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DIREITO COLETIVO

DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do
Trabalho

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

Sumário
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho............................................................................... 3
1. Conceito, Denominação, Conteúdo e Funções....................................................................... 3
2. Princípios do Direito Coletivo.. .................................................................................................. 4
2.1. Princípio da Liberdade Sindical (Liberdade Associativa). . ................................................ 4
2.2. Princípio da Autonomia Sindical.. .......................................................................................... 6
2.3. Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva.................................... 8
2.4. Princípio da Equivalência dos Seres Coletivos.................................................................. 9
2.5. Princípio da Autonomia Privada Coletiva.......................................................................... 10
2.6. Princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva. . ................................. 11
2.7. Princípio da Criatividade Jurídica na Negociação Coletiva.............................................12
2.8. Princípio da Adequação Setorial Negociada. . ....................................................................12
2.9. Princípio da Unicidade Sindical........................................................................................... 14
3. Convenções 87 e 141 da OIT......................................................................................................15
4. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas.. ................................................................... 18
4.1. Autocomposição. . .................................................................................................................... 18
4.2. Heterocomposição..................................................................................................................19
4.3. Autotutela................................................................................................................................ 23
Resumo............................................................................................................................................. 24
Questões de Concurso.................................................................................................................. 27
Gabarito............................................................................................................................................40

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

INTRODUÇÃO AO DIREITO COLETIVO DO TRABALHO


1. Conceito, Denominação, Conteúdo e Funções
Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de princípios e regras que regem as relações co-
letivas de trabalho entre grupos de trabalhadores e empregador(es) e que permitem a solução
de conflitos coletivos.
Enquanto o Direito Individual foca na relação entre trabalhador e empregador/tomador de
serviços, o Direito Coletivo centra-se nas relações que envolvem a coletividade de trabalha-
dores seus interesses, de um lado, e os empregadores e seus interesses de outro. A negocia-
ção coletiva, a organização e a atuação sindical, a greve, a solução de conflitos coletivos são
apenas algumas das matérias abrangidas pelo Direito Coletivo do Trabalho.
O Direito Coletivo é chamado por alguns de Direito Sindical, nomenclatura que evidencia
uma visão subjetivista do campo, porquanto foca na figura das entidades sindicais. Muito
embora se deva reconhecer a extrema importância das entidades sindicais, certo é que o Di-
reito Coletivo não se limita a elas ou à sua atuação.
Existem diversos aspectos que podem abranger a coletividade dos trabalhadores sem
a participação sindical, tais como atuações do Ministério Público do Trabalho, acordos co-
letivos sem a participação sindical em virtude de recusa ilegítima e injustificada etc. Essas
questões serão examinadas nos capítulos próprios.
Outros denominam o Direito Coletivo como Direito Social. Ocorre que é uma nomenclatura
muito ampla, que ultrapassa a ideia do que se pretende estudar, porquanto diversos outros
conjuntos normativos possuem regras igualmente sociais, tais como o Direito Previdenciário
e o Direito Ambiental. Além disso, o próprio Direito Individual do Trabalho não deixa de ser um
Direito Social, retirando a ideia de representação mais específica que se espera de um nome
que cuida de normas trabalhistas para uma coletividade.
O Direito Coletivo possui diversas funções:
• função tutelar: muito embora exista uma maior liberdade na negociação no âmbito co-
letivo, não se pode negar que diversas premissas desse conjunto de normas visam, em
última análise, a proteção do trabalhador. A relevância e a legitimidade dos sindicatos e
o reconhecimento da greve como direito fundamental evidenciam essa função.
• função coordenadora: as normas permitem uma harmonização de interesses clara-
mente conflitantes entre capital e trabalho. O diálogo entre esses polos ocorre sobretu-
do por meio de um conjunto normativo que estabelece um equilíbrio.
• função modernizante (progressista): os constantes avanços tecnológicos impactam
diretamente as relações de trabalho, o que exige a edição de normas e meios de solu-
ção dos conflitos que certamente surgirão. Nesse panorama, o Direito Coletivo atualiza
as relações de trabalho, adequando às novas tecnologias e novas profissões.

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• função econômica: as normas desse campo permitem maior circulação de riquezas,


seja mediante a criação ou revisão de vantagens e obrigações econômicas, seja atra-
vés da adequação às novas relações de trabalho e tecnologias.
• função conservadora: permite a manutenção das estruturas sociais inerentes ao capi-
talismo mediante a pacificação de conflitos coletivos de trabalho.

2. Princípios do Direito Coletivo


2.1. Princípio da Liberdade Sindical (Liberdade Associativa)
As pessoas possuem direito fundamental de formar associações de natureza civil com
objetivo de defender interesses comuns que não violem matrizes constitucionais:

CF
Art. 5º (...)
XVII – é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter paramilitar;

As entidades sindicais são associações especiais, como estudaremos no próximo capítu-


lo. De toda sorte, veja o art. 511, caput, da CLT:

CLT
Art. 511 É lícita a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus interesses eco-
nômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou traba-
lhadores autônomos ou profissionais liberais exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou
profissão ou atividades ou profissões similares ou conexas.

No âmbito da organização sindical, essa liberdade associativa passa a ser conhecida


como liberdade sindical, também assegurada de forma constitucional. Assim, não se pode
exigir autorização do Estado para a criação de sindicato, conforme art. 8º, I, da CF:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

Essa liberdade sindical também pode ser vista na Declaração Universal do Direi-
tos Humanos:

Declaração Universal Dos Direitos Humanos


Art. XXIII
4. Toda pessoa tem direito a organizar sindicatos e neles ingressar para proteção de seus interesses.

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No mesmo sentido segue o art. 22, itens 1 e 2, do Pacto Internacional dos Direitos Civis e
Políticos:

Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos


ARTIGO 22
1. Toda pessoa terá o direito de associar-se livremente a outras, inclusive o direito de construir
sindicatos e de a eles filiar-se, para a proteção de seus interesses.
2. O exercício desse direito estará sujeito apenas ás restrições previstas em lei e que se façam
necessárias, em uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança
e da ordem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das
demais pessoas. O presente artigo não impedirá que se submeta a restrições legais o exercício
desse direito por membros das forças armadas e da polícia.

Também caminha nessa direção o art. 16 da Convenção Americana de Direitos Humanos:

Convenção Americana de Direitos Humanos (Pacto de San José da Costa Rica)


Artigo 16 - Liberdade de associação
1. Todas as pessoas têm o direito de associar-se livremente com fins ideológicos, religiosos, políti-
cos, econômicos, trabalhistas, sociais, culturais, desportivos ou de qualquer outra natureza.
2. O exercício de tal direito só pode estar sujeito às restrições previstas pela lei que sejam neces-
sárias, numa sociedade democrática, no interesse da segurança nacional, da segurança ou da or-
dem públicas, ou para proteger a saúde ou a moral públicas ou os direitos e liberdades das demais
pessoas.
3. O disposto neste artigo não impede a imposição de restrições legais, e mesmo a privação do
exercício do direito de associação, aos membros das forças armadas e da polícia.

Quanto aos servidores públicos civis, a lei consagra a liberdade sindical:

CF
Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, mo-
ralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte:
VI – é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;

Claro que a liberdade sindical prevista na Constituição não é absoluta. Em primeiro lugar, a
Constituição Federal pode criar exceções para ela mesma. Isso ocorreu com os militares, para
os quais não é admitida a sindicalização:

CF
Art. 142 (...)
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicando-se-lhes, além das
que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições:
IV – ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

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Além disso, existe uma outra restrição: o princípio da unicidade sindical que estudaremos
mais adiante.
O princípio da liberdade sindical deve ser interpretado de forma ampla, tanto no campo
coletivo como no plano individual. Ele comporta duas dimensões: a positiva e a negativa.
Na dimensão positiva, existe liberdade de criação do sindicato, bem como a liberdade de
cada indivíduo se filiar (se associar) ao sindicato. Lembre-se de que nem todo integrante de
uma categoria é sindicalizado, mas o sindicalizado deve ser integrante da categoria. Ser filia-
do é uma escolha, insere-se no âmbito da liberdade individual.
Assim, pode haver um professor (integra a categoria dos professores que é representada
pelo sindicato) sem que ele seja efetivamente filiado. Logo, o professor se associa ao sindi-
cato se ele quiser.
Por outro lado, compreende-se, na dimensão negativa, a premissa de que a pessoa possui
direito de se desfiliar do sindicato, bem como de nunca se filiar se assim desejar:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
V – ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato;

Essas dimensões não podem ser violadas nem mesmo por meio de norma coletiva (con-
venção ou acordo coletivo).
Por exemplo, não pode uma norma coletiva estabelecer uma prioridade na contratação,
pelas empresas, de empregados filiados a sindicato, porque isso discriminaria aqueles tra-
balhadores que não possuem interesse na sindicalização. Violaria a dimensão negativa da
liberdade sindical.
O TST deixou clara essa diretriz na OJ 20 da SDC:

OJ 20 da SDC
EMPREGADOS SINDICALIZADOS. ADMISSÃO PREFERENCIAL. CONDIÇÃO VIOLADORA DO ART. 8º,
V, DA CF/1988 (inserido dispositivo) - DEJT divulgado em 16, 17 e 18.11.2010
Viola o art. 8º, V, da CF/1988 cláusula de instrumento normativo que estabelece a preferência, na
contratação de mão de obra, do trabalhador sindicalizado sobre os demais.

2.2. Princípio da Autonomia Sindical


Admitida a liberdade sindical, decorre dessa premissa a autonomia que entidade possui
para se organizar e defender seus interesses, desde que não violem matrizes constitucionais.
Dessa forma, restam vedadas a interferência e a intervenção estatal:

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CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

A mesma lógica é aplicável às associações em geral:

CF
Art. 5º (...)
XVIII – a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização,
sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento;

Essa autonomia é expressa em diversos campos: organizacional (possui liberdade para


organizar seu estatuto), política (é livre para defender a linha política que atenda seus interes-
ses), de atuação (define quais são os interesses que deve defender) etc.
Vale registrar que essa autonomia de atuação pode ser visualizada no art. 8º, III, da CF:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
III – ao sindicato cabe a defesa dos direitos e interesses coletivos ou individuais da categoria, in-
clusive em questões judiciais ou administrativas;

Ressalte-se que essa autonomia não se refere somente em relação ao Estado, como po-
deria parecer. A entidade sindical deve ser livre de qualquer interferência externa, o que inclui
outras entidades e empresas. Com base nessa premissa, não se admite que empresas pos-
sam dar contribuições a sindicatos de trabalhadores e tampouco sustentar serviços desses,
porquanto esse tipo de auxílio poderia afetar, ainda que forma indireta, a autonomia da enti-
dade sindical.
Observe julgados do Tribunal Superior do Trabalho sobre o tema:

AÇÃO ANULATÓRIA. (...) ANÁLISE CONJUNTA. CLÁUSULA 8ª - PRESTAÇÃO DE SERVI-


ÇOS À ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA. (...) Trata-se de cláusula que, obje-
tivando subsidiar o custeio da clínica médica e odontológica, para atendimento dos
trabalhadores e de seus dependentes, estabelece contribuição a ser paga diretamente
pelas empresas ao sindicato da categoria profissional. O entendimento majoritário desta
Seção Especializada é o de que, ainda que, a teor do art. 7º, XXVI, da CF, os instrumen-
tos negociais autônomos devam ser respeitados, na medida em que a negociação cole-
tiva é a melhor forma de atender aos interesses de ambos os segmentos, a liberdade
negocial não é absoluta, não se podendo admitir a pactuação de cláusula que, a des-
peito de supostamente estabelecer benefícios aos trabalhadores - no caso a assistên-

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cia médica e odontológica - prevê contribuição a ser paga pelas empresas e repassada
ao sindicato profissional. Entende a SDC que cláusulas desse jaez revelam intervenção
patronal na sustentação econômica do sindicato, de forma direta e indireta, afrontando
o princípio da autonomia sindical, ínsito no art. 8º, III, da Constituição Federal, e contra-
riando as disposições constantes do art. 2º da Convenção n. 98 da OIT. Nesse contexto,
mantém-se a decisão regional que declarou a nulidade da cláusula 8ª - PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS À ASSISTÊNCIA MÉDICA E ODONTOLÓGICA, constante da CCT 2017/2018 fir-
mada pelos réus desta ação. Recursos ordinários conhecidos e não providos (RO-303-
40.2018.5.08.0000, Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Redatora Ministra Dora
Maria da Costa, DEJT 18/09/2019).
(...) 2. NULIDADE DA CLÁUSULA 56 - FUNDO ASSISTENCIAL. O entendimento desta
Seção Especializada é o de que a instituição de cláusula na qual se estabelece a obriga-
ção das empresas ao recolhimento de receita em favor do sindicato profissional, ainda
que a norma tenha, eventualmente, a finalidade de garantir benefícios aos trabalhadores,
ofende o princípio da autonomia sindical, ínsito no art. 8º, III, da Constituição Federal,
e contraria as disposições constantes do 2º da Convenção n. 98 da OIT. Nesse sen-
tido, declara-se a nulidade da cláusula 56 - FUNDO ASSISTENCIAL, constante da CCT
2015/2017. Recurso ordinário conhecido e provido. (RO - 586-34.2016.5.08.0000, Rela-
tora Ministra: Dora Maria da Costa, Data de Julgamento: 19/02/2018, Seção Especiali-
zada em Dissídios Coletivos, Data de Publicação: DEJT 27/02/2018)

2.3. Princípio da Interveniência Sindical na Normatização Coletiva


Esse princípio considera que, em uma negociação coletiva, a entidade sindical represen-
tativa dos trabalhadores possui participação obrigatória. Seu fundamento encontra-se no art.
8º, VI, da Constituição Federal:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
VI – é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;

Muito embora haja menção a “sindicatos”, a norma visa a participação da entidade obreira
e não necessariamente a entidade patronal. De fato, no caso de Convenção Coletiva, ocorre a
participação de ambos os sindicatos:

CLT
Art. 611 Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais
Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de tra-
balho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

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Contudo, existe também o Acordo Coletivo de Trabalho, o qual abrange o sindicato de tra-
balhadores e uma ou mais empresas (sem intervenção do sindicato patronal):

CLT
Art. 611 (...)
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Co-
letivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem con-
dições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de
trabalho.

Ressalte-se que o art. 7º, XXVI, da CF valida tanto a convenção quanto o acordo coletivo:

CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

Ocorre que existe uma situação especial em que pode haver negociação coletiva sem a
participação do sindicato de trabalhadores. É a previsão do art. 617 da CLT que estudaremos
no capítulo sobre convenção e acordos coletivos.

2.4. Princípio da Equivalência dos Seres Coletivos


No Direito Coletivo do Trabalho, o ser coletivo trabalhista possui papel fundamental. Suas
atividades impactam diretamente nas relações laborais e, por consequência, em toda a so-
ciedade/comunidade. Ademais, os seres coletivos podem formalizar norma coletiva, criando
regras para as relações de trabalho e entre si.
São seres coletivos no âmbito trabalhista as entidades sindicais (seja representação
obreira ou patronal) e a empresa.
O princípio parte da premissa de que não há uma hipossuficiência do ser coletivo. Pelo
contrário, existe uma equivalência entre eles. Veja um julgado que menciona o princípio:

RECURSO ORDINÁRIO DO MPT. AÇÃO ANULATÓRIA. (...) TRANSAÇÃO COLETIVA SINDI-


CAL. (...). Não há, pois, indício de afronta ao princípio da equivalência entre os contratantes
coletivos, no caso em análise. Nesse contexto, forçoso reconhecer que a norma coletiva
representou efetiva transação coletiva sindical, com o despojamento bilateral e reci-
procidade entre os sujeitos coletivos envolvidos. (...) (RO-1000351-52.2015.5.02.0000,
Seção Especializada em Dissídios Coletivos, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado,
DEJT 18/05/2018).

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A consequência do reconhecimento desse princípio é a maior amplitude da negociação


coletiva trabalhista. Os seres coletivos podem negociar matérias que não seriam, como regra,
acessíveis a uma negociação individual entre empregado e empregador, porquanto, no Direi-
to Individual do Trabalho, o trabalhador é parte claramente hipossuficiente, o que atrai uma
maior proteção e um nível mais profundo de indisponibilidade de direitos.

2.5. Princípio da Autonomia Privada Coletiva


A negociação coletiva exerce papel fundamental no Direito Coletivo, porquanto permite
aos atores sociais definir as regras que irão reger suas relações laborais. Essa autogestão
facilita a consideração de peculiaridades de diversas relações laborais, bem como a moder-
nização em virtude das novas tecnologias introduzidas, além de possibilitar o incremento da
condição social dos trabalhadores.
A participação dos destinatários da norma ou de seus representantes na elaboração do
conjunto normativo confirma o princípio democrático. O legislador constituinte, visualizando
a importância do tema, reconheceu a validade das convenções e dos acordos coletivos de
trabalho no art. 7º, XXVI; da CF:

CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

Nesse contexto, percebe-se que o Direito Coletivo do Trabalho autoriza uma maior flexibi-
lidade na criação ou revisão, no âmbito privado, de normas impessoais, genéricas e abstratas.
Essa liberdade de negociação foi ampliada com a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17),
conforme se nota no art. 611-A, caput, da CLT, que permitiu que o negociado coletivamente
no âmbito privado prevalecesse sobre a norma heterônoma estatal (produzida por terceiro –
o Estado):

CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quan-
do, entre outros, dispuserem sobre: (...)

Aliás, note que a rega mencionada também tornou o rol de matérias passíveis de negocia-
ção coletiva meramente exemplificativo, reforçando a autonomia dos seres coletivos.

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2.6. Princípio da Lealdade e Transparência na Negociação Coletiva


Na formação e no desenvolvimento das relações estipuladas em norma coletiva, devem
os seres coletivos envolvidos agir com lealdade e transparência. As normas coletivas regerão
efetivamente as relações laborais individuais entre trabalhadores e empregadores, razão pela
qual deve haver boa-fé, ética e respeito nas relações negociais, além de efetiva transparência.
Não pode haver dolo ou buscar fazer a parte contrária incidir em erro no curso das nego-
ciações. As pretensões devem ser claras e expressas, evitando interpretações divergentes,
bem como pretensões ocultas.
Quanto à transparência, ela deve existir não apenas entre os signatários da norma, mas
também em relação aos representados pela entidade sindical signatária. É que a entidade, ao
firmar uma norma coletiva, representa pessoas e deve, em virtude de sua legitimação consti-
tucional, demonstrar completa ligação aos interesses dos representados.
Nesse contexto, compreende-se perfeitamente a razão pela qual não se pode admitir que
uma cláusula normativa permita o custeio de qualquer atividade sindical de trabalhadores
por empresas, porquanto haveria o risco de afetar a própria imagem da entidade junto aos
representados.
Veja uma aplicação prática do princípio:

(…) ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. HOMOLOGAÇÃO. CONTRIBUIÇÃO PATRONAL


EM FAVOR DO SINDICATO PROFISSIONAL. RETRIBUIÇÃO PELA PARTICIPAÇÃO SINDI-
CAL NAS NEGOCIAÇÕES COLETIVAS. LIMITAÇÃO À AUTONOMIA SINDICAL. DESRES-
PEITO AO PRINCÍPIO DA LEALDADE E TRANSPARÊNCIA NA NEGOCIAÇÃO COLETIVA. 1.
O Tribunal Regional de origem homologou cláusula que estipula -doação- da categoria
patronal para o sindicato profissional a título de -participação sindical nas negociações
coletivas-. (...) 3. A cláusula impugnada, na prática, transfere o custeio da atuação sin-
dical da entidade profissional na negociação coletiva para a categoria econômica. Esse
fato, além de atentar contra o princípio da autonomia sindical, põe em dúvida a lisura
do sindicato profissional na efetiva busca de normas coletivas que visem a beneficiar
os trabalhadores por ele representados. Precedentes da SDC. Recurso ordinário conhe-
cido provido. Processo: RO - 3528-60.2010.5.04.0000 Data de Julgamento: 10/10/2011,
Relator Ministro: Walmir Oliveira da Costa, Seção Especializada em Dissídios Coletivos,
Data de Publicação: DEJT 21/10/2011.

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2.7. Princípio da Criatividade Jurídica na Negociação Coletiva


A autonomia privada coletiva permite a criação de normas que não existem na normati-
zação heterônoma estatal (leis, decretos etc.). Trata-se de decorrência lógica da liberdade na
fixação de regras para reger as relações de trabalho.
Podem ser criadas vantagens sociais e econômicas, obrigações, regras procedimen-
tais etc. Assim, por exemplo, podem ser criados direitos como vale-refeição, plano de saú-
de, seguro de vida, estabilidades, descontos salariais, procedimentos de apuração interna na
empresa etc.
Logo, fala-se em criatividade jurídica na negociação coletiva. Veja um julgado do TST:

(...) ACORDO COLETIVO DE TRABALHO. APLICAÇÃO DA CLÁUSULA COLETIVA. CON-


CESSÃO DE VALES-ALIMENTAÇÃO OU REFEIÇÃO E VALES-CESTA AOS EMPREGADOS
AFASTADOS POR ACIDENTE DE TRABALHO. O princípio da criatividade jurídica da nego-
ciação coletiva traduz a noção de que os processos negociais coletivos e seus instru-
mentos - ACT/CCT - têm real poder de criar norma jurídica (com qualidades, prerrogati-
vas e efeitos próprios a estas), em harmonia com a normatividade heterônoma. (...) (Ag-
AIRR-2618-13.2016.5.22.0003, 3ª Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado,
DEJT 16/08/2019).

2.8. Princípio da Adequação Setorial Negociada


Esse princípio impõe limites à autonomia privada coletiva e à criatividade jurídica na ne-
gociação coletiva. Basicamente parte da premissa de que não se pode negociar tudo, haven-
do restrições que devem ser observadas.
A primeira restrição seria a impossibilidade de renúncia pura e simples de direitos traba-
lhistas. A negociação coletiva partiria de uma premissa de que existe uma transação, isto é,
as partes podem afastar determinados direitos em troca de outros. Não se admitira a simples
renúncia sem qualquer contrapartida.
Além disso, ainda na primeira restrição, a transação somente poderia ocorrer em relação
às parcelas de indisponibilidade relativa e não parcelas de indisponibilidade absoluta. Direitos
como salário mínimo e normas de segurança e medicina do trabalho não podem ser afastadas
ou reduzidas, por serem direitos de indisponibilidade absoluta. Por outro lado, normas sobre
jornada e participação nos lucros são perfeitamente possíveis em uma negociação coletiva.
Veja um julgado nesse sentido:

(...) PRINCÍPIO DA ADEQUAÇÃO SETORIAL NEGOCIADA. TURNOS ININTERRUPTOS DE


REVEZAMENTO. ELASTECIMENTO DE JORNADA PARA ALÉM DO LIMITE DE 8 HORAS

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

DIÁRIAS. NULIDADE DA NORMA COLETIVA. SÚMULA 423/TST. (...) Noutro norte, amplas
são as possibilidades de validade e eficácia jurídicas das normas autônomas coletivas
em face das normas heterônomas imperativas, à luz do princípio da adequação seto-
rial negociada. Entretanto, essas possibilidades não são plenas e irrefreáveis, havendo
limites objetivos à criatividade jurídica da negociação coletiva trabalhista. Desse modo,
ela não prevalece se concretizada mediante ato estrito de renúncia ou se concernente
a direitos revestidos de indisponibilidade absoluta (e não indisponibilidade relativa), os
quais não podem ser transacionados nem mesmo por negociação sindical coletiva. (...)
(RR-1454-61.2017.5.11.0010, 3ª Turma, Relator Ministro Mauricio Godinho Delgado,
DEJT 01/07/2019).

Essa primeira restrição sofreu clara atenuação pela reforma trabalhista (Lei 13.467/17), a
qual autorizou a negociação coletiva sem que houvesse qualquer contrapartida, exceto quan-
do se trata de redução salarial ou de jornada, situação excepcional para a qual o legislador
fixou contrapartida específica:

CLT
Art. 611-A (...)
§ 2º A inexistência de expressa indicação de contrapartidas recíprocas em convenção coletiva ou
acordo coletivo de trabalho não ensejará sua nulidade por não caracterizar um vício do negócio
jurídico.
§ 3º Se for pactuada cláusula que reduza o salário ou a jornada, a convenção coletiva ou o acordo
coletivo de trabalho deverão prever a proteção dos empregados contra dispensa imotivada durante
o prazo de vigência do instrumento coletivo.

A segunda restrição considera que o conjunto de direitos negociados por norma coletiva
deve ser superior ao previsto na normatização heterônoma trabalhista (leis, decretos etc.), de
maneira que o patamar social do trabalhador seja valorizado.
Novamente essa restrição foi muito flexibilizada pela reforma trabalhista. Isso porque não
somente pode haver transações sem contrapartida, como também o negociado prevalece
sobre o legislado sem qualquer menção na lei de que o conjunto de direitos negociado deve
ser superior ao patamar legal:

CLT
Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei quan-
do, entre outros, dispuserem sobre: (...)

Na realidade, o legislador reformista limitou as hipóteses em relação às quais não pode


haver transação:

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CLT
Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de trabalho, ex-
clusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (...)

Além disso, o legislador reformista acrescentou uma restrição ao exame das normas co-
letivas pela Justiça do Trabalho:

CLT
Art. 8º (...)
§ 3º No exame de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho, a Justiça do Trabalho ana-
lisará exclusivamente a conformidade dos elementos essenciais do negócio jurídico, respeitado o
disposto no art. 104 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil), e balizará sua atuação
pelo princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva.

É evidente que somente o tempo permitirá a consolidação da jurisprudência sobre o tema,


bem como a forma como o Tribunal Superior do Trabalho irá examinar a situação, sobretudo
em relação a esse “princípio da intervenção mínima na autonomia da vontade coletiva”.

2.9. Princípio da Unicidade Sindical


Por esse princípio, não se pode criar, em relação a uma categoria, mais de uma entidade
sindical na mesma base territorial. Trata-se de matriz adotada pelo legislador constituinte no
art. 8º, II:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
II – é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa de
categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos trabalha-
dores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um Município;

O princípio da unicidade sindical é considerado o principal limitador do princípio da liber-


dade sindical, porquanto não admite a criação de vários sindicatos da mesma categoria na
mesma base territorial. O STF reconheceu essa limitação:

AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA PROPOSTA PELO MINIS-


TÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO. RECLAMAÇÃO AJUIZADA NO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO REGIMENTAL DE DECISÃO DE RELATOR. ARTIGO
8º, INCISOS I, II E III, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE DO SIN-
DICATO PARA ATUAR PERANTE A SUPREMA CORTE. AUSÊNCIA DE REGISTRO SINDICAL
NO MINISTÉRIO DO TRABALHO E EMPREGO. NECESSIDADE DE OBSERVÂNCIA DO POS-
TULADO DA UNICIDADE SINDICAL. LIBERDADE E UNICIDADE SINDICAL. (...) 3. O postu-
lado da unicidade sindical, devidamente previsto no art. 8º, II, da Constituição Federal,
é a mais importante das limitações constitucionais à liberdade sindical. (...) (Rcl 4990
AgR, Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 04/03/2009, PUBLIC
27-03-2009)

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E o órgão responsável por fiscalizar a unicidade sindical era inicialmente o Ministério do


Trabalho. Passou a ser o Ministério da Economia com a extinção do Ministério do Trabalho em
2019, mas o Ministério do Trabalho voltou a ser recriado pela Medida Provisória 1.058/2021:

Art. 2º Fica criado o Ministério do Trabalho e Previdência.

Assim, o registro sindical é matéria atualmente do Ministério do Trabalho:

Lei n. 13.844/2019
Art. 48-A. Constituem áreas de competência do Ministério do Trabalho e Previdência: (Incluído pela
Medida Provisória n. 1.058, de 2021)
X - registro sindical. (Incluído pela Medida Provisória n. 1.058, de 2021)

A exigência de registro prevista no art. 8º, I, da CF serve para permitir o respeito à unicida-
de sindical:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
I – a lei não poderá exigir autorização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o regis-
tro no órgão competente, vedadas ao Poder Público a interferência e a intervenção na organização
sindical;

3. Convenções 87 e 141 da OIT


A Organização Internacional do Trabalho emitiu uma declaração sobre princípios e direi-
tos fundamentais, indicando que um membro da OIT deve respeitar e tornar realidade os prin-
cípios relativos a direitos fundamentais que sejam objeto dessas convenções quando tratar
de temas específicos, dentre os quais se encontra a liberdade sindical:

2. Declara que todos os Membros, ainda que não tenham ratificado as convenções aludi-
das, têm um compromisso derivado do fato de pertencer à Organização de respeitar, pro-
mover e tornar realidade, de boa fé e de conformidade com a Constituição, os princípios
relativos aos direitos fundamentais que são objeto dessas convenções, isto é:
a) a liberdade sindical e o reconhecimento efetivo do direito de negociação coletiva;
b) a eliminação de todas as formas de trabalho forçado ou obrigatório;
c) a abolição efetiva do trabalho infantil; e
d) a eliminação da discriminação em matéria de emprego e ocupação.

O ordenamento constitucional brasileiro promove a liberdade sindical, o que atende à de-


claração, mas isso não significa que essa liberdade seja absoluta. E são justamente esses

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limites que impedem o Brasil de ratificar a Convenção 87 da OIT, muito embora seja uma das
convenções mais relevantes da entidade internacional.
O art. 2º da Convenção assegura a liberdade sindical tanto no plano coletivo de criação
das entidades como no plano individual de filiação:

Art. 2. Os trabalhadores e os empregadores, sem distinção de qualquer espécie, terão direito de


constituir, sem autorização prévia, organizações de sua escolha, bem como o direito de se filiar a
essas organizações, sob a única condição de se conformar com os estatutos das mesmas.

Essa regra está de acordo com o ordenamento brasileiro (art. 8º, I, da CF).
O art. 3º da Convenção garante a autonomia sindical:

Art. 3
1. As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de elaborar seus estatutos
e regulamentos administrativos, de eleger livremente seus representantes, de organizar a gestão e
a atividade dos mesmos e de formular seu programa de ação.
2. As autoridades públicas deverão abster-se de qualquer intervenção que possa limitar esse direi-
to ou entravar o seu exercício legal.

Diante dessa liberdade, a convenção pretendeu libertar as pessoas de qualquer restrição


que pudesse ser imposta para o exercício desses direitos. Observe o disposto no art. 7º e o
art. 8º, item 2:

Art. 7. A aquisição de personalidade jurídica por parte das organizações de trabalhadores e de em-
pregadores, suas federações e confederações, não poderá estar sujeita a condições de natureza a
restringir a aplicação das disposições dos arts. 2, 3 e 4 acima.
Art. 8.
2. A legislação nacional não deverá prejudicar nem ser aplicada de modo a prejudicar as garantias
previstas pela presente Convenção.

Nesse contexto, a convenção defende a pluralidade sindical, tornando possível a criação


de mais de uma entidade representativa da categoria na mesma base territorial, o que se con-
trapõe frontalmente com o princípio da unicidade sindical previsto no art. 8º, II, da CF.
Além disso, surge um outro problema. No Brasil, o legislador constituinte assegurou o
direito do aposentado de votar e de ser votado. Ocorre que, de acordo com a autonomia plena
prevista na Convenção, poderia ocorrer de o estatuto não autorizar a eleição de um aposen-
tado, situação que não pode existir no Brasil. Veja o art. 8º, VII, da CF:

CF
Art. 8º É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:
VII – o aposentado filiado tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais;

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Registre-se, para fins de estudo, que o art. 4º da Convenção assegura que as entidades
sindicais não podem ser dissolvidas ou suspensas pela via administrativa:

Art. 4. As organizações de trabalhadores e de empregadores não estarão sujeitas à dissolução ou


à suspensão por via administrativa.

Essa lógica também pode ser vista no art. 5º, XIX, da CF:

CF
Art. 5º (...)
XIX – as associações só poderão ser compulsoriamente dissolvidas ou ter suas atividades sus-
pensas por decisão judicial, exigindo-se, no primeiro caso, o trânsito em julgado;

Por último, o art. 5º da Convenção permite a criação de federações e confederações:

Art. 5. As organizações de trabalhadores e de empregadores terão o direito de constituir federações


e confederações, bem como o de filiar-se às mesmas, e toda organização, federação ou confedera-
ção terá o direito de filiar-se às organizações internacionais de trabalhadores e de empregadores.

Essa possibilidade também existe no ordenamento brasileiro, como se nota no art.


533 da CLT:

CLT
Art. 533. Constituem associações sindicais de grau superior as federações e confederações orga-
nizadas nos termos desta Lei.

Como conclusão, constata-se que o Brasil não pode ratificar a Convenção 87 da OIT dian-
te sobretudo do princípio da unicidade sindical.
Por outro lado, o Brasil ratificou a Convenção 141 da OIT que trata das organizações de
trabalhadores rurais e estabelece o direito de livre sindicalização:

Convenção 141 da OIT (Decreto 10.088/19)


Artigo 3
1. Todas as categorias de trabalhadores rurais, tanto de assalariados como de pessoas que traba-
lhem por conta própria, deverão ter o direito de constituir, sem autorização prévia, organizações de
sua própria escolha, assim como o de se afiliar a essas organizações, com a única condição de se
sujeitarem aos estatutos das mesmas.
2. Os princípios da liberdade sindical deverão ser respeitados plenamente; as organizações de tra-
balhadores rurais deverão ser independentes e de caráter voluntário e não deverão ser submetidas
a qualquer ingerência, coação ou medida repressiva.
(...)

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Claro que o princípio da unicidade sindical previsto na Constituição Federal deve ser res-
peitado. E qual seria o conceito de trabalhadores rurais para a OIT para fins de aplicação dessa
Convenção? O art. 2 da Convenção 141 da OIT esclarece:

Convenção 141 da OIT (Decreto 10.088/19)


Artigo 2
1. Para fins da presente Convenção, o termo “trabalhadores rurais” significa quaisquer pessoas que
se dediquem em aéreas rurais, as atividades agrícolas, artesanais ou outras conexas ou asseme-
lhadas, quer como assalariados, quer como observância do disposto no parágrafo 2 do presente
artigo, como pessoas que trabalhem por conta própria, tais como parceiros-cessionários, meeiros
e pequenos proprietários residentes.
2. A presente Convenção aplica-se somente aos parceiros-cessionários, meeiros ou pequenos
proprietários residentes, cuja principal fonte de renda seja a agricultura e que trabalhem eles pró-
prios a terra, com ajuda apenas da família ou, ocasionalmente, de terceiros, e que:
a) não empreguem mão de obra permanentemente, ou
b) não empreguem mão de obra sazonal numerosa, ou
c) não tenham suas terras cultivadas por meeiros ou parceiros-cessionários.

4. Formas de Solução de Conflitos Trabalhistas


4.1. Autocomposição
A autocomposição refere-se à solução de conflito atingida pelas próprias partes, de co-
mum acordo. É uma forma direta de solução de conflitos.
São espécies:
• negociação coletiva

Os seres coletivos [empresa(s), sindicato de empresas/empresa(s) e sindicatos de traba-


lhadores] podem chegar a um consenso para pacificar os conflitos. Ressalte-se que os acor-
dos coletivos de trabalho e as convenções coletivas de trabalho são reconhecidas inclusive
no âmbito constitucional, mais especificamente no art. 7º, XXVI, da CF:

CF
Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XXVI – reconhecimento das convenções e acordos coletivos de trabalho;

O Acordo Coletivo de Trabalho é um instrumento escrito em que sindicato de trabalha-


dores e uma ou mais empresas estabelecem cláusulas que criam, modificam ou eliminam
vantagens, obrigações e condições de trabalho no que tange a empregados daquela(s) em-
presa(s). Veja o disposto no art. 611, § 1º, da CLT:

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CLT
Art. 611 (...)
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar Acordos Co-
letivos com uma ou mais empresas da correspondente categoria econômica, que estipulem con-
dições de trabalho, aplicáveis no âmbito da empresa ou das acordantes respectivas relações de
trabalho.

A Convenção Coletiva de Trabalho cuida de instrumento com a finalidade de criar, mo-


dificar ou extinguir vantagens, obrigações ou condições de trabalho, mas é assinada entre
sindicatos de empresas e sindicatos de trabalhadores. O regramento vale para as empresas
representadas pelo sindicato da categoria econômica e para os empregados representados
pelo sindicato obreiro.
Observe o art. 611, caput, da CLT:

CLT
Art. 611. Convenção Coletiva de Trabalho é o acordo de caráter normativo, pelo qual dois ou mais
Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais estipulam condições de tra-
balho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às relações individuais de trabalho.

Ressalte-se que as Convenções Coletivas 98 e 154 da OIT, ambas ratificadas pelo Brasil,
incentivam a negociação coletiva como forma de solução de conflitos coletivos. Veja o art. 5º
da Convenção 154 e o art. 4º da Convenção 98 da OIT:

Convenção 141 da OIT (Decreto 10.088/19)


Artigo 5
1. Deverão ser adotadas medidas adequadas às condições nacionais no estímulo à negociação
coletiva.
2. As medidas a que se refere o parágrafo 1 deste artigo devem prover que:
a) a negociação coletiva seja possibilitada a todos os empregadores e a todas as categorias de
trabalhadores dos ramos de atividade a que se aplique a presente Convenção;
b) a negociação coletiva seja progressivamente estendida a todas as matérias a que se referem os
anexos “a”, “b” e “c” do artigo 2 da presente Convenção;
c) seja estimulado o estabelecimento de normas de procedimentos acordadas entre as organiza-
ções de empregadores e as organizações de trabalhadores;
d) a negociação coletiva não seja impedida devido à inexistência ou ao caráter impróprio de tais
normas;
e) os órgãos e os procedimentos de resolução dos conflitos trabalhistas sejam concedidos de tal
maneira que possam contribuir para o estímulo à negociação coletiva.
Convenção 98 da OIT (Decreto 10.088/19)
Artigo 4º
Deverão ser tomadas, se necessário for, medidas apropriadas às condições nacionais, para fomen-
tar e promover o pleno desenvolvimento e utilização dos meios de negociação voluntária entre em-

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pregadores ou organizações de empregadores e organizações de trabalhadores com o objetivo de


regular, por meio de convenções, os termos e condições de emprego.

4.2. Heterocomposição
A heterocomposição envolve a solução de conflito por um terceiro. As partes não conse-
guem, sem a atuação de terceiro, resolver a questão. Nesse caso, a situação será resolvida
por um terceiro que normalmente decide a controvérsia. As principais formas são a jurisdição
e a arbitragem. Leia:

• Jurisdição:

A jurisdição cuida de função do Estado através da qual o Estado substitui, em um proces-


so, os interessados em solucionar um conflito. A função jurisdicional insere-se no exercício
do Poder soberano do Estado.
A função típica jurisdicional é atribuída ao Poder Judiciário. Aliás, o art. 5º, XXXV, da CF
estabelece:

CF
Art. 5º (...)
XXXV – a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;

A jurisdição que resolve conflitos coletivos pode ocorrer através do dissídio coletivo. No
entanto, existem outras ações que resolvem tais conflitos, como a ação anulatória de norma
coletiva, a ação civil pública e a ação de cumprimento. São ações que possuem finalidades e
pressupostos diferentes, sendo que serão estudadas nos capítulos apropriados.
• Arbitragem:

A arbitragem ocorre quando um terceiro (que não é o Estado) é aceito pelas partes como
apto a decidir um conflito. A arbitragem sempre foi aceita nos conflitos coletivos de trabalho.
A própria Constituição Federal estabelece:

CF
Art. 114 (...)
§ 1º Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.

Assim, quando um sindicato de trabalhadores e um sindicato de empresas ou quando


um sindicato de trabalhadores e uma ou mais empresas não conseguem atingir uma solução
pacífica autocompositiva para seus conflitos, podem buscar a solução (decisão) vinda de
um árbitro.

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A lei que rege a arbitragem no Brasil é a Lei 9.307/96, a qual prevê a possibilidade da ins-
tituição de arbitragem por duas vias, quais sejam a cláusula compromissória e o compromis-
so arbitral:

Lei 9.307/96
Art. 3º As partes interessadas podem submeter a solução de seus litígios ao juízo arbitral mediante
convenção de arbitragem, assim entendida a cláusula compromissória e o compromisso arbitral.

Na cláusula compromissória, a avença é realizada no sentido de que futuro conflito será


resolvido por um árbitro. Assim, ainda não houve o conflito:

Lei 9.307/96
Art. 4º A cláusula compromissória é a convenção através da qual as partes em um contrato com-
prometem-se a submeter à arbitragem os litígios que possam vir a surgir, relativamente a tal con-
trato.
§ 1º A cláusula compromissória deve ser estipulada por escrito, podendo estar inserta no próprio
contrato ou em documento apartado que a ele se refira.

No compromisso arbitral, o conflito surge e somente depois se acorda submeter a deman-


da a um árbitro. Transpondo para outras palavras, podem também as partes decidir submeter
o conflito à arbitragem após o surgimento do problema:

Lei 9.307/96
Art. 9º O compromisso arbitral é a convenção através da qual as partes submetem um litígio à
arbitragem de uma ou mais pessoas, podendo ser judicial ou extrajudicial.
§ 1º O compromisso arbitral judicial celebrar-se-á por termo nos autos, perante o juízo ou tribunal,
onde tem curso a demanda.
§ 2º O compromisso arbitral extrajudicial será celebrado por escrito particular, assinado por duas
testemunhas, ou por instrumento público.

Assim, no Direito Coletivo do Trabalho, as partes (seres) coletivas podem estabelecer a


submissão à arbitragem antes do conflito surgir (mediante a fixação em cláusula por escrito
- cláusula compromissória). Isso ocorre sobretudo quando se fixa essa cláusula na norma
coletiva (convenção ou acordo coletivo de trabalho).
E quem pode ser árbitro? O art. 13 da Lei 9.307/96 aponta:

Lei 9.307/96
Art. 13. Pode ser árbitro qualquer pessoa capaz e que tenha a confiança das partes.

O membro do Ministério Público do Trabalho pode ser escolhido como árbitro:

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LC 75/93
Art. 83. Compete ao Ministério Público do Trabalho o exercício das seguintes atribuições junto aos
órgãos da Justiça do Trabalho:
XI – atuar como árbitro, se assim for solicitado pelas partes, nos dissídios de competência da Jus-
tiça do Trabalho;

No campo individual, a arbitragem sempre teve muita resistência no Direito Individual do


Trabalho, mas o legislador reformista (Lei 13.467/17) acabou admitindo essa forma no art.
507-A da CLT.

• Mediação e conciliação:

Quando um terceiro promove uma aproximação das partes de forma a facilitar um acordo,
considera-se que seria uma forma de heterocomposição, ainda que o terceiro não tenha de-
cidido a controvérsia (não tenha imposto uma solução). A participação do terceiro, contudo, é
essencial para esse consenso e, sem o mesmo, as partes não chegariam a um ponto comum.
A mediação e a conciliação envolvem essa ideia. No entanto, o que seria a mediação e
a conciliação? O art. 1º da Resolução 174/16 do Conselho Superior da Justiça do Traba-
lho explica:

Resolução 174/2016 do Conselho Superior da Justiça do Trabalho


Art. 1º. Para os fins desta resolução considera-se:
I – “Conciliação” é o meio adequado de resolução de disputas em que as partes confiam a uma
terceira pessoa – magistrado ou servidor público por aquele sempre supervisionado –, a função
de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já está
instaurada, com a criação ou proposta de opções para composição do litígio;
II – “Mediação” é o meio adequado de resolução de disputas em que as partes confiam a uma
terceira pessoa – magistrado ou servidor público por aquele sempre supervisionado –, a função
de aproximá-las, empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a lide já está
instaurada, sem a criação ou proposta de opções para composição do litígio;

A diferença básica está no fato de que, na mediação, o terceiro não faz propostas, ao pas-
so que, na conciliação, o terceiro faz propostas de acordo.
Interessante notar que existe um procedimento de mediação pré-processual em sede de
conflitos coletivos no Tribunal Superior do Trabalho. Leia alguns dispositivos:

Ato n. 168/16 do TST


Art. 1º Fica instituído por meio do presente ato o procedimento de mediação e conciliação pré-pro-
cessual em dissídios coletivos, a ser conduzido e processado no âmbito da Vice-Presidência do
Tribunal Superior do Trabalho.

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Art. 2º Podem ser submetidos ao procedimento de mediação e conciliação pré-processual as re-


lações jurídicas passíveis de submissão a dissídio coletivo de natureza econômica, jurídica ou de
greve.
Art. 3º A mediação e conciliação pré-processual pode ser requerida por iniciativa de qualquer das
partes potenciais de dissídios coletivos.
Art. 5º Recebido o pedido de mediação e conciliação pré-processual, a Vice-Presidência do Tribu-
nal poderá designar audiência e encaminhar o feito à Secretaria-Geral Judiciária, que providenciará
a notificação das partes acerca do dia, hora e local da audiência de mediação, conforme pauta
previamente estabelecida.
§ 1º As audiências de conciliação serão realizadas na sede do Tribunal Superior do Trabalho, sob
a condução do Ministro Vice-Presidente do Tribunal.
§ 2º Serão resumidos em ata os trâmites da audiência, bem como os acordos ou propostas de
acordos.
§ 3º O Ministro Vice-Presidente do Tribunal poderá convidar o Procurador-Geral do Trabalho para
participar da audiência a que se refere o caput.

Logo, por exemplo, quando existe um acordo na Justiça, no procedimento de mediação


pré-processual, em que o Vice-Presidente aproxima as partes, ocorre uma mediação.

4.3. Autotutela
Alguns doutrinadores apontam a autotutela coletiva como meio de solução de conflitos
coletivos. Autotutela seria adoção, pelos atores sociais coletivos, de meios práticos de impo-
sição de sua vontade ao outro ser coletivo. Seria o caso da greve (pelos trabalhadores) e do
locaute (lockout – pelos empregadores).
Essas modalidades, na verdade, atualmente são consideradas mais meios de pressão do
que formas de solução de conflito. A greve busca uma futura negociação coletiva ou mesmo
uma eventual decisão da Justiça em dissídio coletivo. O locaute é vedado no ordenamento
brasileiro. Estas matérias serão analisadas no capítulo sobre greve.

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

RESUMO
Foco Linha mestra

1- Direito Coletivo do Trabalho é o conjunto de princípios e regras que


regem as relações coletivas de trabalho entre grupos de trabalhadores
Generalidades e empregador(es) e que permitem a solução de conflitos coletivos.
2- O Direito Coletivo possui diversas funções: tutelar, coordenadora,
modernizante (progressista), econômica e conservadora.

1- O princípio da liberdade sindical deve ser interpretado de forma


ampla, tanto no campo coletivo como no plano individual. Ele comporta
Princípio da
duas dimensões: a positiva e a negativa.
liberdade
2- Na dimensão positiva, existe liberdade de criação do sindicato, bem
associativa e
como a liberdade de cada indivíduo se filiar (se associar) ao sindicato.
sindical
3- Na dimensão negativa, a premissa de que a pessoa possui direito de
se desfiliar do sindicato, bem como de nunca se filiar se assim desejar.

1- A entidade sindical possui para se organizar e defender seus


Princípio da interesses, desde que não violem matrizes constitucionais. Restam
autonomia vedadas a interferência e a intervenção estatal.
sindical 2- Essa autonomia é expressa em diversos campos: organizacional,
política, de atuação etc.

Princípio da
interveniência 1- Em uma negociação coletiva, a entidade sindical representativa dos
sindical trabalhadores possui participação obrigatória.
obrigatória

Princípio da 1- São seres coletivos no âmbito trabalhista as entidades sindicais (seja


equivalência representação obreira ou patronal) e a empresa.
dos seres 2- O princípio parte da premissa de que não há uma hipossuficiência
coletivos do ser coletivo. Pelo contrário, existe uma equivalência entre eles.

3- A consequência do reconhecimento desse princípio é a maior


amplitude da negociação coletiva trabalhista.

1- A negociação coletiva exerce papel fundamental no Direito Coletivo,


porquanto permite aos atores sociais definir as regras que irão reger
suas relações laborais.
Princípio da 2- Essa autogestão facilita a consideração de peculiaridades de
autonomia diversas relações laborais, bem como a modernização em virtude das
privada novas tecnologias introduzidas, além de possibilitar o incremento da
coletiva condição social dos trabalhadores.
3- A participação dos destinatários da norma ou de seus
representantes na elaboração do conjunto normativo confirma o
princípio democrático.

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

Foco Linha mestra

1- As normas coletivas regerão efetivamente as relações laborais


individuais entre trabalhadores e empregadores, razão pela qual deve
haver boa-fé, ética e respeito nas relações negociais, além de efetiva
Princípio da transparência.
lealdade e 2- Não pode haver dolo ou buscar fazer a parte contrária incidir em
transparência erro no curso das negociações. As pretensões devem ser claras e
na negociação expressas, evitando interpretações divergentes, bem como pretensões
coletiva ocultas.
3- Quanto à transparência, ela deve existir não apenas entre os
signatários da norma, mas também em relação aos representados pela
entidade sindical signatária.

Princípio da
1- A autonomia privada coletiva permite a criação de normas que não
criatividade
existem na normatização heterônoma estatal (leis, decretos etc.).
jurídica na
2- Podem ser criadas vantagens sociais e econômicas, obrigações,
negociação
regras procedimentais etc.
coletiva

1- A primeira restrição seria a impossibilidade de renúncia pura e


simples de direitos trabalhistas. Além disso, a transação somente
poderia ocorrer em relação às parcelas de indisponibilidade relativa e
não parcelas de indisponibilidade absoluta.
2- A segunda restrição considera que o conjunto de direitos
Princípio da negociados por norma coletiva deve ser superior ao previsto na
adequação normatização heterônoma trabalhista.
setorial 3- A reforma trabalhista (Lei 13.467/17), flexibilizou as restrições:
negociada a) autorizou a negociação coletiva sem que houvesse qualquer
contrapartida, exceto quando se trata de redução salarial ou
de jornada, situação excepcional para a qual o legislador fixou
contrapartida específica; b) o negociado prevalece sobre o legislado
sem qualquer menção na lei de que o conjunto de direitos negociado
deve ser superior ao patamar legal.

Princípio da 1- Não se pode criar, em relação a uma categoria, mais de uma


unicidade entidade sindical na mesma base territorial.
sindical 2- É um princípio limitador do princípio da liberdade sindical.

1- Trata de liberdade sindical.


Convenção 87 2- O Brasil não ratificou a Convenção sobretudo em virtude da adoção
da OIT do princípio da unicidade sindical pela Constituição Brasileira, que seria
incompatível com os termos da norma internacional.

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Foco Linha mestra

1- A autocomposição refere-se à solução de conflito atingida pelas


próprias partes, de comum acordo. É uma forma direta de solução de
conflitos.
2- O Acordo Coletivo de Trabalho é um instrumento escrito onde
sindicato de trabalhadores e uma ou mais empresas estabelecem
cláusulas que criam, modificam ou eliminam vantagens, obrigações
e condições de trabalho no que tange a empregados daquela(s)
empresa(s).
3- A Convenção Coletiva de Trabalho cuida de instrumento com a
finalidade de criar, modificar ou extinguir vantagens, obrigações ou
condições de trabalho, mas é assinada entre sindicatos de empresas e
sindicatos de trabalhadores, valendo para as empresas representadas
pelo sindicato da categoria econômica e para os empregados
representados pelo sindicato obreiro.
4- A heterocomposição envolve a solução de conflito por um terceiro.
Formas de As partes não conseguem, por si só, resolver a questão. Nesse caso,
solução de a situação será resolvida por um terceiro que normalmente decide a
conflitos controvérsia.
coletivos 5- A jurisdição cuida de função do Estado através da qual o Estado
substitui, em um processo, os interessados em solucionar um conflito.
A função típica jurisdicional é atribuída ao Poder Judiciário.
6- A arbitragem ocorre quando um terceiro (que não é o Estado) é
aceito pelas partes como apto a decidir um conflito. A arbitragem
sempre foi aceita nos conflitos coletivos de trabalho.
7- Conciliação é o meio alternativo de resolução de disputas em que
as partes confiam a uma terceira pessoa a função de aproximá-las,
empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a
lide já está instaurada, com a criação ou proposta de opções para
composição do litígio;
8- Mediação é o meio alternativo de resolução de disputas em que
as partes confiam a uma terceira pessoa a função de aproximá-las,
empoderá-las e orientá-las na construção de um acordo quando a
lide já está instaurada, sem a criação ou proposta de opções para
composição do litígio.

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QUESTÕES DE CONCURSO
As questões sobre a parte inicial de direito coletivo do trabalho podem envolver princípios
específicos e formas de solução de conflitos coletivos.
Você deve ter em mente que, se um exercício envolver diversos itens com matérias di-
ferentes, apenas os itens relacionados à matéria desta aula foram escolhidos para exame.
Assim, se você verificar que a questão possui menos itens, isso ocorre porque os itens supri-
midos não se relacionam à matéria dessa aula. Logo, apenas os itens sobre a matéria desta
aula foram examinados e os gabaritos adaptados para o exame destes itens.
Vamos aos estudos.

001. (TRT 3R/TRT - 3ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2007) São mecanismos para solução


dos conflitos coletivos de trabalho, exceto:
a) o dissídio coletivo.
b) a convenção coletiva de trabalho.
c) a mediação.
d) a arbitragem.
e) a comissão de conciliação prévia.

A comissão de conciliação prévia destina–se à solução de conflitos individuais do trabalho,


conforme se constata no art. 625-A da CLT. Não se presta para conflitos coletivos do trabalho.
Todas as demais hipóteses permitem a solução de conflitos coletivos.
Letra e.

002. (MPT/MPT/PROCURADOR/2008/ADAPTADA) Assinale a alternativa INCORRETA.


a) o princípio da liberdade sindical, tal como consagrado na Convenção n. 87 da OIT, é aplica-
do integralmente ao ordenamento jurídico doméstico;
b) a estrutura sindical brasileira conjuga os princípios da unicidade, da autonomia e liberdade
sindicais;
c) o princípio da unicidade sindical não impede o desmembramento de sindicato, ainda que
na mesma base territorial, desde que o novo sindicato constituído não tenha representativi-
dade em área inferior à de um município;
e) não respondida.

a) Errado. O Brasil não ratificou a Convenção 87 da Organização Internacional do Trabalho.


b) Certo. A unicidade sindical está consagrada no art. 8º, II, da CF. A liberdade sindical pode
ser vista nos arts. 8º, I e V, e 5º, XVII, da CF. A autonomia sindical pode ser observada no art.
8º, I, da CF.

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
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c) Certo. A unicidade não impede o desmembramento da categoria, com a criação de catego-
rias mais específicas, ou mesmo o mero desmembramento territorial. De toda forma, o princí-
pio da unicidade será respeitado uma vez que não haverá na mesma base territorial mais de
um sindicato representativo da categoria.
Letra a.

003. (FCC/TRT - 3ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - EXECUÇÃO DE MAN-


DADOS/2009) O sistema sindical brasileiro, a partir da Constituição da República de 1.988,
identifica-se pelos princípios da
a) unicidade, da simplicidade e da liberdade.
b) unicidade, da liberdade e da livre associação.
c) livre associação, da pluralidade e da unicidade.
d) liberdade, da livre associação e da pluralidade.
e) unicidade, da livre associação e da pluralidade.

A unicidade sindical está consagrada no art. 8º, II, da CF. A liberdade sindical e a liberdade de
associação pode ser vista nos arts. 8º, I e V, e 5º, XVII, da CF.
Letra b.

004. (TRT 21R/TRT - 21ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2010) Um dos grandes desafios do


Direito Coletivo do Trabalho é o de fixar parâmetros para se examinar a harmonização das
normas coletivas autônomas com aquelas oriundas da legislação trabalhista estatal. Por
esse princípio, as normas coletivas firmadas pelos atores sociais de um dado segmento eco-
nômico podem prevalecer sobre a norma estatal, desde que ofereçam aos seus trabalhadores
um conjunto de normas específicas superiores ao padrão geral decorrente da legislação tra-
balhista, bem como transacionem apenas parcelas trabalhistas de indisponibilidade relativa.
Trata-se, portanto:
a) do princípio da prevalência do negociado sobre o legislado;
b) princípio da adequação setorial negociada;
c) princípio da flexibilização mitigada;
d) princípio do não retrocesso social;
e) princípio da supremacia relativa da norma coletiva.

Essa é a ideia inerente ao princípio da adequação setorial negociada.


Letra b.

005. (TRT 2R/TRT - 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2010) Para o Direito Coletivo do Trabalho


são consideradas formas de heterocomposição dos conflitos coletivos:

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

a) A mediação, a convenção coletiva e o dissídio coletivo.


b) A convenção coletiva, o acordo coletivo e o dissídio coletivo.
c) A arbitragem, a mediação e a convenção coletiva.
d) A mediação, a arbitragem e o dissídio coletivo.
e) A arbitragem, o dissídio coletivo e o acordo coletivo.

A Convenção coletiva e o acordo coletivo são formas autocompositivas de solução de confli-


tos. A sentença normativa presente em um dissídio coletivo, a arbitragem e a mediação são
formas heterocompositivas.
Letra d.

006. (TRT 2R/TRT - 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2010) São considerados princípios espe-


cíficos de Direito Coletivo do Trabalho, exceto:
a) Princípio da liberdade de associação.
b) Princípio da autonomia sindical.
c) Princípio do desnível dos contratantes coletivos.
d) Princípio da interveniência sindical na negociação coletiva.
e) Princípio da lealdade e transparência da negociação coletiva.

Esse princípio não existe no Direito Coletivo do Trabalho. Pelo contrário, há o princípio da
equivalência dos seres coletivos.
Letra c.

007. (TRT 23R/TRT - 23ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2011/ADAPTADA) Quan-


to à liberdade sindical e outros princípios atinentes ao direito coletivo do trabalho, assinale
qual dos itens corresponde a uma afirmativa FALSA:
a) A Convenção n. 87 da OIT, que trata sobre liberdade sindical, não foi ratificada pelo Brasil,
o que não traz maiores repercussões já que referida norma não foi reconhecida por aquele
Organismo como uma de suas convenções fundamentais.
c) Pelo princípio da adequação setorial negociada, as normas autônomas juscoletivas podem
prevalecer sobre o padrão geral heterônomo desde que implementem um padrão setorial de
direitos superior ao padrão geral oriundo da legislação heterônoma ou quando transacionem
setorialmente parcelas justrabalhistas de indisponibilidade apenas relativa (e não absoluta,
que são aquelas parcelas imantadas por uma tutela de interesse público, por constituírem um
patamar civilizatório minimo).
d) De acordo com o princípio da interveniência sindical na normatização coletiva, a validade
do processo negocial coletivo submete-se necessariamente à intervenção do ente sindical da
categoria profissional.
e) No Brasil vigora o princípio da unicidade sindical.

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a) Errado. A convenção 87 da OIT, por tratar de liberdade sindical, é uma das convenções fun-
damentais da OIT.
c) Certo. Essa é a lógica do princípio da adequação setorial negociada.
d) Certo. Essa é a lógica do princípio da interveniência sindical previsto no art. 8º, VI, da cons-
trição Federal
e) Certo. Vigora do Brasil o princípio da unicidade sindical na forma do art. 8º, II, da constrição
Federal.
Letra a.

008. (CESPE/DPE-MA/DEFENSOR PÚBLICO/2011/ADAPTADA) Considerando o direito coleti-


vo do trabalho, segmento do direito do trabalho que regula a organização sindical, a negocia-
ção coletiva e os instrumentos normativos dela decorrentes, a representação dos trabalhado-
res na empresa e a greve, assinale a opção correta.
c) Em atuação ao princípio da liberdade sindical, a legislação brasileira não estipula limite
para a criação de sindicato de representação de trabalhadores, sendo possível a criação de
tantos sindicatos quanto se deseje criar, bastando que haja o registro da entidade no órgão
competente.

O princípio da unicidade sindical (art. 8º, II, da CF) veda a criação de mais de um sindicato na
mesma base territorial.
Errado.

009. (ESPP/TRT - 9ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2012) Visando a fomentar maior participa-


ção no sindicato, o acordo coletivo de trabalho estabelece que a empresa dará preferência à
contratação de trabalhadores sindicalizados.
Assinale a alternativa correta:
a) A cláusula é válida, eis que um dos objetivos trazidos com a emenda constitucional n. 45
foi o incentivo a sindicalização.
b) A cláusula é nula, eis que ninguém é obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.
c) A cláusula é nula, pois sua adoção seria passível de ajuste apenas em convenção coletiva
de trabalho, dando condições de igualdade a todos os empregadores do setor.
d) A cláusula é válida, desde que seja aprovada pela maioria absoluta dos presentes na as-
sembleia da categoria.
e) A cláusula é válida, pois a Constituição da República reconhece a validade de convenções
e acordos coletivos de trabalho.

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A cláusula é nula, porquanto a preferência para a contratação de sindicalizados viola a liber-


dade sindical na sua dimensão negativa.
Letra b.

010. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2013) Leia e analise os itens abaixo:


I – A adequação setorial negociada faz prevalecer as normas coletivas sobre as estatais em
relação a direitos de indisponibilidade absoluta, quando estiver promovendo transação, e não
renúncia a direitos.
II – A liberdade de associação sindical compreende uma dimensão positiva, ligada à livre vin-
culação ao sindicato, e uma negativa, ligada à prerrogativa de livre desfiliação, pela liberdade
para manter-se associado, ambas com expressa previsão constitucional.
III – O princípio da isonomia fundamenta o direito de sindicalização dos servidores públicos,
nas mesmas condições asseguradas aos trabalhadores do setor privado, sendo injustificadas
quaisquer restrições.
Marque a alternativa CORRETA:
a) todas as assertivas estão corretas;
b) apenas as assertivas II e III estão corretas;
c) apenas as assertivas I e III estão corretas;
d) apenas a assertiva II está correta;
e) não respondida.

I – Errado. Segundo o princípio, não se pode negociar parcelas de indisponibilidade absoluta.


II – Certo. Trata-se das duas dimensões negativas da liberdade sindical.
III – Errado. Existem determinadas restrições para servidores públicos. Aos servidores públi-
cos civis é garantido o direito de associação sindical (art. 37, VI, da CF), mas é vedada para o
servidor militar (art. 142, IV, da CF).
Letra d.

011. (CESPE/PGE-PE/PROCURADOR DO ESTADO/2018/ADAPTADA) Acerca do direito coleti-


vo do trabalho, assinale a opção correta.
a) De acordo com a Convenção n. 87 da OIT, as autoridades públicas devem intervir na elabo-
ração dos estatutos e regulamentos administrativos das organizações de trabalhadores e de
entidades patronais.
b) O Brasil não recepcionou a Convenção n.º 87 da OIT, já que a plena liberdade e a pluralidade
sindicais contrariam o princípio da unicidade sindical.

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a) Errado. A Convenção 87 da OIT não admite a intervenção das autoridades públicas na ela-
boração dos estatutos e regulamentos administrativos das entidades sindicais (art. 3).
b) Certo. O Brasil não ratificou a convenção 87 da OIT. Um dos principais motivos seria a
incompatibilidade entre o art. 8º, II, da Constituição Federal e os arts. 2º e 7º da Convenção.
Leia, agora, o art. 8º, II, da CF. Como se vê, a lógica da Convenção admitiria a pluralidade sin-
dical, o que não é possível no Brasil em virtude do princípio da unicidade sindical.
Letra b.

012. (CS-UFG/DEMAE–GO/PROCURADOR AUTÁRQUICO/2017/ADAPTADA) A liberdade sin-


dical foi elevada a nível constitucional, prevendo a liberdade de associação profissional ou
sindical, sem interferência ou intervenção do Poder Público, sendo vedado à lei exigir auto-
rização do Estado para a fundação de sindicato, ressalvado o registro no órgão competente.
No entanto,
a) é vedada a criação de mais de uma organização sindical, em qualquer grau, representativa
de categoria profissional ou econômica, na mesma base territorial, que será definida pelos tra-
balhadores ou empregadores interessados, não podendo ser inferior à área de um município.
b) é permitido à organização sindical exigir a filiação dos participantes da categoria econômi-
ca, para garantir sua participação nas negociações coletivas.
c) é permitido ao aposentado filiado o direito de voto, mas não o direito de ser votado nas
organizações sindicais.

a) Certo. É o que dispõe o art. 8º, II, da CF.


b) Errado. A participação de empregadores nas negociações sindicais não depende de filia-
ção. A empresa pode firmar acordo coletivo diretamente com o sindicato, não sendo a filiação
um requisito. Leia o art. 611, § 1º, da CLT.
c) Errado. O aposentado possui direito de votar e ser votado nas eleições sindicais. Leia o art.
8º, VII, da CF.
Letra a.

013. (FCC/TRT - 6ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO/2013) A liberdade sindical, tratada pela Con-


venção no 87 da OIT, caracteriza-se como um dos princípios fundamentais de todas as so-
ciedades democráticas pluralistas. De acordo com o entendimento adotado pela OIT, NÃO
constitui elemento da liberdade sindical:
a) liberdade de elaboração dos estatutos dos sindicatos de acordo com as leis gerais do país,
que não podem estabelecer regras restritivas em relação a eles.
b) existência predefinida de categorias profissionais e econômicas representativas dos inte-
resses de trabalhadores e de empregadores.

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c) liberdade de organização e constituição dos sindicatos.


d) liberdade de filiação e de desfiliação ao sindicato.
e) vedação de dissolução dos sindicatos por via administrativa.

a) Certo. Trata-se de elemento previsto no art. 3.


b) Errado. Não existe essa previsão na Convenção.
c) Certo. Trata-se de elemento previsto no art. 2.
d) Certo. Trata-se de elemento previsto no art. 2.
e) Certo. Trata-se de elemento previsto no art. 4.
Letra b.

014. (CESPE/TRT - 17ª REGIÃO/ANALISTA JUDICIÁRIO - OFICIAL DE JUSTIÇA AVALIA-


DOR/2013) Julgue o item subsequente, relativo aos princípios e aos institutos reguladores
das relações coletivas do trabalho.
O princípio da liberdade sindical, previsto na Constituição Federal (CF), garante a criação de
entidades sindicais pelos trabalhadores e empregadores sem interferência do Estado, inclu-
sive no que se refere à elaboração dos estatutos.

A liberdade sindical é consagrada no art. 8º, I, da CF.


Certo.

015. (FCC/PREFEITURA DE RECIFE/PROCURADOR/2014) Em relação aos instrumentos jurídi-


cos que emanam na negociação coletiva de trabalho, considere:
I – Se a negociação coletiva de trabalho for bem sucedida poderá pacificar o conflito coletivo
por meio de acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho.
II – Se a negociação coletiva de trabalho for mal sucedida poderá desaguar na greve, na arbi-
tragem e no dissídio coletivo.
III – A negociação coletiva de trabalho, se mal sucedida, não poderá ser solucionada pela arbi-
tragem, pois este instituto não tem aplicação no Direito do Trabalho, na medida em que é utili-
zado tão somente para a resolução de conflitos que envolvam direitos patrimoniais disponíveis.
IV – A negociação coletiva de trabalho no Brasil foi erigida a status constitucional, se posicio-
nando como um dos meios de resolução de conflitos coletivos trabalhistas.
Está correto o que se afirma APENAS em
a) I, III e IV.
b) I e III.
c) I e IV.
d) II e III.
e) I, II e IV.

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
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I – Certo. Se a negociação coletiva tiver sucesso, haverá a formação de convenção ou acor-


do coletivo.
II – Certo. Se a negociação coletiva não tiver sucesso, haverá deflagração de greve, ou solu-
ção por via arbitral ou via dissídio coletivo.
III – Errado. Frustrada a negociação coletiva, podem as partes eleger árbitros (art. 114, §
1º, da CF).
IV – Certo. A negociação coletiva foi consagrada no art. 7º, XXVI, da CF.
Letra e.

016. (TRT 23R/TRT - 23ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2014/ADAPTADA) Acer-


ca dos princípios que informam o Direito Coletivo do Trabalho, marque a alternativa CORRETA:
a) O Princípio da Adequação Setorial Negociada explicita o poder que possuem os entes sindi-
cais de estabelecer normas coletivas de trabalho que são aplicadas às relações trabalhistas;
c) Fere o princípio da liberdade sindical a exigência de sindicalização do trabalhador para ter
acesso aos benefícios previstos nos acordos ou convenções coletivas;
d) O princípio da Liberdade Sindical encontra-se regulado pela Convenção 87 da OIT, ratifica-
da pelo Brasil;
e) O Princípio da Autonomia Coletiva Privada constitui-se na possibilidade dos entes cole-
tivos firmarem normas que irão regular os conflitos trabalhistas, tendo ampla liberdade de
flexibilização dos direitos e deveres dos trabalhadores.

a) Errado. Trata-se do princípio da autonomia privada coletiva.


c) Certo. O acesso a vantagens previstas em normas coletivas não se relaciona com a filiação
a sindicato. Isso violaria a liberdade sindical em sua dimensão negativa.
d) Errado. O Brasil não ratificou a convenção 87 da OIT.
e) Errado. Os entes coletivos não possuem plena liberdade de negociação. Existem matérias
sobre as quais não podem negociar.
Letra c.

017. (FMP CONCURSOS/PGE-AC/PROCURADOR DO ESTADO/2014/ADAPTADA)Tratando-se


de Direito Coletivo do Trabalho em especial do Direito Sindical e de Greve, assinale a afirma-
tiva correta.
a) O sistema adotado pela Constituição Federal de 1988 (artigo 8º e incisos) combina o prin-
cípio da Liberdade Sindical e da Unicidade Sindical, definindo a natureza do sindicato como de
uma associação que não pode sofrer interferência ou intervenção do Poder público.

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

A Constituição Federal reconhece a liberdade sindical e a unicidade sindical (art. 8º, I e II).
Certo.

018. (FCC/TRT - 24ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2014/ADAPTADA) Sobre as


formas de solução dos conflitos coletivos de trabalho, considere:
I – Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger árbitros.
III – Compete ao Ministério Público do Trabalho atuar como árbitro, se assim for solicitado
pelas partes, nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho.
IV – A mediação, que segundo a doutrina, pode ser definida como a participação de um tercei-
ro no processo negocial, por meio do qual busca a aproximação das partes, no sentido de que
estas cheguem a uma pacificação ou solução para o conflito de interesses, pode ser plena-
mente aplicável no processo do trabalho, inclusive por meio do Ministério Público do Trabalho.
Está correto o que consta APENAS em

I – Certo. É o que dispõe o art. 114, § 1º, da CF.


III – Certo. É o que dispõe o art. 83, IX, da LC 75/93.
IV – Certo. É o conceito de mediação.
Todos Certos.

019. (TRT 2R/TRT - 2ª REGIÃO/JUIZ DO TRABALHO SUBSTITUTO/2015/ADAPTADA) À luz da


legislação vigente e da jurisprudência consolidada do Tribunal Superior do Trabalho, analise
as seguintes proposições:
I – É Lícito o procedimento da arbitragem, tendo por base direitos indisponíveis, no Direito
Individual do Trabalho.
II – A mediação e a arbitragem se constituem em método de autocomposição de conflitos e,
por sua vez, a jurisdição em modalidade de heterocomposição.
IV – Cabe ao Ministério Público do Trabalho atuar, ex officio ou a requerimento das partes,
como árbitro nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho.

I – Errado. Quando se trata de direitos indisponíveis, descabe a arbitragem, conforme art. 1º


da Lei 9.307/96.
II – Errado. A mediação e a arbitragem são métodos heterocompositivos de solução de
conflitos.
IV – Errado. O Ministério Público do Trabalho pode atuar como árbitro mediante requerimento
das partes (art. 83, IX, da LC 75/93).
Todos Errados.

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

020. (PREFEITURA DE FORTALEZA - CE/PREFEITURA DE FORTALEZA - CE/ADVOGADO/2015/


ADAPTADA) Com fulcro nas normas constitucionais que regem as associações sindicais, in-
dique a alternativa correta.
a) Não é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho.
b) Ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato.
c) O aposentado filiado não tem direito a votar e ser votado nas organizações sindicais.
d) É permitida a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação.

a) Errado. A participação dos sindicatos nas negociações coletivas é obrigatória, na forma do
art. 8º, VI, da Constituição Federal.
b) Certo. É o que dispõe o art. 8º, V, da Constituição Federal
c) Errado. O aposentado filiado tem direito de votar e de ser votado nas organizações sindi-
cais (art. 8º, VI, da CF).
Letra b.

021. (VUNESP/PGM–SP/PROCURADOR MUNICIPAL/2014/ADAPTADA) Está correta a


assertiva:
a) cabe aos trabalhadores e empregadores interessados, fixar a base territorial da organiza-
ção sindical, não podendo esta, porém, ser inferior à área de um município ou mesma região
metropolitana.

O mínimo de representação territorial de um sindicato é um Município e não uma região me-


tropolitana, nos moldes do art. 8º, II, da CF.
Errado.

022. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017) Sobre a negociação coletiva, analise as


assertivas abaixo:
I – A negociação coletiva é um dos mais importantes métodos de heterocomposição de so-
lução de conflitos nas relações laborais, proporcionando uma espécie de balanço de forças e
equalização de poder dos atores participantes, que se manifesta nos instrumentos normati-
vos que dela defluem.
II – Considera-se como única função da negociação coletiva juslaboral a pacificação dos
conflitos de natureza sociocoletiva.
III – A Constituição da República reconhece expressamente a negociação coletiva de trabalho
realizada no serviço público, bem como reconhece a possibilidade de redução ou majoração
salarial como um dos marcos alcançáveis por essa modalidade de negociação.

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DIREITO INDIVIDUAL DO TRABALHO
Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

IV – A Convenção n. 98 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata sobre os


princípios do direito de sindicalização e negociação coletiva, não foi ratificada pelo Brasil, ao
contrário da Convenção n. 154, também da OIT, voltada para fomentar a negociação coletiva
do trabalho.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Todas as assertivas estão corretas.
b) Apenas as assertivas I e IV estão corretas.
c) Todas as assertivas estão incorretas.
d) Apenas a assertiva IV está correta.
e) Não respondida.

I – Errado. A negociação coletiva é um método de autocomposição e não de heterocomposição.


II – Errado. A pacificação de conflitos de natureza sócio coletiva é apenas uma das funções
da negociação coletiva.
III – Errado. A Constituição Federal não reconhece expressamente a negociação coletiva no
serviço público e tampouco reconhece expressamente a possibilidade de aumento ou redu-
ção salarial por essa via.
IV – Errado. O Brasil ratificou tanto a Convenção 98 quanto a Convenção 154 da Organização
Internacional do Trabalho.
Letra c.

023. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2017) Sobre os meios de solução dos confli-


tos coletivos, analise as assertivas abaixo:
I – O resultado da resolução do conflito pela via da arbitragem consuma-se pelo laudo arbi-
tral, que é o ato pelo qual o árbitro decide o conflito apresentado. Esse mecanismo arbitral,
especificamente quanto à solução de conflitos individuais laborais, vem sendo plenamente
aceito pela jurisprudência do Tribunal Superior do Trabalho.
II – É certo considerar a mediação como conduta pela qual um terceiro aproxima as partes
conflituosas, auxiliando e até mesmo instigando a sua composição. Contudo, tal conflito há
de ser resolvido diretamente pelos atores envolvidos nesse embate, e não pelo mediador.
III – A Lei Complementar n. 75/1993 conferiu expressamente atribuição aos membros do Mi-
nistério Público do Trabalho para atuarem como árbitros, se assim for solicitado pelas partes,
nos dissídios de competência da Justiça do Trabalho.
IV – A arbitragem obrigatória é imposição da Constituição da República para resolução de
conflitos coletivos de trabalho após frustrado o mecanismo da negociação coletiva.
Assinale a alternativa CORRETA:
a) Apenas as assertivas I e IV estão incorretas.
b) Apenas as assertivas I, II e III estão corretas.

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

c) Apenas as assertivas II e IV estão corretas.


d) Todas as assertivas estão corretas.
e) Não respondida.

I – Errado. O Tribunal Superior do Trabalho historicamente não admite a arbitragem como


meio de solução para conflitos individuais do trabalho. Foi a reforma trabalhista quem intro-
duziu esta possibilidade no art. 507-A da CLT, desde que atendidas condições ali indicadas.
II – Certo. O mediador não é um árbitro, razão pela qual não decide o conflito. Ele apenas
aproxima as partes, facilitando a comunicação de maneira a permitir que elas possam chegar
a um consenso.
III – Certo. É o que dispõe o art. 83, IX, da CLT.
IV – Errado. A Constituição Federal não impõe a obrigatoriedade por submissão de conflitos
coletivos à arbitragem.
Letra a.

024. (MPT/MPT/PROCURADOR DO TRABALHO/2020/ADAPTADA) Considerando as regras de


aderência das normas coletivas e a Convenção n. 141 da Organização Internacional do Tra-
balho (OIT), que dispõe sobre a Organização de Trabalhadores Rurais, analise as seguintes
proposições:
III – De acordo com a Convenção n. 141 da OIT, todas as categorias de trabalhadores rurais
deverão ter o direito de constituir, sem autorização prévia, organizações de sua própria esco-
lha, assim como o de se afiliar a essas organizações, com a única condição de se sujeitarem
aos seus estatutos.
IV – Considerando a Convenção n. 141 da OIT, o pequeno proprietário cuja principal fonte de
renda seja a agricultura e que trabalhe a terra por conta própria ou exclusivamente com a aju-
da de seus familiares, em região rural, também é considerado “trabalhador rural”, ainda que
não seja assalariado.
Assinale a alternativa correta.

III – Certo. É o que dispõe o art. 3, item/parágrafo 1, da Convenção 141 da OIT.


IV – Certo. É o que dispõe o art. 2, itens/parágrafos 1 e 2, da Convenção 141 da OIT.
Ambos Certos.

025. (FCC/TST/JUIZ DO TRABALHO/2017) A Constituição Federal estabelece no art. 8º, V, que


ninguém será obrigado a filiar-se ou a manter-se filiado a sindicato. Sobre o sistema sindical
brasileiro, com base na CLT e no entendimento dominante do Tribunal Superior do Trabalho,
é correto afirmar:

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

a) A disposição de cláusula de instrumento normativo que estabelece a preferência na con-


tratação de mão de obra do trabalhador sindicalizado sobre os demais trabalhadores viola a
liberdade sindical.
b) Constitui conduta violadora da liberdade sindical de filiação a negativa do sindicato no
sentido de não associar trabalhador empregado que não pertença à categoria profissional
agregada ou ao âmbito territorial sobre o qual ela se organizou.
c) É condição substancial para que a sindicalização de trabalhador se mantenha permanente
a vinculação do sindicalizado à categoria profissional que a entidade representa, razão pela
qual se o trabalhador sindicalizado se aposentar, não terá mais direito a votar, nem ser votado
nas organizações sindicais.
d) Os sindicatos, com base na autonomia privada, poderão criar livremente suas regras esta-
tutárias de filiação e recusa de associados ao ingresso na entidade sindical, pois a liberdade
sindical coletiva de cunho regulamentar prevalece indistintamente sobre as normas jurídicas
internas preexistentes no ordenamento jurídico brasileiro.
e) Diante da liberdade sindical individual, a decisão do sindicato de não admissão de associa-
do ou de expulsão daquele que pertencia ao seu quadro associativo estará sujeita a recurso
para o Ministério do Trabalho e Emprego, o qual avaliará o motivo que levou o trabalhador a
ser considerado indesejado pela entidade sindical.

a) Certo. Não se pode estabelecer preferência, em norma coletiva, para a contratação de em-
pregado que seja ou não sindicalizado. Qualquer uma das situações violaria a liberdade sin-
dical (uma na dimensão negativa – direito de não se filiar a sindicato – e outra na dimensão
positiva – direito de se filiar a um sindicato). Veja o disposto na OJ 20 da SDC.
b) Errado. O trabalhador não é livre para se filiar no sindicato que deseje. Se quiser se filiar, a
filiação deve ser no sindicato que representa sua categoria e que represente a base territo-
rial onde o trabalhador presta serviços (lembre-se de que existe unicidade sindical). Assim,
a negativa de filiação de empregado que não integra a categoria ou que seja de outra base
territorial não viola a liberdade sindical.
c) Errado. O aposentado possui direito de votar e ser votado, na forma do art. 8º, VII, da CF.
d) Errado. Os sindicatos não podem criar regras de filiação/recusa que impeçam o exercício
pleno da liberdade de se filiar ou não filiar.
e) Errado. Não existe previsão legal para recurso de decisão de sindicato sobre filiação para
Ministério. No entanto, nada impede que o interessado busque o Poder Judiciário para asse-
gurar sua liberdade sindical.
Letra a.

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Introdução ao Direito Coletivo do Trabalho
Gervásio Meireles

GABARITO
1. e 10. d 19. Todos Errados
2. a 11. b 20. b
3. b 12. a 21. E
4. b 13. b 22. c
5. d 14. C 23. a
6. c 15. e 24. Ambos Certos
7. a 16. c 25. a
8. E 17. C
9. b 18. Todos Certos

José Gervásio A. Meireles


Juiz Federal do Trabalho, pós-graduado em Direito Constitucional pela Universidade de Brasília
(UnB). Leciona Direito do Trabalho, Direito Processual do Trabalho e Direito Administrativo em cursos
preparatórios para concursos públicos. Ocupou os cargos de Procurador da Fazenda Nacional (AGU) e
Procurador do Estado de Goiás (PGE).

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