AO DOUTO JUÍZO DA ___ VARA DE FAMÍLIA DA COMARCA DE RECIFE/PE.

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx e a Sra. xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, vêm, respeitosamente, por

intermédio de sua Defensora Pública infra-assinada, à presença de Vossa Excelência propor

AÇÃO DE DIVÓRCIO CONSENSUAL c/c REGULAMENTAÇÃO DE GUARDA E VISITAÇÃO

pelos fatos e fundamentos a seguir expostos:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Inicialmente, os Requerentes declaram que não podem arcar com as custas do processo, sem
o prejuízo do seu sustento e de sua família, conforme declarações anexas. Requerem assim,
desde já, os benefícios da Justiça Gratuita, assegurados pela Constituição Federal artigo 5º,
LXXIV e pela Lei 13.105/2015, art. 98 e seguintes.

DO JUÍZO 100% DIGITAL

OS requerentes, nos termos do Parágrafo Único do art. 2º da Resolução nº 345 do CNJ de

9/10/2020, combinado com o artigo 193 e 246, § 1º-A, do CPC, optam pelo Juízo 100% Digital,
tendo conhecimento de que todos os atos processuais, inclusive audiências e sessões de
julgamento, serão praticados preferencialmente por meio eletrônico e remoto, pela Internet.

DA PRIORIDADE NA TRAMITAÇÃO DO FEITO

Faz-se mister ressaltar, inicialmente, a prioridade absoluta na tramitação dos feitos regulados
pela Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), em
observação ao espírito protecionista da Constituição Federal e do Estatuto da Criança e do
Adolescente, que aponta o dever do Poder Público, com prioridade absoluta, à efetivação dos

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direitos referentes à vida, à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao lazer, à
profissionalização, à cultura, à dignidade, ao respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária, máxime em seu art. 4º, parágrafo único, b, o qual determina a precedência de
atendimento nos serviços públicos ou de relevância pública, devendo tal informação constar
no rosto dos autos.

Corroborando tais argumentos, o Código de Processo Civil dispõe no inciso II e no § 2º do

artigo 1048 a respeito da tramitação prioritária dos processos regulados pela Lei nº 8.069, de
13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente).

Dessa forma, requerem desde já, prioridade na tramitação da presente ação.

I - DOS FATOS

• Do casamento e da separação de fato

Os autores contraíram matrimônio em, na cidade de xxxxxxxxxxxxx, em data

xxxxxxxxxxxxxxxxx, adotando o regime da xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, conforme cópia da
certidão de casamento anexa e encontra-se separado de fato desde XX/XXXXXXX/XXXX.

Dessa forma, não mais havendo possibilidade de reconciliação, pretendem pôr fim,
oficialmente, aos efeitos civis do matrimônio, visto que ambos estão vivendo suas vidas
individualmente e não existe nenhum ânimo de restabelecer a união conjugal.

• DOS FILHOS

Desse casamento, os requerentes tiveram dois filhos, a saber, os menores:

xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

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Conforme documentação anexa.

• DA GUARDA E VISITAÇÃO DOS MENORES

Os requerentes acordam que a guarda dos menores será compartilhada, com residência fixa
na casa de sua genitora, restando estabelecido finais de semanas alternados entre os
genitores, devendo o genitor dos menores buscá-los em sua residência, quinzenalmente, às
sextas-feiras a partir das 18h e retornar com os menores aos domingos às 20h. Feriados
alternados, respeitando-se o dia dos pais com o pai e o dia das mães com a mãe. Aniversários
e festas de final de ano alternados, iniciando com a genitora e metade das férias escolares com
cada genitor. A visitação no decorrer da semana se dará de forma livre, desde que ajustado
dia e hora com antecedência com a mãe dos menores.
Fica acordado desde já, que os dias de visitação poderão ser modificados desde que
previamente entre os genitores.

• DOS BENS

Os bens adquiridos na constância do casamento serão partilhados oportunamente em

apartado.

• DOS ALIMENTOS

O genitor ofertará alimentos no valor de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx, para custeio das

despesas dos menores, a serem depositados na conta corrente da mãe dos menores, no
banco XXXXXXXX, agencia XXXXX, Conta XXXXXXXXXX, Chave PIX XXXXXXXXXXXXXX, até o dia
10 de cada mês subsequente.

• DOS ALIMENTOS ENTRE OS CÔNJUGES

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Os autores renunciam reciprocamente o pagamento de pensão, pois ambos possuem os
meios necessários de proverem sua subsistência.

• DO NOME ADQUIRIDO

O cônjuge virago voltará a usar o nome que utilizava quando solteira, qual seja
xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

II - DO DIREITO

A pretensão dos cônjuges encontra fundamento no § 6º do artigo 226 da Constituição

Federal de 1988, in verbis:
Art. 226. (...) § 6º O casamento civil pode ser
dissolvido pelo divórcio. (Redação dada Pela
Emenda Constitucional nº 66, de 2010)

Segundo Maria Helena Diniz, o divórcio é a dissolução de um casamento válido, ou seja, a

extinção do vínculo matrimonial, que se opera mediante sentença judicial, habilitando as
pessoas a convolar novas núpcias.

A modificação introduzida pela Emenda Constitucional nº 66, de 13 de julho de 2010, alterou

a redação do § 6º, do art. 226, da Constituição Federal, que dispõe sobre a dissolubilidade do
casamento civil pelo divórcio, suprimindo o requisito de prévia separação judicial por mais de
1 (um) ano ou de comprovada separação de fato por mais de 2 (dois) anos, ampara a
pretensão dos autores.

Segundo o entendimento de Maria Berenice Dias:

“Ao ser excluída a parte final do indigitado dispositivo

constitucional, desapareceu toda e qualquer restrição

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 para a concessão do divórcio, que cabe ser concedido
sem prévia separação e sem o implemento de prazos. A
partir de agora a única ação dissolutória do casamento
é o divórcio que não mais exige a indicação da causa de
pedir. Eventuais controvérsias referentes a causa, culpa
ou prazos deixam de integrar o objeto da demanda.”

Por seu turno, o Código Civil, em seu art. 1.694 e § 1º, assim determina:

Art. 1694, § 1º. Os alimentos devem ser fixados na

proporção das necessidades do reclamante e dos
recursos da pessoa obrigada.

Por outro lado, a mais abalizada doutrina, na voz do mestre Yussef Said Cahali, orienta-nos
para o real sentido e alcance da expressão “alimentos”, senão vejamos:

Alimentos são, pois as prestações devidas, feitas para

quem as recebe possa subsistir, isto é, manter sua
existência, realizar o direito à vida, tanto física (sustento
do corpo) como intelectual e moral (cultivo e educação
do espírito, do ser racional.

Com isso, o divórcio converteu-se na única medida dissolutória do vínculo e da sociedade

conjugal, não persistindo mais a tradicional dualidade tipológica em divórcio direto e indireto.

Diante de todo exposto, temos que a nova emenda abraça, mais do que nunca, a perspectiva
socioafetiva e eudemonista do Direito de Família, para permitir que os integrantes de uma
relação frustrada possam partir para outros projetos de vida.

IV. DOS PEDIDOS

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Diante de todo exposto, requerem a Vossa Excelência:

a) A concessão dos benefícios da JUSTIÇA GRATUITA postulada inicialmente.

b) Designar dia e hora para audiência de conciliação e ratificação dos termos
apresentados nesta exordial.
c) Oficiar ao Ilustre Representante do Ministério Público para atuar em todos os atos e
procedimentos dessa ação;
d) Fixar os alimentos no importe de xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxa serem depositados na
conta corrente da mãe dos menores, no banco XXXXXXXX, agencia XXXXX, Conta
XXXXXXXXXX, Chave PIX XXXXXXXXXXXXXX, até o dia 10 de cada mês subsequente.
e) Ao final julgar por sentença, pela PROCEDÊNCIA DO PEDIDO, com a DECRETAÇÃO do
Divórcio Consensual do casal, obedecendo-se aos termos aduzidos a presente inicial.
f) EXPEDIR, logo após, os competentes mandados de averbação ao Cartório de Registro
Civil Competente, para que se proceda à averbação da sentença que decretou o
divórcio do casal, isento de custas.
g) Dispensa de audiência de conciliação/mediação tendo em vista o desinteresse das
partes em sua realização já que a ação já consigna a composição amigável entre as
partes consoante redação do artigo 319, inciso VII do CPC/15;

Dá-se a causa o valor de R$ xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx correspondentes à soma dos .

Nestes termos,
Pede e espera deferimento.

Local e Data

Advogado, OAB

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xxxxxxxxxxxxxxx, 02 de Abril de xxxx.

XXXXXXXXXXXXXXXX
Defensor Público
XXXXXXXXXXXXXX
Estagiário
_________________________________________

XXXXXXXXXXXXXXXXX
Cônjuge virago

_________________________________________

XXXXXXXXXXXXXXXXXX
Cônjuge varão

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