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LIBERDADE SINDICAL E ESTRUTURA ORGANIZACIONAL - A organização dos trabalhadores, da qual a principal, mas
não a única forma, é o sindicato, afeta o sistema de relações entre o trabalho e o capital, transpondo do plano
individual para o coletivo o diálogo trabalhista, em proveito do trabalhador, que individualmente tem pouca ou
nenhuma chance de negociar com o patrão. É uma decorrência da subordinação jurídica e da dependência econômica
em que se acha o trabalhador diante da empresa. A organização sindical brasileira é “um sistema confederativo
caracterizado pela autonomia relativa perante o Estado, a representação por categoria e por profissão e a
bilateralidade do agrupamento”
SINDICATOS - São unidades de base de primeiro grau, na organização sindical, que atuam como representantes dos
grupos de trabalhadores e de empregadores. São associações “de pessoas físicas ou jurídicas, que exercem atividade
profissional ou econômica, para a defesa dos respectivos interesses”.
O art. 511 da CLT, define sindicato como sendo “a associação para fins de estudo, defesa e coordenação dos seus
interesses econômicos ou profissionais de todos os que, como empregadores, empregados, agentes ou trabalhadores
autônomos, ou profissionais liberais, exerçam, respectivamente, a mesma atividade ou profissão ou atividades ou
profissões similares ou conexas”.
REPRESENTAÇÃO SINDICAL POR CATEGORIAS:
Obs.: A aplicação das normas coletivas só será efetivada caso todas as empresas, diretamente ou por meio
de seus respectivos sindicatos patronais, tenham subscrito a convenção ou acordo coletivo.
REGISTRO E PERSONALIDADE JURÍDICA
No Brasil, o registro do sindicato é requisito necessário para a sua existência. O artigo 8º, inciso I, da CF
(repetindo o que determina a Convenção nº 87 da OIT), determina que as entidades sindicais pode ser
constituídas sem autorização prévia do Estado, mas ressalva o registro no órgão competente (Cadastro
Nacional de Entidades Sindicais criado pelo Ministério do Trabalho).
Assim, revogado o artigo 520 da CLT que obrigava a obtenção de carta de reconhecimento, emitida pelo
Ministério do Trabalho, para a existência de um sindicato. Súmula 677, STF: “Até que lei venha a dispor a
respeito, incumbe ao Ministério do Trabalho proceder ao registro das entidades sindicais e zelar pela
observância do princípio da unicidade”. No que tange à personalidade dos sindicatos, importante destacar
que a personalidade jurídica não se confunde com a personalidade sindical.
personalidade jurídica é obtida com o registro dos atos constitutivos da entidade no Cartório do
Registro Civil das Pessoas Jurídicas, a teor do disposto no art. 45 do Código Civil.
Possuem três órgãos, a diretoria, o conselho fiscal e a assembleia geral. A administração dos sindicatos é
exercida pela diretoria e o conselho fiscal, cujos membros são eleitos pela assembleia geral que é o órgão
deliberativo. Responsável pela criação da própria entidade sindical e que delibera sobre as mais importantes
matérias do sindicato. Elege a diretoria e o conselho fiscal. A assembleia geral submete-se, é claro, às
previsões do estatuto.
Obs.: Questão que merece análise em separado diz respeito à previsão do art. 522 da CLT de número mínimo
(três) e de número máximo (sete) de integrantes da diretoria do sindicato. Súmula 369, II, TST: “O art. 522 da
CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica limitada, assim, a estabilidade a que alude o art.
543, § 3º, da CLT a sete dirigentes sindicais e igual número de suplentes”
Requisitos – para que possam exercer as atribuições e prerrogativas referentes a negociações que envolvam o
interesse geral dos trabalhadores, é preciso:
filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas 5 (cinco) regiões do País;
filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de no mínimo, 20 (vinte) sindicatos em cada uma;
filiação de sindicatos em no mínimo 5 (cinco) setores de ativida de econômica;
filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% (sete por cento) do total de empregados sindicalizados
em âmbito nacional.
CUSTEIO DA ESTRUTURA SINDICAL: O ordenamento jurídico prevê quatro tipos de contribuições a serem pagas para as
entidades sindicais: contribuição sindical, contribuição confederativa, contribuição assistencial e mensalidade dos
associados.
Contribuição sindical, instituída pela Constituição Federal de 1937 (antigo imposto sindical). Sempre foi uma
contribuição compulsória, que deveria ser paga por todos os representados integrantes das categorias profissional e
econômica, independentemente de serem ou não associados ao sindicato. O objetivo da cobrança é o custeio das
atividades sindicais. Lei n. 13.467/2017 retirou a compulsoriedade no pagamento
De acordo com o Art. 579. O desconto da contribuição sindical está condicionado à autorização prévia e expressa
dos que participarem de uma determinada categoria econômica ou profissional, ou de uma profissão liberal, em favor
do sindicato representativo da mesma categoria ou profissão ou, inexistindo este, na conformidade do disposto no art.
591 desta Consolidação. Assim, a contribuição sindical é recolhida uma vez por ano em favor do sistema sindical:
para os empregados — valor equivalente a um dia de trabalho, relativo ao mês de março, qualquer que seja a
forma da remuneração;
Para os trabalhadores avulsos – no mês de abril;
para os trabalhadores autônomos e profissionais liberais — importância correspondente a 30% do maior valor de
referência fixado pelo Poder Executivo;
para os empregadores — importância proporcional ao capital social da empresa registrado na Junta Comercial,
conforme alíquotas definidas no art. 580, III, da CLT;
Obs..: Art. 587. Os empregadores que optarem pelo recolhimento da contribuição sindical deverão fazê-lo no
mês de janeiro de cada ano, ou, para os que venham a se estabelecer após o referido mês, na ocasião em
que requererem às repartições o registro ou a licença para o exercício da respectiva atividade. A destinação
da contribuição sindical é definida pelo art. 589 da CLT, sendo:
Inobstante a previsão do art. 545, CLT, no sentido de que o desconto do salário do empregado das contribuições, em
favor do sindicato, somente pode ser feito desde que haja a devida autorização do empregado, a jurisprudência do
TST pacificou-se em relação ao entendimento de considerar devida a contribuição confederativa apenas pelos
associados ao respectivo sindicato.
No mesmo sentido o posicionamento pacificado pelo STF: Súmula 666, STF: “A contribuição confederativa de que
trata o art. 8º, IV, da Constituição, só é exigível dos filiados ao sindicato respectivo”. Súmula Vinculante 40, STF: “A
contribuição confederativa de que trata o art. 8º, IV, da Constituição Federal, só é exigível dos filiados ao sindicato
respectivo”.
Contribuição assistencial, também chamada de cota de solidariedade, é pactuada entre os sindicatos patronais e
profissionais, nas negociações coletivas, em decorrência das vantagens obtidas pelos sindicatos através da norma
coletiva pactuada.
Não tendo previsão expressa na lei, tem seu valor, forma e tempo de pagamento fixados no instrumento coletivo
negocial, estando o empregador obrigado ao desconto correspondente à referida contribuição na folha de
pagamento de seus empregados, desde que por eles expressamente autorizado (art. 545, CLT).
Inobstante a previsão do art. 545, CLT, o TST tem considerado inválida a cobrança da contribuição assistencial de
quem não seja sindicalizado (OJ SDC 17, TST, e PN 119, TST).
Reforçando, porém, a impossibilidade de qualquer cobrança ou desconto de contribuições, o art. 611-B, XXVI, CLT,
prevê que constitui objeto ilícito de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho previsão contrária ao direito
de não sofrer, sem sua expressa e prévia anuência, qualquer cobrança ou desconto salarial.
• Será instituída pelos estatutos do sindicato e indiscutivelmente será devida apenas pelos filiados.
• corresponde a parcelas mensais pagas pelos filiados ao sindicato, em decorrência da sua filiação voluntária
à entidade sindical.
Constitui-se, assim, em uma obrigação estatutária e segue as regras internas deliberadas na assembleia do
sindicato.