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Sd jurisadvogando – Sandra Mara Dobjenski

DIREITO PROCESSUAL PENAL – MEIOS DE PROVA – CONFISSÃO DO


OFENDIDO

Art. 197. O valor da confissão se aferirá pelos critérios adotados para os outros
elementos de prova, e para a sua apreciação o juiz deverá confrontá-la com as
demais provas do processo, verificando se entre ela e estas existe compatibilidade
ou concordância. (apreciação pelo juiz confrontando a confissão com as demais
provas do processo)
*Sistema de valoração da prova pelo juiz: intima convicção, sistema da prova legal e
o livre convencimento motivado – estabelecido pela CR e pelo CPP no ordenamento
jurídico brasileiro = livre convencimento motivado no qual o juiz aprecia o conjunto
probatório, podendo decidir da forma que ele entender, mas expondo a sua
fundamentação para que as partes tomem ciência, para que haja uma transparência
e para que a parte que não gostou da decisão possa recorrer.
*Confissão = reconhecimento da prática do fato.
Art. 198. O silêncio do acusado não importará confissão, mas poderá constituir
elemento para a formação do convencimento do juiz. (é direito do réu ficar em
silêncio – no interrogatório o réu pode negar o fato, pode confessar – interrogatório é
feita pelas duas partes - qualificação e logo após dado o direito o silêncio para que
ele responda ou não os fatos criminosos, o silêncio não pode ser utilizado contra o
réu por ser um direito constitucional)
Art. 199. A confissão, quando feita fora do interrogatório, será tomada por termo nos
autos, observado o disposto no art. 195.
Art. 200. A confissão será divisível (se tem vários fatos criminosos, o réu confessa
alguns e não outros ou então confessa parte do fato, mas não a qualificadora, a
causa de aumento) e retratável (o réu pode ter confessado na delegacia e no juízo
se retrata, pode ter confessado por termos nos autos e no momento do interrogatório
se retratou, pode ter confessado no interrogatório e na sequência volta atrás), sem
prejuízo do livre convencimento do juiz, fundado no exame das provas em conjunto.
 A confissão não possui valor absoluto (Art. 197 CPP) – é preciso confrontá-la
com os demais meios de provas.
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 Silêncio não importa em confissão (art. 198 CPP) – não pode ser utilizado em
prejuízo ao réu.
 A confissão pode ser divisível e retratável (Art. 200 CPP)
 Espécies de confissão:
1. Simples – quando o réu apenas confirma os fatos narrados na peça
acusatória.
2. Qualificada/ponte de bronze – quando o réu, além de confirmar o teor da
inicial acusatória, acrescenta elementos que excluem a responsabilidade
penal, a exemplo de excludente de ilicitude ou culpabilidade. (reconhece o
fato mais tenta excluir a responsabilidade)
*Tanto a confissão simples quanto a qualificada servem na visão do STJ como meio
de atenuante, pois a confissão é utilizada na dosimetria da pena (2ª fase da
dosimetria) – Art. 68 CPP.

*Súmula 630 STJ tem relação com o tráfico de drogas – dois tipos penais diversos:
Art. 28 – consumo para uso próprio e o Art. 33 – tráfico de drogas. Para a atenuante
o acusado tem que confessar o tipo de fato cometido.
*Possibilidade ou não de existência de confissão ficta no processo penal – Ex.: se o
réu é revel, foi intimado e não compareceu, o juiz decretou a sua revelia – a revelia
não presume verdadeiro tudo o que esta narrado na denúncia ou descrito na inicial –
não existe confissão ficta no processo penal – decretação da revelia conduz apenas
ao efeito deste réu não ser mais intimado até o momento da sentença.
DECLARAÇÃO DO OFENDIDO
Art. 201. Sempre que possível, o ofendido será qualificado e perguntado sobre as
circunstâncias da infração, quem seja ou presuma ser o seu autor, as provas que
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possa indicar, tomando-se por termo as suas declarações. (Redação dada pela Lei
nº 11.690, de 2008) (OFENDIDO NÃO É CONTABILIZADO COMO TESTEMUNHA,
POIS POSSUI UM INTERESSE NO PROCESSO) (vítima é qualificada, mas não
presta compromisso de dizer a verdade)
§ 1o Se, intimado para esse fim, deixar de comparecer sem motivo justo, o ofendido
poderá ser conduzido à presença da autoridade. (Incluído pela Lei nº
11.690, de 2008) (condução coercitiva – vítima foi intimada para audiência e não
compareceu ou justificou – o juiz procede de forma que se for imprescindível a
presença dessa vítima, porque as partes assim dizem, é remarcada uma próxima
audiência determinando a condução coercitiva – no dia da audiência o oficial de
justiça vai a casa da vítima para esta o acompanhe) (a condução coercitiva é
possível para vítimas e testemunhas, entretanto o STF já julgou que não é possível
condução coercitiva para interrogatório – réus e investigados – renúncia a
autodefesa)
§ 2o O ofendido será comunicado dos atos processuais relativos ao ingresso e à
saída do acusado da prisão, à designação de data para audiência e à sentença e
respectivos acórdãos que a mantenham ou modifiquem. (Incluído pela
Lei nº 11.690, de 2008)
§ 3o As comunicações ao ofendido deverão ser feitas no endereço por ele indicado,
admitindo-se, por opção do ofendido, o uso de meio eletrônico.
(Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 4o Antes do início da audiência e durante a sua realização, será reservado espaço
separado para o ofendido. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
§ 5o Se o juiz entender necessário, poderá encaminhar o ofendido para atendimento
multidisciplinar, especialmente nas áreas psicossocial, de assistência jurídica e de
saúde, a expensas do ofensor ou do Estado. (Incluído pela Lei nº 11.690, de
2008)
§ 6o O juiz tomará as providências necessárias à preservação da intimidade, vida
privada, honra e imagem do ofendido, podendo, inclusive, determinar o segredo de
justiça em relação aos dados, depoimentos e outras informações constantes dos
autos a seu respeito para evitar sua exposição aos meios de
comunicação. (Incluído pela Lei nº 11.690, de 2008)
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