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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO

ESPECIAL DO FORO DA COMARCA DE TRÊS CORAÇÕES/MG.

CHICO BENTO, [nacionalidade], [estado civil], caminhoneiro


autônomo, portador do RG nº XXXXXX SSP/XX, inscrito no
CPF/MF nº XXXXXXXX, nascido em XXXX, residente e
domiciliado na Rua XXXXX, cidade de São Paulo/SP, CEP
XXXX, vêm respeitosamente à presença de Vossa Excelência,
através de sua advogada que subscreve, com fulcro nos arts.
5° inciso LXXIV e X da CF/88; 98 do CPC, 54 e 55 da Lei
9.099/1995; 4º, inciso III da Lei 9.099/95; 186, 402, 927, 949 e
950 do CC, Apresentar:

AÇÃO DE REPONSABILIDADE CIVIL C/C DANOS MORAIS


E DANOS MATERIAIS

Em face de ZÉ LELÊ [nacionalidade], [estado civil], [profissão],


portador do RG nº XXXXXX SSP/SP, inscrito no CPF/MF nº
XXXXXXXX, nascido em XXXX, residente e domiciliado na Rua
XXXXX, cidade de Varginha/MG, CEP XXXX, pelos fatos e
fundamentos jurídicos que passa a expor.

PRELIMINARMENTE
 DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA

Para ser claro, o benefício de um judiciário livre é o empoderamento


daqueles que não têm meios para obter as provisões da jurisdição nacional sem os
correspondentes ônus processuais. Trata-se de mais uma manifestação do princípio
da isonomia ou igualdade jurídica (CRFB/88, art. 5º), segundo o qual todos devem
ser tratados igualmente perante a lei, sem distinção de qualquer natureza. Por essas
razões, o artigo 5º LXXIV da Constituição Federal e os artigos 98 e seguintes do
Código de Processo Civil garantem os benefícios de um judiciário gratuito.
Nesse sentido, o artigo 54 da Lei 9.099/1995 dispõe que "no foro de primeiro
grau, o acesso ao juizado especial não depende do pagamento de custas,
honorários ou despesas". No entanto, de acordo com o artigo 55 da Lei, “A sentença
de primeiro grau não concederá custas e honorários advocatícios à parte vencida,
exceto em casos de um comportamento processual desleal e doloso". Diante disso,
há de ser concedido o benefício da justiça gratuita ao requerente.

 DA COMPETÊNCIA

De acordo com o artigo 4º, inciso III da Lei 9.099/95, a competência para o
para o ajuizamento da ação é a do local do ato ou fato, sendo neste caso a comarca
de TRÊS CORAÇÕES.

 DOS FATOS

O requerente relata que foi contratado para realizar uma mudança da cidade de São
Paulo/SP, local onde o mesmo reside e trabalha como caminhoneiro autônomo, para
a cidade de Três Corações/MG, solicitado pela sra. Mônica Souza.
Acontece que, enquanto estava descarregando os móveis na calçada, na Av.
Haroldo Rezende, Bairro Santa Teresa, foi surpreendido e atingido por uma
motocicleta que veio desgovernada, arremessando-o para o outro lado da via.
Com a queda, sofreu danos graves, com fraturas em várias partes do corpo.
Foi internado e submetido à cirurgia de emergência, onde ficou impossibilitado de
dirigir seu caminhão por 4 meses, seu único meio de sustento, além dos gastos com
remédios, consultas e exames.
Não bastasse todo o sofrimento causado ao autor, houve ainda a perda do
casamento de sua única filha, onde não conseguiu comparecer a cerimônia em
virtude do acidente.

 DO DIREITO

A nossa Constituição Federal, dispõe em seu Artigo 5º, a tutela do


direito à indenização por dano material ou moral decorrente da violação de
direito fundamental, que é a vida.

Art. 5º(…)

X – São invioláveis a intimidade, a vida privada, a


honra e a imagem das pessoas, assegurando o
direito a indenização pelo dano material ou moral
decorrente de sua violação; (...)

O Código Civil agasalha da mesma forma, a reparabilidade dos danos


morais.
O artigo 186 trata do caráter ilícito do agente que por ação ou omissão
causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral
Entretanto, o dever de indenizar, ou seja, a Responsabilidade Civil encontra
amparo no artigo 927 do mesmo Código que dispõe:

“Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e


187), causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo”.

Já com relação a lesão causada, verifica-se o devido amparo legal nos


artigos 402, 949 e 950 do Código Civil, de modo que, quando o ofendido não puder
exercer o seu ofício ou profissão, o ofensor deverá indenizar o ofendido das
despesas do tratamento e dos lucros cessantes até o fim da convalescença.
Sendo assim, a reparação, em tais casos, reside no pagamento de uma
soma pecuniária, que possibilite ao lesado uma satisfação compensatória da
sua dor íntima, compensando os dissabores sofridos pela vítima, em
virtude de ação ilícita do ofensor.

 DOS DANOS MORAIS


Diante dos fatos acima relatados, mostra-se patente a configuração do “dano
moral” sofrido pelo autor.
Dano moral, segundo Sílvio de Salvo Venosa, “é o prejuízo que afeta o ânimo
psíquico, moral e intelectual da vítima”. Nesse campo, não há como mensurar o
prejuízo, assim aumentam as dificuldades de se estabelecer a justa recompensa
pelo dano.
O Dano moral abrange também os direitos da personalidade, direito à
imagem, ao nome, à privacidade, ao próprio corpo etc.
Diante do exposto, visando o alívio, a amenização e a diminuição dos
sentimentos negativos suportado pelo requerente, sob uma perspectiva de
correspondência ou proporcionalidade, e não de equivalência, buscando ainda
sancionar o lesante, a fim de que não reitere a conduta ofensiva, pugna-se pelo
dano moral sofrido.
Nesse contexto, uma vez demonstrada a prática ilícita por parte do requerido,
e a configuração do dano moral sofrido pelo autor, requer a condenação do
pagamento de R$ 6.000,00 (seis mil reais) a título de indenização por danos morais,
por ser de direito.

 DOS PEDIDOS

Ante o exposto, REQUER a Vossa Excelência:

I) A CITAÇÃO DO REQUERIDO, no endereço indicado, para que querendo e


podendo, apresente resposta a
presente peça exordial, sob pena de revelia e de confissão quanto à matéria
de fato, de acordo com o artigo 344 do Código de Processo Civil
II) CONCEDER O BENEFÍCIO DA JUSTIÇA GRATUITA frente à hipossuficiência
do requerente;
III) NO MÉRITO, A PROCEDÊNCIA TOTAL DO PRESENTE PEDIDO, com a
condenação do réu a reparar os danos morais do requerente, no importe de R$
6.000,00 (seis mil reais);
IV) NO MÉRITO, A PROCEDÊNCIA TOTAL DO PRESENTE PEDIDO, com a
condenação do réu a reparar os danos materiais do requerente, no importe de R$
24.000,00 (vinte e quatro mil e setenta reais);
V) A CONDENAÇÃO DO RÉU AO PAGAMENTO de custas e honorários
advocatícios, a serem arbitrados por Vossa Excelência, nos termos do art. 85 do
CPC/15.

Dá-se à presente causa o valor de R$30.070,00 (trinta mil e setenta reais)

Termos em que, pede deferimento.

Três Corações, 10 de junho de 2023.

ADVOGADA
OAB XXX

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