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EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(ÍZA) DE DIREITO DA

___ª VARA DE FAMÍLIA COMARCA DE ________/UF

AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE – LEI Nº 8.560/92

José Ricardo, (nacionalidade), (estado civil), portador do RG n°…, inscrito no


CPF n°…, e Clara, (nacionalidade), (estado civil), portador do RG n°…, inscrito no
CPF n°…, menor impúbere, residente e domiciliado à ______, representado neste ato
por sua genitora Marizilda, (nacionalidade), (estado civil), (Profissão), portadora do
RG n°…, inscrita no CPF n°…, residente e domiciliada à ______,vem, por intermédio
de seu advogado, inscrito na OAB n°…, endereço profissional _______, onde recebe
notificações e intimações, endereço eletrônico _____, conforme procuração em anexo,
perante Vossa Excelência, propor, com fundamento no artigo 1.606 seguintes do
Código Civil e na Lei 8.560/92, propor a presente:
AÇÃO DE INVESTIGAÇÃO DE PATERNIDADE
Em face de João Claudio, (Nacionalidade), (estado civil) , (Profissão), RG de
nº …. e CPF de nº xxxxxx, residente no endereço ….., Cel.: xxxxx, e-mail xxxxx, com
base nos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir delineados.
I – INICIALMENTE
I. I – DO SEGREDO DE JUSTIÇA (art. 189, inciso II, do CPC/15)
Como o presente feito versa sobre filiação, o art. 189, inciso II, do CPC/15
determina que a tramitação ocorra em segredo de justiça para resguardar a intimidade
e a vida privada da requerente e demandado.
I. III – DA AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO (art. 334, do CPC/15).
Sobre a audiência de conciliação inserta no art. 334, do
CPC/15, a autora informa que tem pleno interesse em sua realização, seja
presencialmente ou por meio eletrônico (art. 334, § 7º, do CPC), tudo conforme Código
de Processo Civil de 2015.
II – DOS FATOS
Marizilda, de 20 anos, conheceu João Claúdio, de 28, numa festa de amigos
comuns.
No decorrer da festa foram se aproximando, e, no final, acabaram dormindo
juntos.
No dia seguinte, Marizilda envergonhada ao se dar conta do que tinha feito,
saiu antes mesmo de João Claudio acordar, não tendo nunca mais o visto.
Quatro meses depois percebeu que estava grávida, e por motivos pessoais não
quis procurar João Cláudio para informá-lo sobre o bebê.
Sendo assim, criou o filho sozinha, com a ajuda de seus irmãos e sua mãe.
Ocorre que, quando o menino, José Ricardo, fez dez nos, ele pediu de presente
para a mãe que apresentasse o seu pai, tendo o localizado através dos amigos com
quem tinha se distanciado.
Ao encontrar o endereço dele, ficou acanhada de bater em sua porta e falar que
tinha tido um filho.
Ante o exposto, deseja propor a presente ação de investigação de paternidade,
para que assim possa realizar o pedido de seu filho.
III – DO DIREITO – DA PATERNIDADE E FILIAÇÃO
Marizilda, conforme narrado acima, descobriu estar grávida 04 meses após a
festa na qual teve relações sexuais com João Claudio. A época, Marizilda, por motivos
pessoais, não informou a João de que estava grávida, tendo decidido buscar pelo
paradeiro deste após solicitação de seu filho.
Ante o exposto, não é nenhuma novidade que o Código Civil de 2002 – CC/02
garante ao indivíduo perseguir e conhecer de seus laços sanguíneos, conforme se
verifica no art. 1.606, do CC/02, que possui a seguinte redação.
“Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver,
passando aos herdeiros, se ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-
la, salvo se julgado extinto o processo.”
Não obstante, trata-se de verdadeiro direito inerente a própria personalidade
do agente, além de outros desdobramentos jurídicos e legais, como direito ao nome,
alimentos e herança.
Além do mais, o direito à filiação é imprescritível, conforme se dispõe de
interpretação direta do presente dispositivo legal, fato este que ainda é reconhecido
pela jurisprudência.
Ainda neste sentido, dispõe o art 227, §6, da CRFB/88, o seguinte:
§ 6º Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão
os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias
relativas à filiação.
Ante o exposto, o direito à filiação, é um direito fundamental básico de qualquer
cidadão, estando previsto expressamente na Constituição Federal, conforme
demonstrado acima, sendo tal direito reafirmado ainda no Estatuto da Criança do
Adolescente, conforme art. 27, vejamos:
Art. 27. O reconhecimento do estado de filiação é direito personalíssimo,
indisponível e imprescritível, podendo ser exercitado contra os pais ou seus herdeiros,
sem qualquer restrição, observado o segredo de Justiça.
Dito isso, roga-se pela realização de prova pericial do tipo “teste de DNA”
para fins de averiguação da paternidade e, sendo este positivo, que seja declarado o
estado de filiação para que conste no assento de nascimento o nome do genitor da
demandante, além dos demais documentos.
No caso de haver recusa por parte do réu em se submeter a tal exame, o
ordenamento jurídico, através dos arts. 232 e 233 do Código Civil, estabelecem que há
presunção de paternidade, conforme transcrição a seguir:
Art. 231. Aquele que se nega a submeter-se a exame médico necessário não
poderá aproveitar-se de sua recusa.
Art. 232. A recusa à perícia médica ordenada pelo juiz poderá suprir a prova
que se pretendia obter com o exame.
Ainda, o STJ, através da súmula nº 301, ratificou as disposições constantes dos
artigos de lei supracitados, conforme veremos a seguir:

SÚMULA 301 STJ: Em ação investigatória, a recusa do suposto pai a submeter-


se ao exame de DNA induz presunção juris tantum de paternidade. (SÚMULA 301,
SEGUNDA SEÇÃO, julgado em 18/10/2004, DJ 22/11/2004, p. 425)

Ante o exposto, resta claro o direito à filiação, devendo ser buscado através da
presente ação de investigação de paternidade.

IV – DA FIXAÇÃO DE PENSÃO ALIMENTÍCIA


Cumpre desde já salientar que a Sra. Marizilda não tem interesse na fixação de
pagamentos de pensão alimentícia por parte do Sr. João Claúdio, tendo em vista que a
mesma possuí condições de arcar com os gastos da prole, fato este que já vem
acontecendo há 10 anos, tendo como única intenção com este processo, de que o Sr.
João Claúdio aceite encontrar seu filho.

Ante o exposto, dispensa-se a fixação de verbas alimentícias em face do


Sr. João Claúdio.

V – DA MANUTENÇÃO DO NOME

Conforme já mencionado, José Ricardo atualmente já se encontra com 10 anos


de idade, tendo se estabelecido em todos os âmbitos de sua vida pessoal, escolar e
social, sendo assim, a alteração de seu nome poderia trazer transtornos na vida do
menor, haja vista que sempre utilizou seu nome para todos os fins.

Sendo assim, pleiteia-se a alteração do registro civil com a inclusão do nome do


genitor, porém que haja a manutenção de seu nome atual.

IV – DOS PEDIDOS
Ante todo o exposto, roga-se:
I – que o presente feito tramite em segredo de justiça, conforme manda o 189,
inciso II, do CPC/15, por versar sobre filiação;
II – que seja designada audiência de conciliação nos moldes do art. 334, do
CPC/15, seja presencialmente ou por meio eletrônico (§ 7º, do art. 334, do CPC/15),
em estrita observância ao CPC/15;
III – que seja determinada a citação do demandando, para responder a
presente ação, no prazo legal, bem como, acompanhá-la em todos os seus
procedimentos, sob pena de imposição da revelia e seus efeitos, conforme Código de
Processo Civil de 2015;
IV – que seja determinada a realização de teste pericial do tipo DNA e que o
réu fique, desde logo, que a sua recusa poderá ensejar na imposição de medidas
coercitivas indiretas e na presunção da paternidade, conforme art. 2-Aº, da 8.560/92 e
súmula 301 do STJ;
V – que ao final a demanda seja julgada totalmente procedente para que o
assento de nascimento do menor José Ricardo seja retificado para que conste como
genitor o Sr. João Claúdio, com a permanência do nome atual utilizado pelo menor.
Protesta provar o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito,
notadamente, depoimento pessoal do requerido, sob pena de confesso, oitiva de
testemunhas, juntada ulterior de documentos, bem como quaisquer outras providências
que V. Exa. julgue necessária à perfeita resolução do feito, ficando tudo de logo
requerido.
Dá-se à presente causa, apenas para efeitos fiscais, o valor de R$ 1.000,00.
Nestes termos, pede e espera deferimento.
Local/UF, data.
Advogado
OAB/UF de nº…

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