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Educar para transformar

Direito do Trabalho - ARA0574


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Curso de Direito

Rio de Janeiro, 2022.1


Semana 01

Apresentação da Disciplina.

Metodologia de avaliação.

Modelo AURA.

Book discente: https://alunoestacio.myportfolio.com/inicio

Normas e Princípios do Direito do Trabalho:

Objetivos:

• I­ ntroduzir a disciplina e seus normas gerais, conjugando sua conceituação, autonomia, natureza
jurídica, objeto, relação com outros ramos do Direito e seu campo de aplicação para debater e
compreender o sentido contemporâneo e importância dos princípios norteadores das normas
reguladoras do trabalho, em especial os princípios constitucionais e sua finalidade básica de proteção à
parte laboral, a mais fraca nesta relação de emprego.
• Estudar, com visão crítica, as principais normas gerais de Direito do Trabalho vigentes, confrontando-
as com a realidade em que devem ser aplicadas, tendo como referência os fundamentos
e princípios do Direito do Trabalho.
Leitura específica:
COSTA, Maria da Conceição de Medeiros. Princípios do Direito do Trabalho na Constituição
Federal. Themis, Revista da ESMEC, v. 7, n. 2, 2009. Acesse em:
http://revistathemis.tjce.jus.br/index.php/THEMIS/article/view/139

L­ ACERDA, Luana Pereira; MARINO, Lúcia Helena Gazzane de Castro. A evolução do Direito do
Trabalho como um direito fundamental e os reflexos da globalização. Revista Eletrônica de Graduação
do UNIVEM. Marília­SP, v. 10, n. 1, p 259 ­ 284, outubro de 2017. Acesse em:
https://revista.univem.edu.br/REGRAD/article/view/2191/676 .
Aprenda +:
Assista ao filme: ­ ”Germinal” (Claude Berri, 1993). Sinopse: Durante o Século XIX, os trabalhadores franceses eram
explorados pela aristocracia burguesa, que dava condições miseráveis para seus empregados. Em uma
cidade francesa, os mineradores de uma grande mineradora, decidem realizar uma greve e se rebelam
contra seus chefes, causando o caos (trailer disponível em: http://www.adorocinema.com/filmes/filme­30245/);

Ler artigo: WYZYKOWSKI, Adriana Brasil Vieira. A autonomia privada e a relação de emprego sob a


perspectiva do direito individual do trabalho. Revista do Tribunal Superior do Trabalho, São Paulo, SP, v. 82, n. 4, p. 19­
46, out./dez. 2016. Acesse em: https://juslaboris.tst.jus.br/handle/20.500.12178/101982.
1. A história do direito do trabalho:
Segundo Jorge Neto: “Para se compreender a atual concepção do trabalho humano é importante uma análise da história, para lembrarmos que os
direitos hoje existentes não são originários de dádivas, mas, ao contrário, são frutos de incessantes lutas dos trabalhadores”.

A princípio, a abordagem histórica do trabalho humano irá destacar a escravidão e a servidão. Posteriormente, adentrar-se-á no exame dos seguintes
tópicos: trabalho humano na Revolução Industrial e o surgimento da sociedade industrial e do trabalho assalariado.

A escravidão, como um sistema social, apresenta os seres humanos divididos em duas classes: senhores e escravos. Para os escravos não se concede o
reconhecimento da personalidade jurídica; equiparam-se às coisas, sendo objeto de uma relação jurídica (alienados como qualquer outro bem
jurídico), não tendo direitos ou liberdades; são obrigados a trabalhar, sem qualquer tipo de garantia, não percebendo nenhum salário.

Com o feudalismo, houve uma evolução no trabalho humano. O trabalho deixou de ser escravo e passou a ser servil.

A base legal da servidão estava na posse da terra pelos senhores, que se tornavam os possuidores de todos os direitos, numa economia que se firmava
na terra – agricultura ou pecuária.

A expressão “Revolução Industrial” compreende o conjunto das transformações técnicas, sociais e econômicas que surgiram com a sociedade
industrial nos séc. XVIII e XIX na Inglaterra e, posteriormente, irradiou-se para a Europa e Estados Unidos.
Ao discorrer sobre a nova situação decorrente da Revolução Industrial, Segadas Vianna afirma:

“A invenção da máquina e sua aplicação à indústria iriam provocar a revolução nos métodos de trabalho e, consequentemente, nas
relações entre patrões e trabalhadores; primeiramente a máquina de fiar, o método de pudlagem (que permitiu preparar o ferro de modo a
transformá-lo em aço), o tear mecânico, a máquina a vapor multiplicando a força de trabalho, tudo isso iria importar na redução da mão
de obra porque, mesmo com o aparecimento das grandes oficinas e fábricas, para obter determinado resultado na produção não era
necessário tão grande número de operários.
Verificaram-se movimentos de protesto e até mesmo verdadeiras rebeliões, com a destruição de máquinas, mas, posteriormente, com o
desenvolvimento dos sistemas de comércio, em especial, com a adoção da máquina a vapor nas embarcações, estenderam-se os
mercados, e, consequentemente, as indústrias se desenvolveram, admitindo um maior número de trabalhadores, mas seus salários eram
baixos porque, com o antigo sistema de artesanato, cada peça custava muito mais caro do que com a produção em série.”
2. A história do direito do trabalho no Brasil:
Segundo Mauricio Godinho Delgado: “A abolição da Escravatura pode ser tomada, em certo sentido, como o marco inicial de referência da História
do Direito do Trabalho brasileiro. É que ela cumpriu papel relevante na reunião dos pressupostos à configuração desse novo ramo jurídico
especializado. De fato, constituiu diploma que tanto eliminou da ordem jurídica a relação de produção incompatível com o ramo justrabalhista (a
escravidão), como, via de consequência, estimulou a incorporação pela prática social da fórmula então revolucionária de utilização da força de
trabalho: a relação empregatícia”.

Não há que se falar em Direito do Trabalho no Brasil, porém, sem falarmos de Vargas.

A nova ordem constitucional, outorgada por Getúlio Vargas em 1937 (Estado Novo), estabelecia:

a) o Conselho da Economia Nacional, composto de representantes dos vários ramos da produção nacional (art. 57);

b) a intervenção do Estado no domínio econômico, tendo como objetivos: (1) suprir as deficiências da iniciativa individual; (2) coordenar os fatores
de produção, de maneira a evitar ou resolver os seus conflitos e introduzir, no jogo das competições individuais, o pensamento dos interesses da
Nação, representados pelo Estado (art. 135);

c) o trabalho era visto como meio de subsistência do indivíduo, constituindo-se em um bem que é dever do Estado proteger, assegurando-se
condições favoráveis e meios de defesa (art. 135);

d) a proibição, quanto à greve e lockout, declarando-os recursos antissociais, nocivos ao trabalho e ao capital e incompatíveis com os superiores
interesses da produção nacional (art. 139);
3. Conceito de Direito do Trabalho:
Segundo Mauricio Godinho Delgado: “Na busca da essência e elementos componentes do Direito do Trabalho (Direito Material do Trabalho), os
juristas tendem a adotar posturas relativamente distintas. Ora enfatizam os sujeitos componentes das relações jurídicas enfocadas por esse ramo
jurídico especializado (definições subjetivistas: enfoque nos sujeitos das relações justrabalhistas), ora enfatizam o conteúdo objetivo das relações
jurídicas enfocadas por esse mesmo ramo do direito (definições objetivistas: enfoque na matéria conteudística das relações justrabalhistas). Há,
finalmente, a elaboração de concepções mistas, que procuram combinar, na mesma definição, os dois enfoques acima especificados.”

O Direito do Trabalho reflete a visão humanista do próprio Direito nas relações sociais, cujo objeto é o trabalho humano subordinado. É a expressão
mais autêntica do humanismo jurídico, atuando comoClique
forma de renovação social, evitando os problemas decorrentes da questão social nas relações
trabalhistas.
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Relacionando os vocábulos (“fato”, “valor” e “norma”), Octavio Bueno Magano afirma: “Direito do Trabalho é o conjunto de princípios, normas e
instituições, aplicáveis à relação de trabalho e situações equiparáveis, tendo em vista a melhoria da condição social do trabalhador, através de
medidas protetoras e da modificação das estruturas sociais.”
Atividade autônoma AURA - Semana 01:
01) (Procurador do Trabalho,MPT ­2017 ­ Adaptada)São funções históricas do Direito do Trabalho, entre outras: aperfeiçoar, elevando as condições de
contratação e gestão da força de trabalho humana na vida econômica e social; trabalho humana na vida econômica e social; assegurar cidadania econômica,
social e jurídica às pessoas humanas que vivem de seu trabalho, aumentando o patamar civilizatório e democrático da respectiva sociedade; contribuir para o
desenvolvimento do sistema econômico contemporâneo, por meio do incremento do mercado interno e dos incentivos diretos e indiretos para que os
empregadores invistam no aperfeiçoamento humano e tecnológico. Essas funções são essenciais no desenvolvimento de suas normas, e correlacionam­-se com
a natureza jurídica do Direito do Trabalho.

Dessa forma, responda:

a) Para que uma disciplina jurídica adquira efetiva autonomia são necessárias três condições: domínio suficientemente vasto (ou campo


temático vasto e específico), doutrinas homogêneas (ou teorias próprias ao mesmo ramo jurídico investigado) e método próprio (metodologia
própria de construção e reprodução da estrutura e dinâmica do ramo jurídico enfocado). O Direito do Trabalho possui
autonomia doutrinária, legislativa, didática e jurisdicional;
b)  Segundo a doutrina, em sentido amplo, a área jurídica trabalhista pode ser dividida em: direito material do trabalho e direito público do
trabalho. O direito material do trabalho compreende dois segmentos: o direito individual do trabalho e o direito coletivo do trabalho, enquanto o direito
público do trabalho abrange: direito processual do trabalho; direito administrativo do trabalho e direito previdenciário e acidentário do
trabalho. É controvertida a inclusão do direito penal do trabalho como segmento do direito público do trabalho;
c) Destacam­-se três tipologias de interpretação do Direito: segundo o critério da origem da interpretação efetuada; segundo o critério dos
resultados do processo interpretativo e segundo o critério dos meios ou métodos utilizados no processo de interpretação jurídica. A tipologia segundo o
critério da origem da interpretação aponta três tipos de interpretação: autêntica, jurisprudencial e doutrinária. Exemplo de
interpretação autêntica é o decreto regulamentador de lei, com aptidão, inclusive, para suprimir direito adquirido;
d) Nos sistemas jurídicos romano-­germânicos, principalmente nas vertentes de tradição latina, como é o caso brasileiro, há resistência teórica a
se conferir teor jurígeno (criador de Direito) ao papel interpretativo desempenhado pelos Tribunais. Entretanto, a despeito disso, é insustentável
negarmos a dimensão criadora do direito inserida em inúmeras súmulas de jurisprudência dos tribunais superiores brasileiros,
como, por exemplo, a Súmula 268 do TST, que trata da interrupção da prescrição da ação trabalhista arquivada (“A ação
trabalhista, ainda que arquivada, interrompe a prescrição somente em relação aos pedidos idênticos").
Situação-problema:
Em 1943, o governo Vargas sancionava a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), estabelecendo garantias para os
trabalhadores, como direito a férias, salário­mínimo, repouso semanal remunerado e aposentadoria.

Em 1966, com Castelo Branco, era instituído o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 

Sob Médici, em 1973, criava­-se o Regulamento das Relações Individuais e Coletivas de Trabalho Rural.

As greves que paralisaram a região metropolitana de São Paulo, em 1979, fizeram dos metalúrgicos a grande expressão de


um novo sindicalismo, que, entre outras conquistas que ampliaram os benefícios trabalhistas, garantiram a participação
dos trabalhadores nos lucros das empresas.
 
Em 2001, após duas décadas seguidas de crise econômica,  que fizeram avançar o trabalho informal e a terceirização
nas empresas, o governo propõe ao Congresso Nacional profunda alteração na legislação trabalhista brasileira. 
 
Nesse sentido, responda: qual a importância da CLT, criada durante o Estado Novo, para o trato das questões relativas às
relações trabalhistas? Citem-se exemplos de situações sociais que foram contempladas à época e que persistem
contemporaneamente.
Atividade autônoma AURA - Semana 01:
02)  (Analista Perícia em Cálculo Judicial, SERPRO ­ 2014 ­ Adaptada) A terminologia "fonte“ vem do latim fons, cujo significado é nascente ou
manancial. Ao aplicar-­se referido termo ao Direito, pode-­se separar essas fontes em heterônomas ou autônomas. 

Sobre as fontes aplicáveis ao Direito do Trabalho, assinale a alternativa correta:

a) Heterônomas seriam as normas cuja produção não se caracteriza pela imediata participação dos destinatários principais das normas


jurídicas;
b) São algumas das fontes heterônomas do Direito do Trabalho: Constituição, Lei, Tratados e Convenções Internacionais favorecidos por
ratificação e adesão internas, Acordos Coletivos de Direito do Trabalho;
c) Baseiam-­se nos costumes e na cultura organizacional de cada empresa, considerando sua região territorial;
d) São elaboradas pelos próprios interessados, como convenção e acordo coletivo, por exemplo.

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