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Direito das

Sucessões:
Caroline Wüst
Sucessão Legítima:
 É a divisão da herança descrita na lei = a chamada dos herdeiros e a
determinação das cotas que cada um receberá será feita por critérios legais.

 Na sucessão legítima existem 2 importantes critérios:

 A) Convocação: a partir de regras previstas no CC são indicadas as pessoas


convocadas a receber a herança, de acordo com o seu vínculo familiar
com o de cujus, podendo possuir ou não a mesma relação (todos filhos ou
filhos concorrendo com cônjuge/companheiro).

 B) Divisão: a lei determina qual o quinhão a ser destinado a cada herdeiro


convocado.
Regras direito das sucessões:

 1ª regra: o chamamento dos herdeiros é feito por classes, de acordo com a


ordem de vocação hereditária (art. 1.829, CC = descendentes, ascendentes,
cônjuge/companheiro sobrevivente e parentes colaterais).

 2ª regra: os herdeiros de uma classe + próxima excluem os de uma classe +


remota (arts. 1.833, 1.836, §1º e 1.840, CC);

 3ª regra: a herança é dividida em partes iguais entre os herdeiros da mesma


classe, pois todos têm o mesmo vínculo de parentesco com o falecido (art.
1.834, CC).

 4ª regra: entre os parentes de 1º grau, preferem os descendentes aos


ascendentes.
Modos de Suceder:
 Ocorrendo o falecimento, os parentes e o cônjuge/companheiro são chamados a
herdar = receber o patrimônio que ficou em decorrência da morte.

 Herda-se porque: a) por lei a pessoa é convocada à sucessão; b) por ter tomado lugar
de alguém que não pode ou não quis receber.

 A) Sucessão por direito próprio (iure proprio): os parentes + próximos são


chamados a suceder, todos em igualdade de condições por se encontrarem no mesmo
grau e classe. A divisão é feita pelo número de herdeiros – herdam por cabeça.

 B) Sucessão por direito de representação (iure representationis): há direito de


representação quando são convocados à sucessão herdeiros de classes diferentes.

 São chamados os parentes do herdeiro falecido em todos os direitos que ele receberia
em face de: 1) ter morrido antes do de cujus; 2) ter sido considerado indigno; 3)
ter sido deserdado.
 Na renúncia não há direito de representação (art. 1.811, CC) = como abriu
mão da herança não há como os descendentes representa-lo.

 A parte que receberia transmite-se aos outros herdeiros da mesma classe e


grau.

Pedro
morre
A – renuncia
a herança B - irmão

Se A renunciar a herança, B recebe


a totalidade, mesmo que A tenha 2
filhos (A1 e A2).
A 1 A2
Pedro
morre

A - morre B

São convocados a sucessão de


Pedro o filho B e por representação
de A os netos A1 e A2. Caso A1
A 1 A2 renuncie, a sua quota da herança
vai para A2. B e A2 recebem em
partes iguais.
 Representação não se confunde com sucessividade da herança (quando o
herdeiro falece e transmite seus direitos hereditários aos seus próprios herdeiros).

 Na sucessão de direitos de herança não cabe direito de representação.

 Ex: João falece e transmite os direitos hereditários ao filho Pedro que


posteriormente, antes de concluído o inventário, também falece. Nesse caso
ocorrem 2 sucessões: 1) de João para Pedro; 2) de Pedro para seus filhos.

 Cabe direito de representação se: a) o herdeiro for premorto (ter morrido


antes do de cujus); b) for excluído da sucessão (indignidade ou
deserdação).

 Não cabe representação se a pessoa se autoexcluir pela renúncia.


 No direito de representação, o representante chamado a suceder ao representado, o substituirá
no limite que ele sucederia com todos os direitos e deveres.
 Art. 1.851, CC: “Dá-se o direito de representação, quando a lei chama certos parentes
do falecido a suceder em todos os direitos, em que ele sucederia, se vivo fosse”.
 Art. 1.816, CC: “São pessoais os efeitos da exclusão; os descendentes do herdeiro
excluído sucedem, como se ele morto fosse antes da abertura da sucessão”.
 Art. 1.961, CC: “Os herdeiros necessários podem ser privados de sua legítima, ou
deserdados, em todos os casos em que podem ser excluídos da sucessão”.
 Art. 1.854, CC: “Os representantes só podem herdar, como tais, o que herdaria o
representado, se vivo fosse”.
 Art. 1.855, CC: “O quinhão do representado partir-se-á por igual entre os
representantes”.
 Art. 1.856, CC: “O renunciante à herança de uma pessoa poderá representá-la na
sucessão de outra”.
 C) Sucessão por direito de transmissão: falecendo o herdeiro sem antes declarar se aceita a
herança, tal direito transfere-se aos respectivos herdeiros do falecido.
 Art. 1.809, CC: “Falecendo o herdeiro antes de declarar se aceita a herança, o poder de aceitar
passa-lhe aos herdeiros [...]”.
Modos de Partilhar a Herança:

 A herança pode ser partilhada:

 A) Por cabeça: a divisão é feita em partes iguais pelo número de


sucessores sem intermediários.

 Na linha descendente os filhos sucedem por cabeça.

 Ex: João, viúvo, falece e deixa 3 filhos e um patrimônio de R$300.00,00


(trezentos mil reais). Cada filho receberá, por direito próprio, a herança, sendo
ela partilhada em partes iguais, restando 1/3 para cada um deles (R$100.000,00
– cem mil reais).
 B) Por estirpe: é feita por grupos sucessórios, sendo usada na sucessão por
direito de representação ou de transmissão.

 Há desigualdade de graus de parentesco no momento da partilha.


 Os que representam formam uma cabeça, seja qual for o número de
representantes.

 Ex: João, viúvo, falece e deixa um patrimônio de R$300.000,00 (trezentos mil


reais) e teve em vida os filhos “A”, “B” e “C”. Porém, o filho “A” faleceu no ano
passado deixando 2 filhos (netos de João) “A1” e “A2”. Nesse caso, os netos “A1”
e “A2” irão dividir o quinhão que seria de “A” se vivo fosse. Ou seja, “A1” e “A2”
representam o pai “A” falecido na sucessão do avô João.

 Na linha reta descendente não existem limites no direito de representação,


podendo uma geração representar a outra (ex: bisneto pode representar o neto
e o neto pode representar o filho do autor da herança).
Direito de representação nos casos de comoriência :

 Art. 8º, CC: “Se dois ou mais indivíduos falecerem na mesma ocasião, não se
podendo averiguar se algum dos comorientes precedeu aos outros,
presumir-se-ão simultaneamente mortos” = Comoriência.

 Na comoriência não haverá transmissão sucessória entre os falecidos.

 Ex: se marido e mulher, sem filhos ou ascendentes, falecem no mesmo acidente


de carro serão chamados à vocação hereditária os irmãos de cada um dos mortos.

 Se João, pai de “A” e “B”, falece simultaneamente com seu filho “A” deixando um
patrimônio de R$100.000,00 (cem mil reais) e não há cônjuge/companheira
supérstite, a herança de R$100.000,00 (cem mil reais) vai toda para o filho “B”.
 Mas se o filho “A” tenha deixado descendentes “A1” e “A2” haverá a presunção
de premoriência, por motivo de equidade, mesmo que tenha havido no caso
concreto comoriência.

 Enunciado 610, do Conselho da Justiça Federal, aprovado na VII Jornada de


Direito Civil: “Nos casos de comoriência entre ascendente e descendente, ou
entre irmãos, reconhece-se o direito de representação aos descendentes e
aos filhos do irmão”.

 Logo, é possível reconhecer o direito de representação em casos de comoriência.

 Assim, “A1” e “A2” receberão por representação R$25.000,00 (vinte e cinco mil
reais) como representantes do pai “A” falecido com o avô João.
Sucessão dos descendentes sem a existência de um
parceiro (cônjuge ou companheiro) sobrevivente:
 Quando apenas estiverem participando da sucessão os filhos, os netos e os bisnetos, etc.

 Os descendentes (art. 1.829, I, CC) devem ser sempre o primeiro grupo chamado a
herdar. O amor primeiro desce depois sobe.

 Um filho tem o mesmo direito hereditário de outro = não é cabível tratamento diferenciado
aos filhos em razão de sua origem (se biológica ou afetiva).

 Art. 1.834, CC: “Os descendentes da mesma classe têm os mesmos direitos à sucessão de
seus ascendentes”.

 Na sucessão legítima a igualdade entre os quinhões hereditários da sucessão dos


descendentes é o fundamento principal. Não havendo testamento, os descendentes de
mesma classe receberão idêntico quinhão hereditário.
 Art. 1.591, CC: “São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as
outras na relação de ascendentes e descendentes”.

 No parentesco em linha reta não existe limitação (diferente da linha colateral que está
limitada ao quarto grau) = os filhos são parentes em linha reta descendente em 1º grau, os
netos em 2º grau, os bisnetos em 3º grau, trinetos em 4º grau, tetraneto em 5º grau,
pentaneto em 6º grau, etc.

 Art. 1.594, CC: “Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de
gerações [...]”.

 Os herdeiros de grau + próximo excluem os de grau + remoto.

 Art. 1.833, CC: “Entre os descendentes, os em grau mais próximo excluem os mais
remotos, salvo o direito de representação”.
 Ex: João falece e deixa um patrimônio de R$1.000.000,00 (um milhão de reais), bem como
tem dois filhos “A” e “B” (descendentes de 1º grau). Cada um deles ficará com
R$500.000,00 (quinhentos mil reais). Nada recebendo os netos “A1”, “B1” e “B2”.

 Essa lógica, não afeta o direito de representação em caso de premoriência ou exclusão por
indignidade/deserdação.

 Ex: No caso de premoriência do filho “B”, cada neto, “B1” e B2”, receberá R$250.000,00
(duzentos e cinquenta mil) a título de herança, tendo eles o direito de receber o que “B”
receberia se estivesse vivo.

 Na ausência de filhos, haverá a convocação dos descendentes de grau imediato: netos,


que herdam por cabeça (a divisão da herança é feita com todos os netos de igual forma).

 Ex: João falece, assim como os filhos “A” e “B”. Os netos “A1”, “B1”, “B2” e “B3” recebem
cada um R$250.000,00 (duzentos e cinquenta mil).
Sucessão na multiparentalidade:

 O papel de mãe e pai estão vinculados ao afeto.

 A paternidade socioafetiva não exclui a paternidade do pai biológico.

 O provimento 63/2017, do Conselho Nacional de Justiça, facultou o reconhecimento


da multiparentalidade de forma extrajudicial diretamente no Registro Civil das
Pessoas Naturais.

 Pode requerer o reconhecimento da paternidade ou maternidade socioafetiva de


filho: os maiores de 18 anos, independentemente do estado civil, desde que o pretenso pai
ou mãe tenha, pelo menos, 16 anos de diferença do filho a ser reconhecido.

 Não podem reconhecer a paternidade ou maternidade socioafetiva os irmãos entre si nem


os ascendentes (artigo 10, §2º a 4º, Provimento 63, CNJ).
 Se o filho for maior de 12 anos, o reconhecimento da paternidade/maternidade
socioafetiva exigirá seu consentimento.

 A anuência do pai, mãe e do filho maior de 12 anos deverá ser feita pessoalmente perante
o oficial de Registro Civil das Pessoas Naturais ou escrevente autorizado (art. 11, §4º e 5º,
Provimento 63, CNJ).

 Na impossibilidade de manifestação do pai, mãe ou do filho, o caso será apresentado ao


juiz.

 Se houver suspeita de fraude, falsidade, má-fé, vício de vontade, simulação ou dúvida


sobre a configuração do estado de posse de filho, o registrador fundamentará a recusa do
registro, não praticará o ato e encaminhará o pedido ao juiz.

 O reconhecimento espontâneo da paternidade/maternidade socioafetiva não impedirá a


discussão judicial sobre a verdade biológica (art. 15, Provimento 63, CNJ).
 Com o reconhecimento socioafetivo: o filho tem todos os direitos
inerentes ao estado de filiação: alimentos, convivência familiar. Também
tem o filho o dever de cuidar de todos os pais e mães (art. 229, CF).

 No caso de falecimento de qualquer dos pais (biológico ou afetivo), o


filho terá direito a herança de todos eles.

 Enunciado nº 632, da VIII Jornada de Direito Civil: “nos casos de


reconhecimento de multiparentalidade paterna ou materna, o filho terá
direito à participação na herança de todos os ascendentes reconhecidos”.
 RECURSO ESPECIAL. DIREITO CIVIL. AÇÃO DECLARATÓRIA DE
PATERNIDADESOCIOAFETIVA. RECONHECIMENTO DA MULTIPARENTALIDADE.
TRATAMENTOJURÍDICO DIFERENCIADO. PAI BIOLÓGICO. PAI
SOCIOAFETIVO.IMPOSSIBILIDADE. RECURSO PROVIDO.1. O Supremo Tribunal Federal, ao
reconhecer, em sede de repercussãogeral, a possibilidade da multiparentalidade, fixou a seguinte
tese: "a paternidade socioafetiva, declarada ou não em registro público, não impede o
reconhecimento do vínculo de filiação concomitante baseado na origem biológica, com os efeitos
jurídicos próprios" (RE898060, Relator: LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em
21/09/2016,PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-187 DIVULG23-
08-2017 PUBLIC 24-08-2017).2. A possibilidade de cumulação da paternidade socioafetiva com a
biológica contempla especialmente o princípio constitucional da igualdade dos filhos (art. 227, § 6º,
da CF). Isso porque conferir "status" diferenciado entre o genitor biológico e o socioafetivo é, por
consequência, conceber um tratamento desigual entre os filhos. No caso dos autos, a instância de
origem, apesar de reconhecer a multiparentalidade, em razão da ligação afetiva entre enteada e
padrasto, determinou que, na certidão de nascimento, constasse o termo "pai socioafetivo", e
afastou a possibilidade de efeitos patrimoniais e sucessórios. Ao assim decidir, a Corte estadual
conferiu à recorrente uma posição filial inferior em relação aos demais descendentes do "genitor
socioafetivo", violando o disposto nos arts. 1.596 do CC/2002 e 20 da Lei n. 8.069/1990.4. Recurso
especial provido para reconhecer a equivalência de tratamento e dos efeitos jurídicos entre as
paternidades biológica e socioafetiva na hipótese de multiparentalidade. (REsp 1487596/MG, Rel.
Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, julgado em 28/09/2021).
https://g1.globo.com/rs/rio-grande-do-sul/noticia/2022/06/06/pai-adota-filho-
da-ex-que-morreu-de-cancer-e-reacao-do-menino-emociona-as-redes-
sociais-video.ghtml
Sucessão dos ascendentes sem a existência de um
parceiro (cônjuge ou companheiro) sobrevivente:

 Elencados na 2ª ordem de vocação hereditária (art. 1.829, II, CC), os


ascendentes serão chamados à herança na total ausência de parentes na
linha descendente.

 Grau de proximidade é o critério norteador da sucessão dos ascendentes.

 Art. 1.836, CC: “Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes [...].

 § 1 o Na classe dos ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto,


sem distinção de linhas”.
 Ascendentes: em relação aos ascendentes a sucessão ocorre por linhas e não há
nessa ordem o direito de representação.

 Art. 1.852, CC: “O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas
nunca na ascendente”.

 Ex: Falece João e deixa um patrimônio de R$200.000,00 (duzentos mil reais), sem deixar
descendentes, e, na linha ascendente deixa 2 avós paternos e uma avó materna. A
herança deverá ser destinada R$100.000,00 (cem mil reais) para a linha materna e
R$100.000,00 (cem mil reais) para a linha paterna – o avô paterno ficará com
R$50.000,00 (cinquenta mil reais) e a avó paterna ficará com R$50.000,00 (cinquenta mil
reais).

 Art. 1.836, CC: “Na falta de descendentes, são chamados à sucessão os


ascendentes, em concorrência com o cônjuge sobrevivente.
 § 2 o Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da linha
paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna”.
Sucessão dos pais:
 Na falta de descendentes, havendo o falecimento de uma pessoa que deixa pais, avós e
bisavós, quem recebe a totalidade da herança são os pais do de cujus.

 Ex: João falece solteiro, divorciado ou viúvo, não deixando filhos ou netos, mas deixando
pais, avós e bisavós vivos e um patrimônio de R$1.000,000,00 ( um milhão de reais) a
herança será partilhada apenas entre os pais, cabendo ao pai R$500.000,00 (quinhentos
mil reais) e à mãe R$500.000,00 (quinhentos mil reais). Os avós e bisavós vivos nada
receberão.

 Inexiste direito de representação na linha ascendente.

 Art. 1.852, CC: “O direito de representação dá-se na linha reta descendente, mas
nunca na ascendente”.

 Ex: Havendo o falecimento de uma pessoa que não deixou descendentes e cujo pai já
havia falecido anteriormente, a mãe herdará a totalidade da herança, nada recebendo os
ascendentes do pai (avós paternos).
Sucessão dos pais nas hipóteses de
vínculo multiparental:

 Com o falecimento de alguém que possua uma ancestralidade multiparental todos


eles terão direito à herança de forma igualitária.

 Ex1: João falece sem deixar descendentes nem cônjuge ou companheira, mas
deixa 2 mães (“A” e “B”) e 1 pai. Sua herança será dividida entre todos os
genitores em igualdade de condições, ou seja, 1/3 da herança para cada um.

 Ex2: João falece sem deixar descendentes nem cônjuge ou companheira, mas
deixa 2 mães (“A” e “B”) e 2 pais (“C” e “D”). Sua herança será dividida entre todos
os genitores em igualdade de condições, ou seja, 1/4 da herança para cada um.
Sucessão dos avós e dos demais
ascendentes:
 A convocação dos ascendentes não é apenas dos pais, mas também dos outros parentes em
ordem sucessiva se não existirem mais próximos em grau, como avós e bisavós. Regra é que o de
grau + próximo exclui o + remoto.

 Pais adotivos e demais ascendentes herdam, afastando os pais biológicos já que a adoção rompe
os vínculos com a família consanguínea.

 A divisão da herança é feita por linha, cabendo a metade para a linha materna e metade para
a paterna, mesmo que haja 1 avô paterno e 2 avós maternos.

 Art. 1.836, § 2º, CC: “Havendo igualdade em grau e diversidade em linha, os ascendentes da
linha paterna herdam a metade, cabendo a outra aos da linha materna”.

 Ex: João falece e não deixa descendentes e seus pais são premorientes. Porém, deixa 1 avô
paterno, 2 avôs maternos e um patrimônio de R$1.000,000,00 (um milhão de reais). O avô paterno
herda R$500,000,00 (quinhentos mil reais) e cada um dos avós maternos receberá R$250.000,00
(duzentos e cinquenta mil reais).
Sucessão dos avós nas hipóteses de
vínculo multiparental:
 No caso de multiparentalidade ao morrer a pessoa deixa 3 ou + vínculos paterno-filiais.
Logo, deve ser feita a divisão em tantas linhas sucessórias quantas corresponder o
número de relações parentais.

 Ex1: João possui 2 pais (“A” e “B”) e 1 mãe (“C”). Ao falecer, seus pais já estavam mortos
e João deixa um patrimônio de R$900.000,00 (novecentos mil reais). Assim, cada casal
de avós (pai e mãe de “A” – “A1” e “A2”, pai e mãe de “B” – “B1” e “B2” e pai e mãe de “C”
– “C1” e “C2”) receberá R$300.000,00 (trezentos mil reais).

 Como não existe representação dos ascendentes, a sucessão é feita por linhas, por isso
cada linha (“A1” e “A2”; “B1” e “B2” e “C1” e “C2”) recebe 1/3 da herança, devendo ser
dividido entre os integrantes de cada linha – ou seja – cada pessoa recebe R$150.000,00
(cento e cinquenta mil reais).

 Ex2: Se “B2” estiver morto, “B1” recebe os R$300.000,00 (trezentos mil reais) porque a
divisão é feita por linha.

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