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Direito da Família

26/09/2022
Aula 1
Bibliografia:
- Prof. Pereira Coelho
- Prof. Guilherme Oliveira- Manual de Direito da Família
- Direito da família Contemporâneo
- Livro da professora Margarida Silva Pereira
- Manual Clássico de Prof. Castro Mendes com atualização de Teixeira de Sousa
- Casos práticos- Direito da Família e Sucessões

30/09/2022
Aula 2
Email profissional: notaria@sofiahenriques.pt
Contacto telemóvel: 913036091
Se existem ou não deveres conjugais no casamento e qual é o seu impacto em caso de
rotura?

 Parentesco e afinidade
Parentes são as pessoas que descendem uma da outra ou tem um progenitor comum
Afinidade une o cônjuge aos parentes do outro.
Linha reta é quando descende do outro.
Linha colateral é quando o não descendem um do outro, mas tem um progenitor
comum.
Irmãos parentesco na linha colateral de 2º grau
Primos parentes na linha colateral 4º grau
Cunhados afim na linha colateral 2º grau
30/09/2022
Aula 3
Não há 1º grau na linha colateral porque vai sempre passar pelo progenitor
Em linha reta há
Afinidade não cessa com a morte encontrar artigo
É possível haver ex-sogros através do divorcio desde 2008.
Diferença de impedientes e dirimentes- a dirimente leva a anulabilidade e o
impedimento impediente leva a algumas consequências
O impedimento impediente obsta a celebração do casamento?
Diferença que por acaso as pessoas conseguirem casar,
Barbara Guimarães e Jose Luis Ramos
a) Casamento na praia não é valido
Casamento na praia depende do regime jurídico do país em questão.
Casamento pode ou não ter valor sendo na praia, em Portugal podem casar na praia com
valor jurídico se tiver um padre, conservador do registo civil ou ajudante.
b) Casamento tem de ser transcrito para Portugal e depois tem que prosseguir ao
divorcio
c) Conta o casamento que for registado primeiro
Quando um casamento de portugueses ou um português no estrangeiro tem de ser
transcrito para Portugal.
Tinha de transcrever para Portugal fazer o divorcio e esperar 6 meses.

Próx. Aula: Debate de deveres conjugais


Prazo inter nupcial.

 Deveres conjugais
Nos termos do artigo 1672.º do Código Civil (CC), os cônjuges estão
reciprocamente vinculados pelos deveres de respeito, fidelidade, coabitação, cooperação
e assistência.
1. Dever de Respeito
Embora o Código não defina o que se deve entender por dever de respeito, a
doutrina e a jurisprudência vêm entendendo que os cônjuges se devem tratar com
urbanidade, não se devendo insultar e caluniar.
2. Dever de coabitação
O mesmo significa não apenas que os cônjuges devem residir juntos, na casa de
morada de família, salvo motivos ponderosos, nomeadamente de trabalho ou de
saúde (artigo 1673.º, n.º 2 do CC), mas também que deve haver comunhão de leito.

3. Dever de fidelidade
Traduz-se na obrigação de não manter relações amorosas com terceiros. Apesar
de o adultério há muito ter deixado de ser crime, ainda há uma conotação negativa
associada ao mesmo, vedando a lei a possibilidade de se fazer testamento a favor da
pessoa com quem se cometeu adultério, nos termos do artigo 2196.º do CC.
4. Dever de cooperação
Importa para os cônjuges a obrigação de socorro e auxílio mútuos e a de
assumirem em conjunto as responsabilidades inerentes à vida da família que
fundaram (artigo 1674.º do CC), ou seja, não deve um dos cônjuges assumir sozinho
o encargo de resolver todas as questões inerentes à vida familiar.
5. Dever de assistência
Subdivide-se em dois, a saber, o dever de prestar alimentos e o de contribuir
para os encargos da vida familiar. Enquanto os cônjuges coabitam, deve ser
observado o dever de contribuir para os encargos da vida familiar. Em caso de
separação de facto ou de divórcio, o dever de assistência traduz-se numa obrigação
de alimentos, sendo discutível se os n.ºs 2 e 3 do artigo 1675.º do CC se mantêm em
vigor uma vez que, desde 2008, deixou de ser declarada a culpa no divórcio.
A violação dos deveres conjugais não constitui, por si só, causa de divórcio (vide
artigo 1781.º do CC) mas pode dar azo a um pedido de indemnização nos termos gerais
da responsabilidade civil.
Existem deveres conjugais:

1. São mencionados várias vezes no CC:


art 1671/1 – igualdade de dtos e deveres dos cônjuges
art 1672 – deveres dos cônjuges (deveres de respeito, fidelidade, coabitação,
cooperação e assistência)
art 1699/1/b (deveres quer paternais quer conjugais)

2. É clara a inderrogabilidade dos deveres conjugais – art 1618 + art 1699/1/b


Não existem deveres conjugais:

1. Na visão de Brito Pereira Coelho, os deveres conjugais deixaram de se


caracterizar como deveres jurídicos pq ao seu incumprimento não são associadas conseq
indemnizatórias nem conseq resolutórias / Acha q o legislador só pode formular
mensagens e dar recados, nunca formulando obrigações fortes e vinculativas.

2. Guilherme de Oliveira,
- os deveres gozam de uma juridicidade baixa (natureza pessoal) já que, devido à
sua natureza muitas vezes pessoal, não beneficiam da garantia do da lei quanto ao seu
cumprimento e subsistência. A violação dos deveres pessoais não podem constituir
causa de divórcio – lei 61/2008, 31 de maio

- Quando aos deveres q se caracterizam monetariamente, estes deveres gozam de


juridicidade incompleta (natureza monetária) pq o incumprimento desses deveres não
podem desencadear mais do que é previsto no art 1676/4 e nem é aplicável a tds os
cônjuges.
A violação dos deveres com expressão patrimonial pode ter certas garantias legais
mas seria sempre mais fácil impor obrigações patrimoniais e não deveres.
Violacao dos deveres conjugais- 1792º
Prazo Inter-Nupcial
A Lei 85/2019 de 3 de setembro, que entrou em vigor em 1 de Agosto de 2019,
veio alterar o Código Civil, revogando o instituto do prazo internupcial previsto no
Código Civil.

O prazo internupcial era o espaço temporal que devia ser respeitado antes de um
segundo casamento. Isto significava que, quando um casamento acabasse, quer fosse
por morte ou por divórcio, tinha se se respeitar um prazo legal antes de contrair novo
casamento. A razão de ser deste prazo internupcial justificava-se com razões
essencialmente de ordem moral, decoro e luto.

O prazo era diferente para homens e mulheres, sendo o prazo para os homens de
180 dias e para as mulheres de 300 dias. No caso da mulher, o prazo mais alargado
justificava-se por forma a dissipar quaisquer dúvidas sobre a paternidade de um filho
nascido depois do casamento.

Tinha-se vindo a defender a alteração desta situação desde 2016, por forma a
eliminar o prazo internupcial, uma vez que se considerava que este diminuía a liberdade
de casar e a diferenciação de prazo entre homens e mulheres ofendia a igualdade entre
todos os cidadãos.
A lei 85/2019 veio, concretizar a eliminação do prazo internucpial, sendo agora
possível voltar a casar depois de um divórcio ou viuvez, sem ter de aguardar qualquer
período específico de tempo.

07/10/2022
Aula 4
Resolução de um aso prático de impedimentos:
1. Identificar a relação (afinidade e parentesco)
2. Ver se ocorre impedimento
3. Ver se é dirimente o impediente
4. De onde e que vem a legitimidade (art. 1639º)
5. Prazo (1643º)

Temos sempre situações que obstam a celebração do casamento.


Impedimentos todos impedem a celebração do casamento
Se se celebra um casamento que consta de um impedimento
 2 irmãos casam um com paternidade declarada e outro não.
Se alguém n tem pai no registo o pai tem a obrigação de desenvolver
esforços para descobrir quem é o pai (processo de averiguação oficiosa).
Este processo nem sempre tem resultado, atualmente as mães têm os seus
filhos na maternidade, por isso a mae do bebe fica logo registada no hospital,
porem houve uma sem abrigo que deu a luz e deixou um bebe num caixote
do lixo. Com isto, foi descoberta porem começou a averiguação, mas não era
possível saber quantos parceiros sexuais a mesma teve. (período legal de
conceção 120 dias antes do nascimento).
Nas situações em que não tem pais registados e o outro tem pai registado, por
isso pode haver casamento.
Impedimentos dirimentes- são aqueles que uma vez celebrado o casamento gera a
invalidade, sendo que o casamento civil gera a anulabilidade e casamento católico gera
a nulidade.
Impedimentos impedientes- se casarem não gera a anulabilidade só tem sanções
patrimoniais.
Impedimento Dirimente absorve o impedimento Impediente? Ou aplicamos os dois
regimes?
-Um casamento que e anulável pode não ser anulado porque o prazo pode caducar.
-O impedimento dirimente absorve o impedimento impediente. Um casamento anulado,
a pessoa fica no estado civil que tinha antes de casado.
Posição da prof. Sofia Henriques: Se o impedimento dirimente o casamento não chegar
a ser anulado devem se aplicar aas sanções patrimoniais do impedimento impediente.

10/10/2022
Aula 5

 O casamento é um contrato?
Há liberdade de celebração, exceto nos países em que têm obrigação de casar
Se houver alguma situação em que a pessoa não tem liberdade de estipulação, temos
vicio da vontade (erro, erro vicio, coação…)
 A maioria da doutrina defende que sim
 Carlos Pamplona Corte Real defende que não:
Carlos Pamplona Corte Real - Não é contrato porque tem de haver intervenção
estatal, ou o padre, ou conservador do registo civil. Porque não se pode retirar
obrigações, não se pode obrigar as pessoas a amar. Não se pode aplicar o regime
dos contratos, se não cumprir com dever de fidelidade não o podemos exigir
coercivamente. O regime dos contratos não pode ser aplicado no casamento.
Um dever jurídico é quando é incumprido carrega uma sanção jurídica.
O art. 1781º foi alterado em 2008, antigamente era a violação culposa dos deveres
conjugais (fundamento de divorcio)
Rutura definitiva da vida em comum.

Quem tinha legitimidade para pedir divórcio?


-Só tinha legitimidade o cônjuge inocente a pedir o divorcio
Se o A diz eu violei o dever de fidelidade a B, se B disser que não quer o divorcio e não
dá o divorcio, o que demora anos em tribunal. O culpado não tinha legitimidade para
pedir divorcio, fundamento de separação de facto (antes de 2008 3 anos). O legislador
ao querer tanto proteger o casamento acabava por desproteger filhos fora do casamento
nesse período.
Em 2008, diz se que já não e preciso uma violação culposa dos deveres conjugais, pois
quem viola os deveres tem legitimidade para pedir divorcio pois não pode ser exigido a
ninguém gostar de outro.

14/10/2022
Aula 6

Divórcio (Antes e depois de 2008)


- Antes de 2008
 Até 2008 tínhamos um divorcio que um dos fundamentos (se fosse de interesse
unilateral) poderia ser prova de violação de deveres conjugais.
 Antes de 2008- divorcio litigioso se houver violação de deveres conjugais
 Até 2008 não era possível a pessoa pedir divorcio a dizer que gosta de outra
pessoa, só o cônjuge inocente tem legitimidade para pedir o divorcio. Logo teria
de se separar de facto e esperar a separação de facto por um ano consecutivo.

- Depois de 2008
 Agora (depois de 2008) - divorcio consensual se houver violação de deveres
conjugais
 Depois de 2008- pode dizer q já não ama a a pessoa e gera uma rutura definitiva.

1781º Rutura do Casamento- alínea d) que diz que são fundamento de divórcio sem
consentimento de um dos cônjuges quaisquer outros factos que independentemente da
culpa dos cônjuges mostrem rutura definitiva do casamento

Situação de casamento aberto


É possível duas pessoas casarem e dizerem que não há direito de fidelidade entre elas?
- 1699 b) também nos diz que a situação n é possível na convenção nupcial.
-Consequência: o 1618º, mesmo com acordo verbal ou por escrito o acordo é nulo, ou
seja, se 1 ano depois um dos cônjuges trai, o cônjuge traído tem legitimidade para pedir
divorcio
Consequências a nível patrimonial
1792º- Doações entre casados na vigência do casamento caducam com o divorcio
(1760º e 1766º- doações entre casados, que vão contra o apos 2008)
Todas as disposições entre casados caducam apos o divorcio.

Impedimento impediente- não gera anulabilidade, apenas sanções patrimoniais


Impedimento Dirimente absoluto- aquela pessoa não pode casar com ninguém (idade
inferior a 16 anos)
Impedimento Dirimente relativo- relação entre pessoas
Impediente absoluto- falta de autorização dos pais

Presunção de paternidade
 Desde que uma mulher seja casada presume se sempre que o pai do bebe é o
marido, devido a haver deveres de fidelidade e uma certa exclusividade. Por isso e
que existe o prazo antenupcial (300 dias para a mulher e 180 dias para o homem-
300 dias para a mulher devido a gestação).
 O legislador começou a perceber que isto não era assim
 Só a mãe é que pode afastar a presunção, o pai não pode. (1842º ???????????)
 Quando é que funciona a presunção?
Nascido ou concebido na circunstancia do casamento- o legislador, pensa que uma
pessoa engravida num estado de casada e entretanto se divorcia, presume se que o
pai é o marido. Se uma pessoa não foi concebida no estado de casada, mas nasceu
no estado de casado, presume se que casou com o potencial pai.

O prazo internupcial da mulher podia baixar para 180 dias por via judicial.

24/10/2022
Aula 8
Aula de compensação de dia 31: dia 10/11 as 10h
Regimes bens

Regime supletiva- cm.adq. regime imperativo


regimes
01/06/1967
Cm geral de bens

Administração- 1678º/3 e 1681º quem é que juridicamente pode praticar atos de


administração ordinária ou extraordinária, não é quem utiliza
Disposição- alienação, onerosa (criar um ónus sobre um bem) ou gratuita
Hipoteca-1682º-A
Responsabilidade de dividas- 1690º- qualquer dos cônjuges pode conter dividas
individualmente; 1691º- dividas que responsabilizam ambos os cônjuges;
Princípio da liberdade- nubentes podem escolher o regime de bens que quiserem dentro
de determinadas limitações 1699, 1720º e 1730º
Princípio da imputabilidade- Na vigência do casamento não é permitido aos cônjuges
alterar o regime de bens pós casamento
Regime supletivo-Comunhão de adquiridos- 1 de junho 1967
Regime imperativo- 1720º- separação de bens- quando o nubente tem mais de 60 anos,
ou quando o processo preliminar de casamento, casamentos urgentes
Regimes típicos- separação de bens, comunhão de adquiridos e comunhão geral de bens
Regimes atípicos- restrições ao principio da liberdade- normas imperativas-1699º,
normas que o legislador diz que não pode mudar
14/11/2022

Aula de duvidas- 14/12 9:30


1696º/1 b + 1675 e 1676
TRABALHO 1999- proíbe as clausulas recorrentes nos eua
Diferenca entre doações para casamento- feita por um dos nuventes ou terceiro a um ou
outro 1753º
Doações entre- 1761º
1720º/2 + 1762º
18/11/2022
N se podem casar em comunhão geral os nubentes que já têm filhos anteriores ao
casamento, não podem casar me regimes atípicos também.
1699+1730+1733
Os bens adquiridos gratuitamente depois do casamento 1722º/1 b)
Tudo o que e adquirido onerosamente depois da celebração do casamento, mais
rendimentos de trabalho e rendimentos de bens próprios é comum.- comunhão de
adquiridos
Regime atípico 1699º -1678º d) + 1733º
PPV e Sofia Henriques- regimes atípicos-
1691+1695
1692+1696
1726

1723º c)
Acordao de uniformização de jurisprudencia 12/2015 STJ
1727

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