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WANDERSON VASCONCELOS DE MORAIS

Advogado

EXCELENTÍSSIMO (A) SENHOR (A) DOUTOR (A) JUIZ (A) DE DIREITO DO


___ JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE CUIABÁ/MT.

WANDERSON VASCONCELOS DE MORAIS, brasileiro,


casado, advogado, portador do RG n 1375977-9 SSP/MT, inscrito no CPF sob N
905.623.131-68, advogando em causa própria, devidamente habilitado na Ordem dos
Advogados do Brasil N 21/048/O, com endereço profissional na Av das Torres, Nº 88, Ed Porã,
Sala 06, Bairro Bosque da Saúde Cidade de Cuiabá/MT, CEP nº , email:
wa.morais81@gmail.com, vem respeitosamente perante VOSSA EXCELÊNCIA propor:

AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS E


FALHA NA PRESTAÇÃO DE SERVIÇO

em face da ENERGISA MATO GROSSO, pessoa jurídica de


direito privado, CNPJ 03.467.321/0001-99, com sede na Rua Manoel dos Santos
Coimbra, nº. 184, Cuiabá/MT, CEP: 78010-900, na pessoa de seu representante legal,
pelas razões de fato e de direito que passa a expor:

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PRELIMINARMENTE

I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:

Requer a parte Autora o benefício da gratuidade de justiça,


assegurado pela Constituição Federal, artigo 5º, LXXIV e pela Lei 13.105/2015 (CPC),
artigo 98 e seguintes, inclusive para efeito de possível recurso, tendo em vista ser o
requerente impossibilitado de arcar com as despesas processuais sem prejuízo próprio e
de sua família.

II - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA:

Inicialmente verificamos que o presente caso se trata de relação de


consumo, sendo amparada pela lei 8.078/90, que regulamenta especificamente as
questões em que fornecedores e consumidores integram a relação jurídica, principalmente
no que concerne a matéria probatória.

Tal legislação, faculta ao magistrado determinar a inversão do ônus da


prova em favor do consumidor conforme seu artigo 6º, VIII:

"Art. 6º São direitos básicos do consumidor:


[...]
VIII- A facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a
inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando,
a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele
hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiência".

Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior


esforço, ter o legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência
de, presentes o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for
hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.

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DOS FATOS

O requerente é usuário dos serviços de eletricidade sob a unidade


consumidora 6/1305092-7, no endereço acima citado onde possui residência, como
comprova a conta de luz em anexo.

A empresa requerida causou danos morais ao requerente em


decorrência de um serviço prestado no dia 17-05-2019. Acontece que no dia 12-05-2019
uma equipe foi até a minha residência e constatou que o medido não era adequado e fez
um pedido para trocar o medidor e toda rede de distribuição, acontece que uma equipe se
direcionou até a minha residência no dia 17-05-2019 no horário de manhã e fez todas as
trocas da rede de distribuição e deixou o Borne do medidor tudo frouxo fazendo assim
com que sua energia tivesse uma queda de energia as 19:30 acontece que eu
WANDERSON VASCONCELOS DE MORAIS, eletrotécnico, formado na escola
técnica CEPET, com registro no CREA-MT, com ampla experiência na área de
distribuição de energia elétrica, concursado na SANECAP no cargo de eletrotécnico e
atualmente exercendo função de eletrotécnico na companhia de saneamento ÁGUAS
CUIABÁ, constatei que o defeito não era interno e sim da companhia de energia elétrica
ENERGISA, ao verificar que a responsabilidade da manutenção seria da Energisa abri
um chamado via aplicativo que gerou número de protocolo 9055855204, Número
atendimento 62611389. O qual uma equipe da ENERGISA foi comparecer no local as
03:00 da manhã do dia 18-05-2019 concluindo assim o serviço as 05:00 da manhã fazendo
assim que eu e minha família como minha SOGRA DE 64 ANOS DE IDADE ANAIR
RODRIGUES DA SILVA documento pessoal em anexo, minha filha LIVIA
RODRIGUES VASCONCELOS DE 4 ANOS DE IDADE e minha ESPOSA LAURA
RODRIGUES DA SILVA.

O fato ocorreu durante o mês de maio de 2019, sendo verificado


pelo requerente que não poderia ficar sem energia elétrica por ter uma criança e uma idosa
em sua residência.

Acontece excelência que a ré ENERGISA agiu de má fé

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enganando o requerente falando que já estava uma equipe indo ao local e que logo já iria
se regularizar.

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DO DIREITO

Primeiramente, resta evidenciado que o fornecimento de serviço de


água e energia são considerados serviços públicos essenciais, assim definido pelo artigo
10, inciso I, da Lei nº 7.783/89, veja:

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Art. 10 São considerados serviços ou atividades


essenciais:
I - tratamento e abastecimento de água; produção e
distribuição de energia elétrica, gás e combustíveis;

Nesse passo, o serviço público essencial deve ser prestado de


maneira contínua, isto é, não podendo prejudicar a população e muito menos ser
interrompido, sendo que deve ser prestada com qualidade, regularidade e eficiência.

A lei nº 7.783/89 define o fornecimento de energia como serviço


essencial e o CDC (Código de Defesa do Consumidor), no seu art. 22, afirma que os
serviços essenciais devem ser contínuos.

Destarte, resta claro que o serviço de energia elétrica, com amparo


na legislação é um serviço essência à pessoa física e jurídica não podendo ser
interrompido sobre qualquer pretexto.

Não obstante, o artigo 927 do Código Civil determina que “aquele


que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.

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Por fim, é importante mencionar o artigo 14 do renomado CPC que


adota a Teoria da Responsabilidade Objetiva, sendo imperativo em aduzir que os
fornecedores de produtos e serviços respondem pelos danos causados aos consumidores,
independentemente de culpa, veja:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente


da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos
consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem
como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua
fruição e riscos.

Assim, diante dos inúmeros transtornos, o requerente dirige-se ao


judiciário, para resguardar seus direitos.

DO DANO MORAL

No que tange ao dano moral, este restou configurado, diante do


caráter PUNITIVO e PEDAGÓGICO do instituto, uma vez que a requerida atuou de
forma abusiva e arbitraria, havendo daí o dever de indenizar, de acordo com os critérios
jurídicos cabíveis, bem como à luz dos princípios da proporcionalidade e razoabilidade,
e ainda, pela gravidade da conduta ofensiva e seus efeitos danosos ao requerente.

O dano moral foi inserido em nossa carta magna no art. 5º, inc. X,
da Constituição de 1998:

“Art. 05º...
X- são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano
moral ou material decorrente dessa violação...”

Seguindo a mesma linha de pensamento do legislador constituinte,


o legislador ordinário assim dispôs sobre a possibilidade jurídica da indenização pelos
danos morais, prescrevendo no art. 6º, VI, da Lei 8.078/90:

“Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: (...) VI - a efetiva


prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais,
individuais, coletivos ou difusos

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SAVATIER define o dano moral como “Qualquer sofrimento


humano que não é causado por uma perda pecuniária, abrangendo todo o atentado à
reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu pudor, a sua segurança e
tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de sua inteligência, as suas
afeições, etc...” (Traité de La ResponsabilitéCivile, vol. II, nº 525, in Caio Mario da Silva
Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ, 1989).

Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos


morais sofridos, não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo
que atenue, em parte, as consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a
reparação pecuniária de um dano moral imposta ao culpado representar uma sanção justa
para o causador do dano moral. A ilustre civilista Maria Helena Diniz, já preceitua:

“Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da


perda sua tranquilidade ou prazer de viver, mas de uma
compensação pelo dano e injustiça que sofreu, suscetível de
proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a
soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações
materiais ou ideais que repute convenientes, atenuando assim, em
parte seu sofrimento. A reparação do dano moral cumpre,
portanto, UMA FUNÇÃO DE JUSTIVA CORRETIVA ou
sinalagmática, por conjugar, de uma só vez, a natureza satisfatória
da indenização do dano moral para o lesado, tendo em vista o bem
jurídico danificado, sua posição social, a repercussão do agravo
em sua vida privada e social e a natureza penal da reparação para
o causador do dano, atendendo a sua situação econômica, a sua
intenção de lesar, a sua imputabilidade etc...”(DINIZ, Maria
Helena. Curso de Direito Civil Brasileiro. 13. Ed. São Paulo:
Saraiva, 1999, v.2).

A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua


quantificação, pois o dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu
arbitramento não depende de prova de prejuízo de ordem material.

Evidentemente o resultado final também leva em consideração as


possibilidades e necessidades das partes de modo que não seja insignificante, a

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estimular a prática do ato ilícito, nem tão elevado que cause o enriquecimento indevido
da vítima.

Assim, resta claro o DESREIPEITO, DESCASO e abalos morais


por ficar sem saber o que fazer pela falta de energia, não restou alternativa senão buscar
a tutela jurisdicional do Estado, para ser ressarcida de forma pecuniária pelos danos
morais sofridos.

DO PEDIDO

ANTE O EXPOSTO, requer a Vossa Excelência que seja julgada


TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, com:

a) A CITAÇÃO da requerida, na pessoa do seu representante


legal, no endereço declinado no preâmbulo desta, para acompanhar a presente ação até o
final e, querendo, apresentar contestação no prazo legal, sob pena de revelia e confissão
ficta;

b) O deferimento dos BENEFÍCIOS DA ASSISTÊNCIA


JUDICIÁRIA GRATUITA ao requerente, nos termos da Lei 1.060/50, inclusive para
eventual apresentação de recurso;

c) Que seja determinada a INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA


com base no artigo 6º, inciso VIII da Lei 8.078/90, tendo em vista a verossimilhança das
alegações apresentadas e a hipossuficiência do Reclamante na produção de demais
provas, ambos os requisitos manifestos nos autos;

d) Ao final, seja julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a


presente ação, CONDENANDO a requerida ao pagamento de uma indenização de cunho
compensatório e punitivo, no valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais) para fins de
reparação por DANOS MORAIS.

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e) .A condenação da requerida ao pagamento das custas processuais e honorários


advocatícios na importância de 20%, em eventual recurso.

Protesta por todos os meios legais, bem como os moralmente


legítimos, para provar a verdade dos fatos, nos termos do artigo 369 do CPC;

Dá à causa o valor de R$ 15.000,00 (quinze mil reais).

Nestes termos,

pede deferimento.

Cuiabá, 04 de junho de 2019.

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OAB/MT nº 21.048

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