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- Pluralidade de trabalhadores
- Interesse coletivo
• 1ª fase:
Proibição e criminalização
• 2ª fase:
Tolerância jurídica e descriminalização. Transição entre a proibição e o pleno
reconhecimento.
• 3ª fase:
Reconhecimento do direito de coalização e livre organização sindical. Firma-se a
liberdade e autonomia sindicais. Segunda metade do século XIX.
1919: Tratado de Versalhes, a fundação da OIT, e o fenômeno da constitucionalização do
Direito do Trabalho (Constituições do México e Alemanha) - retrocesso movimentos
autoritários
No Brasil:
- Primeiras associações de trabalhadores livres e assalariados foram as ligas operárias,
sociedades de socorro mútuo, sociedades cooperativas de obreiros. No final do século
XIX.
- Período inicial do sindicalismo Brasileiro foram estruturados em alguns setores como
ferrovias, movimento sindical incipiente.
- 1930: implantação e reprodução de modelo sindical: intervenção do estado:
regulação do modelo sindical e repressão movimento sindical.
- Ampla produção legislativa. 1943: CLT.
- Na constituição de 88 rompe-se o controle político administrativo do estado sobre a
estrutura sindical. Direito à greve, reconhecimento do processo negocial coletivo.
Tiveram muitos avanços com a constitucionalização de direitos sociais, igualdade de
trabalhadores rurais e urbanos, ampliação dos direitos dos trabalhadores domésticos.
- Contradições antidemocráticas na CF 1988 - EC 24/99 extinção representação
classista na Justiça do Trabalho. EC 45/2004 restringiu a competência normativa e
ampliou a competência jurisdicional.
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Sindicatos - CF:
Art. 8º - incisos VI e VIII.
- é obrigatória a participação dos sindicatos nas negociações coletivas de trabalho;
- é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candidatura a
cargo de direção ou representação sindical.
Critérios de agregação:
- Sindicatos por ofício ou profissão (sindicatos de categoria diferenciada):
professores, motoristas, advogados… (não é o padrão dominante). É a que se forma
dos empregados que exerçam profissões ou funções diferenciadas por força de
estatuto profissional especial (ex: secretárias) ou em consequência de condições de
vida singulares (ex: motoristas).
- Sindicatos por categoria profissional (similitude laborativa): situação de emprego na
mesma atividade econômica ou em atividades econômicas similares ou conexas. Não
se identifica pelo preciso tipo de atividade que exerce (e nem por sua exata profissão),
mas pela vinculação a certo tipo de empregador. Exemplo: Se o empregado de
indústria metalúrgica labora como porteiro na planta empresarial (e não em efetivas
atividades metalúrgicas), é, ainda assim, representado, legalmente, pelo sindicato de
metalúrgicos, uma vez que seu ofício de porteiro não o enquadra como categoria
diferenciada.
- Sindicatos por empresa: no Brasil são juridicamente inviáveis, pois a CF fixa o critério
de categoria profissional para estrutura um sindicato.
- Sindicatos por ramo profissional de atividade: agregam em função do ramo ou
segmento empresarial de atividades. Exemplos: sindicatos dos trabalhadores do
segmento industrial, dos trabalhadores do segmento financeiro, etc. Este critério de
agregação sindical favorece a criação de grandes sindicatos, que tendem a ser
significativamente fortes, dotados de grande abrangência territorial, seja regional ou até
mesmo nacional, com sensível poder de negociação coletiva, em qualquer âmbito
geográfico que se considere, perante qualquer empresa ou entidade representativa
empresarial. Máximo as vantagens do sindicalismo para os trabalhadores,
potencializando também o papel progressista e generalizante do Direito do Trabalho.
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Liberdade sindical: conjunto de direitos, prerrogativas e imunidades outorgadas aos
trabalhadores e às organizações voluntariamente constituídas por eles para garantir o
desenvolvimentos das ações lícitas destinadas a defesa de seus interesses e à melhora
de suas condições de vida e de trabalho. Liberdade de organizar e constituir sindicatos,
elaborar seus estatutos de acordo com as leis gerais do pais, liberdade de filiação e
desfiliação, de escolher seus dirigentes e de estabelecer normas de administração de
acordo com seus estatutos. Vedação de interferência do estado.
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1. Verificar se o trabalhador pertence a alguma atividade regulamentada, se sim, o
trabalhador pertencerá ao sindicato de sua categoria diferenciada.
2. Verificar com o sindicato patronal, se houve negociação coletiva com o sindicato
da categoria diferenciada. Se houver a negociação coletiva aplica-se a esses
trabalhadores. Se não houve a negociação coletiva, aplica-se as regras da
categoria diferenciada.
3. Se não houve pactuação do sindicato patronal com o sindicato das categorias
diferenciadas, aplica as normas desses sindicatos (Súmula 374 TST).
4. Se o trabalhador não é de categoria diferenciada, verifica-se a atividade
principal da empresa (sindicato dos empregadores e empregados) e local de
prestação do serviço.
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Atividade do sindicato:
- Função de representação
- Função negocial
- Função assistencial
- Função parafiscal
Garantias sindicais:
- Estabilidade sindical (diretoria)
- Inamovibilidade: proíbe a remoção para funções incompatíveis com a atuação sindical.
juiz trabalhista pode conceder liminar reintegrativa de dirigente sindical afastado,
suspenso ou dispensado. Exigência de instauração de inquérito judicial para apuração
de falta grave de dirigente sindical como uma medida adicional de proteção.
Prerrogativas do sindicato:
a) representar, perante as autoridades administrativas e judiciárias os interesses gerais da
respectiva categoria ou profissão liberal ou interesses individuais dos associados relativos
á atividade ou profissão exercida;
b) celebrar contratos coletivos de trabalho;
c) eleger ou designar os representantes da respectiva categoria ou profissão liberal;
d) colaborar com o Estado, como órgãos técnicos e consultivos, no estudo e solução dos
problemas que se relacionam com a respectiva categoria ou profissão liberal;
- Parágrafo Único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, a prerrogativa de
fundar e manter agências de colocação.
Deveres do sindicato:
a) colaborar com os poderes públicos no desenvolvimento da solidariedade social;
b) manter serviços de assistência judiciária para os associados;
c) promover a conciliação nos dissídios de trabalho.
d) sempre que possível, e de acordo com as suas possibilidades, manter no seu quadro
de pessoal, em convênio com entidades assistenciais ou por conta própria, um assistente
social com as atribuições específicas de promover a cooperação operacional na empresa
e a integração profissional na Classe.
Parágrafo único. Os sindicatos de empregados terão, outrossim, o dever de:
a) promover a fundação de cooperativas de consumo e de crédito;
b) fundar e manter escolas de alfabetização e pré vocacionais.
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- Federação e confederação são permitidos a fazer negociação coletiva, quando houver
inércia do sindicato.
- Solicitação de Registro para as entidades de grau superior (Federações e
Confederações) continuam a ser regidas pelas Portarias do Ministério do Trabalho.
Centrais sindicais:
São entidades associativas de direito privado composta por organizações sindicais de
trabalhadores. Não fazem parte da estrutura sindical brasileira, nem tem personalidade
jurídica sindical. Seus diretores não tem estabilidade provisória e a central em si não tem
prerrogativa de negociação coletiva.
Possuem como atribuição a coordenação da representação dos trabalhadores e como
prerrogativa a participação de negociações em diálogo social de composição tripartite
onde haja interesse dos trabalhadores.
Filiação de no mínimo 100 sindicatos distribuídos nas 5 regiões do País.
Filiação em pelo menos 3 regiões do País , e de no mínimo 20 sindicatos em cada uma.
Filiação de sindicatos, em no mínimo 5 setores de atividade econômica.
Filiação de sindicatos que representem no mínimo 7% do total de empregados
sindicalizados em âmbito nacional.
Ex: CGT (central geral dos trabalhadores), CUT (central única dos trabalhadores), FS
(força sindical) e USI (união sindical independente)
Para o trabalhador:
- Recolhida apenas uma vez, anualmente.
- Corresponde a 1 dias de trabalho.
- Não é mais compulsória (reforma trabalhista)
- Recolhimento no mês de março de cada ano
- Para os trabalhadores autônomos e profissionais liberais - 30% do maior valor de
referência fixado pelo poder executivo.
Para o empregador:
- Recolhida apenas uma vez, anualmente.
- Proporcional ao capital social da firma ou empresa.
- Destinação (não foi recepcionado pela CF, pelo principio da não interferência na
entidade sindical):
a) 5% para a confederação correspondente;
b) 15% para a federação;
c) 60% para o sindicato respectivo;
d) 20% para a “Conta Especial Emprego e Salário” do Ministério do Trabalho.
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Negociação coletiva:
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Finalidades:
• Pacificação de conflitos coletivos de trabalho: forma auto compositiva de solução dos
conflitos coletivos de trabalho.
• Geração de normas jurídicas: criação de fontes formais do Direito do Trabalho: CCT e
ACT. Normatização dos contratos de trabalho nas respectivas bases representadas na
negociação coletiva.
• Evolução e modernização das relações de trabalho: à medida que permite uma
adaptação das normas às realidades concretas das relações de trabalho.
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Princípios:
• Boa-fé.
• Razoabilidade - partes atuem com bom senso e equilíbrio na negociação coletiva.
• Dever de informação - conhecimento da situação real da empresa.
• Princípio da participação obrigatória das entidades sindicais - art. 8o, inc. VI CF, art. 616
CLT.
• Princípio da supremacia das normas de ordem pública e a Lei 13.467/2017 – alteração
RT, art. 611-A, 611-B e 620 CLT, hierarquia das normas.
Pode ser uma CCT (convenção coletiva de trabalho) ou uma ACT (acordo coletivo de
trabalho)
- CLT art. 611-A: A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência
sobre a lei quando, entre outros, dispuserem sobre:
- Jornada de trabalho;
- Banco de horas anual;
- Intervalo intrajornada;
- Programa seguro-emprego;
- Plano de cargos e salários;
- Regulamento empresarial;
- Representante dos trabalhadores no local de trabalho;
- Teletrabalho, regime de sobreaviso e trabalho intermitente;
- Remuneração por produtividade (gorjetas, remuneração por desempenho
individual);
- Registro de jornada de trabalho;
- Troca do dia de feriado;
- Prorrogação de jornada em ambientes insalubres; e
- Premios de incentivo.
- CLT art. 620: As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho, mesmo
quando menos favorável.
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Patamar civilizatório mínimo - está dado essencialmente por três grupos convergentes de
normas trabalhistas heterônomas:
• As normas constitucionais
• As normas de tratados e convenções internacionais vigorantes no plano interno
brasileiro
• As normas legais infraconstitucionais que asseguram patamares de cidadania ao
individuo que labora
Sujeitos participantes:
• ACT: CLT art. 611, § 1º: sindicato dos trabalhadores X empresa (s). Não é necessária a
presença do sindicato representante da categoria econômica. Obrigatória a participação
dos sindicatos dos trabalhadores.
• CCT: CLT art. 611, caput: sindicato X sindicato.
Abrangência:
• ACT: desenvolvida em nível de empresa; abrangência restrita à empresa que celebrou o
acordo; aplicação na localidade onde o empregado efetivamente presta o serviço.
• CCT: abrangência a toda categoria negociada; aplicação na localidade onde o
empregado efetivamente presta o serviço.
Data base:
• É o mês do ano em que uma norma coletiva tem inicio sua vigência.
• Momento de início da aquisição dos direitos trabalhistas decorrentes das negociações
coletivas.
• Sempre no dia 1º de cada mês. Definição do mês a partir da primeira norma coletiva ou
por negociação.
• O dissídio coletivo devera ser instaurado dentro dos 60 dias anteriores ao respectivo
termo final.
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Greve
Caracterização:
• Caráter coletivo do movimento – necessariamente coletivo, paralisações individuais,
mesmo que comunicadas ao empregador o seu caráter protesto, não caracteriza greve.
• Suspensão das atividades – pode ser uma suspensão, total ou parcial, das atividades
laborais pelos trabalhadores. Greve atípica.
• Paralisação temporária;
• Exercício coercitivo e coletivo do direito – “[...] mais notáveis instrumentos de
convencimento e pressão detidos pelos obreiros” (DELGADO, 2019, p. 1706). Não
permite atos de violência. Lei de greve, art. 15 responsabilidade pelos atos ilícitos e
crimes;
• Finalidade de pressionar o empregador – objetivo da greve é gerar para alcançar um
resultado objetivo.
Limitações legais:
• CF art. 9o, § 1º - serviços ou atividades essenciais.
• Lei no 7.783/1989, art. 9º caput e parágrafo único – comissões de manutenção.
• Lei no 7.783/1989, art. 10 – definição - serviços ou atividades essenciais.
• Lei no 7.783/1989, art.6o, § 3º - impedimento de acesso ao trabalho.
• Manterá em atividade equipes de empregados com o propósito de assegurar os
serviços cuja paralisação resultem em prejuízo irreparável, pela deterioração irreversível
de bens, máquinas e equipamentos, bem como a manutenção daqueles essenciais à
retomada das atividades da empresa quando da cessação do movimento.
• O empregador pode contratar diretamente os serviços necessários, não havendo
acordo.
• Os grevistas não poderão impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ao dano à
propriedade ou pessoa.
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Serviços ou atividades essenciais:
• Tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustíveis;
• Assistência médica e hospitalar;
• Distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
• Funerários;
• Transporte coletivo;
• Captação e tratamento de esgoto e lixo;
• Telecomunicações;
• Guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais nucleares;
• Processamento de dados ligados a serviços essenciais;
• Compensação bancária;
• Controle de tráfego aéreo e navegação aérea
• Atividades médico-periciais relacionadas com o regime geral de previdência social e a
assistência social;
• Atividades médico-periciais relacionadas com a caracterização do impedimento físico,
mental, intelectual ou sensorial da pessoa com deficiência, por meio da integração de
equipes multiprofissionais e interdisciplinares, para fins de reconhecimento de direitos
previstos em lei, em especial na
• Outras prestações médico-periciais da carreira de Perito Médico Federal indispensáveis
ao atendimento das necessidades inadiáveis da comunidade.
Há greve ilegal?
Greves típicas:
- Abusivas: greves que não respeitam as leis e as normas coletivas, greve abusiva não é
ilegal (porque é um direito).
- Não abusivas: greves que respeitam as leis e as normas coletivas.
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Abuso de direito:
• Constitui abuso de direito de greve a inobservância das normas contidas na lei e a
manutenção da paralisação após a celebração de acordo, convenção ou decisão da
Justiça do Trabalho.
• Não constitui abuso do exercício de greve a paralisação que tenha por objetivo exigir o
cumprimento de cláusula ou condição; que seja motivada pela superveniência de fatos
novos ou acontecimento imprevisto que modifique substancialmente a relação de
trabalho.
• A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crime cometidos no curso da greve,
será apurada conforme o caso, segundo a lei trabalhista, civil ou penal.
Greves típicas:
- Prazo de duração: prazo determinado / prazo indeterminado
- Extensão: paralisação total / paralisação parcial - intermitente; por turno; de H.E / greve
de solidariedade
Greves atípicas:
- Greve de zelo: trabalho de forma detalhada, minuciosa
- Greve de cumprimento dos regulamentos “operação tartaruga”: seguir rigorosamente
as regras
- Greve de rendimento ou de braços cruzados: diminuição da produção
- Greve de mala: não cobrança de tarifas (ex: catraca livre)
- Greve de amabilidade: falta de cortesia com os clientes
* Escolha pelos trabalhadores da melhor forma de fazer pressão ao empregador
Procedimento da greve:
- Fase preparatória
- Tentativa de negociação: ato obrigatório, não sendo autorizado o inicio da
paralisação se nao constatada a frustração da negociação.
- Deliberação em assembleia: frustrada a negociação, deve ser convocada pela
entidade sindical, na forma do estatuto, assembleia geral que definira as
reivindicações da categoria e deliberará sobre a greve.
- Comissão de negociação: na falta de entidade sindical, a assembleia será entre
trabalhadores interessados, que constituirão uma assembleia de negociação
- Representação: a entidade sindical ou comissão eleita representará os
trabalhadores nas negociações ou na Justiça do Trabalho
- Aviso prévio: o aviso ao empregador deve ser dado com antecedência mínima de
48 horas, período ampliado para 72 horas nos serviços ou atividades essenciais,
sendo que nestas, o anuncio da greve para conhecimento dos usuários deve ser
feito com a mesma antecedência.
- Fase de desenvolvimento:
- São assegurados aos grevistas realizações de condutas pelo movimento grevista
como piquetes, reuniões, palestras e manifestações de rua
- Fase final:
- Deliberação em assembleia: aprovação
- Encerramento da greve pela concordância da contra-proposta;
- Encerramento da greve sem concordância da contra-proposta; e
- Suspensão da greve para retorno das negociações.
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Direitos dos grevistas:
- Utilização de meios pacíficos de persuasão;
- Arrecadação de fundos por meios lícitos;
- Proteção contra a dispensa por parte do empregador (contrato suspenso) (exceção os
movimentos ilegais);
- Livre divulgação do movimento;
- Proteção contra a contratação de substitutos pelo empregador (exceção a não criação
de equipes de manutenção);
- Prestação de serviços indispensáveis às necessidades inadiáveis da comunidade
(atividades ou serviços essenciais);
- Organizar equipes para manutenção de serviços cuja paralisação provoque prejuízos
irreparáveis ou que sejam essenciais à posterior retomada de atividades pela empresa;
- Não fazer greve após a celebração de ACT ou CCT, ou decisão judicial relativa ao
movimento;
- Respeitar direito fundamentais de outrem; e
- Não produzir atos de violência, tanto de depredação de bens ou quaisquer ofensas
físicas e morais a alguém.
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