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PRELIMINARMENTE
III. DO DIREITO
O Código Civil dispõe claramente os requisitos para o reconhecimento da União Estável:
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher,
configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de
constituição de família.
Conforme relatado, a Autora e o falecido conviveram pública e socialmente como se marido
e mulher fossem, desde 2015, e juntos, constituíram família, empenharam-se na
administração do lar conjugal, enquadrando-se nos termos do Código Civil em seu art. 1.723
caput, e art. 1º da Lei Federal 9.278/96.
A jurisprudência há muito já reconhece a figura da união estável a casos similares ao tecido
nesta ação:
RECURSO INOMINADO. TERCEIRA TURMA RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA.
PREVIMPA. PENSÃO POR MORTE. LEI COMPLEMENTAR Nº 478/2002. UNIÃO
ESTÁVEL COMPROVADA. DIREITO EVIDENCIADO. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA MANTIDA. 1. No âmbito do Município de Porto Alegre, a Lei
Complementar nº 478/02 inclui a companheira como dependente de segurado do RPPS, nos
termos do art. 25.2. No caso concreto, a união estável restou devidamente demonstrada,
sendo direito da companheira a percepção da pensão por morte.3. Sentença de procedência
mantida pelos próprios fundamentos. RECURSO INOMINADO DESPROVIDO.
UNÂNIME.
(TJ-RS - Recurso Cível: XXXXX RS, Relator: Alan Tadeu Soares Delabary Junior, Data de
Julgamento: 22/03/2021, Terceira Turma Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação:
25/03/2021)
Portanto, passa a demonstrar o pleno atendimento aos requisitos previstos no Código Civil,
quais sejam:
Publicidade e notoriedade da relação: A publicidade da relação fica perfeitamente
demonstrada pelas fotos nas redes sociais, fotos de eventos que o casal frequentava
conjuntamente, a participação em grupos de família no WhatsApp.
Continuidade: O casal possuía um relacionamento duradouro de quase 8 (oito) anos,
conforme provas nas redes sociais, mensagens registradas, e reconhecimento da Requerente
perante os filhos do de cujos, frutos de antigo relacionamento, como única e companheira do
pai até o fim de sua vida.
Caráter familiar - affectio materialis: O objetivo de constituição de família fica perfeitamente
demonstrada com a comunhão de vida e interesses entre o casal, afinal, além de morar no
mesmo imóvel conforme comprovante de residência (anexo), o casal constituiu planos em
comum, conforme declarações que junta em anexo.
Ou seja, trata-se de motivos suficientes a demonstrar a existência de União Estável, conforme
precedentes sobre o tema:
Por esses motivos, e por estarem presentes os requisitos legais, há que ser reconhecida a
UNIÃO ESTÁVEL, para que, em decorrência desta, surtam os efeitos legais pertinentes
diante da dissolução aqui pleiteada.
Assim, comprovada a união estável, requer de Vossa Excelência o RECONHECIMENTO
DA UNIÃO ESTÁVEL desde 2015, para que surtam os efeitos legais.
2. O DEFERIMENTO da ação para Reconhecimento da União Estável para que produza seus
efeitos jurídicos e legais;
1. Seja designada audiência de conciliação, e não havendo êxito, seja designada audiência de
instrução e julgamento para a oitiva das partes e testemunhas;
2. A intimação do Ministério Público para intervir no feito, nos moldes do artigo 698, do
CPC;
3. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos
no art. 85,§2º do CPC.
Dá-se a presente o valor de R$ 1.000,00 (um mil reais), para efeito de alçada.
ADVOGADO
OAB/MT XXXXX