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Receitas sindicais

IV - a assembléia geral fixará a contribuição que, em se tratando de categoria profissional,


será descontada em folha, para custeio do sistema confederativo da representação
sindical respectiva, independentemente da contribuição prevista em lei;12

Art. 578 - As contribuições devidas aos Sindicatos pelos que participem das categorias
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas
entidades serão, sob a denominação do "imposto sindical", pagas, recolhidas e aplicadas
na forma estabelecida neste Capítulo. (Vide Decreto-Lei nº 229, de 1967)
(Vide Lei nº 11.648, de 2008)

Art. 578. As contribuições devidas aos sindicatos pelos participantes das categorias
econômicas ou profissionais ou das profissões liberais representadas pelas referidas
entidades serão recolhidas, pagas e aplicadas na forma estabelecida neste Capítulo, sob
a denominação de contribuição sindical, desde que prévia, voluntária, individual e
expressamente autorizado pelo empregado. (Redação dada pela Medida
Provisória nº 873, de 2019) (Vigência encerrada)

Art. 582. Os empregadores são obrigados a descontar da folha de pagamento de seus


empregados relativa ao mês de março de cada ano a contribuição sindical dos
empregados que autorizaram prévia e expressamente o seu recolhimento aos
respectivos sindicato.(Redação dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

(receita sindical, resquício do corporativismo. contribuição sindical/imposto


sindical/contribuição sindical obrigatória. com a reforma, não se obrigam os não
sindicalizados)

PRECEDENTE NORMATIVO TST Nº 119 CONTRIBUIÇÕES SINDICAIS –


INOBSERVÂNCIA DE PRECEITOS CONSTITUCIONAIS – (mantido) - DEJT divulgado
em 25.08.2014 "A Constituição da República, em seus arts. 5º, XX e 8º, V, assegura o
direito de livre associação e sindicalização. É ofensiva a essa modalidade de liberdade
cláusula constante de acordo, convenção coletiva ou sentença normativa estabelecendo
contribuição em favor de entidade sindical a título de taxa para custeio do sistema
confederativo, assistencial, revigoramento ou fortalecimento sindical e outras da mesma
espécie, obrigando trabalhadores não sindicalizados. Sendo nulas as estipulações que
inobservem tal restrição, tornam-se passíveis de devolução os valores irregularmente
descontados." (confederação confederativa, descontada em folha para o fomento
financeiro do sistema confederativo. cobrar de toda categoria é ofensivo a liberdade
sindical, devendo ser devida apenas pelos sindicalizados. .

Art. 513. São prerrogativas dos sindicatos : (Redação restabelecida pelo


Decreto-lei nº 8.987-A, de 1946)
e) impor contribuições a todos aqueles que participam das categorias econômicas
ou profissionais ou das profissões liberais representadas. (Redação restabelecida pelo
Decreto-
lei nº 8.987-A, de 1946) (contribuição assistencial/negocial. se aplica também o
precedente anterior)

4ª) mensalidade dos associados: somente paga pelos sindicalizados


Negociação coletiva de trabalho

Princípios:
- para acordos e negociações surtirem efeito no mundo jurídico:
1) princípio da adequação setorial negociada
2) princípio da criatividade jurídica na negociação coletiva
- para existirem e valer as negociações:
1) princípio da lealdade e transparência na negociação coletiva
2) princípio da interveniência sindical obrigatória
3) princípio da equivalência dos seres coletivos (negociação, forma de criar
normas autônomas coletivas e genéricas))

Tipos de sistemas jurídicos-normativos no mundo:


- democráticos
1) sistema de normatização autônoma e privatística (outros países)
2) sistema de normatização privatística subordinada (BR)
valoriza as negociações privadas, subordinadas a padrões estatais
mínimos
- autoritários
OBS. direito do trabalho surgiu aqui, não havia espaço para negociações, conflito
é negado

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a
lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
I - pacto quanto à jornada de trabalho, observados os limites constitucionais;
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
II - banco de horas anual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
III - intervalo intrajornada, respeitado o limite mínimo de trinta minutos para jornadas
superiores a seis horas; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IV - adesão ao Programa Seguro-Emprego (PSE), de que trata a Lei no 13.189, de 19 de
novembro de 2015; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
V - plano de cargos, salários e funções compatíveis com a condição pessoal do
empregado, bem como identificação dos cargos que se enquadram como funções de
confiança (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VI - regulamento empresarial; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
VII - representante dos trabalhadores no local de trabalho; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
VIII - teletrabalho, regime de sobreaviso, e trabalho intermitente;
(Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
IX - remuneração por produtividade, incluídas as gorjetas percebidas pelo empregado, e
remuneração por desempenho individual; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
X - modalidade de registro de jornada de trabalho; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
XI - troca do dia de feriado; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XII - enquadramento do grau de insalubridade; (Incluído pela Lei nº 13.467, de
2017)
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das
autoridades competentes do Ministério do Trabalho; (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017)
XIV - prêmios de incentivo em bens ou serviços, eventualmente concedidos em
programas de incentivo; (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)
XV - participação nos lucros ou resultados da empresa. (Incluído pela Lei nº
13.467, de 2017) (rol exemplificativo)

Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de


trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017)
Parágrafo único. Regras sobre duração do trabalho e intervalos não são consideradas
como normas de saúde, higiene e segurança do trabalho para os fins do disposto neste
artigo. (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017) (rol exemplificativo)

Acordo coletivo e Convenção coletiva

Definição

Art. 611 - Convenção Coletiva de Trabalho é o acôrdo de caráter normativo, pelo


qual dois ou mais Sindicatos representativos de categorias econômicas e profissionais
estipulam condições de trabalho aplicáveis, no âmbito das respectivas representações, às
relações individuais de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967) (convenção: sindicato dos dois lados, aplica-se no todo)
§ 1º É facultado aos Sindicatos representativos de categorias profissionais celebrar
Acordos Coletivos com uma ou mais emprêsas da correspondente categoria econômica,
que estipulem condições de trabalho, aplicáveis no âmbito da emprêsa ou das acordantes
respectivas relações de trabalho. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967) (acordo: sindicato X empregador; apliza-se no caso concreto em
específico)

Legitimação

§ 2º As Federações e, na falta desta, as Confederações representativas de categorias


econômicas ou profissionais poderão celebrar convenções coletivas de trabalho para
reger as relações das categorias a elas vinculadas, inorganizadas em Sindicatos, no
âmbito de suas representações. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967) Se não existir sindicato, primeiramente uma federação é chamada para
representar a categoria, se não puder, chama-se uma confederação

Art. 617 - Os empregados de uma ou mais empresas que decidirem celebrar Acôrdo
Coletivo de Trabalho com as respectivas empresas darão ciência de sua resolução, por
escrito, ao Sindicato representativo da categoria profissional, que terá o prazo de 8 (oito)
dias para assumir a direção dos entendimentos entre os interessados, devendo igual
procedimento ser observado pelas emprêsas interessadas com relação ao Sindicato da
respectiva categoria econômica. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de
28.2.1967)
§ 1º Expirado o prazo de 8 (oito) dias sem que o Sindicato tenha se desincumbido
do encargo recebido, poderão os interessados dar conhecimento do fato à Federação a
que estiver vinculado o Sindicato e, em falta dessa, à correspondente Confederação, para
que, no mesmo prazo, assuma a direção dos entendimentos. Esgotado esse prazo,
poderão os interessados prosseguir diretamente na negociação coletiva até final.
(Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (não é possível na prática, pois apenas os
empregadores podem não se fazer presentes)

Conteúdo

Dividido em duas partes:


1) dispositivos normativos: obriga os contratos individuais, regras jurídicas
2) dispositivos obrigacionais: obriga as partes envolvidas, cláusulas contratuais

Forma

Art. 613 - As Convenções e os Acordos deverão conter obrigatòriamente:


(Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
I - Designação dos Sindicatos convenentes ou dos Sindicatos e emprêsas
acordantes; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
II - Prazo de vigência; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
III - Categorias ou classes de trabalhadores abrangidas pelos respectivos
dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
IV - Condições ajustadas para reger as relações individuais de trabalho durante sua
vigência; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
V - Normas para a conciliação das divergências sugeridas entre os convenentes por
motivos da aplicação de seus dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)
VI - Disposições sôbre o processo de sua prorrogação e de revisão total ou parcial
de seus dispositivos; (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
VII - Direitos e deveres dos empregados e emprêsas; (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
VIII - Penalidades para os Sindicatos convenentes, os empregados e as emprêsas
em caso de violação de seus dispositivos. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229,
de 28.2.1967)
Parágrafo único. As convenções e os Acordos serão celebrados por escrito, sem
emendas nem rasuras, em tantas vias quantos forem os Sindicatos convenentes ou as
emprêsas acordantes, além de uma destinada a registro. (Incluído pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (requisitos mínimos de validade, recebido pela CF, nada
fere a autonomia sindical)

Art. 612 - Os Sindicatos só poderão celebrar Convenções ou Acordos Coletivos de


Trabalho, por deliberação de Assembléia Geral especialmente convocada para êsse fim,
consoante o disposto nos respectivos Estatutos, dependendo a validade da mesma do
comparecimento e votação, em primeira convocação, de 2/3 (dois terços) dos associados
da entidade, se se tratar de Convenção, e dos interessados, no caso de Acôrdo, e, em
segunda, de 1/3 (um têrço) dos mesmos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº
229, de 28.2.1967)
Parágrafo único. O "quorum" de comparecimento e votação será de 1/8 (um oitavo)
dos associados em segunda convocação, nas entidades sindicais que tenham mais de
5.000 (cinco mil) associados. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
(não foi recebido pela CF, pois fere a autonomia sindical)
Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as empresas acordantes promoverão,
conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou
Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no
Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social,
nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º As Convenções e os Acordos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da
entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º Cópias autênticas das Convenções e dos Acordos deverão ser afixados de
modo visível, pelos Sindicatos convenentes, nas respectivas sedes e nos
estabelecimentos das emprêsas compreendidas no seu campo de aplicação, dentro de 5
(cinco) dias da data do depósito previsto neste artigo. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo
de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação dada pela
Lei nº 13.467, de 2017) (recepcionada pela CF, pois garante a publicização.
questionamentos sobre a necessidade do depósito)

Vigência e duração

Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão,


conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou
Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no
Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social,
nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 1º As Convenções e os Acôrdos entrarão em vigor 3 (três) dias após a data da
entrega dos mesmos no órgão referido neste artigo. (Redação dada pelo
Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (vigência: tempo em que determinado acordo vigora)

§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo de


trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação dada pela Lei nº
13.467, de 2017) (duração: tempo que vai produzir efeitos)
ADPF 323: súmula 277 é inconstitucional. A redação dela permaneceu depois da reforma.

Abria margem para a ultratividade (prolongamento dos efeitos/duração dos acordos


coletivos)

Prorrogação/Revisão/Denúncia/Revogação/Extensão

Prorrogação: aumento da vigência da norma.


Revisão: alteração que é feita na norma coletiva, pois ela precisa se adaptar a novas
condições fáticas
Denúncia: mudança que leva ao término de vigência da norma coletiva. Antecipação em
relação a esse prazo de vigência total da norma coletiva.
Revogação: situação em que nova norma coletiva dispõe em contrário sobre norma
anterior. Mesmo tema. Revogação total ou parcial.
Extensão: situação em que a norma coletiva passa a se aplicar fora das bases
profissionais e econômicas que deram instrumento para o surgimento de tal norma
coletiva. Para fora das bases econômicas anteriores. OBS. precisa de nova negociação.

Art. 615 - O processo de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação total ou parcial de


Convenção ou Acôrdo ficará subordinado, em qualquer caso, à aprovação de Assembléia
Geral dos Sindicatos convenentes ou partes acordantes, com observância do disposto no
art. 612. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967) (não precisa de
nova negociação)
§ 1º O instrumento de prorrogação, revisão, denúncia ou revogação de Convenção
ou Acôrdo será depositado para fins de registro e arquivamento, na repartição em que o
mesmo originariamente foi depositado observado o disposto no art. 614. (Incluído
pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 2º As modificações introduzidos em Convenção ou Acôrdo, por fôrça de revisão ou
de revogação parcial de suas claúsulas passarão a vigorar 3 (três) dias após a realização
de depósito previsto no § 1º. (Incluído pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)

Efeitos jurídicos dos diplomas negociais coletivos

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a
lei quando, entre outros, dispuserem sobre: (Incluído pela Lei nº 13.467, de 2017)

Art. 611-B. Constituem objeto ilícito de convenção coletiva ou de acordo coletivo de


trabalho, exclusivamente, a supressão ou a redução dos seguintes direitos: (Incluído
pela Lei nº 13.467, de 2017) (princípio da norma mais favorável, se escolhe a depender
do caso. não se trata de hierarquia. direitos de indisponibilidade absoluta não podem ser
afastados)

Hierarquia entre CCT e ACT

Art. 620, CLT. As condições estabelecidas em Convenção quando mais favoráveis


prevalecerão sobre as estipuladas em Acordo.” (Redação Antiga)
Art. 620, CLT. As condições estabelecidas em acordo coletivo de trabalho sempre
prevalecerão sobre as estipuladas em convenção coletiva de trabalho. (Redação dada
pela Lei nº 13.467, de 2017) (não pe hierarquia, pois se analisa a aplicação, não a
validade) (o acordo visa atingir a coletividade, por isso prevalece)

Quando ambos instrumentos coletivos tinham, em cernes diferentes, condições


favoráveis, qual preponderará?

Teoria da acumulação (atomista)

“Fraciona-se o conteúdo dos textos normativos aproveitando-se somente os preceitos e


institutos mais favoráveis.”

Crítica: cria uma aberração no mundo jurídico. Dispositivos da convenção em que ela é
mais favorável e aplicar.

Teoria do conglobamento setorizado - mitigado

“Fraciona-se o conteúdo dos textos normativos aproveitando-se os preceitos e institutos


mais favoráveis, considerados dentro de um mesmo universo temático.”

Crítica: não resolve o problema de fato.

Teoria do conglobamento total (jurisprudência)

“Não há fracionamento, mas a aplicação em conjunto de todo texto normativo.”


Segundo a Roberta, é a teoria mais adequada, pois, aqui, leva-se em conta todo o
conjunto

Relação entre as regras negociais coletivas e o contrato de trabalho

Art. 614 - Os Sindicatos convenentes ou as emprêsas acordantes promoverão,


conjunta ou separadamente, dentro de 8 (oito) dias da assinatura da Convenção ou
Acôrdo, o depósito de uma via do mesmo, para fins de registro e arquivo, no
Departamento Nacional do Trabalho, em se tratando de instrumento de caráter nacional
ou interestadual, ou nos órgãos regionais do Ministério do Trabalho e Previdência Social,
nos demais casos. (Redação dada pelo Decreto-lei nº 229, de 28.2.1967)
§ 3o Não será permitido estipular duração de convenção coletiva ou acordo coletivo
de trabalho superior a dois anos, sendo vedada a ultratividade. (Redação
dada pela Lei nº 13.467, de 2017)

Isto posto, para responder a tal questionamento quanto a aderência, visto que o
dispositivo supramencionado só falava sobre a duração dos instrumentos coletivos,
criou-se três teorias

Teoria da aderência irrestrita

Admite-se uma ultratividade da norma coletiva.

“Os dispositivos normativos aderem permanentemente aos contratos individuais de


trabalho, comportando-se tipicamente como cláusulas contratuais, que não podem ser
alteradas em prejuízo ao trabalhador.”

Ou seja, essa norma coletiva só poderá ser alterada observando os requisitos do art. 468
da CLT, assim, em regra, a aderência, aqui, é irrestrita. Esta teoria foi adotada diante da
CF/88.

Teoria da aderência limitada pelo prazo (adotada pela reforma)

Sem ultratividade.

“Os dispositivos normativos aderem aos contratos individuais de trabalho somente


durante o prazo de vigência da norma autônoma.”

Esta teoria foi adotada com a promulgação da EC nº 45/2004, pois, é a partir dela que
passou a existir o requisito do “mútuo consentimento” para ajuizamento de um dissídio
coletivo. Tendo em vista que antes, a JT tinha a legitimidade de produzir uma convenção
coletiva por meio da promulgação da chamada “sentença normativa”. Tal possibilidade se
abria quando o sindicato se recusava a negociar. Lembrando que a aderência da
sentença normativa é de 4 anos, pelo previsto dentro da CLT. Destarte, agora, não é
possível que se faça isso mais, ao passo que, o resultado fora que o número de dissídios
coletivos despencou.

Teoria da aderência limitada pela revogação

Haverá uma ultratividade relativa.

“Os dispositivos normativos aderem aos contratos individuais até que nova norma coletiva
revogue a anterior, tácita ou expressamente.”

Adotada pelo TST; sabendo que essa mudança se deu por uma mudança interpretativa
do próprio Tribunal Superior. Uma vez que, diante da redação original da súmula nº 277,
TST, a opção era pela segunda teoria, mas em 2012, com a reforma do enunciado
sumular em questão, a terceira teoria passou a ser adotada.

Aliás, a partir do momento que ela passou a ser predominante para o TST, as normas
coletivas autônomas passaram a se comportar tal qual as normas jurídicas estatais.
Entretanto, em outubro de 2016, o STF julgou uma ADPF – nº 323, DF, considerando que
a nova redação da súmula supracitada não teria legitimidade de existir, eis que o TST
estaria legislando.

Enfim, o resultado foi que esse segundo e recente posicionamento – com fulcro na
terceira teoria – não tem efeito de acordo com o entendimento do STF, assim, mesmo o
TST estando relutante, voltou-se com a aplicação da segunda teoria. Ademais, a reforma
trabalhista adotou qual posicionamento?

Greve e lock-out

Autocomposição: Se visualiza como autocomposição, qualquer negociação coletiva,


donde se vê os próprios interessados resolvendo, de maneira consensual, o conflito.

Heterocomposição: Neste caso, o que vem à mente são os dissídios coletivos, ou seja, se
trata do ajuizamento daquelas ações que envolvem direitos coletivos stricto senso; esta é
uma decorrência da impossibilidade de solução consensual dos conflitos coletivos entre
as próprias partes, aí é quando se vislumbra o Estado intervindo para saná-lo.

Autotutela: Se trata da greve e do chamado “lock-out”; aqui, se tem o conflito trabalhista


solucionado pela ação coercitiva de um dos interessados apenas.

CP: Art. 345. Fazer justiça pelas próprias mãos, para satisfazer pretensão, embora
legítima, salvo quando a lei o permite: Pena - detenção, de quinze dias a um mês, ou
multa, além da pena correspondente à violência.
Parágrafo único - Se não há emprego de violência, somente se procede mediante queixa.

CC: Art. 1.210. O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbação,
restituído no de esbulho, e segurado de violência iminente, se tiver justo receio de ser
molestado.

Lock-out

LEI 7.783/1989: Art. 17. Fica vedada a paralisação das atividades, por iniciativa do
empregador, com o objetivo de frustrar negociação ou dificultar o atendimento de
reivindicações dos respectivos empregados (lockout).
Parágrafo único. A prática referida no caput assegura aos trabalhadores o direito à
percepção dos salários durante o período de paralisação. (proibido no brasil. empregador
já possui situação de privilégio)

Art. 483 - O empregado poderá considerar rescindido o contrato e pleitear a devida


indenização quando:
d) não cumprir o empregador as obrigações do contrato;
(efeitos jurídicos. rescisão indireta do contrato)

Greve

Art. 2º Para os fins desta Lei, considera-se legítimo exercício do direito de greve a
suspensão coletiva, temporária e pacífica, total ou parcial, de prestação pessoal de
serviços a empregador. (movimento coletivo, sustação de obrigações dos trabalhadores,
exercício de direito, objetos específicos, suspensão temporária. “greve de solidariedade”:
não age pela categoria grevista)

Art. 6º São assegurados aos grevistas, dentre outros direitos:


I - o emprego de meios pacíficos tendentes a persuadir ou aliciar os trabalhadores a
aderirem à greve;
II - a arrecadação de fundos e a livre divulgação do movimento.
§ 1º Em nenhuma hipótese, os meios adotados por empregados e empregadores
poderão violar ou constranger os direitos e garantias fundamentais de outrem.
§ 2º É vedado às empresas adotar meios para constranger o empregado ao
comparecimento ao trabalho, bem como capazes de frustrar a divulgação do movimento.
§ 3º As manifestações e atos de persuasão utilizados pelos grevistas não poderão
impedir o acesso ao trabalho nem causar ameaça ou dano à propriedade ou pessoa.
(piquetes: bloqueio ao acesso do local, convencer não grevistas. Operação
tartaruga/excesso de zelo: trabalho com lentidão. Ocupação: impedir outros
trabalhadores, invasão. Essa é ilícita/abusiva. Sabotagem: não é legítimo)

Limitações jurídicas

Lei 7.783/1989: Art. 15. A responsabilidade pelos atos praticados, ilícitos ou crimes
cometidos, no curso da greve, será apurada, conforme o caso, segundo a legislação
trabalhista, civil ou penal. *(princípio da lealdade e transparência na negociação coletiva.
deixa de ser válida no período do cumprimento de instrumento negocial coletivo)
CF - Art. 9º [...] [...] § 2º Os abusos cometidos sujeitam os responsáveis às penas da lei.
(atividades e serviços essenciais são limitados)

Art. 9º É assegurado o direito de greve, competindo aos trabalhadores decidir sobre a


oportunidade de exercê-lo e sobre os interesses que devam por meio dele defender.
§ 1º A lei definirá os serviços ou atividades essenciais e disporá sobre o atendimento das
necessidades inadiáveis da comunidade

LEI 7.783/1989: Art. 10. São considerados serviços ou atividades essenciais:


I - tratamento e abastecimento de água; produção e distribuição de energia elétrica, gás e
combustíveis; II - assistência médica e hospitalar;
III - distribuição e comercialização de medicamentos e alimentos;
IV - funerários;
V - transporte coletivo;
VI - captação e tratamento de esgoto e lixo;
VII - telecomunicações;
VIII - guarda, uso e controle de substâncias radioativas, equipamentos e materiais
nucleares;
IX - processamento de dados ligados a serviços essenciais;
X - controle de tráfego aéreo;
XI - compensação bancária.

LEI 7.783/1989: Art. 11. Nos serviços ou atividades essenciais, os sindicatos, os


empregadores e os trabalhadores ficam obrigados, de comum acordo, a garantir, durante
a greve, a prestação dos serviços indispensáveis ao atendimento das necessidades
inadiáveis da comunidade.
Parágrafo único. São necessidades inadiáveis, da comunidade aquelas que, não
atendidas, coloquem em perigo iminente a sobrevivência, a saúde ou a segurança da
população.

Art. 3º Frustrada a negociação ou verificada a impossibilidade de recursos via arbitral, é


facultada a cessação coletiva do trabalho. (deve haver tentativa prévia de resolução por
negociação/acordo)
Parágrafo único. A entidade patronal correspondente ou os empregadores diretamente
interessados serão notificados, com antecedência mínima de 48 (quarenta e oito) horas,
da paralisação (prazo de aviso prévio)

Art. 13. Na greve, em serviços ou atividades essenciais, ficam as entidades sindicais ou


os trabalhadores, conforme o caso, obrigados a comunicar a decisão aos empregadores
e aos usuários com antecedência mínima de 72 (setenta e duas) horas da paralisação.
(prazo de aviso prévio)

Art. 4º Caberá à entidade sindical correspondente convocar, na forma do seu estatuto,


assembleia geral que definirá as reivindicações da categoria e deliberará sobre a
paralisação coletiva da prestação de serviços (deliberação em assembléia geral)

(requisitos para/ greve)


Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica,
são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia
e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à
defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer
destes, da lei e da ordem. [...]
§ 3º Os membros das Forças Armadas são denominados militares, aplicandose-lhes,
além das que vierem a ser fixadas em lei, as seguintes disposições: [...]
IV - ao militar são proibidas a sindicalização e a greve;

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: [...]
VI - é garantido ao servidor público civil o direito à livre associação sindical;
VII - o direito de greve será exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica;
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998) (vedado aos servidores
públicos militares, garantia contínua da lei, segurança e ordem nacional)

CF/1988 (antes da EC 19/1998): Art. 37 [...] [...] VII - o direito de greve será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei complementar;

cf/1988 (depois da EC 19/1998: Art. 37 [...] [...] VII - o direito de greve será exercido nos
termos e nos limites definidos em lei específica;

TEMA 531, STF (TEMA DE REPERCUSSÃO GERAL): Tese: A administração pública


deve proceder ao desconto dos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de
greve pelos servidores públicos, em virtude da suspensão do vínculo funcional que dela
decorre, permitida a compensação em caso de acordo. O desconto será, contudo,
incabível se ficar demonstrado que a greve foi provocada por conduta ilícita do Poder
Público.

INSTRUÇÃO NORMATIVA 54/2021, MINISTÉRIO DA ECONOMIA:


Art. 3º A Administração Pública Federal deve proceder ao desconto da remuneração
correspondente aos dias de paralisação decorrentes do exercício do direito de greve
pelos servidores públicos.
Art. 4º Facultativamente, os órgãos e entidades integrantes do SIPEC, desde que
atendido o interesse público, poderão firmar Termo de Acordo para permitir a
compensação das horas não trabalhadas pelos servidores e a devolução dos valores já
descontados a esse título, desde que com anuência do órgão central de Sistema de
Pessoal Civil da Administração Federal (SIPEC).

(Greve para servidor público se aplica subsidiariamente as normas, mas desconta em


folha os dias não trabalhados)

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