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Em face da ENEL BRASIL S/A (Enel Distribuição São Paulo) pessoa jurídica de direito
privado, CNPJ 07.523.555/0001-67, com sede na Avenida das Nações Unidas, 14401,
Conjunto 1 ao 4, Torre B1, 17º ao 23º andar, Vila Gertrudes, São Paulo, SP, CEP
04794000, pelas razões de fato e de direito que passa a expor.
PRELIMINARMENTE:
I – DA GRATUIDADE DE JUSTIÇA:
[…]
Da simples leitura deste dispositivo legal, verifica-se, sem maior esforço, ter o
legislador conferido ao arbítrio do juiz, de forma subjetiva, a incumbência de,
presentes o requisito da verossimilhança das alegações ou quando o consumidor for
hipossuficiente, poder inverter o ônus da prova.
DOS FATOS
No dia (dia) de (mês) de 20XX, uma quarta-feira, a Parte Autora saiu para trabalhar às
08h30 da manhã, como de costume. Quando retornou para sua casa, depois de um
dia cansativo, na expectativa de repousar no conforto de seu lar, percebeu que a luz e
nenhum dos eletrodomésticos estavam ligando.
XXXX
XXXX
XXXXX
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Não cansamos de frisar que, em nenhum momento, a parte autora deu causa a
mencionada interrupção, estando com todas as suas contas de luz pagas em dia.
Insta salientar que a interrupção do fornecimento, além dos inconvenientes, gera
prejuízos morais e materiais, como narrado até então.
[…]
O corte do fornecimento de energia, ainda que ocorra por poucas horas, enseja a
reparação do dano moral. Já decidiu o Tribunal de Justiça de São Paulo que:
“O fato de se cuidar de episódio que durou poucas horas não indica que se deva tê-lo
por transtorno comum impassível de indenização. Na situação, o prejuízo moral é
presumível; decorre do senso comum de justiça”, (Apelação nº 980.597-0/6, 36ª
Câmara, Rel. Des. Dyrceu Cintra.)
DA ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO
O fornecimento de energia elétrica deve ser contínuo, não cabendo interrupção por
inadimplemento. Assim tem entendido o Conspícuo Superior Tribunal de Justiça (STJ):
“AGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO PÚBLICO NÃO ESPECIFICADO. ENERGIA
ELÉTRICA. RGE. EXTENSÃO DA REDE. ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO. MULTA
DIÁRIA. Correta a antecipação de tutela, no que tange à instalação de energia elétrica
na residência do autor, tendo em vista a essencialidade do bem de consumo em
apreço, do qual não pode prescindir o cidadão. Caso em que as justificativas do
agravante não se mostram plausíveis, uma vez que não comprovada a impossibilidade
de realização da obra de extensão de rede elétrica na residência do autor, impõe-se a
manutenção da bem lançada decisão pelo juízo a quo. Cabível a fixação de multa
diária na hipótese de descumprimento de decisão judicial, nos termos do que dispõe o
art. 461, § 5º, do CPC, observada a redação da Lei n.º 10.444/02. Não houve fixação
de multa diária, de forma que não há que se falar em limitação desta neste momento,
carecendo a agravante de interesse recursal neste ponto. NEGADO PROVIMENTO
AO AGRAVO DE INSTRUMENTO. UNÂNIME. (Agravo de Instrumento Nº
70067530477, Segunda Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João
Barcelos de Souza Junior, Julgado em 24/02/2016).
(TJ-RS – AI: 70067530477 RS, Relator: João Barcelos de Souza Junior, Data de
Julgamento: 24/02/2016, Segunda Câmara Cível, Data de Publicação: Diário da
Justiça do dia 02/03/2016)”
DO DANO MORAL:
O dano moral foi inserido em nossa carta magna no art. 5º, inc. X, da Constituição de
1998:
“Art. 05º…
“Qualquer sofrimento humano que não é causado por uma perda pecuniária,
abrangendo todo o atentado à reputação da vítima, à sua autoridade legitima, ao seu
pudor, a sua segurança e tranquilidade, ao seu amor próprio estético, à integridade de
sua inteligência, as suas afeições, etc…” (Traité de La ResponsabilitéCivile, vol. II, nº
525, in Caio Mario da Silva Pereira, Responsabilidade Civil, Editora Forense, RJ,
1989).
Quando se pleiteia uma ação visando uma indenização pelos danos morais sofridos,
não se busca um valor pecuniário pela dor sofrida, mais sim um lenitivo que atenue,
em parte, as consequências do prejuízo sofrido. Visa-se, também, com a reparação
pecuniária de um dano moral imposta ao culpado representar uma sanção justa para o
causador do dano moral. A ilustre civilista Maria Helena Diniz, já preceitua:
“Não se trata, como vimos, de uma indenização de sua dor, da perda sua tranquilidade
ou prazer de viver, mas de uma compensação pelo dano e injustiça que sofreu,
suscetível de proporcionar uma vantagem ao ofendido, pois ele poderá, com a soma
de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute
convenientes, atenuando assim, em parte seu sofrimento
A tormenta maior que cerca o dano moral, diz respeito a sua quantificação, pois o
dano moral atinge o intimo da pessoa, de forma que o seu arbitramento não depende
de prova de prejuízo de ordem material.
O dano moral sofrido pelo Autor ficou claramente demonstrado, vez que a ligação de
energia do seu imóvel se encontrava desligada por MAIS DE SETENTA E DUAS
HORAS, tendo o autor ficado isolado em seu apartamento, em um calor de
aproximadamente trinta graus, vendo seus alimentos putrefarem em sua geladeira,
sem nada poder fazer e por um motivo alheio a sua conduta.
Nestes termos,
https://www.tjsp.jus.br/PeticionamentoJEC/PeticionamentoJEC/Pedido