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AO DOUTO JUIZO DE DIREITO DA ...

VARA DE FAMILIA DA COMARCA


DE SALVADOR, ESTADO DA BAHIA

OLÍVIA, menor impúbere, neste ato,representando por sua genitora, MARIA


FERNANDA, nacionalidade..., estado civil...,estudante de medicina, portadora
do RG n°..., CPF n°..., com endereço eletrônico..., residente e domiciliado no
endereço rua..., número..., bairro..., cidade Salvador no estado da Bahia,
CEP..., vem por intermédio de seu advogado, que este subscreve, procuração
em anexo, com endereço eletrônico..., e escritório na rua..., bairro..., cidade...,
estado..., onde recebe notificações e intimações, propor:

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE C/C ALIMENTOS

Em face de MATTEO CATANI, nacionalidade Italiano, estado civil...,


empresário, portador do RG n°..., CPF n°..., com endereço eletrônico...,
residente e domiciliado na rua..., n°..., bairro..., Porto Alegre/RS, CEP..., pelos
fatos e fundamentos a seguir expostos:

I - DA JUSTIÇA GRATUITA

Inicialmente, o requerente afirma que não possui condições de arcar com


custas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo do próprio
sustento, bem como o de sua família, razão pela qual faz jus ao benefício da
gratuidade da justiça, forte nos artigos 2º, parágrafo único, e 4º da
Lei 1.060/50 e no art. 5º, LXXIV, da Constituição Federal.

II - DOS FATOS

Maria Fernanda genitora da requerente durante as festividades de 2017 em


pleito do feriado de carnaval conheceu Matteo Catani de nacionalidade italiana
que já residia no Brasil, em relações naturais a um forte envolvimento vieram a
ter relações sexuais naquela mesma semana e ano, sem o uso devido de
preservativos, ao termino do feriado se despediram e informaram um ao outro o
desejo de manter contato, formando um relacionamento a distancia.

Dois meses após em abril mediante exame médico Maria Fernanda por exame
descobre uma gravidez existente, ao entrar em contato com Matteo e informar
a gravidez ele de pronto exarou negativa de reconhecer paternidade, alegando
não confia em Maria, ela por um lado confiante afirma certeza pois foi único
homem que teve relações sexuais nas datas.

Diante da negativa Maria segue a gravidez sozinha contando com um auxilio


de seus pais, ocorre que a requerente e menor Olivia nasceu em novembro de
2017, registrada apenas com nome da genitora, o auxilio que lhe era prestado
pelos pais por veio a se encerrar, por este motivo vem solicitar a afirmação
legal de paternidade em cima do requerido e a cima de tudo firmar o
recolhimento de pensão alimentícia para melhor vivencia da autora.

III - DOS ALIMENTOS PROVISÓRIOS

Requer, desde logo, a fixação dos alimentos provisórios, sem ouvir a parte
contraria, com amparo na Lei 5.478/68 - Art. 4 na proporção de 30% dos
rendimentos.
Isso pois a genitora recebe um salário no qual não consegue arcar com as
despesas e necessidades da requerente.

IV - DO DIREITO

A requerente tem por direito o motivo de ser reconhecida a paternidade em sua


certidão de nascimento, baseando-se no art 27 do ECA, sendo este um direito
imprescritível, segundo art. 26 do ECA.

É importante ressaltar que a requerente não é oriunda de uma relação advinda


de casamento,mesmo o fato não impedindo de ter os mesmos direitos e
qualificações de um filho dentro do casamento, sendo proibido qualquer tipo de
discriminação conforme art. 227, § 6° CF.

Neste sentido pontua art. 1607 CC '' o filho havido fora do casamento pode ser
reconhecido pelos pais, conjunto ou separadamente''
Firmada pela requerente o direito de reconhecimento a paternidade.

A necessidade de realização de exame de DNA.


O requerido se recusa de prontidão reconhecer a paternidade, mesmo com
toda alegação direta, sendo assim a necessário reproduzir tais provas
irrefutáveis para ser apreciado.
Assim, só não o poder público, a comunidade e a sociedade em assegurar com
absoluta prioridade a efetivação dos direitos inerentes e necessidade básica do
menor, no teor a art. 4° do ECA.

Diante disso, ao dever de sustentar o filho menor, o art. 1694, §1° CC '' os
alimentos devem ser fixados na proporção das necessidades e dos recursos da
pessoa obrigada''.

DIREITO CIVIL. APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE


PATERNIDADE C/C ALIMENTOS. BINÔMIO NECESSIDADE-
POSSIBILIDADE. VERBA ALIMENTÍCIA ARBITRADA COM MODERAÇÃO.

1. Nos termos do art. 1.694 do CC, os alimentos devem ser fixados na


proporção das necessidades do alimentando e dos recursos financeiros do
alimentante. 2. Demonstrado nos autos que o alimentante, em face de seus
rendimentos, tem condições de cumprir com a obrigação alimentícia fixada na
sentença e sendo esse valor condizente com as necessidades da alimentada,
deve ser mantida. 3. Apelação conhecida, mas não provida. Unânime (TJ-DF -
APC: 20141210040348, Relator: FÁTIMA RAFAEL, Data de Julgamento:
12/08/2015, 3ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado no DJE :
26/08/2015 . Pág.: 140)

V - DA ORIENTAÇÃO JURISPRUDENCIAL

Vejamos a jurisprudência pátria acerca de casos semelhantes:

APELAÇÃO CÍVEL. INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE


CUMULADA COM ALIMENTOS. EXAME DE DNA.
ASSINATURA MECÂNICA (DIGITALIZADA). DÚVIDA.
AUSÊNCIA DE OUTRAS PROVAS. INSTRUÇÃO
DEFICIENTE. NULIDADE DA SENTENÇA. CONFIGURAÇÃO.
PROVIMENTO.

1. Em ações de investigação de paternidade, o exame acurado


das provas produzidas nos autos é de suma importância. As
lides desta natureza têm contado, quando possível, com prova
técnica de alto grau de confiabilidade que, somada a outros
elementos de prova, geram uma forte probabilidade - senão
certeza do fato - aproximando-se da verdade real. 2. O sistema
adotado pelo ordenamento jurídico brasileiro é o da persuasão
racional, e todas as provas - inclusive a pericial - sofrerão o
mesmo juízo de valoração. Afinal, não se pode conferir a
nenhuma espécie de prova credibilidade absoluta, sob pena de
se prestigiar a verdade formal em detrimento da verdade real.
Necessidade de acurada instrução processual para a produção
das provas requeridas pelas partes, inclusive com realização
de novo exame de DNA.Sendo deficiente a instrução
processual, opera-se a nulidade da sentença. 3. O depoimento
pessoal das partes, a oitiva das testemunhas e a manifestação
do MPE, são meios indispensáveis para formar a convicção de
magistrado, ainda que haja resultado positivo de exame de
DNA, pois este, apesar do seu grande reconhecimento técnico
não é absoluto. 4. "Nenhuma ação de investigação de
paternidade deve desprezar o conjunto, o contexto dos fatos
que ensejaram a pretensão de ter uma paternidade
reconhecida. Em toda a instrução de uma ação de investigação
de paternidade é imprescindível o depoimento pessoal das
partes. A inicial nem sempre retrata a realidade dos fatos, pois
ali está a versão do advogado, muitas vezes, em desacordo
com a narração do autor ou autora. O julgamento de ação de
investigação de paternidade deve ser ato motivado com
especial atenção. A convicção do juiz deve brotar do contexto
das provas, e não somente de uma perícia laboratorial. Como
disse Zeno Veloso, "a paternidade não pode ficar adstrita a
uma simples questão biológica" A sacralização do DNA não
pode servir de justificativa para o julgador cercear a instrução,
tolhendo-a no processo investigatório mínimo para definir, com
precisão, a paternidade reclamada. Nem o juiz pode reduzir-se
a um simples homologador de laudos, fornecidos por
laboratórios, nem sempre idôneos." (SEREJO, Lourival. Novos
Diálogos do Direito de Família - São Luís: Edufma, 2014. pág.
149). 5. Apelação cível conhecia e provida

TERCEIRA CÂMARA CÍVEL Sessão do dia 8 de outubro de


2015 APELAÇÃO CÍVEL Nº. 34051/2015 -
ESPERANTINÓPOPLIS

VI - DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer:

1- Deferimento da gratuidade de justiça, uma vez que os autores são pobres


na forma da lei.

2- A concessão de alimentos provisórios no percentual sugerido de 30% do


salário do requerido

3- A designação prévia de conciliação, nos termos do art. 3.199, VII CPC 15


4- A citação do requerido, para comparecer em audiência conciliatória, sob
pena de revelia.

5- Intimação do representante do MP para intervir no feito, em conforme art.


178 II CPC 15

6- Expedição de carta precatória ao requerido

7- a procedência de reconhecimento de paternidade, com nome em certidão


de nascimento, e 30% em cima dos rendimentos para alimento mensais.
8- A condenação do requerido em custas e honorários advocatícios
sucumbências, no valor de 20% sobre o valor da causa.

VII - DO VALOR DA CAUSA

Dar-se a presente causa o valor de R$: ... .

Nestes termos, pede o deferimento.

LOCAL: ______________________

DATA: _______________________

ADVOGADO: _________________

OAB N°: _____________________

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