Você está na página 1de 4

AO JUIZADO ESPECIAL DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE

PIUMHI

JONAS MATEUS, brasileiro, estado civil,profissão, portador da CI xxx,


devidamente inscrito no CPF-MF xxxx, residente e domiciliado na
Rua ..................., nº .... , no município de ......................./MG, vem,
respeitosamente, perante V. Exa., por intermédio de seus procuradores
signatários, com mandato procuratório em anexo (doc. 01), , com amparo no
artigo 37, parágrafo 6º da CR/88, ajuizar

AÇÃO DE RESPONSABILIDADE CIVIL C/C INDENIZAÇÃO POR DANOS


MATERIAIS E MORAIS

em face do MUNICÍPIO DE PIUMHI, pessoa jurídica de direito público, a ser


citada na Rua xxxxxxxxxxxxxx, xxx, xxx, Minas Gerais, CEP xxxx, Telefone:
xxx, pelas razões de fato e de direito que se seguem, a saber:

DOS FATOS

No dia 25 de janeiro de 2018, o preposto Marcos Alfredo dirigia uma máquina


retro-escavadeira pertencente ao requerido, em uma avenida do Município.
Durante o trajeto, a máquina ao realizar ilegal e inadvertida manobra em
marcha ré, atingiu duramente o veículo do requerente, assim como o próprio..
Trata –se de veículo vinculado ao Município, a serviço da Administração
Pública, gerando grandes transtornos e prejuízos, uma vez que em razão do
acidente, a vítima sofreu lesões no joelho, o que exigiu a realização de uma
cirurgia, aquisição de medicamentos,ocasionando, além dos transtornos físicos
e emocionais, gastos no importe de R$ 7.500,00.
Desta forma, mostra – se inequívoco os danos materiais e morais sofridos pelo
Autor, gerando o dever de indenizar.

DA JUSTIÇA GRATUITA
Jonas, sem ter prejuízo do próprio sustento, não dispõe de condições
financeiras para arcar com as despesas e honorários que envolvem esse
processo. É pessoa pobre, na acepção jurídica do termo, conforme declaração
já inclusa aos autos. Diante disso, requer a concessão dos benefícios da
justiça gratuita, nos termos do artigo 5º, inciso LXXIV da CRFB/88 c/os
Arts. 98, § 3º e Art. 99, ambos do CPC.

DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA
Conforme preceitua o art. 37, § 6º, da Constituição Federal, é objetiva a
responsabilidade das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras de
serviços públicos, pelos danos causados a terceiros, com base na teoria do
risco administrativo. O ponto central da presente demanda é este: A
Responsabilidade Objetiva do Estado pelos danos causados por seus agentes,
in verbis:
“ Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos
Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade,
publicidade e eficiência e, também, ao seguinte: 
§6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito
de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.”

Assim, embora legítima a atividade estatal, quando lesiva ao particular,


ensejará o dever de indenização.
Nesse sentido, uma vez que o veículo é de propriedade do Município, estava
sob a condução de seu preposto, em via do Município, a Administração deve
ressarcir integralmente os prejuízos. É inconcebível admitir que a falha do
Município teve como causa alguma conduta de Jonas Mateus ou que este
pudesse evitar. Ausente qualquer circunstância que afaste a responsabilidade
objetiva da Administração Pública, a demonstração inequívoca do nexo causal
entre a falha e o dano gerado configura o dever de indenizar.
O dever de indenizar surge simplesmente com a comprovação do dano, que é
inegável em sua totalidade, associada à demonstração da existência de nexo
causal deste com a conduta do preposto do Poder Público. Diante disso, é
desnecessária e dispensável, a comprovação de dolo ou culpa do agente.

DA PRESCRIÇÃO

Em consonância com o previsto no Decreto 20.910/32 c/c com o artigo 1º - C


da Lei 9494/97, aplica – se o prazo prescricional qüinqüenal nas ações de
natureza indenizatória ajuizadas contra a Fazenda Pública:

“Decreto 20.910/32 - Art. 1º : As dívidas passivas da União, dos


Estados e dos Municípios, bem assim todo e qualquer direito ou ação
contra a Fazenda federal, estadual ou municipal, seja qual for a sua
natureza, prescrevem em cinco anos contados da data do ato ou fato
do qual se originarem.”
“Lei 9494/97, Art. 1o-C.  Prescreverá em cinco anos o direito de obter
indenização dos danos causados por agentes de pessoas jurídicas de
direito público e de pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviços públicos.”
DOS DANOS SOFRIDOS

Danos morais

O dano moral tem amparo no art. 5º, X da CRFB/88:

“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material
ou moral decorrente de sua violação;”

No caso em tela, o dano está suficientemente demonstrado, pela necessidade


de submissão a uma intervenção cirúrgica para a reparação dos efeitos do ato
ilícito cometido pelo representando da Administração Pública, causando
sofrimento extraordinário e desnecessário, diferente dos meros
aborrecimentos.
Balizado pelos critérios da proporcionalidade e razoabilidade, sem, contudo,
deixar de lado as dores e o abalo ao qual o Autor esteve submetido,
enfatizando – se a função pedagógica capaz de impedir a reiteração de
práticas irresponsáveis por parte da requerida, sem incorrer no enriquecimento
indevido, sugere-se à título de danos morais o valor de R$10.000,00 (dez mil
reais).

Danos materiais

O entendimento legal acerca dos danos materiais está previsto no artigo 186,
do CC:
“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

Seguindo o mesmo entendimento, o artigo 927, do CC, determina que:


“Aquele que, por ato ilícito (art. 186 e 187), causar dano a outrem, fica
obrigado a repará-lo“.

No tocante aos danos materiais, o Autor foi submetido a despesas hospitalares


e com medicamentos, atingindo o valor de R$ 7.500,00 (sete mil e quinhentos
reais) (comprovação documental em anexo).

DOS PEDIDOS

Diante do exposto, requer – se:

A) A concessão do benefício da Justiça Gratuita nos termos do art.


Artigo 5º, inciso LXXIV da Constituição Federal c/os Arts. 98 e 99 CPC;

B) A procedência da ação, com a condenação do Réu em virtude dos


comprovados danos materiais, o pagamento da quantia de R$7.500,00 (sete
mil e quinhentos reais) corrigidos monetariamente e acrescidos dos juros legais
desde a data do acidente (25/01/2018) até a data do efetivo pagamento.

C) A condenação do Requerido, à título de danos morais , ao


pagamento do valor de R$10.000,00 (dez mil reais);

D) Citação do Réu no endereço mencionado, para querendo, contestar


no prazo legal, sob pena de confissão e revelia.

E) A produção de todas as provas em direito admitidas, sob pena de


revelia e confissão, testemunhais, documentais e periciais, assim como a
posterior juntada de documentos que se fizerem necessários ao esclarecimento
da presente ação;

F) A condenação do Réu ao pagamento das custas e despesas


processuais, nos termos da Lei.

Dá-se à causa o valor de R$17.500,00 (dezessete mil e quinhentos


reais).

Termos em que pede deferimento.

Local e data.
Advogado...
OAB

Você também pode gostar