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INTRODUÇÃO À LEGISLAÇÃO LABORAL

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Noção Geral de Direito do Trabalho

O trabalho subordinado

Trata-se de uma prestação – num comportamento humano – desenvolvida


sob a autoridade e direção de outrem.
Noção Geral de Direito do Trabalho

Decompondo-a nos elementos constitutivos, pode-se considerar que o


trabalho subordinado:

1. Implica uma prestação; não se trata nem de uma coisa corpórea, nem de
um bem inteletual. Está em causa um comportamento humano, numa
situação que se adivinha rica em consequências jurídicas.
Noção Geral de Direito do Trabalho

2. Redunda numa prestação de facere; implica uma atividade positiva por


oposição à entrega de um coisa, à simples abstenção ou à necessidade de
suportar uma atuação que, em princípio, não seria permitida.
Noção Geral de Direito do Trabalho

3. Requere uma atividade heterodeterminada, ou seja, um desempenho cujo


conteúdo preciso vai, ainda que com naturais limites, ser unilateralmente
fixado por outra pessoa.
Noção Geral de Direito do Trabalho

O trabalho subordinado constitui um fenómeno multifacetado, apto a suportar


estudos e reflexões conduzidos por várias ciências.
Noção Geral de Direito do Trabalho

Para a ECONOMIA, o trabalho surge como uma atividade apta a satisfazer


necessidades humanas.

Corresponde a um fator de produção, expresso num custo;

Obedece a certas leis económicas, como a da oferta e da procura


Noção Geral de Direito do Trabalho

Na SOCIOLOGIA, o trabalho representa um conjunto complexo de relações,


dentro das sociedades humanas.

Torna-se, por isso, nas suas condicionantes como nas suas consequências,
apto, por excelência, ao aprofundamento sociológico.
Direito INDIVIDUAL do Trabalho

É o conjunto de princípios e normas que regem, em termos especiais, a


situação jurídica laboral.
Direito INDIVIDUAL do Trabalho

Na situação jurídica laboral, uma pessoa deve trabalhar a favor de outra,


mediante uma remuneração.
Direito COLETIVO do Trabalho

Este direito tem âmbitos regulativos diversificados e agrupa princípios e


normas que regulam os seguintes fenómenos jurídicos:
Direito COLETIVO do Trabalho

As pessoas laborais coletivas: sindicatos, associações patronais e os


agrupamentos respetivos
Direito COLETIVO do Trabalho

As situações laborais coletivas: as situações que se estabeleçam


envolvendo as pessoas laborais coletivas, no âmbito das suas atribuições e
competências.
Direito COLETIVO do Trabalho

Os factos normativos coletivos, ou seja, as fontes laborais protagonizadas


pelas pessoas laborais coletivas ou que, embora com outra origem, delas se
aproximem por razões estruturais ou teleológicas.
Direito COLETIVO do Trabalho

Os conflitos laborais coletivos: as situações que se estabeleçam


envolvendo as pessoas laborais coletivas, no âmbito das suas atribuições e
competências.
Direito COLETIVO do Trabalho

A organização interna da empresa, ela própria repartida por fenómenos tão


dispersos como as comissões de trabalhadores, “controlo” de gestão, a
cogestão e a auto-gestão.
Direito das condições de trabalho

Aspetos da segurança, de higiene e a saúde pública, de cultura ou de política


económica levam a uma intervenção estadual, com regras destinadas à sua
regulação
Direito processual do trabalho

Certos litígios laborais seguem modos próprios de composição hoje objeto de


leis processuais autónomas.

Instrumental embora em relação ao Direito do trabalho, o Direito processual


do trabalho apresenta, perante o processo comum, certos desvios
impulsionados pelos mesmos valores que, ao Direito do trabalho, dão uma
identidade.
Direito processual do trabalho

Certos litígios laborais seguem modos próprios de composição hoje objeto de


leis processuais autónomas.

Instrumental embora em relação ao Direito do trabalho, o Direito processual


do trabalho apresenta, perante o processo comum, certos desvios
impulsionados pelos mesmos valores que, ao Direito do trabalho, dão uma
identidade.
Contrato de trabalho
(art.º 11.º da Lei n.º 7/2009, de 12 de Fevereiro – Código do Trabalho)

Noção de contrato de trabalho

Contrato de trabalho é aquele pelo qual uma pessoa singular se obriga,


mediante retribuição, a prestar a sua atividade a outra ou outras pessoas, no
âmbito de organização e sob a autoridade destas.
v Contrato sinalagmático

v Subordinação jurídica e económica


Artigo 12.º
Presunção de contrato de trabalho
1 - Presume-se a existência de contrato de trabalho quando, na relação entre a
pessoa que presta uma atividade e outra ou outras que dela beneficiam, se
verifiquem algumas das seguintes características:
a) A actividade seja realizada em local pertencente ao seu beneficiário ou por ele
determinado;
b) Os equipamentos e instrumentos de trabalho utilizados pertençam ao beneficiário
da atividade;
c) O prestador de atividade observe horas de início e de termo da prestação,
determinadas pelo beneficiário da mesma;
d) Seja paga, com determinada periodicidade, uma quantia certa ao prestador de
actividade, como contrapartida da mesma;
e) O prestador de atividade desempenhe funções de direcção ou chefia na estrutura
orgânica da empresa.
Sujeitos
(art.ºs 13.º a 32.º do Código do Trabalho)

§ Capacidade

• Direitos de Personalidade
Capacidade

Art.º 13.º
Princípio geral sobre capacidade

A capacidade para celebrar contratos de trabalho regula-se nos termos gerais de


direito e pelo disposto neste Código.
Direitos de Personalidade
(art.ºs 14.º a 22.º do Código do Trabalho)

o Liberdade de expressão e de opinião


o Integridade física e moral
o Reserva da intimidade da vida privada
o Protecção de dados pessoais
o Dados biométricos
o Meios de vigilância à distância
o Confidencialidade de mensagens e de acesso a informação
Interpretação e aplicação do Direito do trabalho
Favor laboratoris

O Direito é comunicado a nível das fontes


Interpretação e aplicação do Direito do trabalho
Favor laboratoris

Fontes: instrumentos que facultam a revelação e o conhecimento de normas


jurídicas.

O Direito surge, no entanto, apenas de caso concreto, juridicamente decidido.

Entre a fonte e o caso concreto medeia toda uma distância, a percorrer através
duma série de operações a que se pode chamar realização do direito.
Interpretação e aplicação do Direito do trabalho
Favor laboratoris

A interpretação e a aplicação, ou antes, o processo de realização do Direito não


seguem rumos arbitrários: há que observar regras fixadas pela Ciência Jurídica.

O Direito do trabalho formou-se, historicamente, para solucionar uma problemática


à qual o Direito civil tradicional não foi capaz de dar resposta.

Nessa problemática veio ao de cima a necessidade de uma particular proteção


dos trabalhadores,
Artigo 4.º - Princípio do tratamento mais favorável
Lei n.º 9/2003, de 27.08
1 — As normas deste Código podem, sem prejuízo do disposto no número
seguinte, ser afastadas por instrumento de regulamentação colectiva de trabalho,
salvo quando delas resultar o contrário.
2 — As normas deste Código não podem ser afastadas por regulamento de
condições mínimas.
3 — As normas deste Código só podem ser afastadas por contrato de
trabalho quando este estabeleça condições mais favoráveis para o trabalhador e
se delas não resultar o contrário.

Início de Vigência: 01-12-2003


O princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador reporta-se à
hierarquia das fontes de direito do Direito do Trabalho, em especial à
relação existente entre a lei e as convenções coletivas de trabalho
(CCT) nos termos do artigo 3.º do Código do Trabalho (CT).

A lei assume a primazia normativa, face a outras fontes de direito de


hierarquia inferior (incluindo as CCT), quando assume uma feição
imperativa (“salvo quando delas resultar o contrário”) – artigos 3.º, n.º
1 e 478.º do CT.
Mas poderá ocorrer uma prevalência das CCT face a normas de
natureza supletiva? A resposta deve ser positiva, nas seguintes
situações:
a) A CCT pode estabelecer disposições menos favoráveis face à lei
com natureza supletiva ou dispositiva ou que estipulem vantagens
máximas para os trabalhadores; e
b) Imposição do princípio do tratamento mais favorável ao trabalhador
face à lei com natureza supletiva num conjunto de matérias,
constantes do elenco do artigo 3.º, n.º 3 do CT, como forma de tutela
dos trabalhadores.
O empregador e a empresa
(art.ºs 97.º a 101.º do Código do Trabalho)

§ Poder de direcção

§ Poder disciplinar

§ Regulamento interno de empresa

§ Tipos de empresas

§ Pluralidade de empregadoras (vd. noção legal de contrato de trabalho)


Formação do contrato

§ Negociação: culpa na formação do contrato


§ Promessa de contrato de trabalho
§ Dever de informação (art.º 106.º do Código do Trabalho)
§ Forma de contrato de trabalho (art.º 110.º do CT)
Período experimental
(art.ºs 111.º a 114.º do CT)

§ Noção
§ Duração
§ Contagem
§ Denúncia do contrato
Atividade do trabalhador
(art.ºs 115.º a 120.º do CT)

§ Determinação da actividade
§ Autonomia técnica
§ Efeitos da falta de título profissional
§ Funções desempenhadas pelo trabalhador
§ Mudança para categoria inferior
§ Mobilidade funcional
Direitos, deveres e garantias das partes
(art.ºs 126.º a 129.º do CT)

§ Deveres gerais das partes


§ Deveres do empregador
§ Deveres do trabalhador
§ Garantias do trabalhador
Cláusulas acessórias
(art.ºs 136.º a 138º do CT)

§ Pacto de não concorrência


§ Pacto de permanência
§ Limitação da liberdade de trabalho
Modalidades de contrato de trabalho
(art.ºs 139.º a 192.º do CT)

§ Contrato a termo resolutivo (art.ºs 139.º a 149.º)


§ Trabalho a tempo parcial (art.ºs 150.º a 156.º)
§ Trabalho intermitente (art.ºs 157.º a 160.º)
§ Comissão de serviço (art.ºs 161.º a 164.º)
§ Teletrabalho (art.ºs 165.º a 171.º)
§ Trabalho temporário (art.ºs 172.º a 192.º)
Teletrabalho
(art.ºs 165.º a 171.º do CT)

Art. º 165.º
Noção de teletrabalho

Considera-se teletrabalho a prestação laboral realizada com subordinação jurídica, habitualmente fora da empresa e
através do recurso a tecnologias de informação e de comunicação.
Os 3 f
Feriados, Férias e Faltas

(art.ºs 234.º a 257º do CT)


Feriados
(art.ºs 234.º a 236.º do CT)

§ Feriados obrigatórios (art.º 234.º)


§ Feriados facultativos (art.º 235.º)
§ Regime dos feriados (art.º 236.º)
§ Retribuição – Prestações relativas a dia feriado (art.º 269.º)
Férias
(art.ºs 237.º a 247.º do CT)

§ Direito a férias (art.º 237.º)


§ Duração e os casos especiais (art.º 238.º e 239.º)
§ Ano do gozo das férias (art.º 240.º)
§ Marcação do período das férias (art.º 241.º)

§ Encerramento para férias (art.º 242.º)


§ As 2 (duas) alterações do período de férias (art.º 243.º e 244.º)
§ Efeitos da cessação do contrato, violação do direito a férias e exercício de
outra actividade (art.º 243.º e 244.º)
Faltas
(art.ºs 248.º a 257.º do CT)

§ Noção e tipos (art.º 248 a 249.º)


§ Duração e os casos especiais (art.º 238.º e 239.º)
§ Imperatividade do regime (art.º 250.º)
§ Vários tipos de faltas (art.º 251.º e ss.)
§ Comunicações e prova (art.º 253 e 254.º)
§ Efeitos dos dois tipos de faltas (art.º 255.º e 256.º)
§ Substituição da perda de retribuição por motivo de faltas (art.º 257.º)
Poder disciplinar
(art.ºs 328.º a 332.º do CT)

§ Sanções disciplinares (art.º 328.º)


§ Procedimento disciplinar e prescrição (art.º 329.º)
§ Critério de decisão e aplicação de sanção disciplinar (art.º 330.º)
§ Sanções abusivas (art.º 331.º e ss.)
§ Registo das sanções disciplinares (art.º 332.º)
Cessação de contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

§ Disposições gerais (art.º 338.º)


§ Imperatividade do regime de cessação do contrato de trabalho (art.º 339.º)
§ Documentos a entregar ao trabalhador (art.º 341.º)
Modalidades de cessação do contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

§ Caducidade (art.º 343.º a 348.º)


§ Revogação (art.º 349.º )
Modalidades de cessação do contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

§ Despedimento por iniciativa do empregador


§ Despedimento por facto imputável ao trabalhador (art.º 351.º)
§ Despedimento colectivo (art.º 359.º)
§ Despedimento por extinção de posto de trabalho (art.º 359.º)
§ Despedimento por inadaptação (art.º 373.º)
Modalidades de cessação do contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

§ Despedimento por iniciativa do empregador


§ Ilicitude do despedimento
Modalidades de cessação do contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

Artigo 393.º
Regras especiais relativas a contrato de trabalho a termo
1 - As regras gerais de cessação do contrato aplicam-se a contrato de trabalho a termo, com as alterações
constantes do número seguinte.
2 - Sendo o despedimento declarado ilícito, o empregador é condenado:
a) No pagamento de indemnização dos danos patrimoniais e não patrimoniais, que não deve ser inferior às
retribuições que o trabalhador deixou de auferir desde o despedimento até ao termo certo ou incerto do contrato,
ou até ao trânsito em julgado da decisão judicial, se aquele termo ocorrer posteriormente;
b) Caso o termo ocorra depois do trânsito em julgado da decisão judicial, na reintegração do trabalhador, sem
prejuízo da sua categoria e antiguidade.
3 - Constitui contra-ordenação grave a violação do disposto no número anterior.
Modalidades de cessação do contrato de trabalho
(art.ºs 338.º a 403.º do CT)

§ Despedimento por iniciativa do trabalhador


§ Resolução de contrato por iniciativa do trabalhador
§ Justa causa de resolução (art.º 394.º e ss.)

§ Resolução de contrato por iniciativa do trabalhador


§ Denúncia com aviso prévio (art.º 400.º e ss.)
§ Abandono do trabalho (art.º 403.º)

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