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AO DOUTO JUÍZO DA … VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE VOLTA REDONDA/RJ

JOSÉ MIGUEL DOS ANJOS, brasileiro, menor impú bere, atualmente com 01 (um) ano de
idade, nascido em 02/02/2023, portador de identidade RG nº … e inscrito no CPF sob o
nº … , neste ato representado por sua genitora ANA CLARA PIRES DOS ANJOS,
brasileira, solteira, professora de dança, portadora de identidade RG nº … , inscrita no
CPF sob nº … , residente e domiciliada à Rua Dezoito, nº 15, Vila Santa Cecília, Volta
Redonda/RJ, e-mail ... e telefone ..., por intermédio de seu advogado, que recebe
intimaçõ es pelo e-mail ... e telefone ..., e que fora constituído pelo instrumento
procurató rio em anexo, vem, respeitosamente à presença de Vossa Excelência, propor

AÇÃO DE RECONHECIMENTO DE PATERNIDADE

em face de CLAUDIO MARTINS SOLTO, brasileiro, casado, empresá rio, portador do


documento de identidade nº …, inscrito no CPF sob o nº …, residente e domiciliado à Rua
Três, nº 100, Bairro Terras Alpha, Resende/RJ, e-mail …, telefone …, pelos fatos e
fundamentos que se segue.

I. DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA

O Requerente nã o possui condiçõ es de pagar custas e despesas do processo


conforme declaraçã o de hipossuficiência em anexo e conforme disposto no art. 98 do
CPC e seguintes e pelo art. 5º, LXXIV, CF/88. Desse modo, requer a concessã o da
gratuidade de justiça.

II. O EXAME DE DNA A SER ATESTADO PELO PODER JUDICIÁRIO ANTE A


HIPOSSUFIÊNCIA DO AUTOR

O Requerente carece do exame de DNA, uma vez que ele nã o possui condiçõ es
de arcar com as custas do exame, conforme declaraçã o de hipossuficiência em anexo.
Desse modo, requer a concessã o da gratuidade do exame de DNA atestado pelo Poder
Judiciá rio, conforme art. 98, § 1º do CPC.
III. DOS FATOS

ANA CLARA PIRES DOS ANJOS, genitora, teve um relacionamento com


CLÁ UDIO MARTINS SOLTO, ora requerido, entre o período de 10/05/2015 a
20/07/2022, algo entorno de 7 (sete) anos.

Além disso o requerido residia em Resende com sua esposa, porém pagava
aluguel de um apartamento para ANA CLARA em Volta Redonda, que por vocês a visitava
e acaba dormindo, mostrando o animus para uma possível uniã o estável.

Entretanto quando ANA CLARA descobriu a gravidez e o informou, CLÁ UDIO


negou de imediato ordenou que saísse do apartamento dentro de 30 (trinta) dias e
trocou nú meros telefô nicos e outras formas de contato. Assim desde este momento nã o
tiveram mais como se comunicar.

Segundo restou observado, a genitora passou a gravidez toda sozinha,


arcando todas as custas de consultas, transportes, enxoval, contudo esta vem passando
dificuldade e acha por necessá rio que o pai assuma seu papel com o filho. Pois nã o tem
condiçõ es de pagar todas as despesas do seu filho sozinha, além de outros custos, como
aluguel, luz, á gua alimentaçã o, entre outros. A genitora recebe o salá rio de R$ 1.800,00
(mil e oitocentos reais) por mês. Ressaltou ainda, que nã o possui condiçõ es de arcar com
as custas do exame de DNA.

JOSÉ MIGUEL DOS ANJOS nasceu em 02/02/2023, sendo contemporâ neo ao


momento do relacionamento, ora CLAUDIO MARTINS SOLTO, estabelecendo um período
de aproximadamente 09 (nove) meses de gestaçã o. A genitora ressalta que sempre foi
fiel ao seu relacionamento com o requerido, nã o há qualquer dú vida por parte da
genitora da paternidade de JOSÉ MIGUEL.

Em suma, é de conhecimento geral que o reconhecimento civil do filho é um


direito insiponível, o qual deve ser preservado e garantido, conforme legislaçã o vigente.
Sendo assim, ajuíza-se a presente açã o com o objetivo de buscar a proteçã o jurisdicional,
para que, julgue procedente o pedido do autor e declare o investigado como seu genitor.

IV. DOS FUNDAMENTOS

Primordialmente, cumpre anotar as disposiçõ es constantes no Có digo Civil,


concernentes ao direito de reconhecimento do filho, conforme se pode verificar
mediante os artigos adiante transcritos:

"Art. 1607. O filho havido fora do casamento pode ser reconhecido pelos
pais, conjunta ou separadamente."
Ademais, veja-se o estabelecido no art. 1.609 do mesmo diploma legal, no que
estabelece à total procedência da presente açã o:

"Art. 1609. O reconhecimento dos filhos havidos fora do casamento é


irrevogável e será feito:
I – no registro do nascimento;
II – por escritura pú blica ou escrito particular, a ser arquivado em
cartó rio;
III – por testamento, ainda que incidentalmente manifestado;
IV – por manifestaçã o direta e expressa perante o juiz, ainda que o
reconhecimento nã o haja sido o objeto ú nico e principal do ato que o
contém."

Neste sentido, lobriga-se igual disposiçã o no Estatuto da Criança e do


Adolescente:

"Art. 26. Os filhos havidos fora do casamento poderã o ser reconhecidos


pelos pais, conjunta ou separadamente, no pró prio termo de
nascimento, por testamento, mediante escritura ou outro documento
pú blico, qualquer que seja a origem da filiaçã o."

Há de concluir, mediante os dispositivos legais transcritos, ser inegável o


direito dos pais reconhecerem a paternidade de seus filhos, como se pretende no
presente caso. Neste ponto, deve-se atentar para o disposto no art. 1.605 do Có digo Civil,
no que concerne à s provas da filiaçã o:

"Art. 1605. Na falta, ou defeito, do termo de nascimento, poderá provar-


se a filiaçã o por qualquer modo admissível em direito:

I – quando houver começo de prova por escrito, proveniente dos pais,


conjunta ou separadamente;

II – quando existirem veementes presunçõ es resultantes de fatos já


certos."

Percebe-se facilmente, que o caso em apreço subsume-se perfeitamente à s


disposiçõ es transcritas, eis que a genitora e o requerido mantiveram relacionamento por
07 (sete) anos, lapso temporal durante o qual nasceu o menor. Ademais, existem provas
documentais, como cartas e fotos que acompanham a presente inicial, além de provas
testemunhais, que rematam cabalmente com qualquer dú vida que porventura pudesse
existir correlativamente à filiaçã o.

Desta feita, nã o restam dú vidas de que a genitora assiste o direito de


reconhecer o REQUERENTE como filho do REQUERIDO.
V. DOS PEDIDOS

Ante o exposto, requer a Vossa Excelência:

a) O deferimento da gratuidade de justiça, conforme o art. 98 do CPC e seguintes e


pelo art. 5º, LXXIV, CF/88, haja vista nã o ter condiçõ es econô micas ou financeiras de
arcar com as custas processuais e demais despesas aplicáveis a espécie;

b) A realizaçã o do exame de DNA a ser atestado pelo poder judiciá rio ante a
hipossuficiência do autor;

c) Custeio do exame pelo convênio da justiça com o laborató rio;

d) A designaçã o prévia de audiência de conciliaçã o e mediaçã o, nos termos do art.


334 do CPC;

e) Ao final, se julgar procedente a açã o para reconhecer a paternidade do Requerido


em relaçã o ao Autor, autorizaçã o a expediçã o de mandado ao Cartó rio de Registro Civil
competente para assentamento do registro paterno;

f) A citaçã o do Requerido no endereço indicado no preâ mbulo desta peça inicial,


para, querendo, contestar aos termos da presente demanda no prazo legal, sob pena de
revelia, confissã o e demais cominaçõ es legais nos termos do art. 344 do CPC;

g) A intimaçã o do ilustre representante do Ministério Pú blico para intervir no feito


como fiscal da ordem jurídica, em conformidade com o artigo 1.788, II do CPC;

h) A condenaçã o do Réu em custas e honorá rios advocatícios sucumbenciais, no


valor total de 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa.

VI. DAS PROVAS

Protesta provar o alegado por todos os meios de prova, em especial a


testemunhal e documental, bem como todas aquelas necessá rias à obtençã o da justiça.

VII. DO VALOR DA CAUSA

Dá -se a presente causa o valor de R$ 1.412,00 (mil, quatrocentos e doze


reais).

Volta Redonda/RJ, … de … de ….
Nestes termos, pede deferimento.

Advogado ....

OAB/... nº: ...

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