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DIREITO
UC - RELAÇÕES TRABALHISTAS
1. RELATÓRIO ........................................................................................................................ 3
1.1. Objetivo ................................................................................................................................... 3
2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS ........................................................................................... 4
3. A CONSTITUCIONALIDADE DO TRABALHO INTERMITENTE ................................ 9
3.1. Argumentos a favor do trabalho intermitente ........................................................................ 12
3.1.1. Flexibilidade para empregadores e trabalhadores ......................................................... 12
3.1.2. Geração de empregos .................................................................................................... 12
3.1.3. Possibilidade de remuneração proporcional à produção ............................................... 12
3.2. Argumentos contra o trabalho intermitente ........................................................................... 13
3.2.1. Precarização das condições de trabalho ........................................................................ 13
3.2.2. Fragilização dos direitos trabalhistas............................................................................. 13
3.3.3. Potencial abuso por parte dos empregadores....................................................................... 14
4. CONCLUSÃO..................................................................................................................... 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................................... 17
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1. RELATÓRIO
O trabalho intermitente era totalmente ilegal até 2017, mas as empresas adotavam
essa modalidade como forma de não pagar pelos direitos dos trabalhadores. Ou
seja, o trabalhador que aceitava essa contratação não tinha nenhum direito. Desde
então, foi promulgada uma lei que regulamentou essa forma de trabalho, trazendo
segurança aos profissionais que, até então, contavam apenas com o valor do próprio
serviço. A partir dessa lei, o trabalhador passou a ter direitos como remuneração,
férias proporcionais com acréscimo de um terço, descanso semanal remunerado,
décimo terceiro salário proporcional, recolhimento do INSS e FGTS.
Assim, com a reforma trabalhista de 2017, uma nova modalidade de trabalho passou
a vigorar na relação jurídica entre o empregador e empregado. O trabalho
intermitente trouxe como principal característica a intermitência na prestação de
serviços, ou seja, ele ocorre quando há alternância entre os períodos de atividade e
os períodos de inatividade do trabalho. Consequentemente, o empregado vai prestar
serviços mas de forma descontínua ao empregador. Desse modo, o empregador vai
contratar o empregado para trabalhar utilizando meios eficazes de comunicação
para que o trabalhador seja convocado, sendo remunerado somente pelo período de
execução do seu trabalho. Essa nova modalidade de trabalho está prevista na Lei
13.467 de 2017, que alterou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), com a
alteração do artigo 443 e inclusão dos artigos 452-A até 452-H da CLT.
1.1. Objetivo
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2. FUNDAMENTOS JURÍDICOS
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XXIV - aposentadoria;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até seis anos de idade em creches e pré-escolas;
XXV - assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o
nascimento até 5 (cinco) anos de idade em creches e pré-escolas
XXVI - reconhecimento das convenções e acordos coletivos de
trabalho;
XXVII - proteção em face da automação, na forma da lei;
XXVIII - seguro contra acidentes de trabalho,
No art 8, a CF preve a livre associação sindical; no art 9, o direito a greve; no art 10,
a participação de trabalhadores em colegiados dos órgãos públicos; e, no art 11, o
direito de representação dos trabalhadores em empresas com mais de 200
empregados.
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[...] caracterizado pela admissão da licitude da conduta patronal de
contratar um empregado para pagar-lhe, somente quando se
mostrarem necessários os seus serviços, apenas as horas laboradas
sem que se estipule uma jornada fixa mínima de trabalho ou uma
carga semanal fixa mínima a ser cumprida.
No antigo texto da CLT, em seu art. 443, previa-se somente o contrato por tempo
determinado ou indeterminado, como vemos a seguir, no qual o prazo deveria ser
prefixado em caso de contrato por tempo determinado. Nos casos de contratos por
tempo indeterminado, se assegurava ao trabalhador todos direitos previstos na
constituição:
Com a reforma trabalhista de 2017, o art. 443, da CLT, ganhou nova redação,
conforme podemos evidenciar. Ao artigo foram acrescentados três parágrafos, e, no
caput, uma nova modalidade ―para prestação de trabalho intermitente‖:
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ocorrendo com alternância de períodos de prestação de serviços e
de inatividade, determinados em horas, dias ou meses,
independentemente do tipo de atividade do empregado e do
empregador, exceto para os aeronautas, regidos por legislação
própria. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
7
comprovante do cumprimento dessas obrigações (DELGADO, 2019,
p.674).
A extinção do contrato, por qualquer uma das partes, está previsto no art 452-E,
ficando devidas verbas rescisórias pela metade e/ou na integralidade caso haja
descumprimento do contrato. Martinez explica (2019, p. 615) que nessa relação
jurídica
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[...] Se ele for demissionário (resilição por iniciativa operária), não
haverá falar-se em favor do trabalhador de aviso prévio ou de
indenização sobre o saldo do FGTS, embora se possa afirmar
existente pagamento das proporcionalidades de décimo terceiro
salário e de férias, acrescidas de 1/3, tudo calculado com base na
média dos valores recebidos pelo empregado no curso do contrato
de trabalho intermitente (MARTINEZ, 2019, p.615).
Por fim, o art. 452-H trata do aviso prévio, que por sua vez, ―será necessariamente
indenizado, nos termos dos § 1º e § 2º do art. 487 CLT‖. Segundo Martinez (2019,
p.617), o Ministério do Trabalho publicou a Portaria n. 349, de 23 de maio de 2018,
repetindo quase que literalmente os textos meramente interpretativos, da reforma
trabalhista sobre o contrato de trabalho intermitente. Pode-se considerar que o artigo
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efetiva duração do trabalho, quer quanto à sua efetiva remuneração
(DELGADO, 2019, p.673).
1
Para maiores informações ver site. Disponível em:
https://portal.stf.jus.br/noticias/verNoticiaDetalhe.asp?idConteudo=456516&ori=1. Acesso: maio de 2023.
10
Trabalhadores em Empresas de Telecomunicações e Operadores de
Mesas Telefônicas (Fenattel); e a ADI 6154 foi apresentada pela
Confederação Nacional dos Trabalhadores na Indústria (CNTI).
2
Para maiores informações ver site. Disponível em: https://www.redebrasilatual.com.br/trabalho/stf-
julgamento-trabalho-intermitente/. Acesso: maio de 2023.
3
Para maiores informações ver site. Disponível em: https://portal.unit.br/blog/noticias/o-contrato-
intermitente-de-trabalho-e-inconstitucional/. Acesso: maio de 2023.
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Com isso, a doutrina apresenta o trabalho intermitente do ponto de vista
inconstitucional, e também a jurisprudencia já traça sua envergadura do ponto de
vista constitucional. A seguir iremos apontar quais argumentos podemos sustentar a
favor, e quais são contra a constitucionalidade do trabalho intermitente.
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permite que eles sejam recompensados de acordo com sua produtividade.
Além disso, essa modalidade de contratação também permite uma maior
previsibilidade para os empregadores em relação aos custos trabalhistas.
Cabe ressaltar que esse salario proporcional assegura a garantia de um
pagamento em salario, mesmo se percebida a remuneração variável,
conforme previsto no art. 7, inciso VII, da CF.
Como trata o art. 452-D CLT, ―decorrido o prazo de um ano sem qualquer
convocação do empregado pelo empregador será considerado rescindido de
pleno direito o contrato de trabalho intermitente. Se o empregador deve
somente o trabalho produzido, se a partir da data da celebração do contrato,
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esse longo periodo não houver convocação, o empregado não receberá o
pagamento, recendo proporcionalmente ao trabalhado.
O trabalho intermitente pode abrir espaço para abusos por parte dos
empregadores, como convocações excessivas, não pagamento da
compensação financeira devida em caso de convocação frustrada ou até
mesmo redução dos direitos trabalhistas. Isso pode resultar em uma
desigualdade de poder entre as partes envolvidas na relação de trabalho.
Nesse momento o trabalhador carece de uma organização sindical fortalecida
para fazer frente aos direitos acordados com empresas de modo a garantir o
mínimo de proteção trabalhista.
4. CONCLUSÃO
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Quanto à constitucionalidade do trabalho intermitente, é importante considerar que a
Constituição Federal estabelece princípios e direitos fundamentais relacionados ao
trabalho, como a valorização do trabalho humano, a dignidade da pessoa humana, a
proteção dos direitos dos trabalhadores e a busca pelo pleno emprego. Nesse
sentido, é necessário avaliar se o trabalho intermitente, dentro dos limites legais,
respeita tais princípios e direitos.
Um dos benefícios dos contratos de trabalho intermitente é que não há carga horária
mínima exigida para a contratação de um profissional. Antes da promulgação da lei,
os trabalhadores cobertos pela CLT eram obrigados a trabalhar 44 horas semanais.
Agora, eles podem trabalhar apenas 3 horas por semana ou por mês. O trabalhador
também tem flexibilidade no contrato intermitente, onde pode se coordenar com
outro trabalho durante o período em que não estiver trabalhando.
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de acordo com todas aquelas condições sociais de melhorias, previstas nos XXXIV
incisos do art 7º, da CF.
É o parecer.
Advogados
OAB XX.SSS/ BA
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OAB XX.SSS/ BA
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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