Você está na página 1de 5

Inventário

Inventário e arrolamento que visa legalizar a disponibilidade da herança

e se encerra com a partilha entre os sucessores (1.796 CC).

Conceito de inventário: procedimento especial instaurado no último

domicílio do falecido visando descrever os bens da herança, avaliar

estes bens, pagar o imposto de transmissão, identificar os sucessores,

quitar as dívidas do extinto (1.997CC), quitar as despesas do funeral

(1.998 CC) e fazer a partilha pondo fim ao condômino decorrente da

saisine (pú do 1.791CC).

Art. 610 do CPC – Procedimento – Judicial – menor e/ou Testamento

Art. 610, §§ 1º e 2º do CPC – Inventario Extrajudicial - escritura pública -

admite o arrolamento extrajudicial, sem intervenção do juiz, podendo

tudo ser feito no Cartório de Notas se não há testamento e se os

herdeiros são capazes e estão de acordo quanto à divisão de bens. É

mais rápido pois evita a sobrecarregada Justiça, contudo é preciso

pagar o cartorário.

Art. 611do CPC – Prazo – 2 meses aberta a sucessão

1
O inventário apura o patrimônio do morto e liquida o acervo hereditário,

realizando o ativo e pagando o passivo. O inventário também separa a

herança da meação do viúvo, se o falecido foi casado pelo regime da

comunhão de bens.

O foro competente para o inventário é o da Comarca onde residia o

extinto, mesmo que ele tenha bens em outros lugares, pois se presume

que onde ele vivia era mais conhecido (1.785 CC).

Quem impulsiona o inventário, cuida dos bens do extinto, paga os

impostos, contrata o advogado, etc., é o inventariante, mas não o

confundam com o supramencionado testamenteiro, pois o

inventariante é nomeado pelo juiz e não existe testamenteiro na

sucessão legítima (1.991 CC).

Entre a morte e o ajuizamento da ação de inventário, a administração

da herança cabe a um familiar conforme art. 1.797 CC. Provavelmente

este familiar será mantido na função e nomeado inventariante pelo juiz.

Se o inventariante não desempenhar bem suas funções, não prestando

contas dos seus atos, o juiz deve removê-lo, trocando-o por outro

parente do extinto (2.020 CC).

O inventariante representa o espólio e administra o patrimônio do

morto, exercendo função pública gratuita, não sendo remunerado

2
como na testamentaria, afinal o inventariante é um parente do morto, é

herdeiro, e está trabalhando para si mesmo.

Art. 615 e616 do CPC – Legitimidade para pedir a abertura do

inventário.

Art. 617 – Rol dos sujeitos a nomeação como inventariante.

Porém, em conflitos familiares, o magistrado pode afastar os herdeiros

da inventariança e nomear um expert da confiança do juiz para a

função, remunerado pelo espólio (art 617, VIII, CPC). Ou seja, se a

família briga perde dinheiro e tempo na conclusão do inventário.

Questões de alta indagação como a discussão sobre a validade do

casamento do morto, reconhecimento de filhos, justificação de

créditos, nulidade de testamento, deserdação, etc., não podem ser

tratadas no inventário, mas em processo próprio para tumultuar menos

o procedimento (art 612, CPC).

Art. 618 e 619 do CPC – Funções do Inventariante.

Art. 620 do CPC – Primeiras declarações

Art. 622 do CPC – Hipóteses de Remoção do Inventariante

3
O inventário é obrigatório, mesmo que só haja um herdeiro, face ao

interesse público da Fazenda Estadual em receber os impostos

decorrentes da transmissão hereditária dos bens. Quando o herdeiro é

único não há partilha, mas adjudicação de todos os bens do extinto.

Todavia, pode não haver inventário nas seguintes situações:

Art. 659 do CPC - Arrolamento sumário - dispensa o inventário quando

os herdeiros são todos capazes e celebram partilha amigável (2.015

CC); não importa o valor do patrimônio do extinto, cabe o arrolamento

sumário se não houver incapazes e nem brigas entre os herdeiros.

Aplica-se também em caso de herdeiro único. O arrolamento é um

processo mais simples do que o inventário

Art. 664 dp CPC - arrolamento comum - também dispensa o inventário

quando a herança é de pequeno valor, mesmo que haja menores (665,

CPC) e disputa pelos bens.

Art. 666 do CPC - alvará judicial - dispensa até o arrolamento quando a

herança é pequena mesmo, bastando uma simples autorização do juiz

para levantamento do crédito (ex: o salário não recebido pelo extinto

no mês da sua morte, o depósito do FGTS, etc.).

O promotor de Justiça tem atuação discreta no Direito Civil, afinal o

Ministério é público e o Direito Civil é privado, porém no Direito das

Sucessões, sempre que há testamento ou herdeiros incapazes, o

promotor é chamado pelo juiz para dar sua opinião – “custus legis”.

4
Inventário negativo: não está previsto no Código de Processo, e é o

modo judicial de se provar a inexistência de bens do extinto. Ora, por

que seria preciso provar que alguém não deixou bens?

Por dois motivos:

– primeiro porque a lei exige o regime obrigatório da separação de

bens quando o viúvo não abriu o inventário do cônjuge falecido, e esse

viúvo deseja casar de novo. O inventário de pessoa casada é assim

importante para evitar confusão patrimonial entre os bens do viúvo no

1º e 2º casamentos. Dessa forma, se o viúvo não ajuizou o inventário

porque o extinto nada deixou, isso precisa ser comprovado a fim de que

o viúvo possa se casar livremente (1.523, I, c/c 1.641, I CC).

– a segunda necessidade de inventário negativo é para excluir a

responsabilidade do herdeiro por dívidas do morto (1.792 CC).

Desta forma, o viúvo/herdeiro instaura o inventário negativo e o juiz

manda ouvir os familiares, testemunhas, pesquisa informações no

cadastro da Receita Federal, Detran, Cartório de Imóveis do lugar onde

vivia o extinto, Banco Central, etc. Confirmando-se que o falecido nada

possuía, o juiz profere uma sentença declarando a negatividade do

inventário.

Você também pode gostar