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Direito do Trabalho I

• Sumário:

1. Introdução
• Importância, objecto e âmbito do
Direito do Trabalho

2. As Fontes de Direito do Trabalho


• Fontes Comuns de Direito
• Fontes Internas
- A Constituição
- A Lei
- Instrumentos de Regulamentação
Colectiva
- Usos Laborais

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DIREITO DO
TRABALHO I
Importância, objecto e âmbito do
Direito do Trabalho
- O trabalho é uma exigência
natural;

- uma componente essencial do


modo de vida de cada um de nós;

- elemento determinante de
estruturação social.

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DIREITO DO
TRABALHO I

Direito do Trabalho
- incide sobre o trabalho humano;
- em proveito alheio;
- livre (art.º 47.º, da CRP);
- desenvolve-se em torno de um
contrato;
- remunerado;
- realizado através de uma
actividade organizada e dirigida
por outrem.

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DIREITO DO
TRABALHO I

• Regula, em suma:
- as relações jurídico-privadas de
trabalho livre, remunerado e
subordinado.
- pressupõe: um acto de submissão
à vontade alheia (com alheamento
dos resultados) e actos de
disposição da força de trabalho –
heterodeterminação.

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DIREITO DO
TRABALHO I

• No seu conteúdo, inclui:

- relação individual de
trabalho;

- relação entre o empregador e


o Estado;

- relações colectivas de
trabalho.
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DIREITO DO
TRABALHO I

• Funções do Direito do Trabalho:


- Compensação da debilidade
contratual do trabalhador;
- Promoção da realização dos
valores globalmente tidos como
fundamentais a todos os
ordenamentos;
- Padronização das condições de uso
da força de trabalho.

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Direito do Trabalho I

Fontes Comuns de Direito

Modos de formação ou de revelação das


Normas jurídicas

Lei e Costume
Doutrina e Jurisprudência

No Direito do Trabalho vão aqui acrescer os


Instrumentos de Regulamentação Colectiva

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Direito do Trabalho I

Catálogo de Direitos na CRP


A. Direitos individuais gerais (de todos os cidadãos)
1º - liberdade de escolha de profissão ou género de
trabalho (47.º/1);
2º - Princ. da igualdade no acesso à profissão ou
género de trabalho (13.º/2, 58.º/3);
3º - Direito ao trabalho (58.º/1);

B. Direitos individuais dos trabalhadores


4º - Direito à segurança no emprego (53.º);
5º - Direito à retribuição suficiente (59.º/1-a));
6º - Direito à prestação de trabalho em condições
socialmente dignificantes e com higiene, saúde e
Segurança;

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Direito do Trabalho I

7º - Direito à limitação da jornada de trabalho e ao


repouso (à pausa, ao descanso diário, semanal e anual);
8º - Direito à assistência material no desemprego;

C. Direitos Colectivos e de exercício colectivo


9º - Liberdade sindical (55.º);
10º - Direito de criação de comissões de trabalhadores;
11º - Direito de contratação colectiva;
12º - Direito de greve (57.º);

D. Direitos de participação
13º - Participação institucional e não institucional, quer
Na esfera pública (56-º/2 b-d, a-c), quer na esfera
privada (54-º/5 e-f, 54-º/5 b-d + 56-º/2 c-e).

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Direito do Trabalho I

- Instrumentos de Regulamentação
Colectiva
A - Negociais:
1º - Convenções colectivas de trabalho
2º - Acordo de Adesão
3º - Decisão de Arbitragem Voluntária

B - Não Negociais:
1º - Portaria de Extensão
2º - Portaria de Condições de Trabalho
3º - Decisão de Arbitragem Obrigatória
4º - Decisão de Arbitragem Necessária

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Direito do Trabalho I

(A) 1º - Convenções colectivas de trabalho


acordo celebrado entre associações de
empregadores e de trabalhadores, ou entre
empresas e organismos representativos de
trabalhadores, ou seja, pode ser (2.º/3, CT):

Contrato colectivo de trabalho (agem


associações de ambos os lados)
Acordo colectivo de trabalho (uma
Pluralidade de empregadores para
diferentes empresas)

Acordo de empresa (um só empregador


para uma empresa ou estabelecimento)

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Direito do Trabalho I

(A) 2º - Acordo de Adesão


É um irct negocial que alarga o âmbito de aplicação
de uma convenção colectiva ou de uma decisão
arbitral, e sem possibilidade de alteração do conteúdo
destes (504.º).

Pressupostos: capacidade negocial colectiva


(443.º/1-a), 491.º/1) e existência de uma cct prévia,
que tenha sido depositada (494.º), esteja publicada
e tenha entrado em vigor (519.º);
Identifica-se parcialmente com a cct, embora esteja
limitado à liberdade de celebração na medida em
que a liberdade de estipulação é restrita aos
parceiros sociais daquela.
É possível a adesão parcial, mas com respeito pelo
Art. 504.º/3

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Direito do Trabalho I

(A) 3º - Decisão de Arbitragem Voluntária


Irct negocial que, tendo em vista privilegiar a auto-
composição de interesses jurídico-laborais, abarca
todas as questões laborais que resultem de uma cct,
ou da sua ausência, ainda que não exista qq. conflito
(506.º-507.º);
Pressupostos de funcionamento: existência de 3
árbitros provenientes, respectivamente, de
associações sindicais e de empregadores, assistidos
por peritos do Ministério responsável (507.º);
Não sendo um processo administrativo, envolve a
obrigação de informação e de depósito do texto
final junto do Ministério (505.º).
Tem os mesmos efeitos e é sujeita às mesmas regras
que as cct’s (505.º/3)

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(B) 1º - Portaria de extensão


Instrumento administrativo, não negocial,
destinado a alargar o âmbito originário de
aplicação de cct’s e decisões arbitrais;
aplica-se a (514.º - 516.º):

- Empregadores e trabalhadores da mesma área


geográfica e no âmbito sectorial e profissional de
aplicação de uma cct ou decisão arbitral, mas não
filiados ou partes;

- Empregadores e trabalhadores de área geográfica


diversa, mas do mesmo âmbito sectorial e
profissional, não havendo associações sindicais ou
patronais que os representem.

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Direito do Trabalho I

(B) 2º - Portaria de condições de trabalho


É, igualmente, um irct não negocial, sendo um acto
administrativo de conteúdo genérico, que tem por
objecto a definição directa das condições
de trabalho a praticar em certo sector (517.º-518.º);

Pressupostos: inexistência de associações sindicais


ou de empregadores e verificação da necessidade
social e económica da sua realização (517.º);

Não é um instrumento de superação de conflitos,


mas sim de intervenção regulamentar administrativa
(517.º/2 + 516.º/2 a 4).

Ainda que administrativa, ela pressupõe a


intervenção dos interlocutores negociais (518.º/3 e 4)

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Direito do Trabalho I

(B) 3º - Decisão de Arbitragem Obrigatória


Irct não-negocial e de carácter administrativo que,
face a uma situação “de negociações prolongadas e
infrutíferas”, esgotadas a conciliação e a mediação e
sem recurso pelas partes à arbitragem voluntária,
procura chegar a um consenso mínimo (508.º-509.º);
Requisitos: requerimento das partes; relevância face
ao nº de trabalhadores, relevância da protecção
social dos trabalhadores e efeitos sociais e
económicos do conflito; despacho favorável;
No tocante à escolha dos árbitros e funcionamento,
ver o disposto nos arts. 508.º e 509.º.

4º - Arbitragem Necessária
(510.º - 511.º, CT)

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-Usos Laborais
(não chegando a constituir um costume –
falta o elemento subjectivo -, são, sobretudo,
práticas usuais ou tradicionais de um sector
de actividade ou de uma área geográfica)
Na lei geral de direito privado constitui
mera fonte mediata (3.º, CCivil)
Já o CT vem reconhecer-lhe o valor de
norma perceptiva (1.º, CT)
Exs., 99.º, 197º./2-a), 154.º/3-b), 258.º/1,
272.º/1, 260.º/1-a), 278.º/1, ...
Têm um carácter de norma supletiva
subordinada, vinculando quando não existir
disposição imperativa ou supletiva da lei
ou da cct
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Direito do Trabalho I

• Quanto às fontes internas, do


cruzamento dos arts. 1.º e 3.º,
do CCivil, bem como do
conteúdo dos arts. 1.º, 2.º, 3.º,
476.º, 478.º, CT, entre outros,
resulta a seguinte hierarquia:
• Normas constitucionais > Lei
ordinária > irct´s negociais >
irct´s não negociais > usos
profissionais.

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Direito do Trabalho I

No direito do trabalho vigora um Princípio


do tratamento mais favorável para o
trabalhador (arts. 3.º/3 e 476.º, do CT), o
qual prevê que face a um conflito entre
fontes de hierarquia diferente:

1. Poderá a fonte superior ceder em prol dos


interesses do trabalhador;

2. Mas e apenas quando a primeira o admita.

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Direito do Trabalho I

Normas Imperativas:
•Absolutas, todas as que são insusceptíveis de ser
modificadas por uma fonte inferior, quer sejam mais
ou menos favoráveis para o trabalhador. Por exemplo,
os arts. 236.º/2, 250.º e 339.º/1, do CT;
•Relativas, são aquelas que admitem a alteração num
sentido mais favorável, funcionando, por isso, como
um limite mínimo (139.º, 273.º, CT), máximo (203.º/1,
CT) ou intervalo (391.º/1 e 392.º/3) imposto por Lei

Normas Supletivas
•São aquelas que cedem ante a regulamentação de
certa matéria pelos sujeitos da relação jurídica
(concretamente, no âmbito dos contratos), ainda que,
na ausência de previsão por parte destes, tornam-se
imperativas. Ex: art. 265.º, CT.

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