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1.

Diante do falecimento de Antonio Carlos, solteiro, sem deixar


herdeiros em linha reta ascendente, nem descendente, e, não se
tendo notícias sobre a existência de outros herdeiros, os vizinhos
do finado houveram por bem comunicar ao defensor público local
sobre os riscos da residência abandonada, o que culminou na
abertura do processo de herança jacente. Após os tramites
processuais aplicáveis, foi prolatada sentença para declarar
vacante a herança, com a conversão do patrimônio do falecido ao
patrimônio público. Acontece que, após 03 anos do falecimento,
um irmão de Antonio Carlos retornou ao Brasil e, ao tomar
conhecimento da morte, busca processar inventário para a
transmissão dos bens da herança a ele, como herdeiro legítimo.
Diante deste quadro, esclareça sobre: a) viabilidade de
desconstituiçao da herança vancante e; b) se o irmão do falecido
poderia postular que os bens fossem a ele transmitdos. Responda
com indicaçao de fundamentaçao legal (4,0)
R: Quanto a viabilidade de desconstituição da herança vacante, o
artigo 1.822 do Código Civil assegura que a declaração da herança
vacante não prejudicará os herdeiros, podendo se habilitarem até
a declaração de vacância. Porém, o paragrafó único deste mesmo
artigo apresenta uma exceção, os colaterais ficam excluídos da
sucesão caso não se habilitarem até a declaração de vacância. No
caso concetro, o irmão de Antônio Carlos é herdeiro colateral, e se
apresentou como herdeiro após a prolatação de sentença
declarando a herança como vacante. Desta forma, neste caso
apresentado, o irmão do falecido não receberia os bens.

2. A respeito das formas ordinárias de testamento, muito se tem


discutido sobre as vantagens do testamento cerrado para
assegurar as informações confidenciais do testador, de modo que
se defina por exemplo o destino de sua herança digital, senhas
etc. Indique, de forma fundamentada, as vantagens e
desvantagens do testamento cerrado, para conferir maior
segurança jurídica e viabilizar que a vontade do testamento
prevaleça em relação às demais formas ordinárias de testamento.
Responda, com a indicação da fundamentação legal. (3,0)
R: As formalidades do testamento cerrado estão estabelecidas no
artigo 1.868 do Código Civil, poderá ser escrito em língua nacional
ou estrangeira, pelo próprio testador, ou por outrem, a seu rogo,
conforme o artigo 1.871 do Código Civil. A principal vantagem desta
espécie de testamento é fato de manter sigilo a declaração de
vontade do testador até o dia de sua morte. As testemunhas e o
tabelião que participaram da solenidade não conhecem
necessariamente o conteúdo da cédula testamentária, muito
menos as pessoas que não participaram da solenidade. Em
contrapartida, a principal desvantagem desta espécie de
testamento refere-se ao fato de poder ser extraviado facilmente,
inutilizado ou lacerado, não permanecendo a eficácia das
disposições de última vontade fetias pelo testador, tendo como
maior risco a insegurança do local onde será guardado o
testamento.

3. No ambito da sucessão legítima, a transmissão dos bens da


herança ao cônjuge sobrevivente levará em consideração o
regime de bens do casal, bem como a existência de herdeiros na
linha reta descendente e ascendente. Na hipótese de o autor da
herança não ter deixado descendentes, mas apenas o pai e a avó
materna vivos, além da conjuge sobrevivente, qual seria a forma
de partilha dos bens? Responda com indicação da fundamentação
legal. (3,0)
R: Neste caso, como o autor da herança não deixou descendentes,
mas apenas cônjuge e ascedentes, de acordo com o artigo 1.829 do
Código Civil, a partilha da herança será feita aos ascendentes, em
concorrência com o cônjuge. Contudo, a avó materna é excluída
da sucessão, por ser ascendente mais remoto, fato este
comprovado pelo artigo 1.836, § 1º, onde diz que, “na classe dos
ascendentes, o grau mais próximo exclui o mais remoto, sem
distinção de linhas”, ou seja, o pai do autor da herança exlcui a avó
materna. Quanto a forma de partilha, o artigo 1.837 diz:
“Concorrendo com ascendente em primeiro grau, ao cônjuge
tocará um terço da herança; caber-lhe-á a metade desta se houver
um só ascendente, ou se maior for aquele grau”. Portanto, metade
da herança caberá ao cônjuge e metade para o seu pai, conforme
a parte final do artigo 1.837

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