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UNISUAM

DIREITO DAS SUCESSÕES 3

PROFESSORA LIDIA CALDEIRA

Anotações tiradas da obra Manual das Sucessões da professora Maria Berenice Dias.
Editora Revista dos Tribunais.

Regras do direito sucessório:

 O chamamento dos herdeiros é feito por classes, segundo a ordem da vocação


hereditária (art. 1829 CC): descendentes, ascendentes, cônjuge e companheiro
sobrevivente, parentes colaterais.
 Os herdeiros das classes mais próximas excluem os mais remotos (art.1833,
1836 § 1º e 1840 CC).
 A herança é dividida por igual entre herdeiros da mesma classe, pois todos têm
o mesmo vínculo de parentesco com o falecido (art. 1834 CC).
 Entre os parentes do mesmo grau preferem os descendentes aos ascendentes.
Herdam primeiro os descendentes (art.1835 e 1836 CC).
 Entre tios e sobrinhos (parentes de terceiro grau), preferem os sobrinhos
(art.1834 e 1843 CC).
 Conforme a posição sucessória a herança passa aos herdeiros da mesma classe
e grau que os demais. Cada um herda por direito próprio e por cabeça (divisão
feita pelo número de herdeiros).
 Exceção: direito de representação. Ficção legal. Não herdam por direito
próprio, mas em representação a um herdeiro pré-morto, ou quando o
herdeiro é excluído da sucessão por indignidade ou deserdação. (art. 1816 CC).
Sobre a deserdação, o Código silenciou, mas aplica-se a mesma regra pela
analogia.
 Há direito de representação quando são convocados à sucessão herdeiros de
classes diferentes. Logo, é necessário: a. existirem outros herdeiros da mesma
classe; b. que o herdeiro morto, indigno ou deserdado tenha descendentes. O
quinhão que caberia ao pré-morto, indigno ou deserdado é dividido entre os
que o representam. Como herdam o que caberia ao pré-morto, indigno ou
deserdado, herdam por estirpe, por ser descendente do herdeiro falecido.
 Modos de suceder, portanto: por direito próprio e por representação.
 Quem herda por representação recebe por direito próprio e em seu nome. Para
isso é necessário que além de sobreviver ao defunto, possa ele próprio recolher
a herança, isto é, tenha a capacidade (legitimação sucessória). Assim, o
descendente para herdar por representação, precisa ser pessoa já nascida ou
concebida no momento da abertura da sucessão.
 A representação ocorre no parentesco em linha reta descendente sem limite de
grau. Basta haver herdeiros de graus diferentes.
 Modos de partilhar: por cabeça, por estirpe ou por linhas.
 Direito de transmissão: ocorre quando um herdeiro falece depois da abertura
da sucessão. A transmissão é do de cujus para seus descendentes. Como só há
uma transmissão, incide somente um imposto mortis causa.

Exemplos:

1. A tinha 4 filhos (B, C, D, E) e quando do seu falecimento, B já havia morrido. Se


B não tinha descendentes, a herança é dividida entre os filhos sobreviventes
(C,D,E). No entanto, se B tinha descendentes, eles representam o pai na
sucessão do avô. A divisão da herança é feita entre todos os filhos, em partes
iguais (B, C,D,E).Para efeito de cálculo inclui-se o pré-morto B.O seu quinhão é
recebido por seus filhos (F e G) por direito de representação. A eles cabe uma
cota igual a dos tios O quinhão recebido é dividido entre F e G.
2. A tinha dois filhos B e C. B tinha um filho De um neto E. Quando do falecimento
de A, já haviam morrido tanto o seu filho B como o neto D. Sobreviveram a ele
o filho C e o bisneto E. assim, falecido o bisavô A, o bisneto E herda em
representação tanto do pai D , como do avô B, que morreram antes da
abertura da sucessão. Ele vai dividir a herança com o tio-avô C.
3. Caso A tivesse um único filho B e este somente o filho D, falecendo ambos
antes de A, o bisneto E receberia a totalidade da herança por direito próprio.
Não se fala em direito de representação.

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