Você está na página 1de 5

Instituto de Ensino Superior Franciscano

Curso: Direito Disc.: Direito do Trabalho I 1º Bimestre 2023.1


Professor: Ms. Glaydson Rodrigues Prazo: 09.04.23
Aluno: 217008 - Jocielson Sergio Santos Período: 5º

Atividade Avaliativa peso 4,0

Texto Dissertativo

“MENOS DIREITO E MAIS EMPREGO OU TODOS OS DIREITOS E O DESEMPREGO”

Conforme texto anexo, em sua página 24, consta uma afirmação de Sérgio Pinto Martins:
"A Lei 9.029/95 vai desestimular a empresa a contratar mulheres, em razão de su as proibições. Em
vez de proteger, irá desproteger a obreira, impedindo a admissão de trabalhadoras. Na verdade,
em vez de se proteger o mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos (art. 7º,
XX, da Constituição), aqui se está desprestigiando a contratação de mulheres pelo empregador,
que não poderá exigir exame médico da mulher para admiti-la, o que poderá ser interpretado em
prejuízo da própria trabalhadora".
No dia 04/01/2019, na primeira entrevista concedida após tomar posse como presi dente,
Jair Bolsonaro afirmou a repórteres do SBT: "O Brasil é o país dos direitos em excesso, mas faltam
empregos. Olha os Estados Unidos, eles quase não têm direitos.
A ideia é aprofundar a reforma trabalhista. Meses mais tarde, em 05/08/2019, disse ao
Estado de São Paulo: “Tudo o que é demais atrapalha. É tanto direito que os patrões, os
empreendedores, contratam o mínimo possível e pagam o mínimo possível”, concluindo que caberia
aos trabalhadores escolher entre “menos direito e mais emprego ou todos os direitos e o
desemprego”.

1. A partir dos fundamentos do texto, quais as semelhanças e diferenças entre essas duas
afirmações?
2. Diante do quadro das posições acerca da validade e da fundamentação do princípio da
proteção, é possível defender uma delas sem defender a outra? Texto dissertativo.

TEXTO

O direito do trabalho avaliza uma estabilização na analogia do elo empregador e


empregado e, por essa razão, desempenha uma função de fundamental importância mantendo os
dois lados bem seguros. O direito do trabalho interage com as empresas de forma como um
alicerce auxiliando a manutenção de uma afinidade ajustada com os cooperadores. No ponto de
vista trabalhista, nenhum direito é mais importante que outro, seja penal, civil ou principalmente e
não menos importante trabalhista, haja a vista que todos simbolizam os funcionários diante do
trabalho. É sabido, que apesar de cada direito ter seu papel, há direitos e deveres divergentes,
embora diferentes conforme a profissão desempenhada. É de suma importância e viabilidade que
tanto o empregado quanto o empregador sejam ciente das normas. Entende -se que os direitos
trabalhistas asseguradas na forma de garantias e proteções ao funcionário quando existe a relação
de trabalho, férias, 13º salário e o salário principal. É de fundamental importância, conhecer para
poder garantir os direitos do trabalhador, em uma inclusão saudável entre empregador e
colaboradores. As vantagens dos direitos trabalhistas para o empregado e os principais benefícios
da CLT foram:
 Registro em carteira.
 Recebimento de salário.
 Férias.
 1/3 das férias.
 Seguro-desemprego.
 Benefício de transporte.
 Aviso prévio.
 Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS)

Para as grandes empresas os direitos do trabalhador são usados como uma base,
funcionando como um alicerce, mantendo uma excelente relação para com os colaboradores, de
um jeito regularizada. Entende-se também, que os direitos trabalhistas servem também como um
suporte, evitando custosos e extensos processos trabalhistas ou até mesmo pagamento de multas.
Com base em dados comumente encontrados na internet, podemos dizer, exemplificar e trazer para
este estudo, as informações atuais do mercado de trabalho brasileiro. A taxa média de desemprego
no Brasil em 2022 caiu a 9,3%, uma retração de 3,9 pontos percentuais frente à de 2021, quando
marcou 13,2%, informou o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta terça -feira
(28). Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua).
“O resultado anual era o menor desde 2015, mostrando que o mercado de trabalho não apenas
confirma a tendência de recuperação após o impacto da pandemia da Covid-19, como ultrapassa o
patamar pré-pandemia”, diz o instituto em nota.
No trimestre encerrado em dezembro, a taxa caiu a 7,9%, queda de 0,8
ponto em comparação com o trimestre de julho a setembro. O mercado esperava que a
taxa ficasse em 8%, segundo pesquisa da Reuters.
Nesse mesmo ano também registrou um aumento de 9,2% no número de
empregados com carteira de trabalho assinada, atingindo o patamar de 35,9 milhões
de pessoas. “Embora venha crescendo, o índice ainda não é o suficiente para atingir o
patamar de 2014, o maior da série”, diz Beringuy. Em 2014, a estimativa média anual
chegou a 37,6 milhões de empregados com carteira de trabalho no setor privado. Em
paralelo, a média anual de empregados sem carteira assinada também aumentou, a
14,9% o maior patamar da série histórica. De 2021 para 2022, o dado subiu de 11,2
milhões de pessoas para 12,9 milhões. Em relação a setores, o crescimento do mercado
de trabalho foi disseminado. A pesquisa destaca atividades comerciais e de reparação
de veículos, que acumulou ganho de 9,4% (mais 1,6 milhão de pessoas) e chegou a
cerca de 18,9 milhões de pessoas ocupadas no setor. (Adriana Beringuy,
Coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios (PNAD Contínua Mar-Abr-
Mai))

De acordo com o informe, 2023 terá um total de 208 milhões de desempregados no mundo. Isso
significa 3 milhões a mais de pessoas sem trabalho que em 2022, principalmente n os países ricos, e uma
taxa global de 5,8%. Isso ainda significa que o mundo não se recuperou da pandemia da covid -19 . Em
1934 foi criada a primeira legislação do trabalho no Brasil, onde presidia o Getúlio Vargas, essa
legislação, garantia aos trabalhadores os direitos básicos, tais como: um salário mínimo como
base, uma carga horaria de labuta tal qual temos atualmente, com 8 (oito) horas por dia, direito a
férias e liberdade de escolha de sindicatos. Além disso, ainda temos inclusos nesses direitos: o
Fundo de Garantia por Tempo de Serviço, temos Previdência Social, e o 13º salário (sendo por
proporcionalidades a todos aqui citados); ainda temos a desobrigação da Contribuição dos
Sindicatos, que se tornou opcional; acerca dos princípios do Direito do Trabalho, podemos afirmar
ainda que se houve centralização com base no Principio Tutelar do Direito Individual do
Trabalho. As funções principais dos princípios são:
1. Informadora: pois inspiram o legislador, servindo de fundamento para o ordenamento
jurídico;
2. Normativa: pois atuam como fonte supletiva da lei, em caso de lacuna;
3. Interpretativa: pois operam como critério orientador do juiz ou do intérprete.

No que tange sobre a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entende-se que estão
contidas nas normas que regem as analogias de trabalho entre o patrão e os funcionários. Nelas
estão determinados os direitos e deveres, tanto do patrão quanto do colaborador, entende-se assim,
que a consolidação das leis, juntou o regulamento do trabalhador que existe no país e incluiu de
maneira peremptória os direitos trabalhistas nas normas brasileiras. O escopo fundamental é reger
as afinidades de cada um e no todo..
Os principais pontos da Consolidação das Leis do Trabalho e os principais assuntos
inerentes a ela, são:
 Registro do Trabalhador/Carteira de Trabalho;
 Jornada de Trabalho;
 Período de Descanso;
 Férias;
 Medicina do Trabalho;
 Categorias Especiais de Trabalhadores;
 Proteção do Trabalho da Mulher;
 Contratos Individuais de Trabalho.

Os principais direitos garantidos pela Consolidação das Leis do Trabalho para o


trabalhador foram:
 Carteira de trabalho assinada desde o primeiro dia de serviço;
 Exames médicos de admissão e demissão;
 Repouso Semanal Remunerado (1 folga por semana);
 Salário pago até o 5º dia útil do mês;
 Primeira parcela do 13º salário paga até 30 de novembro

Com todo o exarada acima, podemos fazer uma empiricidade técnica da atual situação
trabalhista, senão econômica no Brasil, haja a vista, a economia esta ligada diretamente com a
exploração da mão de obra em um país como o Brasil, senão dizer, ora emergente. O até então
Presidente Bolsonaro, ao fazer a critica, fez uma argumentação do governo de que as reformas são
necessárias para combater déficits e crises fiscais, que influenciam direta e indiretamente na crise
trabalhista, ora comentada, Na avaliação superficial feita, ante o pronunciamento, via-se que tanto
a reforma trabalhista quanto a proposta de reforma da Previdência (PEC 6/2019, ainda em análise
na Câmara dos Deputados, tinha o objetivo, entre outros, de prejudicar a capacidade de
organização da classe trabalhadora. Motivo pelo qual acrescentou que nos países de capitalismo
avançado, como Alemanha, França e Estados Unidos, as organizações sindicais têm grande poder
de intervir em políticas públicas para o setor e mediar negociações.
No tocante a Lei nº 9.029/95, entende-se que não passou de uma ação voltada para a
prática de dispensa discriminatória, A dispensa discriminatória é aquela que ocorre quando o
trabalhador é dispensado por motivos preconceituosos e discriminatórios, não tendo qualquer
relação com o seu desempenho profissional. Com base nessas afirmações, temos a Sumula 443 do
TST que faz a seguinte referência: “A jurisprudência das Turmas do Tribunal, reafirmou o
entendimento previsto na Súmula 443 do TST, que presume como discriminatória a despedida de
empregado portador do vírus HIV ou de outra doença grave que suscite estigma ou preconceito ”.
De antemão, fica claro que as situações oriundas na natureza feminina, não determinam sua
capacidade ou incapacidade na execução de determinadas tarefas, motivo pelo qual, vê -se apenas
um ato discriminatório na referida Lei.
Em suma, podemos dizer que a Lei 9.029/95 que trata da proibição de determinadas
práticas discriminatórias para efeitos admissionais ou de permanência da relação jurídica de
trabalho, no caso em tela, configuraria como discriminatória como condição qualificadora. Nesse
sentido, não há dúvidas de que as disposições constitucionais e legais descritas vedam
expressamente quaisquer práticas discriminatórias, todavia, tais normas, que foram
instituídas justamente com o intuito de coibir a exclusão e descriminação da população
minorizada, majoritariamente formada por pessoas não-brancas, mulheres, pessoas
portadoras de deficiência e LGBTQI+, não podem servir de base para desconstrução de
ações que visam assegurar o contrário, ou seja, o acesso a direitos fundamentais e
sociais, como o do trabalho (artigo 6º, caput, CF/88), por parte desta população
minorizada.
Ao fazer um contraponto entre as duas ações afirmativas, como a abordada
neste texto dissertativo e, com o intuito de dirimir ainda mais eventuais dúvidas acerca
da configuração entre o princípio constitucional da igualdade e da não discriminação ,
trazemos uma luz a chamada discriminação positiva como um “tipo de discriminação
que tem como finalidade selecionar pessoas que estejam em situação de desvantagem
tratando-as desigualmente e favorecendo-as com alguma medida que as tornem menos
desfavorecidas. “A cota racial, por exemplo, é um caso clássico de discriminação
positiva”, sendo a discriminação negativa caracterizada como um “instrumento que se
contrapõe à inclusão, favorecendo a exclusão por meio da premissa de que algumas
características possuem menos valor que outras” Portanto, verifica-se não só a
legalidade, quanto a necessidade de ações afirmativas nas esferas pública e privada
para corrigir a desigualdade na esfera trabalhista da população, historicamente
prejudicada em razão e mediante a oferta de igualdade de oportunidades para se
desenvolverem no ambiente de trabalho, corporativo ou não.
No entanto, para não termos apenas mais que ações afirmativas como estas
pelos entes privados ou públicos, precisamos de mais ações trabalhistas, como
limitações à dispensa dos empregados contratados por programas como abordado em
razão de possível entendimento análogo à regulamentação das cotas de pessoas, ou
ainda à alegação de presunção de dispensa arbitraria, caberá ao Estado adotar
medidas adicionais para conferir maior segurança jurídica nesse sentido. Como se vê, é
importantíssimo a discussão aberta sobre o tema para encontrarmos o melhor caminho
à nossa sociedade.

Você também pode gostar