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DIREITO DO TRABALHO II - José Carlos Parpinelli Junior

3 ª Aula

Confederativo

Sejam todos (as) bem-vindos (as)!

Nesta aula, vamos estudar sobre o confederativo, voluntário, centrais sin-


dicais e proteção ao dirigente sindical! Nossa jornada será muito interes-
sante!!
Que tal iniciarmos esta aula??
Bom estudo a todos, leiam atentamente a aula, consultem, pesquisem arqui-
vos e se ainda persistir qualquer dúvida entrem em contato via quadro de
avisos na nossa plataforma UNIGRAN EaD.

Grande abraço,

Prof. José Carlos Parpinelli Junior

Objetivos de aprendizagem

Ao término desta aula, vocês serão capazes de:

- compreender sobre o sistema confederativo, voluntário, centrais sindicais e prote-


ção ao dirigente sindical.
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Seções de estudo

Seção 2.9.3 Confederativo


Seção 2.9.4 Voluntário
Seção 2.10 Centrais Sindicais
Seção 2.11 Proteção ao Dirigente Sindical

Seção 2.9.3 Confederativo

Prescreve o art. 8, IV, da CF /1988 que:

"IV - a assembleia-geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria pro-


fissional, será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da repre-
sentação sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei".

A contribuição confederativa, apresentada pela Carta Maior de 1988, visa financiar


o sistema da Confederação, que inclui sindicatos, federações e confederações, não só da ca-
tegoria profissional, mas também da categoria econômica.
O valor da contribuição da Confederação é fixado pela assembleia-geral.
O TST, por meio do precedente normativo 119, definiu que a doação da confedera-
ção só é alcançada pelos associados.
A Suprema Corte, através da Súmula 666, também estabeleceu que a contribuição
confederada de que trata o art. 8, inciso IV, da Constituição, é exigido apenas aqueles filiados
ao sindicato respectivo.

Seção 2.9.4 Voluntário

Consiste na mensalidade sindical, que é paga exclusivamente pelos associados ao


sindicato, prevista pelo estatuto de cada entidade sindical.
Além disso, não há nada que impeça que o sindicato possua outras receitas voluntá-
rias decorrentes de doações, aplicações financeiras, contratações e muito mais.

Seção 2.10. Centrais Sindicais

As centrais sindicais foram consideradas associações civis de abrangência nacional,


sem regulamentação formal, sem a personalidade de um sindicato.
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Podemos citar algumas das centrais sindicais, incluindo a Confederação Geral dos
Empregados (CGT), a única Central dos Trabalhadores (corte), a força sindical, etc.
No entanto, como já mencionado neste capítulo, a última Lei nº 11.648, em 31 de
março de 2008, reconheceu formalmente as centrais sindicais como entidades da represen-
tação geral dos empregados, tendo estado em nível nacional, com a atribuição e poderes de
coordenação da representação dos trabalhadores por meio das organizações sindicais filiadas
e de participar de fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais espaços de diálogo social
que possuam composição tripartite, nos quais estejam em discussão assuntos de interesse
geral dos trabalhadores.
Portanto, a partir da lei 11.648/2008, as Centrais Sindicais formalmente reconhe-
cidas como entidades de direito privado constituídas pelas organizações sindicais dos tra-
balhadores, dotadas doravante de personalidade sindical, e participação na arrecadação da
contribuição sindical recolhida dos empregados, 10%.

Vejamos o inteiro teor da Lei 11.648/2008:

LEI 11.648, DE 31 DE MARÇO DE 2008


Dispõe sobre o reconhecimento formal das centrais sindicais para os fins que espe-
cifica, altera a Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada pelo Decreto-lei
5.452, de 1 de maio de 1943, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e
eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1 A central sindical, entidade de representação geral dos trabalhadores, consti-
tuída em âmbito nacional, terá as seguintes atribuições e prerrogativas:
I - coordenar a representação dos ·trabalhadores· por meio das organizações sindi-
cais a ela filiadas; e
II - participar de negociações em fóruns, colegiados de órgãos públicos e demais
espaços de diálogo social que possuam composição tripartite, nos quais estejam em
discussão assuntos de interesse geral dos trabalhadores.
Parágrafo único. Considera-se central sindical, para os efeitos do disposto nesta
Lei, a entidade associativa de direito privado composta por organizações sindicais
de trabalhadores.
Art. 2. Para o exercício das atribuições e prerrogativas a que se refere o inciso II do
caput do art. 1. desta Lei, a central sindical dever cumprir os seguintes requisitos:
I - filiação de, no mínimo, 100 (cem) sindicatos distribuídos nas 5 (cinco) regiões
do País;
II - filiação em pelo menos 3 (três) regiões do País de, no mínimo, 20 (vinte) sindi-
catos em cada uma;
III - filiação de sindicatos em, no mínimo, 5 (cinco) setores de atividade econômica;
e
IV - filiação de sindicatos que representem, no mínimo, 7% (sete por cento) do total
de empregados sindicalizados em âmbito nacional.
Parágrafo único. O índice previsto no inciso IV do caput deste artigo será de 5%
(cinco por cento) do total de empregados sindicalizados em âmbito nacional no pe-
ríodo de 24 (vinte e quatro) meses a contar da publicação desta Lei.
Art. 3. A indicação pela central sindical de representantes nos fóruns tripartites,
conselhos e colegiados de órgãos públicos a que se refere o inciso II do caput do art.
1 desta Lei será em número proporcional ao índice de representatividade previsto no
inciso IV do caput do art. 2 desta Lei, salvo acordo entre centrais sindicais.
§ 1 O critério de proporcionalidade, bem como a possibilidade de acordo entre as
centrais, previsto no caput deste artigo não poderá prejudicar a participação de
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outras centrais sindicais que atenderem aos requisitos estabelecidos no art. 2 desta
Lei.
§ 2. A aplicação do disposto no caput deste artigo deverá preservar a paridade de
representação de trabalhadores e empregadores em qualquer organismo mediante o
qual sejam Levadas a cabo as consultas.
Art. 4. A aferição dos requisitos de representatividade de que trata o art. 2 desta Lei
será realizada pelo Ministério do Trabalho e Emprego.
§ 1. O Ministro de Estado do Trabalho e Emprego, mediante consulta às centrais
sindicais, poderá baixar instruções para disciplinar os procedimentos necessários
à aferição dos requisitos de representatividade, bem como para alterá-los com base
na análise dos índices de sindicalização dos sindicatos filiados às centrais sindicais.
§ 2. Ato do Ministro de Estado do Trabalho e Emprego divulgará, anualmente, rela-
ção das centrais sindicais que atendem aos requisitos de que trata o art. 2 desta Lei,
indicando seus índices d representatividade.
Art. 5. Os arts. 589, 590, 591 e 593 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei 5.452, de 1 de maio de 1943, passam a vigorar com a
seguinte redação:
"Art. 589. ( ... )
I - para os empregadores:
a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente;
b) 15% (quinze por cento) para a federação;
c) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e
d) 20% (vinte por cento) para a 'Conta Especial Emprego e Salário';
II - para os trabalhadores:
a) 5% (cinco por cento) para a confederação correspondente;
b) 10% (dez por cento) para a central sindical;
c) 15% (quinze por cento) para a federação;
d) 60% (sessenta por cento) para o sindicato respectivo; e
e) 10% (dez por cento) para a 'Conta Especial Emprego e Salário';
III - (Revogado);
IV - (Revogado).
§ 1. O sindicato de trabalhadores indicará ao Ministério do Trabalho e Emprego a
central sindical a que estiver filiado como beneficiária da respectiva contribuição
sindical, para fins de destinação dos créditos·previstos neste artigo.
§ 2. A central sindical a que se refere a alínea b do inciso II do caput deste artigo
deverá atender aos requisitos de representatividade previstos na Legislação especí-
fica sobre a matéria."
"Art. 590. Inexistindo confederação, o percentual previsto no art. 589 desta Conso-
lidação caberá à federação representativa do grupo.
§ 1. (Revogado).
§ 2. (Revogado).
§ 3. Não havendo sindicato, nem entidade sindical de grau superior ou central sin-
dical, a contribuição sindical será creditada, integralmente, à 'Conta Especial Em-
prego e Salário'.
§ 4. Não havendo indicação de central sindical, na forma do § 1 do art. 589 desta
Consolidação, os percentuais que lhe caberiam serão destinados à 'Conta Especial
Emprego e Salário'."
"Art. 591. Inexistindo sindicato, os percentuais previstos na alínea c do inciso I e
na alínea d do inciso II do caput do art. 589 desta Consolidação serão creditados à
federação correspondente à mesma categoria econômica ou profissional.
Parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, os percentuais previstos nas
alíneas a e b do inciso I e nas alíneas a e c do inciso II do caput do art. 589 desta
Consolidação caberão à confederação." (NR)
"Art. 593. As percentagens atribuídas às entidades sindicais· de grau superior e às
centrais sindicais serão aplicadas de conformidade com o que dispuserem os respec-
tivos conselhos de representantes ou estatutos.
Parágrafo único. Os recursos destinados às centrais sindicais deverão ser utilizados
no custeio das atividades de representação geral dos trabalhadores decorrentes de

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suas atribuições legais."
Art. 6. (Vetado)
Art. 7. Os arts. 578 a 610 da Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, aprovada
pelo Decreto-lei 5.452, de 1. de maio de 1943, vigorarão até que a Lei venha a
disciplinar a contribuição negocial, vinculada ao exercício efetivo da negociação
coletiva e à aprovação em assembleia- geral da categoria.
Art. 8. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 31 de março de 2008; 187 da Independência e 120 da República.
Luiz Inácio Lula Da Silva
Tarso Genro
Carlos Lupi

Seção 2.11 Proteção ao Dirigente Sindical

Como já mencionado, a CLT deu proteção especial à contratação do representante


sindical, para que pudesse exercer suas funções de forma independente, sem medo de repre-
sálias do empregador, conforme estipulado no artigo 3º do art. 543, em Verbis:

"§ 3. Fica vedada a dispensa do empregado sindicalizado ou associado, a partir


do momento do registro de sua candidatura a cargo de direção ou representação
de entidade sindical ou de associação profissional, até 1 ano após o final do seu
mandato, caso seja eleito, inclusive como suplente, salvo se cometer falta grave,
devidamente apurada nos termos da CLT".

A Carta Magna, no art. 8, VIII, elevou a âmbito constitucional a proteção à atividade


sindical, ao dispor que:

"Art. 8 É livre a associação profissional ou sindical, observado o seguinte:


VIII - é vedada a dispensa do empregado sindicalizado a partir do registro da candi-
datura a cargo de direção ou representação sindical e, se eleito, ainda que suplente,
até um ano após o final do mandato, salvo se cometer falta grave nos termos da lei".

O líder de uma respeitada categoria profissional também terá direito à estabilidade


temporária em resposta, desde que a função desempenhada corresponda à categoria sindical
que é a líder.
No entanto, se o empregado não estiver envolvido na atividade profissional que re-
presenta, ele não será elegível para a estabilidade.
Sobre a estabilidade do líder sindical, confira o resumo do TST 369:

"Súmula 369 do TST. Dirigente sindical. Estabilidade ·provisória (redação do item I


alterada na sessão do Tribunal Pleno realizada em 14.09.2012)
I - É assegurada a estabilidade provisória ao empregado dirigente sindical, ainda
que a comunicação do registro da candidatura ou da eleição e da posse seja realiza-
da fora do prazo previsto no art. 543, § 5, da CLT, desde que a ciência ao emprega-
dor, por qualquer meio, ocorra na vigência do contrato de trabalho.
II - O art. 522 da CLT foi recepcionado pela Constituição Federal de 1988. Fica
limitada, assim, a estabilidade a que alude o art. 543, § 3, da CLT a sete dirigentes

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sindicais e igual número de suplentes (Nova redação, Res. 174, de 24.05.2011).


III - O empregado de categoria diferenciada eleito dirigente sindical só goza de
estabilidade se exercer na empresa atividade pertinente à categoria profissional do
sindicato para o qual foi eleito dirigente (ex-OJ n. 0 145 da SBDI-1 - inserida em
27.11.1998).
IV - Havendo extinção da atividade empresarial no âmbito da base territorial do
sindicato, não há razão para subsistir a estabilidade (ex-OJ n. 0 86 da SBDI-1 - in-
serida em 28.04.1997).
V - O registro da candidatura do empregado a cargo de dirigente sindical durante o
período de aviso prévio, ainda que indenizado, não lhe assegura a estabilidade, visto
que inaplicável a regra do § 3 do art. 543 da Consolidação das Leis do Trabalho
(ex-OJ n. 0 35 da SBDI-1 - inserida em 14.03.1994)".

Vale ressaltar que o § 5º do art. 543 afirma que a entidade comunicará por escrito à
empresa, no prazo de 24 horas, o dia e horário de registro da candidatura do seu empregado
e ao mesmo tempo, sua eleição e posse, sendo a comunicação do registro da candidatura di-
rigente sindical essencial para aquisição de estabilidade pelo empregado.
A estabilidade sindical não é garantia pessoal do empregado, mas o direito da cate-
goria de viabilizar a atividade da representação sindical.
A estabilidade visa proteger o trabalhador contra possíveis ameaças do empregador,
a fim de garantir a independência na defesa dos interesses gerais da categoria ou de seus re-
presentantes.
A modalidade prevista no art. 543, § 3º, da CLT e: no art. 8º, VIII, da CF/1988, só é
assegurada aos dirigentes de sindicato, não aos dirigentes de associações.
O art. 659, X, CLT, permite ao juiz da Justiça do Trabalho conceder uma ordem de
restrição até a decisão final do processo, as ações trabalhistas que visam à reintegração no
emprego do dirigente sindical que foram suspensas ou dispensado pelo empregador.
Ressalta-se que a liberdade sindical está ancorada no item "I" do art. 8º da CF/1988,
sem cancelamento do art. 522 da CLT, que determina o número de membros da diretoria do
sindicato.
A autonomia do sindicato em sua própria organização, sem· interferência do Estado,
deve ser praticada dentro do princípio da razoabilidade, e a formação de uma entidade que
exceda o limite máximo de membros da diretoria, e como resultado, de dirigentes sindicais
portadores de estabilidade.

RETOMANDO A AULA

Chegamos, assim, ao final da terceira aula. Espera-se que


agora tenha ficado mais claro o entendimento de vocês. Va-
mos, então, recordar:

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Seção 2.9.3 Confederativo

A contribuição confederativa, apresentada pela Carta Maior de 1988, visa financiar


o sistema da Confederação, que inclui sindicatos, federações e confederações, não só da ca-
tegoria profissional, mas também da categoria econômica.

Seção 2.9.4 Voluntário

Consiste na mensalidade sindical, que é paga exclusivamente pelos associados ao


sindicato, prevista pelo estatuto de cada entidade sindical.

Seção 2.10. Centrais Sindicais

As centrais sindicais foram consideradas associações civis de abrangência nacional,


sem regulamentação formal, sem a personalidade de um sindicato.

Seção 2.11. Proteção ao Dirigente Sindical

Os Art. 8, VIII, CF/1988 e art. 543, § 3º, da CLT, orienta ao líder sindical, titulares e
suplente, estabilidade temporária, a partir do registro da candidatura, se eleito, até 1 ano após
o término do mandato.

SUGESTÕES DE LEITURAS, SITES E FILMES:

Vale a pena

Acesse o link: https://www.youtube.com/watch?v=TBtvGHxtjrI&t=361s

Minhas anotações:
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