1) Uma ação negatória de paternidade foi proposta conjuntamente por um homem e uma menor representada por sua mãe.
2) Um exame de DNA comprovou que o homem não é o pai biológico da menor.
3) Os requerentes pedem para que o nome do homem seja retirado do registro civil de nascimento da menor.
1) Uma ação negatória de paternidade foi proposta conjuntamente por um homem e uma menor representada por sua mãe.
2) Um exame de DNA comprovou que o homem não é o pai biológico da menor.
3) Os requerentes pedem para que o nome do homem seja retirado do registro civil de nascimento da menor.
1) Uma ação negatória de paternidade foi proposta conjuntamente por um homem e uma menor representada por sua mãe.
2) Um exame de DNA comprovou que o homem não é o pai biológico da menor.
3) Os requerentes pedem para que o nome do homem seja retirado do registro civil de nascimento da menor.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DE UMA DAS VARAS
DE FAMÍLIA E SUCESSÕES DA COMARCA DE ...
PAI, brasileiro, solteiro, desempregado, portador do RG
nº, inscrito no CPF sob o, residente e domiciliado na e FILHA, brasileira, menor impúbere, representada por sua genitora MÃE, brasileira, solteira, desempregada, portadora do RG nº, inscrita no CPF sob o nº, residente e domiciliada na Rua, vêm através de seu advogado, procuração anexa, perante Vossa Excelência propor:
AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE C.C. ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL
DE NASCIMENTO
de maneira consensual, pelos fatos e fundamentos a seguir
expostos. PRELIMINARMENTE
DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA
Requer a Vossa Excelência que seja deferido o benefício
da Gratuidade de Justiça aos requerentes, com fulcro na lei 1.060/50, com as alterações introduzidas pela Lei 7.510/86, por não terem condições de arcar com as custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio sustento, conforme atestado de pobreza anexo.
DOS FATOS
MM. juiz, informam o Sr. namorou com a Srta. por cerca
de quatro meses e o relacionamento terminou, tendo em vista que não deu certo como casal, porém, ocasionalmente ainda “ficavam juntos”.
Após algum tempo, a mãe da requerente procurou o
demandante para informar que estava grávida e que ele seria o pai da criança.
A Srta. não quis que o requerente acompanhasse sua
gestação, auxiliando a criança somente após o nascimento desta com a compra de produtos de higiene pessoal e vestuário, e ainda incluiu esta plano de saúde de seu pai.
O nascimento de X ocorreu em Junho de 20XX e em
Janeiro deste ano a Srta. Y procurou o requerente para que realizassem um exame de DNA, uma vez que não teria certeza de que ele seria o pai.
Após a realização do exame, em anexo, ficou comprovado
que o Sr. não é o pai de ..., não possuindo qualquer vínculo genético com a mesma.
Cabe ressaltar que, por conta desta dúvida, logo depois
sanada, as partes acordam e entram com essa demanda conjuntamente a fim de que o nome do Sr. X deixe de constar no registro da menor. Cumpre desde já informar que a Srta. MÃE deseja que a demanda seja resolvida o mais rapidamente, tendo em vista que deseja ingressar com ação de investigação de paternidade contra aquele que acredita ser o pai biológico de sua filha.
DO DIREITO
Além de não haver qualquer tipo de vínculo afetivo entre
os requerentes, está devidamente comprovado que não se trata de pai e filha biológicos.
Sendo assim, tendo em vista que não é o pai biológico, o
requerente, por medida de Justiça, requer a negatória de paternidade, assim como a outra requerente, FILHA, que, representada por sua genitora, não deseja manter o nome de quem não seja seu pai.
Nos termos do art. 1.609, do Código Civil, o
reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é irrevogável e irretratável, não sendo possível invalidar o estado de filho por mero capricho, mas apenas nas hipóteses em que se comprove que o pai registral foi induzido a erro ou coagido em sua manifestação de vontade.
Ocorre que o requerente invoca justamente ter incidido em
erro, acreditando na genitora da criança, que depois reconheceu seu erro, tanto que apresenta tal medida judicial em consenso.
Legítimo o interesse do requerente PAI, pois, na avaliação
subjetiva das consequências do seu ato, a dignidade da pessoa, principalmente da criança, não se mostra abalada pela busca da verdade, que inclusive, é de seu interesse, ou para não perpetuar uma dúvida, que certamente refletirá no relacionamento dos requerentes, ou para lhe possibilitar que é seu verdadeiro pai.
Nesse sentido:
Ação negatória de paternidade – Improcedência –
Inconformismo – Acolhimento – Pretensão sustentada com base no vício de consentimento – Autor que reconheceu espontaneamente a paternidade, acreditando na afirmação da genitora – Busca pela verdade real que não pode ser afastada - Dignidade da pessoa que diz com uma relação de parentesco natural ou ficta, mas desde que represente a expressão da verdade ou da vontade da parte – Sentença reformada - Recurso provido. (APELAÇÃO N°: 994.07.120061-0 - APELANTES: MINISTÉRIO PUBLICO e TSdS - APELADOS: NVGdS (REP. PELA GENITORA VGdS) - COMARCA: VIC.CARVALHO/GUARUJÁ - JUIZ PROLATOR: MARIA CECÍLIA DOS SANTOS BLANCO PERES)
Nesse sentido, entendimento do E. Superior Tribunal de
Justiça:
"O reconhecimento espontâneo da paternidade somente
pode ser desfeito quando demonstrado vício de consentimento, isto é, para que haja possibilidade de anulação do registro de nascimento de menor cuja paternidade foi reconhecida, é necessária prova robusta no sentido de que o 'pai registrai' foi de fato, por exemplo, induzido a erro, ou ainda, que tenha sido coagido a tanto". (Terceira, Turma, REsp 1022763/RS, Rel. Min. Nancy Andrigui, julgado em 18/12/2008).
Também decidiu o TJ-SE:
Civil - Ação negatória de paternidade cumulada com
anulação de registro civil - DNA excludente de paternidade - Registro realizado sob vício de consentimento - Impossibilidade de reconhecimento de paternidade sócio afetiva - Decisão mantida. I - Configurado o vício de consentimento por parte do apelado, que registrou a criança pensando que era sua filha, caracterizado está o impedimento ao reconhecimento da paternidade sócio afetiva; II- Recurso conhecido e desprovido. (TJ-SE - AC: 2012201346 SE, Relator: DESA. MARILZA MAYNARD SALGADO DE CARVALHO, Data de Julgamento: 09/04/2012, 2ª.CÂMARA CÍVEL)
Outra decisão nesse mesmo sentido foi proferida pelo TJ-
DF:
CIVIL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO NEGATÓRIA
DE PATERNIDADE C/C ANULAÇÃO DE REGISTRO CIVIL. EXAME DE DNA. VERDADE REAL. SENTENÇA REFORMADA. PROCEDÊNCIA DO PEDIDO AUTORAL. 1. É DIREITO DA CRIANÇA CONHECER SUA VERDADEIRA ORIGEM. "SEGUE DAÍ QUE A AÇÃO NEGATÓRIA DE PATERNIDADE, A EXEMPLO DA DE INVESTIGAÇÃO, ATENDE NÃO APENAS AO INTERESSE DO PAI, MAS TAMBÉM DOS FILHOS, INTERESSADOS QUE SÃO DA VERDADEIRA PATERNIDADE, FATO QUE OS IRÁ MARCAR PARA O RESTO DA VIDA, COM REFLEXOS, INCLUSIVE, NA PERSONALIDADE." APC Nº 2001.05.1.004460-5, REL. DES. JAIR SOARES, DJU 12/06/2002. 2. RECURSO PROVIDO.
(TJ-DF - AC: 70930220018070004 DF 0007093-
02.2001.807.0004, Relator: SILVÂNIO BARBOSA DOS SANTOS, Data de Julgamento: 28/03/2005, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: 21/06/2005, DJU Pág. 102 Seção: 3)
Vejamos o entendimento na doutrina:
“Deste modo, o assento de nascimento é passível de anulação, por meio de sentença com trânsito em julgado, podendo ser postulada pelo pai ou pelo filho, sempre que não espelhar a verdade biológica, prestigiando-se, assim, a verdade real nas relações de filiação. Entendimento contrário importa em violação ao ideal constitucional de que as relações de parentesco baseiem-se na verdade e não mais em ficções jurídicas” (Regina Beatriz Tavares da Silva, Reflexões sobre o reconhecimento da filiação extramatrimonial, Revista dos Tribunais, vol. 1, jan./mar. 2000, p.p. 73-6).
E mais:
“Não há como manter um vínculo jurídico estabelecido de
forma presumida ou por indícios, sem qualquer respaldo probatório. Não havendo vínculo de qualquer ordem entre pai e filho – a não ser uma sentença que afirma um fato que não existe -, essa inverdade jurídica não pode prevalecer. Quem não é pai, nem afetivo nem biológico, não é pai. A justiça precisa curvar-se a essa verdade, ainda que acabe eventualmente sem genitor. Essa situação, por mais lastimável que seja, não pode ser solucionada pelo judiciário.” (DIAS, Maria Berenice. Manual de Direito das Famílias. 9ª edição revista, atualizada e ampliada. Editora Revista dos Tribunais, pg. 407).
Destarte, tanto a jurisprudência quanto a doutrina,
entendem que se deve existir sempre a busca da verdade real.
Assim sendo, considerando que não há vinculo sanguíneo
e nem afetivo, além da vontade das partes, é justo e imperioso que se negative a paternidade, bem como, seja retirado o nome do requerente PAI de todos os documentos da requerente Alice.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto, requerem os autores o seguinte de Vossa
Excelência:
1. Que a presente demanda seja julgada
TOTALMENTE PROCEDENTE, declarando a negativa de paternidade entre os autores; 2. A expedição do competente mandado para averbação junto a certidão de nascimento da menor para as devidas retificações; 3. A realização de novo exame de DNA entre os autores, caso Vossa Excelência entenda necessário; 4. A concessão do benefício de assistência Judiciária Gratuita nos termos requeridos; 5. A manifestação do Digníssimo Promotor, na função de custus legis.
Protestam provar o alegado por todos os meios de provas
admitidos em direito, depoimento pessoal da genitora, provas testemunhais, pericia, juntada de documentos e demais que se fizerem necessárias, e que desde já ficam requeridas.
Dá-se a causa o valor de R$ 1.000,00 (mil reais) para fins
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