EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA
COMARCA DE _______, ESTADO DO ________.
(NOME COMPLETO), brasileira, casada, do lar, portadora da cédula de identidade RG nº
xxxxxxxx, inscrita sob CPF nº xxxxxxxx com endereço eletrô nico xxxxx@hotmail.com,residente e domiciliada na Avenida Xxxxxx, nº xxxxx, Centro, CEP: xxxxx-xxx na cidade de _______/__ por intermédio de sua advogada que ao final subscreve, vem, respeitosamente, perante a presença de Vossa Excelência, com fulcro no artigo 24 da Lei Nº 6.515/77 e artigo 1.571 e seguintes do Có digo Civil, propor: AÇÃ O DE DIVÓ RCIO C/C PARTILHA DE BENS Em face de (NOME COMPLETO), brasileiro, casado, policial rodoviá rio federal, portador da cédula de identidade RG nº xxxxxxxx, inscrito sob CPF nº xxxxxxxxx, residente e domiciliado na Avenida Xxxxxxx, nº xxxx, Centro, CEP: xxxxxx-xx na cidade de _______/__, pelos seguintes fatos a seguir: I. DOS FATOS A Requerente casou-se com o Requerido em data de 20 de maio de 2009 pelo regime de comunhã o parcial de bens, tendo-se por esta uniã o, a aquisiçã o de um imó vel urbano constituído pelo lote de data nº 09, da quadra 06, zona 02, com á rea de 300,000m², matriculada sob nº 22.123, no CRI do 2º Ofício de ______, avaliado em R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais), além de um veículo Honda Fit, ano/modelo 2016, cor branca, de placas AUE-8802, avaliado em R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais). O Requerido, atualmente trabalha na funçã o de policial rodoviá rio, possuindo uma remuneraçã o mensal no valor de R$7.500,00 (sete mil e quinhentos reais) sendo o ú nico da família à exercer funçã o laboral na residência em que convive com sua esposa, entretanto, o casal, até entã o felizes com a constâ ncia conjugal, tiveram dois filhos sendo que a Requerente, em consequência de sua segunda concepçã o e por ter deixado de exercer atividade laborativa para cuidar de seus filhos e de seu lar,engordou 20kg resultando em pequenas diferencias em sua aparência. Apó s quatro anos de casados, o Requerido, por conta do ganho de peso da Requerente, passou apresentar comportamento agressivo, insultando-a verbalmente com o intuito de ridicularizar e humilha-la em razã o de sua atual aparência, ameaçando-a psicologicamente no sentido de que a mesma “ficaria sem nada” caso buscasse meios judiciais de se separar deste relacionamento tó xico. Acreditando que a situaçã o fosse melhorar, piorou-se a cada dia que passou, sendo a Requerente diagnosticada com transtornos psicoló gicos grave, passando a utilizar-se de medicamentos controlados e nã o possuindo mais condiçõ es de prover seu pró prio sustento e de seus filhos pois em razã o dos danos mentais causados pelo Requerido, nã o possui condiçõ es suficientes para trabalhar. Diante dos fatos apresentados, a Requerente de qualquer modo, nã o possui condiçõ es de abandonar o lar conjugal, na qual continua sendo vítima do abuso psicoló gico pelo Requerido, pretendendo-se por esta situaçã o, dissolver seu vínculo matrimonial, partilhar os bens, obter a guarda unilateral de seus filhos, pensã o alimentícia para si e para seus filhos, regularizar o direito de visita, bem como, afastar o Requerido do lar em que vive. II. DA ASSISTÊ NCIA JUDICIÁ RIA GRATUITA Requer, com fulcro nos artigos 98 e 99 do CPC/2015, bem como no art. 5º, LXXIV, da Constituiçã o Federal/88, os benefícios da Justiça Gratuita por ser hipossuficiente na forma da lei, nã o podendo, portanto, arcar com as custas e demais despesas processuais sem prejuízo do pró prio sustento e de sua família. III. DO DIVÓ RCIO Conforme ensinam os civilistas, o casamento é constituído pela sociedade conjugal e pelo vínculo conjugal. Com a separaçã o judicial,ocorre o fim da sociedade conjugal, cessando os deveres de coabitaçã o, fidelidade recíproca e o regime de bens. Contudo, a separaçã o nã o acarreta o fim do vínculo matrimonial. Assim, pessoas separadas nã o poderiam se casar, embora a lei admitisse a possibilidade de terem uniã o está vel com terceiros (art. 1.723, § 1º, CC). Por outro lado, nada impedia que pessoas separadas, apó s reconciliaçã o, voltassem a viver juntas, fazendo ressurgir a sociedade entre elas. Por sua vez, o divó rcio é algo mais radical, pois significa a dissoluçã o do vínculo matrimonial. Ademais, uma vez divorciados, ex-marido e ex-esposa somente podem reconstituir a sociedade conjugal e o vínculo apó s novo casamento. A Emenda Constitucional nº 66, datada de 13.07.2010, deu nova redaçã o ao pará grafo 6º do artigo 226 da Constituiçã o Federal de 1988. Disposiçã o esta que trata sobre a dissoluçã o do casamento civil. Com o novo texto, foi suprimido o requisito de separaçã o judicial por mais de um ano, ou de separaçã o de fato por mais de dois anos. “Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteçã o do Estado. § 6º O casamento civil pode ser dissolvido pelo divó rcio.” Desta forma, o Có digo Civil também assevera: “Art. 1.571. A sociedade conjugal termina: IV- pelo divó rcio.” Ante o fato de o Requerente e a Requerida se encontrarem separados de fato desde agosto de 2005, mostra-se impossível a reconciliaçã o, bem como a opçã o pela via consensual, na medida em que a demandada se mostra contrá ria a tal procedimento. Com isso, busca o judiciá rio a fim de que seja expedido o mandado de averbaçã o. III.1. DA GUARDA DOS FILHOS E DO DIREITO DE VISITA Tendo em vista que na guarda, o interesse no menor é priorizado conforme interpretaçã o do artigo 6º do ECA e em consonâ ncia com, o artigo 28, § 3º da mesma legislaçã o, viceja o melhor juízo no sentido da guarda dos filhos permanecer com a sua genitora. Diante do comportamento agressivo de seu ex-cô njuge e pelo trabalho exercido por nã o haver tempo para permanecer com as crianças, faz-se jus apenas da guarda compartilha descritas no artigo 1.583, § 1º do Có digo Civil. “ Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. § 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilizaçã o conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mã e que nã o vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns”. Salienta-se que durante a semana a criança permanecerá com a Requerente para desfrutar de conforto, lazer e educaçã o durante período integral e aos finais de semana poderá fazer visita ao Requerido, podendo passar sá bados e/ou domingos com o mesmo. Por fim, de salutar a importâ ncia delinear o direito de visita do Requerido, e que embora nã o seja errado dizer que pai visitará a filha por ser um direito dele, há de se ressaltar com muito maior que o direito de visita é o direito da criança em conviver harmoniosamente com seu pai. Deste modo, com fulcro no artigo 1584, I do Có digo Civil, requer que a Requerente fique sob a guarda, na modalidade compartilhada, podendo o Requerido manter convívio com ambos os filhos menores. III.2. DA PARTILHA DOS BENS E DO DIREITO DE MORADIA DOS AUTORES NO IMÓ VEL DO CASAL Ao contraírem nú pcias, as partes elegeram o regime de comunhã o parcial de bens, conforme preceitua o art. 1.658 do Có digo de Processo Civil. “Art. 1.658. No regime de comunhã o parcial, comunicam-se os bens que sobrevierem ao casal, na constâ ncia do casamento, com as exceçõ es dos artigos seguintes.” Definido o regime de comunhã o, o art. 1.660 do Có digo Civil, assim dispõ e sobre os bens a serem partilhados: “I – os bens adquiridos na constâ ncia do casamento por título oneroso, ainda que só em nome de um dos cô njuge” Na constâ ncia do matrimonio, as partes amealharam os seguintes bens imó veis e mó veis: Imó vel Urbano, constituído pelo lote de data nº 09, da quadra 06, zona 02 com á rea de 300,00m², matrícula sob nº 22.123, do 2º Ofício da cidade de Umuarama/PR, avaliado em R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil reais). Veículo Honda Fit, ano/modelo 2016, cor branca, placas AUE-8802, avaliado em R$35.000,00 (trinta e cinco mil reais). Na medida em que a Requerente gostaria de partilhar os bens contraídos na constâ ncia conjugal, III.3. DOS ALIMENTOS Diante dos fatos apresentados, bem como, os bens tutelados, a guarda compartilhada e a responsabilidade do Requerido acerca de seus filhos, elucida obstante à Açã o de Divó rcio, configurada também a responsabilizaçã o de prestar alimentos, ora que se pleiteia os filhos menores do casal, visando atender os princípios processuais da economia e celeridade. Conforme previsã o legal do § 2º do artigo 327 do Có digo de Processo Civil, permite cumulaçã o de pedidos mesmo nos casos em que cada um deles siga um procedimento diferente, desde que adote o rito ordiná rio, o que ocorre na presente açã o. “Art. 327. É lícita a cumulaçã o, em um ú nico processo, contra o mesmo réu, de vá rios pedidos, ainda que entre eles nã o haja conexã o. § 2º Quando, para cada pedido, corresponder tipo diverso de procedimento, será admitida a cumulaçã o se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do emprego das técnicas processuais diferenciadas previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumulados, que nã o forem incompatíveis com as disposiçõ es sobre o procedimento comum.” Portanto, a cumulaçã o de divó rcio cumulado com alimentos a favor da filha da Requerente se afigura perfeitamente no caso em tela, visto que respeita os princípios da inafastabilidade da jurisdiçã o prevista em texto constitucional, bem como, outros necessá rios para andamento regular do processo. Uma vez reconhecida a obrigaçã o alimentar, faz se necessá rio determinar o quantum a ser pago, e assim deparamos com a necessidade de ambas as partes. Confrontando o binô mio e nã o havendo dú vidas ou qualquer questionamentosacerca da obrigaçã o alimentar do Requerido, que aparenta ser razoá vel a fixaçã o de alimentos em favor de seus dois filhos menores no valor R$2.500 (dois mil e quinhentos reais), ficando obrigado a fazer o depó sito em conta corrente (Ag 032 – Conta 2.597-2) da Requerente até o dia 10 de cada mês como forma de suprir as necessidades de seus filhos. Tendo em vista que a Requerente nã o possui condiçõ es de trabalhar e que sempre foi-se do lar, e em decorrência dos danos psicoló gicos sofridos e a idade de seus filhos, o pagamento de alimentos faz-se totalmente necessá rio no valor ajustado, visto que será o suficiente para suprir as necessidades de seus filhos, como alimentaçã o, vestimentas, etc.., requerendo-se assim, o provimento do referido pedido. IV. DAS TUTELAS PROVISÓ RIAS Presentes estã o, portanto, os requisitos necessá rios para a concessã o liminar da medida cautelar de separaçã o de corpos, tendo em vista que a Requerida está dividindo o lar conjugal com seu companheiro na mesma casa em que Ambos conviviam, e mais, que o Requerido se nega a sair da casa para continuar praticando violência psicoló gica contra a Requerente. O “fumus boni iuris” está consubstanciado no direito líquido e certo do Requerente em obter sua separaçã o de corpos, tendo em vista conduta do Requerido, com o agravante que o imó vel pertencente ao casal diante dos fatos expostos é de preferencia ficar em permanência da Requerente. O “periculum in mora”, por sua vez, está caracterizado pela urgência do afastamento do Requerido do lar, tendo em vista constante discussã o já acarretou graves danos psicoló gicos à Requerente e a permanência de seu ex-cô njuge na casa pode acarretar danos ainda maiores. Por tais razõ es, MM. Julgados, a concessã o liminar da medida pleiteada impõ e-se como indispensá vel para manter a integridade pró pria do Requerente. IV.1. DA SEPARAÇÃ O DE CORPOS Diante da situaçã o fá tica, a separaçã o de corpos mostra-se impositiva e necessá ria, visto que versa pela integridade física e psicoló gica da Requerente. Resta-se demonstrado conforme os fatos expostos que a relaçã o está muito abalada e que os deveres do casamento foram violados neste decurso de tempo, faltando-lhe com a falta de respeito. Quando há grave violaçã o de deveres conjugais, o artigo 1572, caput e artigo 1.573, III e VI do Có digo Civil elucidam que a injuria, conduta desonrosa e qualquer outra evidenciada que acarreta impossibilidade de convivência conjugal, sã o motivos suficientes que impossibilitam a comunhã o. “Art. 1572. Qualquer dos cô njuges poderá propor a açã o de separaçã o judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violaçã o dos deveres do casamento e torne insuportá vel a vida em comum.” “Art. 1573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhã o de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos: III - sevícia ou injú ria grave; VI - conduta desonrosa. Pará grafo ú nico. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.” Diante das ofensas proferidas contra a Requerente, com o intuito de ridiculariza-la, torna- se evidente a necessidade da separaçã o de corpos, de forma que, este pode ser determinado como medida cautelar como forma de proteçã o à integridade física e psíquica da Requerente. Como exposto anteriormente, o Requerido mudou drasticamente seu comportamento proferindo agressõ es verbais contra a Requerente, acarretando danos à mesma, sendo que o referido abalo foi o suficiente para incapacita-la para o convívio normal de sua vida Sem qualquer sobra de dú vidas que o convívio harmonioso no lar é inexistente, já nã o há mais reciprocidade e que o Requerido permanecer na casa nã o seria viá vel para manter a harmonia do lar. IV.2. DOS ALIMENTOS PROVISÓ RIOS A fixaçã o de alimentos provisó rios é totalmente necessá rios, eis que nã o é justo permitir que as despesas essenciais à sobrevivência dos filhos recaiam somente sobre responsabilidade de sua genitora, visto todos os fatos do presente caso. Em razã o dos alimentos provisó rios requeridos nesta demanda, é manter as necessidades bá sicas da criança enquanto nã o resolvido o conflito, sendo conforme previsã o do artigo 4º da Lei nº 5.478/68 que estabelece: “Art. 4º As despachar o pedido, o juiz fixará desde logo alimentos provisó rios a serem pagos pelo devedor, salvo se o credor expressamente declarar que deles nã o necessita.” Portanto, para assegurar o menor, requer seja arbitrado os alimentos provisó rios no percentual de 50% (cinquenta por cento) do salá rio percebido pelo Requerido, correspondente à R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) a serem depositados em conta corrente (Ag 032 – Conta 2.597-2), em nome da genitora dos dois menores. V. DOS PEDIDOS Ex Positis, requer se digne Vossa Excelência em: a) Receber o presente inicial e determinar a citaçã o do Réu para, querendo, apresentar contestaçã o no prazo legal. b) Deferir a assistência judicial gratuita nos termos do artigo 98 e 99 do CPC/2015, bem como no art. 5º, LXXIV, da Constituiçã o Federal/88. c) Conceder a tutela provisó ria requerida determinando-as liminarmente a remoçã o do Réu do imó vel de família e o pagamento de alimentos provisó rios no valor de R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais) mensais correspondentes à 30% da remuneraçã o liquida do Réu, oportunidade em que os autores devem ser incluídos na folha de pagamento do Réu. d) Julgar procedentes os pedidos da inicial para desconstituir a relaçã o jurídica entre o casal, deferir a guarda dos filhos do casal, unilateralmente à Autora, bem como, regulamentar o direito de visita dos filhos pelo Réu, nos moldes acima descritos, partilhar os bens do casal na fraçã o ideal de 50% para cada, mantendo-se o direito de moradia dos Autores no imó vel do casal, condenar o Réu ao pagamento de alimentos definitivos em favor dos autores no valor de R$2.500,00 (dois mil e quinhentos reais). e) Condenar o Réu ao pagamento das custas processuais e honorá rios sucumbenciais entre 10% e 20% sobre o valor da condenaçã o, nos termos do artigo 85, § 2º do Có digo de Processo Civil. f) Deferir a produçã o de todas as provas em direito admitido, especialmente documental, testemunhal (cujo rol será ofertado oportunamente) e pericial; g) Determinar a intimaçã o do Ministério Pú blico; Dá -se à causa do valor de: R$30.000,00 (trinta mil reais) Nestes termos, pede deferimento. Local, data. Nome e OAB PARA PEÇAS PROCESSUAIS PROFISSIONAIS, ACESSE: http://mon.net.br/mk84p