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CONTRATOS POR TEMPO

DETERMINADO E
TERCEIRIZAÇÃO
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO DETERMINADO

 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA CLT;

 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO LC 150/2015;

 CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA LEI 9.601/1998;

 CONTRATO DE TRABALHO TEMPORÁRIO – LEI 6.019/74;

 CONTRATO POR OBRA CERTA;

Regra: Indeterminado.
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO DETERMINADO
CLT
CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO DA CLT;
Art. 443. O contrato individual de trabalho poderá ser
acordado tácita ou expressamente, verbalmente ou por escrito,
por prazo determinado ou indeterminado, ou para prestação de
trabalho intermitente.
§ 1º - Considera-se como de prazo determinado o contrato de trabalho cuja
vigência dependa de termo prefixado ou da execução de serviços especificados ou
ainda da realização de certo acontecimento suscetível de previsão aproximada.

§ 2º - O contrato por prazo determinado só será válido em se tratando:


a) de serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a predeterminação do
prazo;
b) de atividades empresariais de caráter transitório;
c) de contrato de experiência.
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO DETERMINADO
CLT

OS REQUISITOS DE VALIDADE DO CONTRATO POR PRAZO


DETERMINADO SÃO:

SERVIÇO cujo a natureza ou transitoriedade justifique a


predeterminação do prazo: Nesse caso, em situações
excepcionais na empresa, ocorre a contratação de empregados
apenas para realizar serviços transitórios.
Exemplo: Épocas festivas, como: Natal, páscoa; dia das mães,
etc.
Obs: Há possibilidade de substituir pessoal permanente da
empresa. Exemplo: Férias de funcionários; licença gestante;
afastamento em razão de acidentes, etc.
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO DETERMINADO
CLT

ATIVIDADES EMPRESARIAIS DE CARÁTER TRANSITÓRIO: Diz


respeito à atividade desempenhada pela empresa e não ao
empregado ou ao serviço. Nessa hipótese, a atividade da empresa
é temporária, provisória.
Ex.: A empresa apenas funciona em determinadas épocas do ano,
atuando na produção e vendas de fogos de artifício. Ainda, feiras
agropecuárias ou festas de rodeio.

Nas hipóteses serviços e atividades (alíneas a e b):


 Prazo de 2 anos, no máximo. Contudo, pode ser estipulado
prazo menor; Pode ser prorrogado, uma única vez, desde que
não exceda 2 anos;
 Se desrespeitado o prazo de dois anos ou houver mais de uma
prorrogação = indeterminado.
REGRAS ATINENTES AO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO
DA CLT:

a) Art. 445 da CLT - Prazo: O contrato não poderá ser


estipulado por prazo superior a 2 anos;

b) Artigo 452 da CLT - Contratos sucessivos – Entre o término


de um contrato e o início de outro é necessário que haja
decorrido mais de seis meses, sob pena de se tornar
indeterminado;

c) Artigo 487 da CLT – Aviso prévio – Nos contratos por prazo


determinado, em regra, não há que se falar em aviso prévio,
haja vista que as partes já sabem quando o contrato vai findar,
salvo na hipótese do artigo 481 da CLT;

d) Artigo 479 da CLT e artigo 14 Decreto 99.684/90 –


Indenização – Empregador que rompe o contrato sem justo
motivo antes do termo final, pagará ao obreiro metade dos
salários que seriam devidos até o final do contrato.
REGRAS ATINENTES AO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO
DA CLT:

e)Art. 480, caput e § 1º da CLT – indenização – empregado que


rompe o contrato sem justo motivo antes do termo final,
indenizará o empregador pelos prejuízos causados. o valor
máximo não excederá àquele que teria direito o obreiro em
idênticas condições;

f) 481, CLT - CLÁUSULA ASSECURATÓRIA DO DIREITO


RECÍPROCO DE RESCISÃO – Neste caso não se aplicará o
disposto nos artigos 479 e 480, utilizando-se apenas as regras
atinentes aos contratos por prazo indeterminado. No caso do
empregador concederá o aviso prévio e multa de 40% do FGTS.
Por outro lado, o empregado apenas concede o aviso prévio ao
empregador, não precisando arcar com indenização ao patrão;

Vantagens para o empregador que, em regra, não concede aviso


prévio; não tem indenização de 40% do FGTS; não adquire
estabilidade (S. 244, III + art. 391-A CLT e S. 378, III TST);
REGRAS ATINENTES AO CONTRATO POR PRAZO DETERMINADO
DA CLT:

g) Art. 451 da CLT – Prorrogação: O contrato só poderá ser


prorrogado por uma única vez, dento do prazo máximo.
Prorrogação excedente o contrato torna-se por prazo
indeterminado;

Exceção:

a) Execução de serviços especializados. Nesse caso, houve


necessidade de nova contratação por prazo indeterminado
para realização de serviços especializados. Ex: Realização de
novos consertos em máquinas que demandem alto
conhecimento técnico, etc.

b) Realização de certos acontecimentos: Contrato de safra ou,


ainda, contratação de empregados em hotéis, em virtude do
grande número de turistas em alta temporada.
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO DETERMINADO
CLT
CONTRATO DE EXPERIÊNCIA: A finalidade do contrato de experiência
é permitir que as partes se experimentem (Não recontrata por
experiência).
•O prazo máximo para o contrato de experiência é de 90 dias (CLT,
artigo 445, parágrafo único), admitindo-se dentro do prazo de
validade apenas uma única prorrogação.
•Extrapolado = prazo indeterminado;
•Não existe obrigatoriedade, com previsão na CLT, do contrato de
experiência ser firmado por escrito. Contudo, os concursos públicos
em que a matéria foi abordada a resposta considerada correta foi no
sentido da obrigatoriedade do contrato escrito.
•Não obstante, boa parte da doutrina entende que o contrato de
experiência pode ser pactuado de forma verbal, conforme previsão
dos arts. 443 e 447 da CLT.
•Ver OJ 25 – SDC/TST e Informativo 25 TST;
MODALIDADES DE CONTRATO
POR PRAZO – LC 150/2015
Antes da LC, havia grande discussão sobre a contratação do doméstico
por prazo determinado, uma vez que a Lei n 5.859/72 era silente sobre
o assunto.

HIPÓTESES PREVISTAS NA LC 150/2015 – ARTIGO 4º

a) Contratação por experiência:

-Prazo máximo de 90 dias;


-Admitida uma prorrogação. A soma não pode ultrapassar 90 dias;
-Ultrapassado o prazo ou renovado por mais de uma vez = Prazo
indeterminado.

B) Atendimento de necessidades familiares de natureza transitória;

C) Substituição temporária de empregado doméstico com contrato de


trabalho interrompido; (Limite de 2 anos)
CONTRATO POR PRAZO
DETERMINADO
LEI 9.601/98
CONTRATO POR PRAZO
DETERMINADO
LEI 9.601/98
 O obreiro pode ser contratado para qualquer atividade na
empresa, independente das restrições do artigo 443, § 2º, da
CLT;
 Não se aplicam aos artigos 479 e 480 da CLT. Indenização nos
moldes da CCT/ACT, bem como a multa de 40% do FGTS;
 Dentro do prazo máximo (2 anos) admite-se várias
prorrogações, não se aplicando o artigo 451 da CLT;
 Dentro do prazo de validade admite-se a estabilidade do
dirigente sindical, da gestante, do CIPEIRO e do acidentado;
 Entre o final de um contrato e o início do outro, é necessário
que haja decorrido mais de 6 meses, sob pena de ser
considerado por prazo indeterminado;
 Cláusula assecuratória do direito reciproco de rescisão aplica-
se com fulcro no artigo 481 da CLT;

Obs.: Dois requisitos: a) Representar acréscimo dos empregados


da empresa, e; b) Necessidade de ACT ou CCT.
CONTRATO DE TRABALHO POR
OBRA CERTA
LEI 2.959/56

O contrato de trabalho por obra certa nada mais é do que um contrato de


trabalho por prazo determinado, que deve atender aos ditames impostos
pela CLT, sobre os contratos a termo, com as seguintes especificidades;

 O contrato de trabalho por obra certa é um contrato de emprego por prazo


determinado, tendo como empregador um construtor, que exerça a
atividade em caráter permanente, e, como empregado, um obreiro encarregado de
realizar obra ou serviço certo;
 O contrato por obra certa, previsto na Lei 2.959/56, submete-se as mesmas regras
gerais dos contratos pro prazo determinado da CLT;
 O contrato de trabalho encerra-se com o termino da obra ou serviço contratado,
por se tratar de um serviço cuja natureza ou transitoriedade justifique a
predeterminação do prazo (Artigo 443, § 2º, a, da CLT)
CONTRATO DE TRABALHO POR
OBRA CERTA
LEI 2.959/56

 Mesmo que a obra continue, mas esgotado o serviço para o qual o


trabalhador foi contratado (ex.: serviço de pinto, pedreiro, azulejista,
etc), ocorre o fim do contrato de trabalho por obra certa;

 Terminada o contrato em face do término da obra, o trabalhador


levantará o saldo existente na conta do FGTS, não fazendo jus à
qualquer indenização;

 Caso ocorra rompimento antecipado do contrato, de forma imotivada


pelo empregador construtor, receberá o obreiro a multa de 40% do
FGTS, acrescida da multa prevista no artigo 479 da CLT;
CONTRATO DE TRABALHO
TEMPORÁRIO
LEI 6.019/74 E 13.429/17

 A lei 6.019/74 disciplinou o trabalho temporário nas empresas


(urbanas e rurais?), conceituado, em seu art. 2º, o trabalho
temporário como:

“Trabalho temporário é aquele prestado por pessoa física contratada


por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de
uma empresa tomadora de serviços, para atender à necessidade de
substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda
complementar de serviços. ”.

Ex. 1: Utilizado nos finais de ano, pelos comerciantes, em função do


aumento da demanda; Ex. 2: Empresas hoteleiras, navios, restaurantes,
os quais se utilizam da mão de obra temporária para suprir o excesso de
serviço que surge na chamada “alta temporada”.
CONTRATO DE TRABALHO
TEMPORÁRIO
LEI 6.019/74 E 13.429/17
Art. 2º, § 2o Considera-se complementar a demanda de serviços que seja
oriunda de fatores imprevisíveis ou, quando decorrente de fatores
previsíveis, tenha natureza intermitente, periódica ou sazonal.

Art. 4º Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente


registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de
trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente.

Art. 5º Empresa tomadora de serviços é a pessoa jurídica ou entidade a ela


equiparada que celebra contrato de prestação de trabalho (nat.
Civil)temporário com a empresa definida no art. 4º desta Lei.
CARACTERÍSTICAS:

Art. 9º, § 1o É responsabilidade da empresa contratante garantir as condições de


segurança, higiene e salubridade dos trabalhadores, quando o trabalho for
realizado em suas dependências ou em local por ela designado.
 § 2o A contratante estenderá ao trabalhador da empresa de trabalho
temporário o mesmo atendimento médico, ambulatorial e de refeição
destinado aos seus empregados, existente nas dependências da contratante, ou
local por ela designado.
 § 3o O contrato de trabalho temporário pode versar sobre o desenvolvimento
de atividades-meio e atividades-fim a serem executadas na empresa tomadora
de serviços;
Art. 10. Qualquer que seja o ramo da empresa tomadora de serviços, não existe
vínculo de emprego entre ela e os trabalhadores contratados pelas empresas de
trabalho temporário.
 § 1o O contrato de trabalho temporário, com relação ao mesmo empregador,
não poderá exceder ao prazo de cento e oitenta dias, consecutivos ou não.
 § 2o O contrato poderá ser prorrogado por até noventa dias, consecutivos ou
não, além do prazo estabelecido no § 1o deste artigo, quando comprovada a
manutenção das condições que o ensejaram.
 § 4o Não se aplica ao trabalhador temporário, contratado pela tomadora de
serviços, o contrato de experiência previsto no parágrafo único do art. 445 da
Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452,
de 1o de maio de 1943.
§ 5o O trabalhador temporário que cumprir o período estipulado nos §§ 1o e 2o
deste artigo somente poderá ser colocado à disposição da mesma tomadora de
serviços em novo contrato temporário, após noventa dias do término do contrato
anterior.

§ 6o A contratação anterior ao prazo previsto no § 5o deste artigo caracteriza


vínculo empregatício com a tomadora.

§ 7o A contratante é subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas


referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário, e o recolhimento das
contribuições previdenciárias observará o disposto no art. 31 .

O contrato de trabalho celebrado entre empresa de trabalho temporário e cada


um de seus assalariados colocados à disposição de uma empresa tomadora de
serviços ou cliente será, obrigatoriamente, escrito e nele deverão constar,
expressamente, os direitos conferidos aos trabalhadores (artigo 11);
Será nula de pleno direito qualquer cláusula de reserva no pacto celebrado
empresa de trabalho temporário e o tomador de serviços, proibindo a contratação
pelo último, do trabalhador temporário (artigo 11, parágrafo único);

A CTPS do trabalhador temporário será anotada nesta condição; Nos termos do


artigo 12 da lei 6.019/74, o trabalhador temporário faz jus aos seguintes direitos:

a) remuneração equivalente à percebida pelos demais empregados da empresa


tomadora de serviços;
b) Jornada de 8 horas e 44 semanais, com adicional de 50% no caso de jornada
extraordinária,
c) férias proporcionais acrescidas do terço constitucional,
d) RSR;
e) adicional noturno de 20%;
f) multa de 40% FGTS em caso de rescisão antecipada;
g) 13º salário constitucionalmente garantido.
TERCEIRIZAÇÃO
CONCEITO

Para professora Vólia Bomfim:

“Terceirização é a relação trilateral que se forma entre o


empregado, a empresa intermediadora (empregador
aparente ou formal) e o tomador de serviços (empregador
real ou natural) em que esse último se vale da mão de
obra de um trabalhador sem contratá-lo diretamente
como empregado. Repassa ordens, o pagamento e o
trabalho para que a empresa interposta, colocadora dos
serviços, o faça e se apresente formalmente como
empregadora.”
TERCEIRIZAÇÃO
Intermediadora de mão de obra

Trabalhador Terceirizado
Tomadora de Serviços
TERCEIRIZAÇÃO
DIVISÃO

A terceirização pode ser dividida em:

 Terceirização permanente ou temporária;

 Terceirização de atividade-fim ou atividade-meio;

 Terceirização obrigatória ou voluntária


TERCEIRIZAÇÃO
PERMANENTE OU TEMPORÁRIA

Temporária: Aquela adotada por curto período, para atender demanda


eventual (acidental), como, por exemplo, a autorizada pela Lei 6.019/74.
Art. 4o Empresa de trabalho temporário é a pessoa jurídica, devidamente
registrada no Ministério do Trabalho, responsável pela colocação de
trabalhadores à disposição de outras empresas temporariamente.
Permanente: Terceirização que pode ser contratada de forma contínua,
para necessidade permanente da empresa. Ex.: Vigilantes (Lei 7.102/83)
Art. 1º É vedado o funcionamento de qualquer estabelecimento financeiro
onde haja guarda de valores ou movimentação de numerário, que não possua
sistema de segurança com parecer favorável à sua aprovação, elaborado pelo
Ministério da Justiça, na forma desta lei.
TERCEIRIZAÇÃO
ATIVIDADE-FIM OU ATIVIDADE-
MEIO;
Terceirização de atividade-fim

É aquela que os serviços subcontratados se inserem na atividade-fim do


tomador, como, por exemplo, para substituição de pessoal regular e
permanente previsto na Lei 6.019/74;

Terceirização de atividade-meio

É a regra geral. Ocorre quando a exteriorização de mão de obra incide


sobre serviço ligado à atividade-meio do tomador. Como ocorre nos
casos de conservação e limpeza, ou mesmo no caso dos vigilantes (Lei
7.102/83)
TERCEIRIZAÇÃO
OBRIGATÓRIA E VOLUNTÁRIA

Terceirização Obrigatória

É a terceirização que a lei impõe, como é o caso do vigilante armado, pois


o tomador do serviço não pode contratá-lo diretamente, mas sempre
através de uma empresa especializada em vigilância e autorizada a
funcionar como tal pelo órgão competente.

Terceirização voluntária

É a subcontratação de mão de obra, pois o tomador pode escolher


contratar o trabalhador diretamente ou através de uma intermediadora.
Por exemplo, um banco que contrata o serviço de conservação e limpeza.
TERCEIRIZAÇÃO
HIPÓTESES LEGAIS

 Artigo 455 da CLT: Contratos de subempreitada;


 Lei 6.019/74: Trabalho temporário;
 Lei 7.102/83: Empresas de Vigilância;
 Artigo 442, parágrafo único da CLT, com as limitações da Lei
12.690/12 (cooperativa);
 Atividades especializadas e ligadas à atividade-meio ou fim, desde que
inexistente a subordinação com o tomador;
TERCEIRIZAÇÃO
HIPÓTESES LEGAIS

Nas terceirizações consideradas ilícitas há aplicação do artigo 9 da CLT

Art. 9º - Serão nulos de pleno direito os atos praticados com o objetivo de desvirtuar,
impedir ou fraudar a aplicação dos preceitos contidos na presente Consolidação.

Em razão disso há a formação de vínculo direto com o tomador de


serviços e em razão disso todos os direitos inerentes a categoria dos
tomadores de serviços eram devidos.
SOBRE A SÚMULA 331

A súmula 331, ainda que de forma “transversa” regulamentou a


terceirização, exceto já apontados, mas em razão da infinidade de
atividades a súmula serviu por mais de 30 anos como regulamentação
(inicialmente como a súmula 256, depois súmula 331):

III - Não forma vínculo de emprego com o tomador a contratação de


serviços de vigilância (Lei nº 7.102, de 20.06.1983) e de conservação e
limpeza, bem como a de serviços especializados ligados à atividade-meio
do tomador, desde que inexistente a pessoalidade e a subordinação
direta.

Atenção: Mesmo sendo possível a terceirização da atividade-fim da


empresa, não poderá haver pessoalidade e subordinação;
SOBRE A DECISÃO DO TST

São mais de 30 anos de julgados nesse sentido. IUJRR – Incidente de


uniformização de Jurisprudência 3442/1984, súmula 256 – Iniciativa
Marco Aurélio Melo.

Em seu Brilhante voto, a Ministra Rosa Weber colacionou diversos


conceitos emprestados da ciência da administração, os quais
demonstram que a terceirização de atividades é o processo pelo qual
uma empresa delega a outra empresa especializada as atividades que não
estão dentro do rol de atividades específicas, ou seja, de suas atividades-
fim.
SOBRE A DECISÃO DO TST

Ainda, a transferência de todas as atividades, ou a transferência de


atividades de forma indistinta para empresas terceirizadas precarizam
as garantias dos direitos dos trabalhadores e ainda afrontam os artigos
2º e 3º da CLT.

Além dos estudos do campo da administração, analisaram-se dezenas de


estudos na área da sociologia, onde é possível se verificar a redução de
direitos, principalmente a redução dos níveis salariais. É nesse sentido
que a jurisprudência foi firmada, ao ponto de que se deve preservar o
direito da empresa em contratar, mas obedecer os limites para tais
contratações.
ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
RECENTES

Na Lei 13.429/17 (alterou incialmente a 6.019/74 – Trab temporário):

“Art. 4º Empresa prestadora de serviços a terceiros é a pessoa jurídica


de direito privado destinada a prestar à contratante serviços
determinados e específicos.

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o


trabalho realizado por seus trabalhadores, ou subcontrata outras
empresas para realização desses serviços.
§ 2o Não se configura vínculo empregatício entre os trabalhadores, ou
sócios das empresas prestadoras de serviços, qualquer que seja o seu
ramo, e a empresa contratante.”
ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
RECENTES

Para acabar com qualquer dúvida a Lei 13.467/17 alterou o dispositivo


abaixo, regulamentando a terceirização da atividade-fim:

“Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a


transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.

Obs: A reforma trabalhista trouxe novo requisito para terceirização:


capacidade econômica compatível para execução dos serviços.
ALTERAÇÕES LEGISLATIVAS
RECENTES E DECLARAÇÃO DE
FRAUDE NO CONTRATO DE
TERCEIRIZAÇÃO
Para acabar com qualquer dúvida a Lei 13.467/17 alterou o dispositivo
abaixo, regulamentando a terceirização da atividade-fim:
“Art. 4º-A. Considera-se prestação de serviços a terceiros a
transferência feita pela contratante da execução de quaisquer de suas
atividades, inclusive sua atividade principal, à pessoa jurídica de direito
privado prestadora de serviços que possua capacidade econômica
compatível com a sua execução.
Obs: A reforma trabalhista trouxe novo requisito para terceirização:
capacidade econômica compatível para execução dos serviços.

 Não observado os dois requisitos haverá fraude na terceirização e


Poderá caracterizar vinculo direto com o tomador com aplicação do
artigo 9 da CLT e aplicação de condenação solidária.
QUARTEIRIZAÇÃO

QUARTEIRIZAÇÃO

Antes da Lei 13.429/17 não era possível esse tipo de contratação.


Contudo, o artigo 4º -A, § 1º, passou a permitir expressamente a
quarteirização:

§ 1o A empresa prestadora de serviços contrata, remunera e dirige o


trabalho realizado por seus trabalhadores, OU SUBCONTRATA OUTRAS
EMPRESAS PARA REALIZAÇÃO DESSES SERVIÇOS.
REQUISITOS OBJETIVOS PARA
CONSTITUIÇÃO DA EMPRESA
PRESTADORA DE SERVIÇOS A
TERCEIROS
Art. 4o-B. São requisitos para o funcionamento da empresa de prestação de serviços a
terceiros:
I - prova de inscrição no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ);
II - registro na Junta Comercial;
III - capital social compatível com o número de empregados, observando-se os seguintes
parâmetros:

a) empresas com até dez empregados - capital mínimo de R$ 10.000,00 (dez mil reais);
b) empresas com mais de dez e até vinte empregados - capital mínimo de R$ 25.000,00
(vinte e cinco mil reais);
c) empresas com mais de vinte e até cinquenta empregados - capital mínimo de R$ 45.000,00
(quarenta e cinco mil reais);
d) empresas com mais de cinquenta e até cem empregados - capital mínimo de R$ 100.000,00
(cem mil reais); e
e) empresas com mais de cem empregados - capital mínimo de R$ 250.000,00 (duzentos e
cinquenta mil reais).
REQUISITOS FORMAIS DO
CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 5o-B. O contrato de prestação de serviços conterá:

I - qualificação das partes;

II - especificação do serviço a ser prestado;

III - prazo para realização do serviço, quando for o caso;

IV - valor.
RESPONSABILIDADE DA
TOMADORA NO CONTRATO DE
TERCEIRIZAÇÃO
Art. 5o-A. (...)
§ 5o A empresa contratante é subsidiariamente responsável pelas
obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer a
prestação de serviços, e o recolhimento das contribuições
previdenciárias observará o disposto no art. 31 da Lei no 8.212, de 24 de
julho de 1991.

Súmula 331, C. TST

V - O inadimplemento das obrigações trabalhistas, por parte do


empregador, implica a responsabilidade subsidiária do tomador dos
serviços quanto àquelas obrigações, desde que haja participado da
relação processual e conste também do título executivo judicial.
CONDIÇÕES DE TRABALHO NO
CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 4o-C. São asseguradas aos empregados da empresa prestadora de


serviços a que se refere o art. 4o-A desta Lei, quando e enquanto os
serviços, que podem ser de qualquer uma das atividades da contratante,
forem executados nas dependências da tomadora, as mesmas
condições:

I - relativas a:
a) alimentação garantida aos empregados da contratante, quando
oferecida em refeitórios;
b) direito de utilizar os serviços de transporte;
c) atendimento médico ou ambulatorial existente nas dependências da
contratante ou local por ela designado;
d) treinamento adequado, fornecido pela contratada, quando a atividade
o exigir.
CONDIÇÕES DE TRABALHO NO
CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO

II - sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no


trabalho e de instalações adequadas à prestação do serviço.

§ 1o Contratante e contratada poderão estabelecer, se assim entenderem,


que os empregados da contratada farão jus a salário equivalente ao pago
aos empregados da contratante, além de outros direitos não previstos
neste artigo.

§ 2o Nos contratos que impliquem mobilização de empregados da


contratada em número igual ou superior a 20% (vinte por cento) dos
empregados da contratante, esta poderá disponibilizar aos empregados
da contratada os serviços de alimentação e atendimento ambulatorial em
outros locais apropriados e com igual padrão de atendimento, com vistas
a manter o pleno funcionamento dos serviços existentes.
QUARENTENA PARA O CONTRATO
DE TERCEIRIZAÇÃO

Art. 5º-D. O empregado que for demitido não poderá prestar serviços
para esta mesma empresa na qualidade de empregado de empresa
prestadora de serviços antes do decurso de prazo de dezoito meses,
contados a partir da demissão do empregado.
CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA

 Possível terceirização de serviços secundários da administração


pública: Ex. limpeza, telefonia, conservação e vigilância;

 As Leis 13.429/17 e 13.467/17 foram silentes quanto a possibilidade de


terceirização da atividade-fim – Impedimento – Art. 37, II, CF/88.
CONTRATO DE TERCEIRIZAÇÃO
NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
RESPONSABILIZAÇÃO
Súmula 331, II
II - A contratação irregular de trabalhador, mediante empresa interposta, não
gera vínculo de emprego com os órgãos da Administração Pública direta, indireta
ou fundacional (art. 37, II, da CF/1988).
(...)

V - Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta respondem


subsidiariamente, nas mesmas condições do item IV, caso evidenciada a sua
conduta culposa no cumprimento das obrigações da Lei n.º 8.666, de 21.06.1993,
especialmente na fiscalização do cumprimento das obrigações contratuais e legais
da prestadora de serviço como empregadora. A aludida responsabilidade não
decorre de mero inadimplemento das obrigações trabalhistas assumidas pela
empresa regularmente contratada.

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