Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Essas técnicas repercutem trazendo diversos questionamentos, por exemplo: na barriga de aluguel,
o filho é de quem deu o material genético ou de quem gerou? Como consequência dessas técnicas
a legislação trata, portanto, do reconhecimento dos filhos havidos por:
Fecundação Artificial Homóloga: realizada com material genético de ambos os cônjuges;
Inseminação Artificial Heteróloga: realizada com material genético de terceiro, ou seja,
alguém alheio à relação conjugal.
2. Critério Biológico
Reconhecimento Voluntário da Filiação: a perfilhação é o reconhecimento voluntário que se dá,
extrajudicialmente aos filhos havidos fora do casamento. O reconhecimento voluntário é ato formal,
de livre vontade, irretratável, incondicional e personalíssimo.
Art. 1.609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e será feito:
I - no registro do nascimento;
II - por escritura pública ou escrito particular, a ser arquivado em cartório;
III - por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV - por manifestação direta e expressa perante o juiz, ainda que o reconhecimento não haja sido o
objeto único e principal do ato que o contém.
Parágrafo único. O reconhecimento pode preceder o nascimento do filho ou ser posterior ao seu
falecimento, se ele deixar descendentes.
Art. 1.611. O filho havido fora do casamento, reconhecido por um dos cônjuges, não poderá residir
no lar conjugal sem o consentimento do outro. (esse consentimento deve ser visto com cautela,
sempre considerando o melhor interesse do menor).
Art. 1.612. O filho reconhecido, enquanto menor, ficará sob a guarda do genitor que o reconheceu, e,
se ambos o reconheceram e não houver acordo, sob a de quem melhor atender aos interesses do
menor.
Art. 1.614. O filho maior não pode ser reconhecido sem o seu consentimento, e o menor pode
impugnar o reconhecimento, nos quatro anos que se seguirem à maioridade, ou à emancipação.
OBS 5: Reconhecimento feito por incapaz: é necessária a instauração de um procedimento de
jurisdição voluntária (Ação de Reconhecimento Voluntário de Filho), com a participação do MP,
para que o registro seja lavrado, por segurança jurídica.
Sendo o menor relativamente incapaz, dispensa-se a assistência ministerial no ato do
reconhecimento, eis que está apto a celebrar o reconhecimento de um fato, e não um negócio
jurídico.
Reconhecimento Judicial: o reconhecimento judicial de paternidade ou maternidade dá se por meio,
obviamente, de ação judicial, por Ação Investigatória de Paternidade (postulação imprescritível).
Legitimidade Ativa:
- Investigação de Paternidade ou Maternidade, onde se alega filho (investigante) ou o MP,
como legitimado extraordinário.
- Investigação de Filiação: o suposto pai ou mãe, ou aquele(a) que se apontou como tal.
Legitimidade Passiva:
- Investigação de Paternidade/Maternidade: do pai e/ou da mãe ou de seus herdeiros (se
a investigatória for após a morte).
- Investigação de Filiação: o filho, representado por quem detenha sua guarda.
Art. 1.603. A filiação prova-se pela certidão do termo de nascimento registrada no Registro Civil.
Art. 1.615. Qualquer pessoa, que justo interesse tenha, pode contestar a ação de investigação de
paternidade, ou maternidade.
* A exceptio plurium concubentium: alega de que a mãe mantinha relação com outro homem ou
mais de um homem à época da concepção.A prova mais importante e definitiva é o EXAME DE DNA,
mas diversas outras provas podem ser juntadas para ajudar no esclarecimento.
* SÚMULA 301 STJ: em Ação Investigatória de Paternidade a recusa do suposto pai a submeter-se ao
exame de DNA induz presunção juris tantum (relativa) de paternidade.
*Enunciado 339 do CJF: A paternidade socioafetiva, calcada na vontade livre, não pode ser
rompida em detrimento do melhor interesse do filho.