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Teresina
2023
RESUMO
Se faz importante entender, também, que essas regulamentações devem ser adaptáveis às
necessidades da sociedade e da economia, levando em consideração as novas tecnologias, as
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mudanças demográficas e a necessidade de mobilidade e flexibilidade. Em suma, a
regulamentação do direito do trabalhador é essencial para a construção de uma sociedade mais
justa, equilibrada e inclusiva, protegendo os direitos e a dignidade dos trabalhadores,
promovendo a igualdade de oportunidades e contribuindo para o desenvolvimento sustentável.
É necessário priorizar, portanto, a regulamentação do direito do trabalhador nas agendas
políticas e sociais.
Uma das principais mudanças foi a ampliação da terceirização, permitindo que as empresas
terceirizem não apenas atividades-meio, mas também atividades-fim. Isso significa que as
empresas podem contratar trabalhadores terceirizados para desempenhar funções essenciais do
seu negócio. Essa medida aumenta a precarização do trabalho, pois os terceirizados geralmente
recebem salários mais baixos, têm menos garantias trabalhistas e enfrentam maior instabilidade
no emprego.
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individualização das relações de trabalho e dificulta a organização coletiva dos trabalhadores
em busca de melhores condições.
É possível, ainda, ver no trabalho de Di Benedetto (2017, p. 557 e seg.) algumas se não as
principais precarizações das relações trabalhistas com suas devidas problematizações. Dentre
elas estão citadas as relacionadas com: o regime de tempo parcial; jornada 12 por 36;
contratação de autônomo; trabalho insalubre da mulher gestante ou lactante. Dentre outras
observações já apontadas no escopo deste trabalho.
No geral, a reforma trabalhista do governo Temer teve como objetivo adaptar as leis
trabalhistas às características do capitalismo contemporâneo, fortalecendo a autorregulação do
mercado e aumentando a liberdade dos empregadores em determinar as condições de
contratação e remuneração. No entanto, essas mudanças tendem a precarizar o trabalho,
aumentar a desigualdade e enfraquecer a proteção social dos trabalhadores. A implementação
e os impactos reais da reforma ainda são objeto de debate e análise.
Diante dessa perspectiva e dos demais aprofundamentos sobre o Custo Brasil presentes no
restante do trabalho, é possível afirmar que as relações trabalhistas no Brasil são amplamente
afetadas pelo Custo Brasil. E que esses obstáculos, já citados, enfrentados pelas empresas do
país têm um impacto direto nas condições de trabalho e nas interações entre empregadores e
empregados.
Uma das principais consequências do Custo Brasil nas relações trabalhistas é a dificuldade
das empresas em investir e competir no mercado. As altas cargas tributárias e a complexidade
do sistema tributário sobrecarregam financeiramente as empresas, reduzindo sua capacidade de
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investimento em infraestrutura, tecnologia e recursos humanos. Como resultado, podem ocorrer
condições de trabalho precárias, falta de capacitação adequada e baixa produtividade.
Um exemplo notável de como o Custo Brasil e seus possíveis impactos podem afetar
diretamente os trabalhadores é com relação aos encargos sociais – ou seja, custos adicionais
que uma empresa deve arcar ao empregar trabalhadores, como FGTS e etc. – que já foram
postos como opção de redução de valores para essas mesmas empresas (passariam a reduzir os
gastos, direitos, com seus trabalhadores). Felizmente, viu-se que essa opção não reduziria de
forma significativa os custos das empresas e, desta forma, o Custo Brasil.
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É evidente que o Custo Brasil afeta as relações trabalhistas no Brasil, criando um contexto
desafiador para as empresas e os trabalhadores. Para promover relações trabalhistas mais
saudáveis e equilibradas, é necessário buscar soluções para as dificuldades estruturais,
burocráticas e econômicas. Isso implica em reduzir o peso dos encargos tributários, simplificar
a legislação trabalhista, investir em infraestrutura de transporte eficiente e promover um
ambiente de negócios mais favorável. Somente assim será possível mitigar os impactos
negativos do Custo Brasil nas relações de trabalho e impulsionar o desenvolvimento sustentável
do país.
O contexto dos direitos dos trabalhadores no Brasil, no universo dos denominados direitos
sociais, tem suas raízes nas concepções de direitos naturais e jusnaturalismo (Bertoncello e
Santos, 2017, p. 53), que remontam à Idade Antiga e evoluíram ao longo da história. No início
do século XX, houve uma preocupação crescente com as questões sociais, refletida em
documentos como a encíclica Rerum Novarum de 1891, a Constituição Mexicana de 1917 e a
Constituição de Weimar de 1919, que influenciaram a Constituição da República dos Estados
Unidos do Brasil de 1934. (Bertoncello e Santos, 2017, p. 55).
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A regulação do trabalho no contexto capitalista é essencial para estabelecer as relações
entre empresas e trabalhadores, abrangendo normas de remuneração, condições de trabalho,
representação coletiva e resolução de conflitos. A regulação pública das relações de trabalho
está relacionada à constituição de direitos do trabalho, diferenciando-os dos direitos individuais.
No início da industrialização, as relações de trabalho eram baseadas em contratos de aluguel de
serviços, mas, devido à força dos movimentos operários, a legislação passou a reconhecer
direitos sociais e a defesa da organização coletiva dos trabalhadores.
No Brasil, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) criou um sistema ambíguo (Amorim
et al., 2009, p. 92), reconhecendo e regulamentando os direitos sociais do trabalho, mas também
inibindo as lutas trabalhistas e sindicais. A influência corporativista na legislação trabalhista
brasileira resultou na proibição de greves, controle estatal dos sindicatos e restrições à
negociação coletiva. A Constituição de 1988 – art. 7 – trouxe avanços na proteção aos
trabalhadores (Marques e Sturza, 2017, p. 110), incluindo a consolidação do direito ao trabalho
como um direito social fundamental e a instituição do seguro-desemprego.
Os direitos dos trabalhadores no Brasil, inseridos no universo dos direitos sociais, buscam
garantir a proteção e a promoção de condições dignas de vida para todos os cidadãos. A
Constituição Federal de 1988 estabelece o trabalho como um direito social fundamental.
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Analisamos também as consequências da reforma trabalhista do governo Temer, que trouxe
mudanças significativas para o mercado de trabalho no Brasil. Essa reforma buscou flexibilizar
as relações trabalhistas, proporcionando maior liberdade aos empregadores, mas acabou
aumentando a precarização do trabalho, reduzindo direitos e gerando insegurança para os
trabalhadores. A implementação e os impactos reais dessa reforma ainda são objeto de debate
e análise.
Além disso, discutimos o contexto das relações trabalhistas no Brasil no universo dos
chamados direitos sociais. Os direitos dos trabalhadores têm suas raízes nas concepções de
direitos naturais e jusnaturalismo, evoluindo ao longo da história com a preocupação crescente
com as questões sociais. A Constituição de 1988 foi um marco importante na ampliação dos
direitos e garantias fundamentais, consolidando a proteção aos trabalhadores.
Por fim, abordamos o contexto do Custo Brasil e seu impacto nas relações trabalhistas.
Esse conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas afeta as empresas e
compromete o ambiente de negócios, resultando em condições de trabalho precárias, falta de
investimentos e informalidade no mercado de trabalho. Para promover relações trabalhistas
mais saudáveis e equilibradas, é necessário buscar soluções para as dificuldades enfrentadas,
como a redução do peso dos encargos tributários e a simplificação da legislação trabalhista.
6.0 REFERÊNCIAS
AMORIM, R.; GALIZA, M.; GONZALEZ, R.; PARREIRAS, L.; VAZ, F. Regulação das
relações de trabalho no brasil: o marco constitucional e a dinâmica pós-constituinte. Políticas
Sociais: acompanhamento e análise, v. 02, Ipea, cap. 2, p. 85-151, 2009. Disponível em:
www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servic
os_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Interf-Dir_v.05_n.3.04.pdf. Acesso em: 27 jun.
2023.
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BERTONCELLO, F. R. M.; SANTOS, I. D. C. Os direitos humanos fundamentais no brasil:
uma análise sobre sua evolução e aplicação. Interfaces Científicas-Direito, v. 5, n. 3, p. 51-
60, 2017. Disponível em:
www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servic
os_produtos/bibli_informativo/bibli_inf_2006/Interf-Dir_v.05_n.3.04.pdf. Acesso em: 27 jun.
2023.
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PORTAL DA INDUSTRIA. Entenda o que é Custo Brasil e como ele impacta o país. Portal
da Industria, 2021. Disponível em: https://www.portaldaindustria.com.br/industria-de-a-z/o-
que-e-custo-brasil/. Acesso em: 27 jun. 2023.
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