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Ação de Divórcio Litigioso com Partilha de Bens C/C Pedido de Antecipação de Tutela
Provisória de Evidência
I – Da Competência do Foro
Considerando que a empresária (nome completo), ora requerente, possui residência neste
município do Rio de Janeiro-RJ, o Juízo competente para processar e julgar o presente feito é a
Vara de Família do Fórum Regional da Comarca desta cidade, para onde inclina-se a presente
demanda, nos termos do art. 53, II da Lei nº 13.105/15.
(...)
(...)
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
Nesse sentido, mostra-se necessária a antecipação dos efeitos da tutela de evidência, tendo
em vista que a partir da Emenda Constitucional 66/2010, o divórcio tornou-se um direito
potestativo incondicionado, ou seja, não se admitindo mais discussão sobre culpa, cabendo a
outra parte apenas a aceitá-lo, bem como em razão disso, houve a supressão do requisito de
prévia separação judicial, podendo o divórcio litigioso ser diretamente concedido.
Assim, compreende-se que basta um dos cônjuges, em virtude do fim do afeto, ou respeito,
embora não seja obrigado a revelar real motivação, valer-se do poder jurídico de interferir na
relação jurídica matrimonial e optar pela extinção da união, independentemente do tempo de
duração dela. Logo, caberá ao outro cônjuge apenas a sujeição à decretação do divórcio direto
litigioso, fato este incontroverso que dispensa a produção de provas e o próprio consenso.
Tendo em vista que qualquer alegação da requerida, não será capaz de impedir, modificar ou
extinguir o direito autoral, muito menos haverá prova capaz de gerar dúvida razoável ao
julgador quanto ao direito protestativo do requerente.
Por essa razão, entende-se ser plenamente possível a concessão da tutela de evidência para
que seja liminarmente, decretado o divórcio entre as partes, com fulcro no art. 311, incisos II e
IV do CPC, tendo em vista a inconteste evidência do direito material do requerente, por se
tratar de alegação comprovada apenas documentalmente, com respaldo em norma de índole
constitucional.
O requerente constituiu matrimônio com (nome completo), ora requerida, em 18.05.2015, sob
regime de comunhão parcial de bens, no município do Rio de Janeiro-RJ, aproximadamente 7
(sete) anos de convivência, conforme Certidão de Casamento anexo.
Desta feita, é a presente para requerer o divórcio, bem como a partilha dos bens amealhados,
nos termos do art. 1.571 do Código Civil Brasileiro, vez que não há no presente caso,
possibilidade de reconciliação.
VI – Dos Alimentos Guarda e Visitas dos Filhos
No que trata os alimentos, regulamentação de guarda e visita em favor dos filhos, incumbe
informar ao Douto Juízo, que tramita na xxª Vara de Família do Fórum Regional desta Comarca,
ação autônoma de Oferta de Alimentos com Regulamentação de Guarda e Visitas C/C Pedido
Liminar, sob nº 00000000/RJ, distribuída em 20.04.2021.
A Emenda Constitucional nº 66, de 13.07.2010, deu nova redação ao parágrafo 6º do art. 226
da Carta Magna. Disposição esta, que trata sobre a dissolução do casamento civil. Com o novo
texto, foi suprimido o requisito de separação judicial por mais de um ano, ou de separação de
fato por mais de dois anos. De modo, que em conformidade com a Constituição Federal em
seu art. 226, § 6º, em vigor:
§ 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela Emenda
Constitucional nº 66, de 2010)
Desta feita, perfeitamente cabível a presente ação, pois o pedido está de acordo com a Carta
Magna e a Legislação processual e civil vigente. O Código Civil assim assevera:
IV - pelo divórcio.
VIII – Do Nome
Quanto ao nome, o requerente, desde já manifesta o desejo de que a requerida retire seu
sobrenome, voltando a usar o nome de solteira, ou seja, (nome de solteira).
IX – Dos Bens Móveis e Imóveis do Casal
Imóvel localizado na (rua, nº, bairro, CEP, cidade-uf) , avaliado em R$ 1.500.000,00 (hum
milhão e quinhentos mil reais), o qual está sob procedimento administrativo na Prefeitura
Municipal do Rio de Janeiro, em razões de habite-se e registro perante a Secretaria de
Urbanismo, por ora se anexa cópia do Contrato de compra e venda e a cópia integral do
Processo Administrativo nº 00/000730/2004, que visa o registro do imóvel junto ao Município
do Rio de Janeiro. Cujo a parte que compete ao requerente é de 50% (cinquenta por cento),
equivalente a R$ 750.000,00 (setecentos e cinquenta mil reais);
Automóvel NISSAN Kicks SL CVT, 2019/2020, Álcool/Gasolina, Preto com teto Branco, placa nº
CBFO0C00, Chassi nº 00DFCAP00KFDG00000, RENAVAN nº 00000000000, avaliado em R$
85.000,00 (oitenta e cinco mil reais). Cujo a parte que compete ao requerente é 50%
(cinquenta por cento), equivalente a R$ 42.500,00 (quarenta e dois mil e quinhentos reais).
Contemplando a requerida 10.000 Quotas, no valor de R$ 1,00 (hum real) cada, totalizando o
valor de R$ 10.000,00 (dez mil reais) da Cujo a parte que compete ao requerente é 50%
(cinquenta por cento), equivalente a R$ 5.000,00 (cinco mil reais);
Desde a separação de fato, o requerente não recebeu sua parte nas retiradas à título de pró-
labore, que gerou para o casal no período compreendido entre 6.2019 a 4.2022, (3 anos e 10
meses) o valor de R$ 340.000,00 (trezentos e quarenta mil reais), relativo às retiradas advindas
do contrato social. Cujo a parte que compete ao requerente é 50% (cinquenta por cento),
equivalente a R$ 170.000,00 (cento setenta mil reais).
Vale ratificar a participação de lucros anuais devido ao requerente nos anos de 2019, 2020,
2021 e exercício 2022 o que deve ser trazido aos autos, cujo a parte que compete ao
requerente é 50% (cinquenta por cento), sobre o valor auferido pela requerida, sócia da
empresa.
Nota-se que a requerida excluiu o requerente do quadro de beneficiários do plano de saúde
empresarial Sul América, garantido pela empresa do casal, ora (nome da empresa).
Entre cônjuges - desnecessidade: sendo ambas as partes maiores, capazes e não necessitando
de alimentos um do outro, possuindo ambos fonte de sustendo próprio, dispensam alimentos
entre si, o que fazem com fulcro no art. 1.707 do CC.
No entanto, contempla o requerente a parte que lhe compete de 50% (cinquenta por cento),
do pró-labore da requerida, aferida pela empresa do casal, (nome da empresa), pessoa jurídica
de direito privado inscrita no CNPJ sob o nº 00.XXXXX/0001-88, localizada na (rua, nº, bairro,
CEP, cidade-uf), endereço eletrônico: (e-mail), telefone: (21) 0000-0000, contrato social
devidamente registrado na JUCERJA sob o nº 0000000-6.
Contudo, tem direito o requerente à 50% (cinquenta por cento), da retirada mensal à título de
pró-labore, conforme cláusula SÉTIMA do contrato social devidamente registrado na JUCERJA
sob o nº 000000000-0. Cujo a parte que compete ao requerente é, equivalente a R$ 5.000,00
(cinco mil reais).
O requerente e a requerida estão casados sob regime parcial de comunhão de bens e durante
a união amealharam alguns bens que devem ser partilhados, conforme já explanado acima.
Art. 1.658. No regime de comunhão parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal,
na constância do casamento, com as exceções dos artigos seguintes.
Sendo o casamento regido pela comunhão parcial de bens, entram na partilha do patrimônio
aqueles adquiridos na constância da relação, a título oneroso, ainda que por um só dos
cônjuges, nos termos do artigo 1.660, inciso I, do Código Civil.
Desta forma o requerente tem direito a 50% (cinquenta por cento) na partilha dos bens, sendo
o total da parte que lhe compete receber proporcionalmente o valor de R$ 972.500,00
(novecentos e setenta e dois mil e quinhentos reais).
Divórcio. Partilha de bens. Regime de comunhão parcial. Imóvel alienado após separação de
fato. Meação. O imóvel adquirido durante a constância da relação conjugal construída sob o
regime de comunhão parcial de bens deve ser partilhado entre o casal ainda que este tenha
sido alienado após a separação de fato dos consortes. (TJRO - AC: XXXXX20030035352 RO
XXXXX-2, Relator: Desembargador Moreira Chagas, Data de Julgamento: 18/04/2006, 1ª Vara
Cível.
Ao colocar o requerente para fora da casa, permanecendo a requerida com os filhos desde a
separação de fato até os dias atuais no imóvel que fora adquirido pelo casal, ficando o mesmo
de uso exclusivo pelo ex-cônjuge. De tal modo, que passou a usufruir do bem de forma total,
sem pagamento de qualquer prestação ao requerente, gerando assim, enriquecimento sem
causa.
Conforme prevê art. 884 do Código Civil Brasileiro: “Aquele que, sem justa causa, se
enriquecer à custa de outrem, será obrigado a restituir o indevidamente auferido, feita a
atualização dos valores monetários.”
EMENTA:
RECURSO ESPECIAL CIVIL. FAMÍLIA. DIVÓRCIO. PARTILHA. INDENIZAÇÃO PELO USO EXCLUSIVO
DO IMÓVEL DE PROPRIEDADE COMUM DOS EX-CÔNJUGES AINDA NÃO PARTILHADO
FORMALMENTE. POSSIBILIDADE DE DEPENDER DAS CINRCUNTÂNCIAS DO CASO CONCRETO.
RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1. Na separação e no divórcio, sob pena de gerar enriquecimento sem causa, o fato de certo
bem comum ainda pertencer indistintamente aos ex-cônjuges, por não ter sido formalizada a
partilha, não representa automático empecilho ao pagamento de indenização pelo uso
exclusivo do bem por um deles, desde que a parte que toca a cada um tenha sido definida por
qualquer meio inequívoco.
2. Na hipótese dos autos, tornado certo pela sentença o quinhão que cabe a cada um dos ex-
cônjuges, aquele que utiliza exclusivamente o bem comum deve indenizar o outro,
proporcionalmente.
3. Registra-se que a indenização pelo uso exclusivo do bem por parte do alimentante pode
influir no valor da prestação de alimentos, pois afeta a renda do obrigado, devendo as
obrigações serem reciprocamente consideradas pelas instâncias ordinárias, sempre a par das
peculiaridades do caso concreto.
4. O termo inicial para o ressarcimento deve ser a data da ciência do pedido da parte contrária,
que, no caso, deu-se com a intimação.
EMENTA:
Diante do exposto, requer que seja indenizado o requerente, o valor proporcional dos alugueis
referente período após a separação de fato, ou seja, desde 6.2018 até os dias atuais, que a ex-
cônjuge permanece no imóvel, e vem usufruindo, sendo o valor do aluguel estimado em R$
2.800,00 (dois mil e oitocentos reais), acumulando até 4.2022, (3 anos e 10 meses), o
montante de R$ 95.200,00 (noventa e cinco mil e duzentos reais), Cujo a parte que compete ao
requerente é 50% (cinquenta por cento), equivalente a R$ 47.600,00 (quarenta e sete mil e
seiscentos reais), atualizado mensalmente, enquanto perdurar a presente demanda.
Seja deferida liminarmente a antecipação dos efeitos da tutela de evidência com fulcro no art.
311, incisos II e IV do CPC, bem como seja ao final dado a procedência do pedido do
requerente, com a DECRETAÇÃO do divórcio do casal;
Requer, também, após trânsito em julgado, seja expedido mandado judicial para a averbação
do divórcio no respectivo Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais;
A alteração do nome da requerida, para que torne a assinar o nome de solteira ou seja, (nome
de solteira), com expedição de mandado ao Oficial de registro Civil para a competente
averbação após trânsito em julgado;
A determinação mediante Liminar para que a requerente inclua no prazo de 10 (dez) dias o
requerente no quadro de beneficiários do plano de saúde empresarial Sul América, garantido
pela empresa do casal (nome da empresa), até que seja findado a presente demanda, com a
resolução do mérito, tendo em vista as condições econômico-financeiro do requerente, sob
pena de multa diária a ser estipulada pelo Juízo, em caso de descumprimento de decisão
judicial;
A expedição de ofício à (nome da empresa), pessoa de direito privado inscrita no CNPJ sob o nº
00.XXXXX/0001-88, localizada na (rua, nº, bairro, CEP, cidade-uf), endereço eletrônico: (e-
mail), telefone: (21) 0000-0000, contrato social devidamente registrado na JUCERJA sob o nº
00000000-0, para que proceda os créditos à título de pró-labore nos dados bancários conta
corrente nº 00000-0, agência nº 0000, Banco Itaú S.A, em nome de (nome completo), CPF nº
000.000.000-00, sob pena de multa diária a ser estipulada pelo Juízo, em caso de
descumprimento de decisão judicial;
A determinação mediante Liminar para que a requerente apresente aos autos planilha
contendo os lucros anuais dos anos de 2019, 2020, 2021 e exercício de 2022 da empresa do
casal (nome completo), pessoa jurídica de direito privado inscrita no CNPJ sob o nº
00.XXXXX/0001-88, contrato social devidamente registrado na JUCERJA sob o nº 00000000-0;
Ao final, seja expedido o competente formal de partilha dos bens esposado acima, no valor de
R$ 972.500,00 (novecentos e setenta e dois mil e quinhentos reais), atualizado conforme mês
e ano até a resolução do feito;
XV – Das Provas
Protesta provar o alegado por todos os meios de prova em direito admitidas, bem como as que
se fizerem necessárias, na amplitude do art. 369 da Lei nº 13.105/15.
No que pese o valor da causa, que abrange o benefício econômico a que se pretende,
portanto, atribui à causa, o valor de R$ 1.020.100,00 (hum milhão e vinte mil e cem reais), com
observância ao que prevê o art. 291, do CPC/15, para todos os efeitos legais.
Advogado (a)
OAB/RJ 000.000