Você está na página 1de 3

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

DIREITO CIVIL VIII


PROF.CARLOS ROBERTO FERNANDES

LEIA COM ATENÇÃO!

a) TODAS AS RESPOSTAS DEVERÃO TER FUNDAMENTAÇÃO LEGAL, COM REFERÊNCIA AOS


DEVIDOS DISPOSITIVOS.
b) FAVOR DEVOLVER PREFERENCIALMENTE EM FORMATO PDF

1ª QUESTÃO - O testamento cerrado será aberto (1 ponto):

a) pelo tabelião que o lavrou.


b) pela viúva-meeira.
c) por um dos herdeiros necessários.
d) pelo juiz. Conforme versa o Art. 1.875 do CC.

2ª QUESTÃO – A respeito da indignidade e deserdação, assinale a alternativa incorreta (1 ponto):

a) as causas de indignidade e deserdação são taxativas;

b) a deserdação é proveniente da sucessão legítima, enquanto que a indignidade, da sucessão


testamentária. Tanto a deserção (Art. 1.814, 1.961, 1.962 e 1.963 do CC) quanto à indignidade
(Art. 1.814, I, Art. 1.815 e 1.816 do CC) são provenientes da sucessão legítima.

c) a deserdação decorre de atos anteriores ao óbito.

d) a indignidade depende de ação judicial para ser declarada.

3ª QUESTÃO – É válida a disposição testamentária (1 ponto):

a) Que favoreça a pessoa incerta, cometendo a determinação de sua identidade a terceiro


b) Que favoreça a uma testemunha do testamento
c) Que favoreça ao filho do testador com uma amante. Como previsto no Art. 1.803 do CC.
d) Que deixe ao arbítrio do herdeiro fixar o valor do legado

4ª QUESTÃO – Marcelo está num avião comercial voando de São Paulo para Los Angeles.
Subitamente sente-se mal e chama os comissários de bordo para dizer que pretende fazer um
testamento. A questão é levada ao comandante da aeronave, que determina que o chefe da equipe
dos comissários lavre o testamento e o registre no livro de bordo. O vôo chega a Los Angeles e
Marcelo passa um mês na cidade, retornando então a São Paulo. Cinco meses após sua volta, Marcelo
vem a falecer, vítima de um latrocínio, ao tentar reagir a um assalto. Assinale a alternativa correta (1
ponto):
a) O testamento aeronáutico feito por Marcelo é válido e surtirá seus regulares efeitos, uma
vez que não foi revogado por nenhum outro.
b) O testamento aeronáutico feito por Marcelo caducou e não surtirá efeitos, uma vez que
teve a oportunidade de fazer novo testamento em uma de suas formas ordinárias.
Conforme Art. 1.891 do CC, por Marcelo não ter feito outro testamento, na forma ordinária
após seu desembarque, o mesmo caducou. Portanto, não produzirá efeitos por ter
completado 90 dias subseqüentes ao desembarque.
c) O testamento feito no avião é uma das formas de testamento público, desde que tenha
sido lavrado pelo comandante da aeronave ou pessoa por este designada e lançado no
livro de bordo, e surtirá seus efeitos, uma vez que não foi revogado.
d) O testamento feito no avião é uma das formas de testamento público, desde que tenha
sido lavrado pelo comandante da aeronave ou pessoa por este designada e lançado no
livro de bordo pelo comandante da aeronave, porém não surtirá efeitos, por ter caducado.

5ª QUESTÃO – Luiz, viúvo, tem dois filhos, Luiza e Maurício. Luiza tem uma filha, Luciana. Deixa um
testamento no qual destina toda sua parte disponível a sua filha Luiza. Um ano depois de deixar seu
testamento, Luiz vem a falecer. Neste ínterim, sua filha Luiza adoece subitamente e vem a falecer de
complicações causadas por uma pneumonia, dois meses antes de seu pai. Como ficará a divisão do
patrimônio de Luiz (1 PONTO)?

a) Metade do patrimônio ficará com seu filho Maurício e a outra metade com sua neta, Luciana,
que herdará por representação. Quanto ao testamento feito por Luiz, será rompido, porque Luiz
não poderia dispor da totalidade dos seus bens em sucessão para Luiza. A exclusão da
sucessão só aconteceria em caso de declarada sentença de indignidade de Maurício,
conforme art. 1.814 do CC. Ademais, por representação Luciana fica com a parte que caberia a
sua mãe, art. 1.851 e 1.1852 do CC.
b) Seu filho Maurício ficará com metade da herança (parte legítima) e com metade da parte
disponível, já que a outra metade pertencerá a Luciana.
c) Maurício herdará a totalidade do patrimônio deixado por Luiz, pois não há direito de
representação na sucessão testamentária.
d) O testamento será rompido, uma vez que ao contemplar somente sua filha Luiza, em
detrimento do filho Maurício, Luiz feriu o princípio da igualdade entre os filhos.

6ª Questão (2,5 pontos) – Marcos tem dois filhos: Joaquim e Pedro. Pedro tem dois filhos: Lucas e
Matheus. Marcos faz um testamento contemplando o filho Pedro com 50% de seu patrimônio. Pedro
vem a falecer antes de Marcos, que, no entanto, não modifica seu testamento. Como ficará a divisão
patrimonial? Justifique sua resposta.
É lícito a Marcos dispor de metade de sua herança, por haver herdeiro necessário, conforme art.
1.789 do CC e art. 1.846 também do CC. Portanto, sendo Joaquim e Pedro herdeiros necessários da
sucessão legítima, como versa o art. 1.829, I do CC. Vindo a morte de Pedro, seu pai Marcos não
modifica o testamento. Posteriormente, vindo a morte de Marcos, a divisão patrimonial disporá dos
50% da sucessão legítima a Joaquim, herdeiro necessário, e, os 50% testados à Pedro, ficarão para
seus filhos Lucas e Matheus em igual proporção (ou seja, 25% dos 50%, para cada um deles), pelo
direito de representação, disposto no art. 1.851 e 1.852 do CC.
7ª Questão (2,5 pontos) – Stevie, cego de nascença, faz um testamento público dispondo de parte de
sua herança. Três anos depois, tendo brigado com os herdeiros instituídos, resolve revogar o
testamento, mas dessa vez por testamento cerrado, a fim de que seus herdeiros não tenham
conhecimento prévio dessa condição. Poderia fazê-lo? Justifique sua resposta.

O Art. 1.867 do Código Civil vislumbra apenas a possibilidade do cego fazer testamento público,
inclusive que deverá ser lido em voz alta, duas vezes, uma pelo tabelião ou por seu substituto legal e
outra por duas testemunhas designadas pelo testador, portador de tal necessidade especial, e tudo
quanto for lido se fará circunstanciada menção no testamento.
O testamento cerrado deve ser escrito pelo testador em língua nacional ou estrangeira, ou por
pessoa a seu pedido, porém deverá ser assinada pelo testador, e ainda deverá ser aprovado pelo
tabelião ou seu substituto legal, com algumas formalidades a serem observadas, conforme art. 1.868
do CC.
Dado a essas formalidades não seria possível a Stevie, cego de nascença, fazer valer seu
desejo na modalidade de testamento cerrado. Portanto, ao cego e ao analfabeto não é vislumbrada
essa possibilidade de fazer esse tipo de testamento. Não pode dispor de seus bens em testamento
cerrado, quem não saiba ou não possa ler.
Stevie, então, ainda que deseje revogar o testamento anterior, terá de fazer o novo na mesma
forma ordinária, qual seja, o testamento público (Art. 1.864 do CC).

Você também pode gostar