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HISTÓRIA DA CLT

Introdução

Com o passar do tempo o mercado de trabalho vem crescendo cada vez mais,
percebendo-se ao longo dos anos com a integração das mulheres, negros e
crianças em um ambiente trabalhista, com essas mudanças é causado novos
problemas relacionados a integração, tais como desenvolvimento da criança
comprometido pela carga excessiva de trabalho, a gravidez que prejudica não só a
eficiência em um horário de trabalho mas também a saúde e a discriminação
causada por etnia e gênero resultando em salários injustos. E foi então que em 1°
de maio de 1943 a CLT foi criada pelo decreto-lei 5.452 pelo presidente Getúlio
Vargas durante o período do estado novo. A consolidação foi assinada pelo então
presidente no estádio de São Francisco, ressaltando o fato que Getúlio havia
assinado a criação da justiça do trabalho no mesmo dia e local.

O Surgimento da CLT

Promulgada em 16 de julho, nasceu a constituição de 1934, trazendo normas para


proteger os trabalhadores com salário mínimo, jornada de trabalho de 8 horas,
repouso semanal, férias anuais remuneradas e indenização por dispensa sem justa
causa e logo após, no início do século 20 as mudanças sociais e econômicas no
brasil mudaram drasticamente com os escravos libertos e a chegada de novos
imigrantes, com um desbalanceamento no mercado de trabalho e a segunda guerra
mundial em andamento, o desemprego, manifestações sem policiamento e
rebeliões do povo eram frequentes. E assim em 1943 Getúlio Vargas criou o
conjunto de leis que mudou a realidade dos trabalhadores brasileiros, organizando
uma comissão formada por técnicos e juristas do ministério do trabalho.
Após seu pronunciamento, foram instituídos os direitos trabalhistas, carteira de
trabalho com registro profissional, jornada semanal de 48 horas e férias
remuneradas. Em 1963 no governo de Jucelino Kubitschek com a construção de
Brasília e as péssimas condições de convívio em áreas rurais causados
principalmente pela facilidade de lesões e ferimentos por conta do trabalho braçal,
foi a partir dessa data que foram implementadas nas legislação trabalhista a
proteção sobre o trabalhador rural. Na década de 60 foi outro marco para a CLT
com a inclusão do 13° salario em 1962, o salario família em 1963 e em 1966 o fundo
de garantia do tempo de serviço (FGTS) para assim fornecer proteção ao
trabalhador pelos problemas da época. A CLT tem sido alvo de diversas mudanças
em prol da sociedade, fazendo o mercado de trabalho atual se adaptar com novas
leis e exigências conforme necessário.

Trabalho da Mulher
Após a revolução industrial a mão de obra feminina passou a ser usada em larga
escala, ultrapassando a mão de obra masculina, embora as mulheres cumprissem
as mesmas funções que os homens acabavam por receber salários mais inferiores
por questões de discriminação, outros problemas que até então eram
desconhecidos pela sociedade era a maternidade, incapazes de trabalharem por
conta da fragilidade que a gravidez proporcionava a mulher e o bebê, e até mães
que já haviam crianças, sendo incapazes de cuidar de seus filhos por estarem
ocupadas com o trabalho. Foi visando esses problemas que surgem entre as
primeiras leis trabalhistas normas que protegem a mulher e do menor, licença
maternidade, proteção ao salário, jornada de trabalho e o tipo de trabalho efetuado
são benefícios obtidos ao longo do tempo de 1943 até os dias atuais. Em 1999 foi
aprovada a lei que inseriu regras do acesso a mulher ao mercado de trabalho
visando impedir a discriminação voltada a mulher gestante. Em 2002 a nova lei
ampliou a duração da licença maternidade em até 120 dias.

Trabalho Infantil

Segundo dados da Pnad Contínua 2019, os últimos disponíveis, 1,758 milhão de


crianças e adolescentes de 5 a 17 anos estavam em situação de trabalho infantil no
Brasil antes da pandemia. Desses, 706 mil vivenciavam as piores formas de
trabalho infantil. De 2000 a lei 10.097 alterou vários artigos na CLT buscando acabar
com o trabalho infantil, embora seja proibido por lei atualmente, ainda há inumeros
casos de trabalho infantil atualmente aqui no Brasil.
Sendo comprovado que o trabalho afeta prejudicialmente o desenvolvimento da
criança, a lei proíbe que a criança trabalhe em locais que afetem seu
desenvolvimento físico, psíquico, moral e social e em locais que impliquem com seu
horário escolar, especula-se que caso a criança se submeta ao trabalho desde
cedo, acabe prejudicando sua carreira no futuro a tornando um profissional não
qualificado para as altas exigências do mercado atual de trabalho.

Saúde e Segurança no Trabalho

Com os avanços do mercado de trabalho ao decorrer da história, novos empregos


foram criados e junto deles seus desafios, seja da função simples a mais arriscada,
a segurança e o bem estar dos funcionários tende a ser prioridade, e surgindo assim
a SST. Segurança e Saúde no Trabalho é um conjunto de normas e procedimentos
legalmente exigidos às empresas e funcionários visando prevenir doenças
ocupacionais, acidentes de trabalho e proteger a integridade física do trabalhador.
Sendo um dos temas mais relevantes tratados pela legislação, a CLT dedica o
capítulo 5° ao assunto, sendo alterado pela lei 6.514 de 1977 que faz a empresa
obrigada a proporcionar:

● Uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs);


● Identificação de riscos a saúde física e mental do ambiente de trabalho;
● Desenvolvimento de um local seguro para todos os funcionários;
● Elaboração de relatórios sobre as condições de trabalho;
● Resolução de problemas em geral relacionados a segurança e saúde do
trabalhador.

Constituição Cidadã

A constituição de 1988 também conhecida como constituição cidadã foi escrita após
o final da ditadura militar e determinou os direitos e obrigações dos cidadãos e dos
entes políticos do nosso país. Por ter sido criada ao final da ditadura e por ter sido
resultado de um amplo debate com a população, ficou conhecida como constituição
cidadã. Sendo fruto de um intenso debate democrático no qual envolveu diversas
organizações populares e o engajamento de milhões de brasileiros trouxe como
grande avanço para o nosso país a defesa de inúmeros direitos sociais, direitos que
não existiam durante a ditadura Militar e também o direito das minorias. Fornecendo
também:

● Adicionais periculosidade e insalubridade


● Proibição de trabalho noturno para menores de 18 anos
● Seguro contra acidentes no trabalho

Com essas importantes adições na CLT, ela se tornou o que é hoje desde 1943 até
os dias atuais ela tem sido a base da justiça pelos trabalhadores, porém os
brasileiros ainda tem muito pelo que lutar em relação aos direitos sociais.

Pontos Positivos

Parcelamento das férias em até três vezes

As férias podem ser divididas em até três períodos, sendo que um deles não
poderá ser menor que 14 dias e os demais não poderão ser inferiores a cinco dias
corridos cada um, mas para que essa divisão seja possível é necessário que haja
concordância entre o empregado e o empregador, o que torna benéficos aos
trabalhadores que tenham a intenção de dividir suas férias em períodos.

Prevalência do negociado sobre o legislado

De acordo com o artigo 611-A da CLT o acordo ou a convenção coletiva podem


decidir sobre salário, banco de horas anual, intervalo intrajornada (de trinta minutos
para jornadas superiores a seis horas), teletrabalho, regime de sobreaviso e
trabalho intermitente, enquadramento do grau de insalubridade entre outros.
Ressaltando que a lei proíbe negociação coletiva que suprima ou reduza direitos,
tais como seguro desemprego, salário mínimo, remuneração do trabalho noturno ao
diurno, resumindo, traz segurança jurídica para as empresas e também para os
empregados.

Redução dos custos

Trata-se de uma quantia com o único objetivo de cobrir despesas de funcionários


resultantes da mudança do local de trabalho, fixa ou temporariamente. Sendo
assim, após a reforma trabalhista é possível compensar os gastos feitos pelo
colaborador por causa de uma transferência ao trabalho, o valor sendo maior que a
remuneração mensal, deve ser paga de uma vez, sem estar atrelada ao salário e é
obrigatório e a organização deve ao funcionário que precisa se deslocar.

Desburocratização para receber o seguro-desemprego e sacar o FGTS

Permite-se pela reforma um meio mais rápido e prático de receber o


seguro-desemprego e sacar o FGTS abolindo a necessidade de rescisão do
contrato de trabalho pelo sindicato ou ministério do trabalho, para que o empregado
dispensado sem justa causa saque o FGTS e possa pedir o seguro-desemprego
basta a anotação da rescisão contratual da CTPS e a comunicação do empregador
aos órgãos competentes.

Horário de almoço de 30 minutos

A reforma permitiu a diminuição por meio de um acordo coletivo ou uma


convenção, o horário de almoço e descanso nas jornadas de ao menos 6 horas
diárias de trabalho, essa mudança pode ser vista como negativa ou positiva
dependendo de qual for o cargo, para alguns profissionais, isso pode significar uma
vantagem, pois poderão retornar mais cedo do trabalho.

Retenção dos melhores trabalhadores

Antigamente era mais comum alguém ser contratado jovem e permanecer na


mesma empresa por vários anos, fundamentando sua carreira toda nessa
companhia. A estabilidade, inclusive, era extremamente valorizada, fazendo com
que profissionais recém-formados buscassem uma colocação em grandes
organizações, nas quais pudessem permanecer por um longo tempo, mas isso se
muda após a reforma trabalhista e com novos jovens ingressando no mercado de
trabalho, procurando cada vez mais não só trabalho mas um estilo de vida dentro da
empresa e isso faz com que trabalhem com mais motivação gerando maior
eficiência nas horas trabalhadas.

Condições iguais aos terceirizados

A reforma permite aos trabalhadores terceirizados nas instalações da empresa


contratante, quando os serviços forem prestados, às mesmas condições referentes
à alimentação, direito de usar os serviços de transporte, assistência médica caso
necessário no local designado, treinamento caso a atividade exija e condições
sanitárias, de medidas de proteção à saúde e de segurança no trabalho.

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