Você está na página 1de 12

EXCELENTISSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 11a VARA CIVIL DA COMARCA

DE SANTO AMARO- SP
REMOÇÃ O DE INVENTARIANTE
Distribuído por dependência - Processo nº 1047480-53.2020.8.26.0002
JUAN ANTHONY TORRES QUINTINO , nascido em 28 de novembro de 2004, menor,
atualmente com 17 anos, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula de identidade
RG. nº -X SSP/SP, conforme RG e certidã o de nascimento anexo.
GEOVANNE TORRES QUINTINO , nascido em 01 de novembro de 2007, menor, atualmente
com 14 anos, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula de identidade RG. nº ,
conforme RG e certidã o de nascimento anexo.
, brasileira, viú va, desempregada- do lar, portador da cédula de identidade RG. nº ,
devidamente inscrito no CPF/MF sob o nº , ambos, residentes e domiciliados sito à CEP: ,
por sua advogada que esta subscreve, já devidamente construída e qualificada no
instrumento de mandato procurató rio em anexo, nos autos do processo que lhe move
ROSÍLEA DA CRUZ QUINTINO , já qualificado nos autos, vem, respeitosamente, à presença
de Vossa Excelência, apresentar REMOÇÃ O DE INVENTÁ RIANTE , com fundamento nos
fatos e direito a seguir expostos:
I- DA TEMPESTIVIDADE
O pedido de REMOÇÃ O DA INVENTARIANTE, pode ser apresentado a qualquer tempo,
desde que distribuído em apenso ao processo de inventá rio pelos termos do art. 622 e 623
do CPC.

II- DOS FATOS


A Requerente , ingressou com Açã o de Inventá rio e Partilha, no dia 22 de Setembro de 2020
, em decorrência da morte de seu irmã o , falecido em 12 de setembro de 2020, conforme
certidã o de ó bito anexa as fls. 9.
O falecido , de 49 anos, casado, deixou esposa (anexo doc.- certidã o de casamento) e dois
filhos menores:
 JUAN ANTHONY TORRES QUINTINO, nascido em 28 de novembro de
2004, atualmente com 17 anos, conforme RG e certidã o de nascimento anexo.
 GEOVANNE TORRES QUINTINO, nascido em 01 de novembro de
2007, atualmente com 14 anos, conforme RG e certidã o de nascimento anexo.
Ambos, serã o representados na referida açã o por sua genitora materna esposa , já
qualificada nos autos.
Em peça exordial a requerente informa em fls. 2, que o de cujos nã o deixou testamento.
A requerente, por hora, inventariante nã o merece prosperar com a seguinte açã o, conforme
fatos e fundamentos a seguir expostos, vejamos:
Excelência, a requerente nã o tem competência legal para configurar no povo ativo desta
açã o, em decorrência da falta de titulo de herdeira do falecido.
A mesma é apenas irmã de Antô nio, nã o apresentou nos autos documentos pertinentes
para dar andamento na açã o, nã o tem sequer uma delaçã o de vontade ou testamento
realizado em vida por Antô nio há qualificando para tal titulo.
De toda forma precoce e errô nea o ajuizamento da açã o de INVENTÁ RIO e PARTILHA por
uma inventariante que nã o é herdeira do falecido.
A ré , é esposa do falecido Antô nio há anos, antes de casar no civil em 10 de Dezembro de
2011, já viviam em matrimonio a titulo de uniã o está vel desde 2002.
O casal vivia em harmonia por 19 anos, constituíam relaçã o de entidade familiar, pú blica,
notá vel. Da uniã o conceberam 2 filhos nascidos um em 2004 e o segundo em 2007.
Casal nunca se separou ou divorciaram, tanto, que a requerida recebe o titulo de viú va de
seu esposo.
Dos herdeiros legítimos do falecido encontram-se no roll: a esposa e seus dois filhos ainda
menores. A quem de direito deveriam ingressar com a presente demanda.
No que se refere aos bens deixados pelo falecido estã o relacionados:
1. CONTA POUPANÇA - CAIXA ECONOMICA
2. Um imó vel localizado á
3. Uma chá cara localizada na Segunda Balsa
4. Um terreno localizado em Parelheiros
Os imó veis, bem como, os terrenos NÃ O POSSUEM ESCRTITURAS PÚ BLICAS, somente
contratos de compra e venda reconhecidos em cartó rio.
Os documentos contratuais dos imó veis encontram-se em posse da família do de cujos
(MÃ E E IRMÃ ), dentro de uma pasta azul, que fora retirada da casa da ré sem sua
autorizaçã o, juntamente com a carteira de trabalho e documentos pessoais de Antô nio.
Outro fato a ser esclarecido, é referente as alegaçõ es de fls. 29 elaboradas pela Requerente:
sempre amou, cuidou, zelou por seu esposo, filhos e família.
No ano de 2014 o Sr. Antô nio por diversos problemas de saú de veio a ficar invalido, e sua
esposa, sempre dedicada, passou a cuidar de Antô nio, trabalhando para manter as despesas
da casa e cuidando dos filhos.
A família do de cujus, nunca foi pró xima e nã o acompanhou os longos anos da vida de
Antô nio, nã o presenciavam a vivência familiar.
Em decorrência do estado de saú de debilitado de Antô nio, veio a perder a visã o e com isso
gerando diversos transtornos, o que sempre requisitou de tratamentos médicos especiais e
acompanhamento (anexo doc.). Por diversas vezes sua esposa , pediu licença do serviço
para acompanha-lo.
Por oportuno, realizamos a juntada de laudos médicos e comprovantes de
acompanhamento, bem como testemunhas pertinentes da vivência familiar.
Excelência, é uma infâ mia a irmã do falecido levantar-se falsos em juízo contra a pró pria
família do de cujus, esposa e filhos.
Outrossim, vale ressaltar que o de cujus habitou a casa de sua mã e no início da pandemia
em decorrência do COVID- 19 , como a viú va na época exercia atividade laboral de copeira
em hospital , o falecido e sua família materna decidiram retirá -lo do lar para que o mesmo
nã o se adquirisse o vírus .
Antô nio nã o foi expulso de casa, nã o foi abandonado, foi uma decisã o do falecido em
conjunto com os seus familiares, a esposa/ sempre se opô s.
Excelência, do que adiantou as decisõ es tomadas por Antô nio e seus familiares, se o mesmo
contraiu a COVID-19 e veio a ó bito por agravamento do seu estado precá rio de saú de?
A requerente, que se faz presente e se dispõ em a ingressar com a presente demanda só
vislumbra os bens materiais deixados pelo de cujus.
Os filhos e a esposa sã o herdeiros legitimo a quem competem o direito de ingressar com
açã o de inventá rio e partilha. Apresente demanda nã o foi aberta a requerimento deste e
nã o tem a concordâ ncia dos herdeiros.
Atualmente, nã o tem condiçõ es financeiras de realizar um inventá rio e partilha de bens no
â mbito jurídico ou fora desde, precisa trabalhar para manter seus filhos ainda menores.
Excelência, a irmã do de cujos se faz a boa moça para tentar tirar proveito nas propriedades
que sã o por direito dos herdeiros legítimos e necessá rios do falecido.
Ainda em fls. 29, a requerente alega dificuldade em conseguir os documentos, porém, deixa
de informar que a Sr. nã o tinha conhecimento da presente demanda. Os filhos da ré, por
hora herdeiros necessá rios, sã o menores, fazendo-se necessá rio a representaçã o de ambos
na presente demanda.
Pasme Excelência!!! A inventariante está requerendo a ajuda de duas crianças, ao invés de
contatar a genitora responsá vel. Por estas razõ es os herdeiros (viú va e filhos do de cujus)
requerem que a requerente, atualmente, denominada inventariante, seja retirada do polo
ativo desta açã o.

III- SINTESE PROCESSUAL


Nobre julgadora, elaboramos uma síntese processual em formar de memorial para
demonstrar a fragilidade no exercício da funçã o inventariante, a parte autora vem tratando
com desdém os autos, nã o cumprindo com os prazos legais, causando transtorno e
prolatando prazos, vejamos:
Inicial distribuída as fls. 1 -2, munida dos seguintes documentos: RG do "de cujus" as fls 6-7,
Certidã o de ó bito as fls. 9.
A atual Inventariante fora nomeada em 23 de setembro de 2020 , as fls. 10 - 11 .
Destaca-se que V. excelência requereu em fls. 10 -11 o cumprimento de um rol taxativo de
obrigaçõ es da inventariante, ao qual está vem tratando com completo desdém, pois, nã o
cumpre o estabelecido.
"1- Nomeio para a função de inventariante do espólio deixado pelo de cujus Antonio Quintino da Cruz, RG:, CPF:, a
autora , CPF: , RG: bem e fielmente desempenhar suas funções, independentemente de compromisso. Esta decisão
servirá como CERTIDÃO DE INVENTARIANTE, para todos os fins legais, por celeridade e economia processual. 2-
Apresente a inventariante as primeiras declarações na forma do art. 620 do CPC, retificando, se o caso, o rol de
herdeiros, uma vez que deve indicar a qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o inventariado; bem
como o valor da causa, que deve ser igual ao monte partível, oportunidade em que, preenchidos os requisitos
legais, poderá ser pleiteada a conversão do rito. 3- Nos termos do artigo 626 do Código de Processo Civil, feitas as
primeiras declarações, citem-se eventuais herdeiros não representados, por correio, anotando-se que o prazo de
impugnação é de 15 dias. 4- Atenda-se as exigências legais supra mencionadas, devendo ainda providenciar a
juntada aos autos dos documentos que costumam ser"essenciais"ao processamento de qualquer
inventário/arrolamento (arts. 320, 618 e 620 do CPC): a) certidão de nascimento ou, se o caso, de casamento do
autor da herança - acompanhada de pacto antenupcial, se houver; b) documentos oficiais de identidade, com
número de RG e CPF, de todas as partes envolvidas. c) certidão comprobatória da ausência, existência ou
revogação de testamento, emitida pelo Colégio Notarial do Brasil (http://www.censec.org.br); d) certidão sobre a
existência ou ausência de dependentes previdenciários (INSS: http://www.mtps.gov.br; SPPREV:
http://www.spprev.sp.gov.br); e) quanto a veículos automotores: a) prova da propriedade, mediante cópia da
Autorização para Transferência de Propriedade de Veículo (ATPV) em branco, bem como do Certificado de Registro
e Licenciamento de Veículo (CRLV) do ano do óbito ou imediatamente anterior (se ocorrido antes da época do
licenciamento anual), b) prova do valor venal para efeito de IPVA no ano do óbito
(http://www.ipva.fazenda.sp.gov.br/ipvanet), c) no caso de alienação fiduciária ou arrendamento mercantil
(leasing), extrato da respectiva instituição financeira, com a situação do contrato na data do óbito; f) quanto a
imóveis: a) prova da existência e do direito real de propriedade, pela certidão da matrícula
(https://www.registradores.org.br/index.aspx) ou dos eventuais direitos pessoais (escritura pública ou contrato
particular); b) prova do valor venal no ano do óbito, para efeito de Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis -
ITBI (http://www.prefeitura.sp.gov.br) ou Imposto Territorial Rural - ITR; g) quanto a empresas, certidão atualizada
da Junta Comercial (no Estado de São Paulo: http://www.jucesponline.sp.gov.br) e extrato CNPJ
(http://www.receita.fazenda.gov.br) de eventual empresa (individual ou sociedade comercial/unipessoal); h)
quanto a
embarcações, prova da propriedade (https://www.mar.mil.br/cpsp) e do valor; i) quanto a quaisquer bens/direitos
adquiridos antes: prova da partilha/meação, quanto a cônjuge ou companheiro (a) pré- morto ou de quem tenha
havido separação ou divórcio; j) certidões negativas tributárias pessoais e de imóveis no âmbito federal - inclusive,
se o caso, de ITR (http://www.receita.fazenda.gov.br), estadual (https://www10.fazenda.sp.gov.br) e municipal
(http://www.prefeitura.sp.gov.br); l) comprovante de recolhimento da taxa judiciária (art. 4º, § 7º, da Lei Estadual
(SP) nº 11.608/2003); m) outros documentos que atendam situações específicas ora não mencionadas (bens fora
do Brasil etc.) - observando-se que todas as certidões devem ter sido emitidas após o óbito do autor da herança. n)
de prova de quitação dos tributos relativos aos bens/direitos do autor da herança; o) certidão específica, expedida
pelo Cartório Distribuidor do Fórum Central, informando se houve abertura de Inventário ou arrolamento, dos
bens deixados pelo autor da herança; Observa-se que muitas certidões são gratuitas e/ou acessíveis pela internet,
e que eventual requerimento de providências deverá ser acompanhado de prova do interesse processual, na
aspecto da necessidade da intervenção judicial (art. 19, caput, do CPC). 5 - Consigna-se que a cessão ou a renúncia
do direito à sucessão aberta somente se dá validamente por instrumento público - ou no mínimo por termo
judicial, no qual a parte renunciante deverá ser intimada a comparecer ao Cartório para assinatura - do qual
participem cedentes/renunciantes e cessionários/beneficiários (art. 80, inciso II, 108 e 1.793, caput, e 1.806, todos
do CC). 6- Também imprescindível o recolhimento do imposto de transmissão" causa mortis "
incidente sobre os bens do espólio, bem como eventual multa por atraso na abertura da sucessão. 7- Cumpra as
determinações elencadas, no prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável pelo mesmo período à requerimento da parte
autora. Intime-se."

As fls. 17, fora a Inventariante intimada a cumprir o disposto em 15 dias sob pena de
extinçã o.
As fls. 20, manifesta-se a Inventariante requerendo prazo de 10 dias.
As fls. 21, DECISÃ O deferindo elastério de prazo.
As fls. 27, envio de AR para inventariante dar andamento no feito.
As fls. 28 - 29, manifestaçã o da Inventariante colocando a culpa na família do falecido e
requerendo mais prazo!
As fls. 30, DECISÃ O deferindo elastério de prazo.
As fls. 34, DECISÃ O requerendo a citaçã o dos herdeiros para melhor andamento do feito.
As fls. 35, Pesquisa para localizaçã o de endereço (mesmo a Inventariante sabendo onde os
herdeiros residem a anos!!!!!)
As. fls. 39, Manifestaçã o da Inventariante requerendo a juntada de guias (GUIA DE OFICIAL
DE JUSTIÇA NO VALOR DE 87,27 REAIS)
As. fls. 40, mandado de citaçã o expedido para intimar os herdeiros.
As fls. 44 -58 CONTESTAÇÃ O, manifestaçã o dos herdeiros requerendo a remoçã o da
inventariante, informando a hipossuficiência e rol de testemunhas. As. fls. 71 -72, Retorno
do MANDADO DE CITAÇÃ O POSITIVO.
As. fls. 73, DECISÃ O determinando prazo de 15 dias para manifestaçã o sobre a contestaçã o,
bem como, informar endereço eletrô nico de todas das partes no mesmo prazo.
As. fls. 76, Manifestaçã o dos HERDEIROS, informando endereços eletrô nicos.
As. fls. 77, DECISÃ O determinando prazo de 15 dias para apresentaçã o de Réplica.
As. fls. 79 -80, RÉ PLICA da inventariante (Alegando maus tratos, e requerendo a divisã o de
bens ente os filhos e genitora materna do de cujus. Alegaçõ es infundadas de quaisquer
provas documentais).
As fls. 81, DESPACHO para apresentaçã o de provas documentais e orais no prazo de 10 dias
sob pena de preclusã o e julgamento antecipado da lide.
As. fls. 84 - 86, MANIFESTAÇÃ O de Indicaçã o de provas da INVETARIANTE, que arrolou
testemunhas, requereu provas periciais, e apresentaçã o futura de provas documentais.
As fls. 87, MANIFESTAÇÃ O DOS HERDEIROS indicando provas documentais e rol de
testemunhas para provas orais.
Vejamos, Excelência em nenhum momento cumpriu-se o estabelecido em fls. 10-11 !
Na presente (19 de Novembro de 2021) nã o se encontra nos autos documentos pertinentes
ao inciso IV do artigo Supra, até o momento a Inventariante nã o apresentou bem como nã o
juntou aos autos documentos pertinentes ao patrimô nio do falecido, por estas razõ es a
mesma deverá ser removida de ex-office.

IV- DO DIREITO
O inventá rio compreende respectivamente as seguintes etapas: a abertura do inventá rio, a
nomeaçã o do inventariante, o oferecimento das primeiras declaraçõ es, a citaçã o dos
interessados, a avaliaçã o dos bens, o cá lculo e pagamento de impostos devidos, as ú ltimas
declaraçõ es, a partilha e sua homologaçã o.
No â mbito jurídico o Có digo Civil e o Tribunais já existe legislaçã o pertinente para tanto,
bem como julgados decorrentes de sucessã o instauradas, a teor do art. 1.784 do Có digo
Civil, vejamos:
art. 1.784 "aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários".

Nã o obstante o Có digo Civil diga que é automá tica a transmissã o da herança (consagrando
a tradicional regra da saisine), na prá tica, essa transmissã o depende de duas questõ es:
No mérito das questõ es o Artigo 616 do CPC, é taxativo ao qualificar os competentes para
abertura e instauraçã o do Inventá rio e Partilha, vejamos:
Art. 616 do CPC - Possuem, ainda, legitimidade concorrente para requerer o inventário, o cônjuge ou companheiro
supérstite, o herdeiro, o legatário, o testamenteiro, o cessionário do herdeiro ou legatário, o credor destes ou do
autor da herança, o administrador judicial da falência do herdeiro ou do legatário, bem como do autor da herança
ou do cônjuge ou companheiro supérstite, o Ministério Público, havendo incapazes e a Fazenda Pública, quando
tiver interesse.

A requerente nã o se encontra dentro deste rol, conforme documentos anexos aos autos,
nã o há nada que torne legal a participaçã o da mesma no inventá rio, e muito mesmo a
qualifica como inventariante.
No que tange a nomeaçã o da inventariante, realizada em decisã o preliminar em fls.10 -11, a
requerente nã o pode configurar no polo ativo desta açã o, vejamos o estabelecido no Có digo
de Processo Civil e no Có digo Civil.
Nomeaçã o do inventariante
O art. 617 do CPC indica, em rol taxativo e preferencial , aqueles que podem ser nomeados
inventariantes, senã o vejamos:
Art. 617 /CPC: O juiz nomeará inventariante na seguinte ordem:
I - o cônjuge ou companheiro sobrevivente, desde que estivesse convivendo com o outro ao tempo da morte
deste;
III - qualquer herdeiro, quando nenhum deles estiver na posse e na administração do espólio;
IV - o herdeiro menor, por seu representante legal;
V - o testamenteiro, se lhe tiver sido confiada a administração do espólio ou se toda a herança estiver distribuída
em legados;
VI - o cessionário do herdeiro ou do legatário;
VII - o inventariante judicial, se houver;
VIII - pessoa estranha idônea, quando não houver inventariante judicial.
Parágrafo único. O inventariante, intimado da nomeação, prestará, dentro de 5 (cinco) dias, o compromisso de
bem e fielmente desempenhar a função (BRASIL, 2015).

Excelência, de acordo com o rol taxativo e que predomina a ordem a ser seguida no
deferimento da inventariante, primeiramente temos o cô njuge do de cujus. De acordo com
o caso em tela a viú va meeira tem preferência em ser denominada a inventariante.
Assim, logo nã o há necessidade legal da atual requerente configurar qualquer polo nesta
lide, ou participar da mesma.
Contudo, pode o juiz, fundamentadamente, inverter essa ordem. Feita a nomeaçã o, deve o
inventariante, nos cinco dias subseqü entes, prestar compromisso.
Ressalta-se que companheiro sobrevivente, para ser nomeado, necessita de prova da uniã o
está vel. A viú va possui a certidã o de casamento, que a torna totalmente competente para
configurar tal polo.
O incapaz, assistido ou representado, pode ser inventariante, segundo a maior parte da
doutrina.
Na hipó tese de inventá rio conjunto, deve ser nomeado, preferencialmente, herdeiro
comum.
Por fim, realizando uma aná lise criteriosa nos autos da lide, nã o vislumbra-se qualquer tipo
de documento, que dê a oportunidade da irmã do de cujus ser inventariante ou até mesmo
participar do inventá rio e partilha.
A retirada da requerente do polo de inventariante se faz necessá rio, pois, a mesma detém
poder desnecessá rio e que interfere diretamente na vida dos herdeiros legítimos.
Das atribuiçõ es do inventariante:
O que o inventariante pode ou nã o fazer está descrito nos arts. 618 e 619 do NCPC.
As atribuiçõ es do art. 618 sã o denominadas de atribuiçõ es comuns, ou seja, podem ser
praticadas de ofício pelo inventariante. Entre elas, estã o: representar o espó lio ativa e
passivamente, em juízo ou fora dele, administrar o espó lio, velando-lhe os bens com a
mesma diligência como se seus fossem, prestar as primeiras e ú ltimas declaraçõ es
pessoalmente ou por procurador com poderes especiais, exibir em cartó rio, a qualquer
tempo, para exame das partes, os documentos relativos ao espó lio, entre outros.
Já as constantes do art. 619 sã o denominadas atribuiçõ es especiais, que dependem de
anuência dos demais herdeiros e de autorizaçã o judicial. Sã o exemplos: alienar bens de
qualquer espécie, transigir em juízo ou fora dele, pagar dívidas do espó lio, entre outras.
O inventariante tem responsabilidade sobre os bens, tendo o dever de prestar contas em
juízo por eles e nã o tem direito a qualquer remuneraçã o por isso, salvo se for inventariante
dativo.
Logo, a requerente nã o merece prosperar nos pedidos para institui-la inventariante do
espó lio de seu irmã o, principalmente, por nã o ter ligaçã o ou relaçã o está vel com os
herdeiros legítimos.
A partir de sua nomeaçã o definitiva, o inventariante deve velar pelos bens do espó lio com
idêntica diligência como se seus fossem, atuando com lealdade inerente a boa-fé objetiva;
tem o dever de prestar as primeiras e ú ltimas declaraçõ es seja pessoalmente ou por
procurador com poderes especiais, podendo exibir em cartó rio, a qualquer tempo, para
exame das partes, os documentos relativos ao espó lio; tem o dever de juntar aos autos
certidã o de testamento, se houver; trazer à colaçã o no inventá rio os bens recebidos pelo
herdeiro ausente, renunciante ou excluído; prestar contas de sua gestã o ao deixar o cargo
ou sempre que o juiz lhe determinar, bem como requerer a declaraçã o de insolvência do
falecido, se for o caso.
O inventariante tem a obrigaçã o de prestar as primeiras declaraçõ es judicialmente,
podendo fazê-lo na pessoa de procurador com poderes especiais, que deverã o ser
apresentadas pelo inventariante no prazo de 20 dias, contados da data de seu
compromisso. Assim, dispõ e o Có digo de Processo Civil/2015:
Art. 620. Dentro de 20 (vinte) dias contados da data em que prestou o compromisso, o inventariante fará as
primeiras declarações, das quais se lavrará termo circunstanciado, assinado pelo juiz, pelo escrivão e pelo
inventariante, no qual serão exarados:
I - o nome, o estado, a idade e o domicílio do autor da herança, o dia e o lugar em que faleceu e se deixou
testamento;
II - o nome, o estado, a idade, o endereço eletrônico e a residência dos herdeiros e, havendo cônjuge ou
companheiro supérstite, além dos respectivos dados pessoais, o regime de bens do casamento ou da união
estável;
III - a qualidade dos herdeiros e o grau de parentesco com o inventariado;
IV - a relação completa e individualizada de todos os bens do espólio, inclusive aqueles que devem ser conferidos à
colação, e dos bens alheios que nele forem encontrados, descrevendo-se:

O Artigo 620, ainda, dispõ e sobre a declaraçã o sobre os bens:


a) os imóveis, com as suas especificações, nomeadamente local em que se encontram, extensão da área, limites,
confrontações, benfeitorias, origem dos títulos, números das matrículas e ônus que os gravam;
b) os móveis, com os sinais característicos;
c) os semoventes, seu número, espécies, marcas e sinais distintivos;
d) o dinheiro, as joias, os objetos de ouro e prata e as pedras preciosas, declarando sê-lhes especificadamente a
qualidade, o peso e a importância;
e) os títulos da dívida pública, bem como as ações, as quotas e os títulos de sociedade, mencionando-se lhes o
número, o valor e a data;
f) as dívidas ativas e passivas, indicando sê-lhes as datas, os títulos, a origem da obrigação e os nomes dos credores
e dos devedores;
g) direitos e ações;
h) o valor corrente de cada um dos bens do espólio.
§ 1º O juiz determinará que se proceda:
I - ao balanço do estabelecimento, se o autor da herança era empresário individual;
II - à apuração de haveres, se o autor da herança era sócio de sociedade que não anônima.
§ 2º As declarações podem ser prestadas mediante petição, firmada por procurador com poderes especiais, à qual
o termo se reportará (BRASIL, 2015).

Ressalta-se que a Inventariante (Rosélia), nã o cumpre o prazo de 20 dias estabelecido no


artigo 620 do CPC para apresentar as ultimas declaraçõ es, bem como, a apresentaçã o dos
documentos dos bens deixados pelo "de cujus", tais como, contratos de compra e venda,
certidõ es, taxas, e disposiçõ es de ú ltima vontade que a legitima inventariante por vontade
de seu irmã o ou a qualifique como herdeira.
A atual Inventariante fora nomeada em 23 de setembro de 2020, as fls. 10 -11.
Na presente (09 de novembro de 2021) nã o se encontra nos autos documentos pertinentes
ao inciso IV do artigo supra, até o momento a Inventariante nã o apresentou bem como nã o
juntou aos autos documentos pertinentes ao patrimô nio do falecido, por estas razõ es a
mesma deverá ser removida de ex- office.
Tamanho descaso que a Inventariante requer prova pericial em fls. 85 dos patrimô nios
deixados pelo de cujos, mas nã o junta aos autos documentos pertinentes para tal pericia.
Sendo assim, cabe a Inventariante informar quais, quando e onde, afinal está nã o é a funçã o
dela? Que a proposito cumpre com tamanha incompetência.
Ressalta-se que V. excelência requereu em fls. 10 -11 o cumprimento de um roll taxativo de
obrigaçõ es da inventariante, ao qual está vem tratando com completo desdém, pois, nã o
cumpre o estabelecido.
A remoçã o da Inventariante Ró selia é de extrema importâ ncia para o processo fluir, pois, a
mesma só vem atrasando os atos judiciais, dificultando a vida dos herdeiros e causando
transtorno a todas as partes.
Excelência, as partes suplicam a remoçã o da inventariante, que nã o cumpre o papel com
dignidade e decoro.
O juiz, o Ministério Pú blico e os interessados podem, a qualquer tempo, exigir que o
inventariante apresente os documentos relativos ao espó lio. Sua omissã o em cumprir este
dever pode eventualmente caracterizar causa de remoçã o de inventariante.
Na analise as laudas fls. 17, 27, 30 a inventariante fora intimada para dar andamento e
apresentar documentos instrutó rios para o regular andamento do feito.
Está nã o o fez, requereu prazo em fls20, 28-29, decorreu-se o prazo e nada apresentou.
Por decisã o, unicamente de Vossa Excelência, decidiu citar os herdeiros em fls.34.
Logo, a requerente nã o tem competência em cumprir com o estabelecido legal, assim,
requer a desconstituiçã o da requerente do polo ativo, remoçã o da nomeaçã o de
inventariante, e que seja a mesma convidada a se retirar dos autos, tendo em vista o sigilo
do patrimô nio dos herdeiros legítimos.
Da necessidade de remoçã o e destituiçã o do inventariante
Havendo descumprimento das obrigaçõ es, por parte do inventariante, pode ser requerida a
remoçã o ou destituiçã o da inventariança.
A remoçã o é uma puniçã o, ao passo que a destituiçã o diz respeito a fato externo.
A remoçã o é um incidente, autuado em apenso. O prazo para defesa é de quinze dias.
Removido, o inventariante entrega ao novo nomeado a posse dos bens, pena de busca e
apreensã o ou imissã o na posse.
Vejamos o que estabelece o Có digo de Processo Civil, em seu artigo 622;
Art. 622. O inventariante será removido de ofício ou a requerimento:
I - se não prestar, no prazo legal, as primeiras ou as últimas declarações;
II -se não der ao inventário andamento regular, se suscitar dúvidas infundadas ou se praticar atos meramente
protelatórios;
III - se, por culpa sua, bens do espólio se deteriorarem, forem dilapidados ou sofrerem dano;
IV - se não defender o espólio nas ações em que for citado, se deixar de cobrar dívidas ativas ou se não promover
as medidas necessárias para evitar o perecimento de direitos;
V - se não prestar contas ou se as que prestar não forem julgadas boas;

VI - se sonegar, ocultar ou desviar bens do espó lio


Sendo assim, de acordo com o estabelecido em lei a atual inventariante deixa de cumprir os
requisitos impostos nos incisos I e II, a requerente nã o prestar, no prazo legal, as primeiras
ou as ú ltimas declaraçõ es; ou se nã o deu ao inventá rio andamento regular, se suscitar
dú vidas infundadas ou se praticar atos meramente protelató rios.
Nã o existe nos autos documentos pertinentes a realizaçã o de inventario e partilha, nã o
foram apresentadas as disposiçõ es de vontade do de cujus ou testamento, contratos ou
escrituras dos imó veis e bens do falecido, logo a inventariante deixou de cumprir com os
fundamentos legais necessá rios para exercer tal funçã o.
Outrossim, a mesma vem praticando somente atos protelató rios, pedindo prazo e mais
prazo.
De acordo com tudo que fora explanado, requer-se a desconstituiçã o da
requerente do polo ativo, remoçã o da nomeaçã o de inventariante, e que seja a mesma
convidada a se retirar dos autos, tendo em vista o sigilo do patrimô nio dos herdeiros
legítimos.
Por fim, que seja a requerente intimada a devolver os documentos do de cujus que se
encontra em sua posse, de forma indevida, dentro de uma pasta azul, que fora deixada na
casa da genitora materna do de cujus, para que está autora possa dar o devido andamento
no feito.
VIOLAÇÃ O A ORDEM DE INVENTARIANTE DO ART. 627 DO CC
Conforme o dispositivo legal Artigo 627 do CDC, existe uma fila a ser seguida na nomeaçã o
do inventariante, situaçã o alheia ao caso em tela.
Como pode nomear uma inventariante alheia ao processo, sem ao menos consultar a
esposa do de cujus, de acordo com a fila deveria ser a primeira inventariante, seguida de
seus herdeiros, que por falta de 1 existem 2!
DA ABERTURA PRECOSE DO PROCESSO DE INVENTÁ RIO
Presume-se que a falta de apresentaçã o dos documentos dos bens deixados pelo cujus
(contratos, certidõ es, declaraçõ es de ultima vontade) em tempo que a Inventariante ao
ingressar com a presente demanda, NÃ O ESTAVA NA IMISSÃ O DA POSSE, conforme pré-
requisito do artigo 615 do CPC. Sendo assim, mais uma razã o para a mesma nã o participar
da presente demanda. Vejamos:
Art. 615. O requerimento de inventário e de partilha incumbe a quem estiver na posse e na administração do
espólio, no prazo estabelecido no art. 611.

Atualmente a Inventariante só vem requerendo prazo para juntar, e comprovar no decorrer


do processo, até quando será esse prazo?
Os prazos proferidos por V. Excelência já extrapola qualquer tipo de prazo previsto em lei!
Nã o tem fundamento um processo de inventá rio e partilha em que nã o existem bens, nã o
estamos tratando de inventá rio negativo Excelência!!
A apresentaçã o da documentaçã o dos bens do "de cujus" se faz necessá ria, bem como, o
cumprimento do roll determinado em fls. 10-11.
VIII- PEDIDOS
Por todo o exposto e alegado requerer:
A- Requer a remoçã o da inventariante ROSÍLEA DA CRUZ QUINTINO, por desídia na funçã o
de inventariante, bem como abandono do feito, conforme artigo 622, I e II do CPC.
B- Requer a desconstituiçã o da requerente ROSÍLEA DA CRUZ QUINTINO do polo ativo, que
seja a mesma convidada a se retirar dos autos, tendo em vista o sigilo do patrimô nio dos
herdeiros legítimos;
.
C- Por fim, que seja a requerente intimada a devolver os documentos pessoais do de cujus
que se encontra dentro de uma pasta azul, que fora levada a casa da genitora materna do de
cujus, para que está autora possa dar o devido andamento no feito.
Por ú ltimo, protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidos
inclusive provas documentais, depoimento de testemunhas e as demais que se fizerem
necessá rio.
Pede e espera deferimento.
Osasco, 19 de Novembro de 2021.

4
Por oportuno, arrola as seguintes testemunhas:
a. , brasileiro, solteiro, autô nomo,
devidamente inscrito no RG nº e CPF:, sem endereço eletrô nico e telefone celular ,
residente e domiciliado a .
b. , brasileiro, casado, pedreiro,
devidamente inscrito no RG nº e CPF:, com endereço eletrô nico , telefone celular , residente
e domiciliado a CEP .
c. , casado, ajudante de motorista,
devidamente inscrito no RG sob o nº43.239.112 e CPF , com endereço eletrô nico , telefone
celular , residente e domiciliado a CEP: .
d. , brasileiro, solteiro, pesquisador,
devidamente inscrito no RG nº e CPF:, com endereço de e-mail: , telefone celular , residente
e domiciliado a CEP: .
e. , casado, autô nomo, devidamente
inscrito no RG nº , CPF:, sem endereço eletrô nico, celular: , residente e domiciliado a CEP .
Bem como depoimento pessoal dos herdeiros e esposa do "de cujus", já qualificada nos
autos, , JUAN ANTHONY TORRES QUINTINO, e GEOVANNE TORRES QUINTINO, ambos
representados / assistidos neste ato por sua genitora materna .

Você também pode gostar