucional, se houver previsão em convenção coletiva;
d) 13º salário proporcional;
e) liberação do FGTS - código 23.
Deposita-se o FGTS do mês da
rescisão e do mês anterior, se for o caso, em GFIP.
PRAZO PARA PAGAMENTO
DAS VERBAS RESCISÓRIAS
Antes da Reforma Trabalhista, o prazo para quitação das verbas rescisórias em caso de contrato de experiência era o primeiro dia
útil imediatamente posterior ao término do contrato (alínea "a", § 6º do art. 477 da CLT).
A
Lei 13.467/2017 alterou o § 6º do artigo 477 da CLT,
dispondo que o pagamento das parcelas constantes do instrumento de
rescisão ou
recibo de quitação deverá ser efetuado no seguinte prazo:
NOTA
ESPECÍFICA SOBRE FÉRIAS PROPORCIONAIS – PEDIDO DE DEMISSÃO DE EMPREGADO COM
MENOS
DE 1 ANO DE SERVIÇO
A
Súmula 261 do TST, reformulado pela Resolução 121/2003
(DOU 19.11.2003), dispõe que o empregado que pede desligamento
da empresa antes de completar 12 meses de serviço tem direito a receber as férias proporcionais.
RECURSO DE REVISTA INTERPOSTO SOB A ÉGIDE DAS LEIS Nos 13.015/2014 E 13.105/2015 E ANTES DA VIGÊNCIA
DA LEI Nº 13.467/2017. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. GESTANTE. ESTABILIDADE PROVISÓRIA. A Constituição
Federal prevê, no seu art. 6º, "caput", que são direitos sociais, entre outros que enumera, "a proteção à maternidade e à infância". O
art. 10, II, "b", do ADCT, respondendo à diretriz do art. 7º, XVIII, da Carta Magna, afirma que "II - fica vedada a dispensa
arbitrária ou sem justa causa: b) da empregada gestante, desde a confirmação da gravidez até cinco meses parto". Com atenção aos
fins sociais buscados pela Lei (LINDB, art. 5º), não se deve rejeitar a estabilidade provisória da empregada gestante no curso de
trabalho temporário. Os direitos decorrentes do disposto no art. 7º, XVIII, da Constituição Federal, e no art. 10, II, "b", do ADCT,
não têm sua eficácia limitada aos contratos por prazo indeterminado, uma vez que erigidos a partir de responsabilidade objetiva.
Enquanto se cuide de proteção ao nascituro, prevalecerão os benefícios constitucionais, ainda que a própria empregada, ao tempo
da dissolução contratual, já aguardasse o seu termo final. Diante do exposto, revela-se devida a estabilidade provisória, ainda
quando se cuide de contrato por prazo determinado, na esteira dos precedentes do Excelso Supremo Tribunal Federal. Esta é a
compreensão do item III da Súmula 244/TST. Recurso de revista conhecido e provido. (RR - 1622-39.2014.5.09.0652 , Relator
Ministro: Alberto Luiz Bresciani de Fontan Pereira, Data de Julgamento: 07/02/2018, 3ª Turma, Data de Publicação: DEJT
09/02/2018).
I. AGRAVO DE INSTRUMENTO EM RECURSO DE REVISTA NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/2014. ESTABILIDADE
PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO. CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO, A TÍTULO DE
EXPERIÊNCIA. Demonstrada possível violação do artigo 118 da Lei 8.213/91, impõe-se o processamento do recurso de revista.
Agravo de instrumento provido. II. RECURSO DE REVISTA NÃO REGIDO PELA LEI 13.015/2014. 1. ESTABILIDADE
PROVISÓRIA. ACIDENTE DE TRABALHO. CONTRATO DE TRABALHO POR PRAZO DETERMINADO, A TÍTULO DE
EXPERIÊNCIA. A controvérsia está centrada em se reconhecer a garantia da estabilidade provisória na hipótese de contrato por
prazo determinado, a título de experiência. A jurisprudência do TST evoluiu no sentido de reconhecer, ante a potencial
continuidade do contrato de experiência e tendo-se em conta os princípios da razoabilidade, da boa fé objetiva, além da teoria do
risco da atividade econômica, que deve ser reconhecido o direito do trabalhador acidentado à estabilidade do artigo 118 da Lei
8.213/91. Incidência da diretriz inserta na Súmula 378, III, do TST, segundo a qual "o empregado submetido a contrato de trabalho
por tempo determinado goza da garantia provisória de emprego decorrente de acidente de trabalho prevista no art. 118 da Lei nº
8.213/91". Recurso de revista conhecido e provido. 2. ACIDENTE DO TRABALHO. RESPONSABILIDADE CIVIL
SUBJETIVA. AUSÊNCIA DE CULPA PATRONAL. IMPRUDÊNCIA DA VÍTIMA. INDENIZAÇÕES POR DANOS
MATERIAIS, MORAIS E ESTÉTICOS. INDEVIDAS. REVOLVIMENTO DE FATOS E PROVAS. SÚMULA 126/TST. O
Tribunal Regional afastou a responsabilidade da Reclamada pelo acidente de trabalho ocorrido, por entender que o acidente foi
causado por imprudência do Reclamante. A Corte Regional, com base no laudo pericial, nos depoimentos prestados (das
testemunhas e das partes) e nas provas documentais produzidas (relatório da CIPA, etc.), consignou que a Reclamada cumpriu as
normas de segurança do trabalho e que o Reclamante foi devidamente instruído sobre o manuseio da máquina, inclusive que
deveria ser desligada em caso de conserto. Destacou que a máquina possuía dispositivos de proteção de parada e partida. E que,
apesar da experiência, o Reclamante agiu com imprudência no manuseio da máquina, o que ocasionou o acidente. Nesse cenário,
para se alcançar a conclusão pretendida pelo Recorrente, no sentido de que não agiu com culpa e de que a máquina não tinha os
mecanismos de proteção para evitar acidentes (fato que eventualmente apontaria a culpa da Reclamada), seria necessário rever
fatos e provas, expediente vedado ante o óbice de que trata a Súmula 126/TST. Inviável, assim, vislumbrar a alegada ofensa aos
dispositivos de lei e da Constituição Federal invocados. Recurso de revista não conhecido. (RR - 38900-90.2007.5.02.0013 ,
Relator Ministro: Douglas Alencar Rodrigues, Data de Julgamento: 23/08/2017, 7ª Turma, Data de Publicação: DEJT 25/08/2017).
EMENTA: CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. PRORROGAÇÃO TÁCITA. O contrato de experiência, conforme legislado, não é
passível de contratação tácita, devendo, obrigatoriamente, haver um mínimo de formalização de seus termos para que seja válido.
Da mesma forma, deve ser operada a prorrogação de seu prazo. Ausente o novo prazo para o termo do contrato de trabalho, com
anuência expressa do reclamante, desconfigura-se a modalidade contratual, tornando o contrato por prazo indeterminado. Relator:
Jose Eduardo Resende Chaves Jr. Revisor: Convocado Paulo Mauricio R. Pires.(02257-2011-093-03-00-5 RO).Data de Publicação:
24/08/2012.
EMENTA: ÔNUS DA PROVA DA EXPERIÊNCIA NA FUNÇÃO - Por se tratar de fato constitutivo do direito, nos termos dos
artigos 818/CLT c/c 333, I do CPC, é do empregado a prova de maior experiência na função para qual foi contratado, com o fim de
ver transformado o seu contrato de experiência em contrato por prazo indeterminado, quando a norma coletiva dispõe que "não será
admitido contrato de experiência para o empregado que comprove, pelas anotações de sua CTPS, já haver trabalhado na função ou
na especialidade para a qual será contratado, pelo período mínimo de doze meses consecutivos".(01990-2011-019-03-00-2 RO).
Relator: Convocado Danilo Siqueira de C.Faria. Revisor: Convocada Camilla G.Pereira Zeidler.Data de Publicação: 16/07/2012.
EMENTA: SUCESSÃO DE CONTRATO DE EXPERIÊNCIA POR OUTRO DA MESMA ESPÉCIE " FINALIDADE DO
INSTITUTO NÃO DESVIRTUADA " VALIDADE DA CONTRATAÇÃO. Considera-se válido o contrato de experiência que
sucede a outro da mesma espécie, ainda que o empregado tenha sido contratado para o mesmo cargo anteriormente ocupado,
quando se constata, além do atendimento das formalidades legais (prazo máximo de duração, unicidade de prorrogação e interstício
mínimo entre o término do primeiro contrato e o início do segundo), a alteração no modus faciendi da prestação dos serviços que
impõe a realização de treinamento específico e de nova avaliação acerca da adaptação do trabalhador. Em tal hipótese, não há falar
em configuração da prática de ato objetivando a desvirtuar a aplicação de preceitos contidos na CLT, sendo inaplicável, in casu, a
regra contida no art. 9o deste mesmo diploma legal. Processo 01261-2005-114-03-00-4 RO. Relator Sebastião Geraldo de Oliveira.
Belo Horizonte, 31 de janeiro de 2006.
AGRAVO DE INSTRUMENTO. GESTANTE. ESTABILIDADE. CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. 1. Não há direito da
empregada gestante à estabilidade provisória na hipótese de admissão mediante contrato de experiência, visto que a extinção da
relação de emprego, em face do término do prazo, não constitui dispensa arbitrária ou sem justa causa (Súmula 244, item III, do
Tribunal Superior do Trabalho).PROC. Nº TST-AIRR-1.573/2003-067-02-40.3. Ministro Relator EMMANOEL PEREIRA.
Brasília, 16 de maio de 2007.
RECURSO DE REVISTA DO RECLAMANTE. 1-ESTABILIDADE PROVISÓRIA. ACIDENTE DO TRABALHO.
CONTRATO DE EXPERIÊNCIA. Prevalece nesta Corte Superior o entendimento de que o artigo 118 da Lei 8.213/91 apenas
garante o direito à estabilidade pelo prazo mínimo de doze meses na hipótese do contrato de trabalho por prazo indeterminado, não
se admitindo a interpretação ampliativa do dispositivo ou mesmo a transmudação do contrato por prazo determinado em
indeterminado. Não conheço. 2-JORNADA DE TRABALHO. HORAS EXTRAS. Embora a jornada do autor, de 72 horas, seja
superior àquela prevista no artigo 59, § 2° da CLT, mediante a previsão em instrumento coletivo, extrai-se do acórdão hostilizado,
que havia o pagamento de horas extras e o recorrente não comprovou fazer jus a quantitativo superior ao pago na ação de
consignação em pagamento e nos recibos salariais. Incidência da Súmula 126/TST como óbice ao conhecimento do recurso. Não
conheço. Recurso de revista não conhecido. PROC. Nº TST-RR-756.678/2001.9. Relator JUIZ CONVOCADO LUIZ RONAN
NEVES KOURY. Brasília, 11 de abril de 2007.
EMENTA DANO MORAL CONTROVÉRSIA QUANTO AO PRAZO DE DURAÇÃO DO CONTRATO DE TRABALHO
EXPERIÊNCIA x INDETERMINADO. A gravidade da lesão alegada exige prova ou a presença de outros elementos de
convicção. No caso, a Reclamada demitiu a obreira quando esta se encontrava em gozo de auxílio-doença, ao fundamento de que a
dispensa se deu em virtude do término do contrato de experiência, quando, na verdade, a prova dos autos indica a indeterminação
do prazo. Logo, operada a demissão quando suspenso o contrato, assumiu a empregadora o risco e o ônus de seu ato passível de
reparação pelo pagamento das parcelas rescisórias devidas na dispensa imotivada. A conduta da Reclamada, ainda que contrária à
legislação trabalhista, reflete o seu direito potestativo, que, no entanto, não importou em lesão à honra da Reclamante, sendo
indevido o dano moral vindicado. Processo 00148-2002-021-03-00-9 RO. Juiz Relator Maria José Castro Baptista de Oliveira. Belo
Horizonte, 23 de setembro de 2002.
Base legal: art. 146,
445,
451,
479,
481 da CLT e os citados no texto.
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