Aluno: Geovane Plácido Silva Matricula: 1920341 EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA VARA DA FAMÍLIA DA COMARCA DE FORTALEZA, ESTADO DO CEARÁ
JOÃO GUILHERME SOUSA FERREIRA, brasileiro, menor, neste ato , já
identificado nos autos, devidamente representado por sua genitora MARIA EDUARDA SOUSA FERREIRA, brasileira, também devidamente já identificada nos autos, e sob os auspícios advocatícios do NPJ FARIAS BRITO que neste ato subscreve, conforme instrumento de mandato , vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, ajuizar ação de
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Em desfavor de MÁRCIO SILVA, seu pai, devidamente identificado nos
autos, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos:
I - DOS FATOS
O REQUERENTE aqui, fruto de relacionamento anterior de sua
representente, à época menor de idade, ouviu do ´REU que este tinha aintenção de reconhecer seu filho. Entretanto, desde o nascimento do requerente, o pai não compareceu ao reconhecimento do filho, e se negando em lhe prover o devido reconhecimento de paternidade. Segundo a representante do Requerente, não recai dúvidas acerca da paternidade da criança. Mas que o pai se recusa a reconhecer. Na busca de sua paternidade reconhecida, o representante buscou o NPJ com esse intento, para que se busque q SEARA do Poder Juduciário para que seu direito seja respeitado. Foi agendado o exame de DNA a ser feito em clínica especializada. Porém, o requerido não compareceu ao exame.
II – DA JUSTIÇA GRATUITA
O autor, se encontra em situação de vulnerabilidade, uma vez que não
possui renda, razão pela qual não consegue arcar com os custos das despesas processuais. Para tal benefícios junta-se a declaração de hipossuficiência , na qual demonstra sua situação de vulnerabilidade. Portanto, apela-se ao Art. 98 e Art. 99 do Código do Processo Civil , que prevê as situações na qual aqui invoca- se. III- DO DIREITO
O Direito do autor desta vem prioritarialmente, amparado no Estatuto da
criança e do adolescente, em seu art 27 que diz:
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito
personalíssimo, indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros, sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça. Pode-se aduzir de forma clara, que é direito do REQUERENTE, uma vez que faz parte de seu rol reconhecido. E portanto, é cediço que seu pedido, é válido. No caso em tela, reconhece a pretensão do autor , sito que é direito indisponível , amparada pela Lei 8560/92, que dispõe em seu artigo 2 a:
Portanto, pode-se extrair no espírito do artigo, na qual, como o
REQUERIDO se ausentou do exame, pela lei, presume-se que o mesmo gerou a presunção da paternidade. Junto aos autos, conforme anexo, além do depoimentos das testemunhas, e como a tenra idade da mãe, presume-se que o pai realmente é o REQUERIDO.
Para tanto, os tribunais em nosso país reconhece a intenção do autor:
INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE - PRESUNÇÃO JURIS TANTUM.
(…) A Súmula 301/STJ prevê expressamente que a presunção decorrente da
recusa ao exame de DNA é relativa, nos seguintes termos: "Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade". A prova a ser produzida nos autos pelo autor não se mostra impossível. Isso porque não é necessário demonstrar o relacionamento amoroso decorrente de encontros esporádicos ou clandestinos, mas os fatos casuais, como os que decorrem do relacionamento de amizade, trabalho, faculdade, dentre outros. Precedente. Não se pode atribuir à recusa ao teste de DNA consequência mais drástica que a própria revelia do réu - situação em que o pedido não pode ser julgado procedente de plano -, cabendo ao autor a prova mínima dos fatos alegados. (…).
(STJ - REsp 1508.671/MG - Publ. em 11/09/2015)
E ainda cito:
Ainda que o exame pericial seja uma prova ímpar quando
se trata de investigação de paternidade, é cediço que a ausência de sua realização não implica na impossibilidade do reconhecimento da paternidade biológica, isso porque, se na tentativa de efetuar a coleta do material genético o suposto pai esquivar-se indisfarçavelmente das intimações, acaba por gerar a presunção da pretensão, conforme expõe o artigo 2º-A, parágrafo único, da Lei nº 8.560/1992: ‘A recusa do réu em se submeter ao exame de código genético - DNA gerará a presunção da paternidade, a ser apreciada em conjunto com o contexto probatório. No mesmo sentido é o entendimento pacífico do Tribunal de Justiça, consolidado por meio da edição de sua Súmula nº 301, que preceitua in verbis: ‘Em ação investigatória, a recusa do suposto a submeter-se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. (…).
(STJ - AREsp 527565 - Publ. em 24/03/2015)
Portanto, resta-se evidente, que o Direito reconhece a presunção de
paternidade quando assentada nos moldes do caso em tela. Aqui extrai-se que, poderemos ir além do exame de DNA ausente, pois as provas testemunhais corroboram o pedido.
IV- DOS PEDIDOS
Diante de tudo o que foi exposto, requer:
a) Que se defira o benefício da Justiça Gratuita, mediante a situação de
vulnerabilidade do Autor, não reunindo condições de arcar com as custas e ou despesas processuais e honorários advocatícios sem prejuízo de seu sustento.
b) A citação do réu, para que desejando, responder a presente ação;
c) A produção de todas as provas admitidas em Direito , em especial a
pericial para fins de reconhecimento da paternidade;
d) a intimação do representante do Ministério Público para que se
manifeste na presente;
e) A TOTAL PROCEDÊNCIA da demanda , para fins de declarar o
reconhecimento de paternidade do AUTOR.
f) Roga que se faça os esforços para provar o alegado por todos os
meios de provas admitidos em direito.
Dá-se à presente causa o valor de R$ 3.000 (três mil reais)