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AO JUÍZO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA ......... - ........

FULANO DE TAL, (Nacionalidade), (Estado Civil), (Profissão), endereço eletrônico ... ,


portador da Carteira de Identidade no ..., inscrito no CPF sob o no ..., residente e domiciliado
na Rua ..., no ..., Bairro ..., Cidade ..., Cep. ..., no Estado de ..., , através de seu advogado comum
que a esta subscreve, constituído nos termos da procuração anexa (doc. 01), vem, à presença
de Vossa Excelência,

AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER C/C INDENIZATÓRIA

em face de ........ S.A., sociedade empresária inscrita no CNPJ sob o nº ......, com sede na
......., CEP: ......, onde deverá ser citada e intimada para os atos do presente processo consoante
os fundamentos de fato e de direito a seguir expostos:

DOS FATOS

O autor efetuou uma compra de duas passagens aéreas no dia ......, quais sejam: Rio
(GIG)-Salvador (SSA) voo de ida programada para o dia ...... e volta no dia ...... voo de número
..... partida ..... h com previsão de chegada no RIO (GIG) às ..... h através do “sítio” eletrônico da
Ré, no valor de R$ ..... (por extenso), com o objetivo de comemorar o seu aniversário, conforme
documentos acostados nos autos).

Contudo, o aborrecimento ocorreu no voo da volta no dia ...... voo de número ....
partida ..... h e chegada no Galeão às ...... h, no qual o autor realizou o “check-in”, bem como,
de praxe, despachou a bagagem junto de seus prepostos.

Logo, ao aguardar a aeronave na sala de espera, o autor, bem como, os demais


passageiros começaram a perceber que havia algo de errado acontecendo, tendo em vista, as
boas condições climáticas, bem como, as outras companhias aéreas nas quais fazem o mesmo
trajeto SSA x RJ (GIG), no mesmo horário, anunciaram o embarque para o portão com o intuito
de realizar a viagem.

Todavia, o retorno pareceu mais o filme “férias frustradas”, haja vista, o autor, ao
questionar junto aos prepostos da Ré o que estava de fato estava ocorrendo, não havia uma
informação precisa pelos mesmos, apenas foi informado que era para o autor e demais
passageiros aguardarem.

Assim sendo, após mais de 2 (duas) horas e muito despreparo dos prepostos da Ré, os
mesmos informaram que no momento nada poderia fazer pois não existia nenhuma aeronave
em solo no aeroporto de Salvador e que a aeronave mais próxima se encontrava em Recife,
fazendo com o que todos os passageiros, bem como, a tripulação do referido voo, aguardassem
no saguão.

Finalmente, quando houve a confirmação do voo as ...., ou seja, após uma longa espera
de mais 3 (três) horas, contudo, a aeronave somente decolou às .... horas, chegando em seu
destino no Rio de Janeiro (GIG) às ... horas, quando a previsão de chegada era às .....h.

Vale esclarecer que, o autor foi comemorar seu aniversário ocorrido no dia anterior, ....
e necessitava do primeiro voo para o Rio de Janeiro, devido a seus compromissos profissionais,
já que o autor é advogado, o que de fato esse grande atraso, ultrapassou o mero
aborrecimento acarretando desvios de seus compromissos, atrapalhando-o, lhe gerando
transtornos, angústia, estresse constante e abalo de ordem moral e material.

Assim sendo, vem através desta via judicial buscar a justa reparação pelos danos
morais e materiais sofridos e pleitear a medida necessária para dar fim ao indevido abalo de
crédito promovido pela Ré.

2. DO DIREITO

2.1 DOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS VIOLADOS

A dignidade da pessoa humana é um dos corolários mais importante a ser


resguardado.
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
[...] III - a dignidade da pessoa humana;

Ocorre que a Ré, negligenciou o direito do autor em viabilizar, da melhor maneira


possível, omitindo-se com relação aos danos materiais e morais.

2.2 – DA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO E VÍCIO DO SERVIÇO NA APLICAÇÃO


AO.CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

O Código do Consumidor no seu artigo 14 disciplinou a responsabilidade por danos


causados aos consumidores em razão da prestação de serviços defeituosos, em exata
correspondência com o artigo 12. O caput do dispositivo prevê a responsabilidade do
fornecedor de serviços, independentemente da extensão da culpa, acolhendo, também, nesta
sede, os postulados da responsabilidade objetiva. O fornecedor de serviço só não será
responsabilizado quando provar que, tendo prestado o serviço, o defeito inexistiu ou a culpa
exclusiva do consumidor ou de terceiros.

Consoante Ada Pellegrini Grinover e Antônio Herman de Vasconcellos e Benjamim


Daniel Roberto Fink, na obra CÓDIGO BRASILEIRO DE DEFESA DO CONSUMIDOR, Forense
Universitária, 7.ª Edição - 2001, página 06:

"A proteção do consumidor é um desafio da nossa era e representa, em todo o mundo,


um dos temas mais atuais do Direito. Não é difícil explicar tão grande dimensão para um
fenômeno jurídico totalmente desconhecido no século passado e em boa parte deste. O
homem do século XX vive em função de um modelo novo de associativismo: a sociedade de
consumo (mass consumption society ou Konsumgeselleschaft), caracterizada por um número
crescente de produtos e serviços, pelo domínio do crédito e do marketing, assim como pelas
dificuldades de acesso à justiça. São esses aspectos que marcaram o nascimento e
desenvolvimento do Direito do Consumidor como disciplina jurídica autônoma".

O Código de Defesa do Consumidor no seu art. 20 protege a integridade dos


consumidores
Art. 20. O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios
ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade
com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor
exigir, alternativamente e à sua escolha:
[...] § 2º São impróprios os serviços que se mostrem inadequados para os fins que
razoavelmente deles se esperam, bem como aqueles que não atendam as normas
regulamentares de prestabilidade.

Neste sentido, estabelece o art. 14 do Código de Defesa do Consumidor, bem como, a


Constituição Federal no seu art. 37, § 6º na qual trata da responsabilidade civil objetiva:

Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela


reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos
serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.

Art. 37. [...] § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de dolo ou culpa.

Assim, é insofismável que a Ré feriu o direito do consumidor ao agir com total descaso,
desrespeito e negligencia, configurando má prestação de serviços, o que causou danos de
ordem domiciliar, social e profissional.

Deste modo, amparado pela lei, doutrina e jurisprudência pátria, os consumidores


deverão ser indenizados pelos danos que lhe forem causados.

2.3 - DOS DANOS MORAIS

Em resumo dos fatos, percebe-se a afronta aos direitos fundamentais- à honra e a


dignidade do Autor e grave comprometimento de sua profissionalização.

O dano moral é claro ante ao constrangimento, a frustração e a dor, a qual foi


submetida desnecessariamente ao autor, configurando verdadeiro e ostensivo ataque à sua
honra.
Configura ato ilícito a conduta praticada por alguém nos ditames do art. 186, do CC:

“Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito
e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito”.

O direito à honra se traduz juridicamente em larga série de expressões compreendidas,


como princípio da dignidade humana: o bom nome, a fama, o prestígio, a reputação, a estima,
o decoro, a consideração, o respeito nas relações de consumo etc.

Portanto a atitude ilícita da RÉ configurou um ataque frontal ao sistema civil dos


contratos e das cobranças, de inspiração constitucional.

A própria Carta Magna, de 1988, em seu artigo 5º, inc. X, que admite a indenização do
dano moral, nos seguintes termos:

“São invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas,


assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação”.

A Magna Carta em seu art. 5º consagra a tutela do direito à indenização por dano
material ou moral decorrente da violação de direitos fundamentais, tais como a intimidade, a
vida privada e a honra das pessoas:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
[...] V - é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo, além da indenização por
dano material, moral ou à imagem;

O ato ilícito foi configurado, ferindo o direito personalíssimo à honra, imagem, os sem
contar os desatinos causados pela RÉ. AUTOR suportou a dor do constrangimento, nada mais
justo que o dever de indenizar conforme o art. 927, do CC que trata do dever de indenizar:

“Art. 927. Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo”.
Entendimento conforme jurisprudência dominante do TJRJ na falha da prestação de
serviços diante do vício de serviço junto às companhias aéreas:

ESTADO DO RIO DE JANEIRO PODER JUDICIÁRIO 2 JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DA


CAPITAL Processo nº: 0141283-47.2016.8.19.0001 Autor (a): PRISCILA PEREIRA CUNHA Ré (u):
AVIANCA e TACA PROJETO DE SENTENÇA Dispensado o relatório, conforme possibilita o artigo
38 da Lei n. 9.099/95, passo a decidir. Trata-se de ação pelo rito sumaríssimo em que a parte
autora alega que houve cancelamento do voo no regresso de Cusco/Peru, somente tendo o
voo sido remarcado no dia seguinte. Rejeito a preliminar de ilegitimidade passiva argüida pela
ré avianca, pois figura na relação jurídica de direito material, como se constata dos autos, fls.
11. No mérito, ressalto que a relação jurídica objeto da presente demanda é de consumo, uma
vez que a parte autora encontra-se abarcada pelo conceito normativo positivado nos arts. 2º
c/c 17 c/c 29 da Lei n. 8.078/90 e, igualmente, a parte ré subsume-se ao conceito do art. 3o do
referido diploma legal. Por essa razão, impõe-se a inteira aplicação das normas previstas no
Código de Defesa do Consumidor - que positiva um núcleo de regras e princípios protetores
dos direitos dos consumidores enquanto tais - inclusive no que se refere à possibilidade de
inversão do ônus da prova em favor da parte autora (inversão que se realiza nesse ato) e à
natureza objetiva da responsabilidade civil das partes rés. Em assim sendo e, mais,
considerando as alegações veiculadas pela parte autora em sua petição inicial e na audiência
realizada perante este juízo, tenho como parcialmente procedentes as razões invocadas ao
embasamento de sua pretensão. Incontroverso, já que não impugnado especificamente pelas
Rés (art. 302 CPC), seja na contestação, seja em sede de AIJ que houve cancelamento do voo
no regresso de Cusco/Peru, somente tendo o voo sido remarcado no dia seguinte. Não tendo
comprovado a existência de qualquer excludente de nexo de causalidade, irrecusável a
responsabilidade civil das Rés de indenizar os danos sofridos pela parte autora, inclusive nos
gastos que foi obrigado a realizar no valor de R$ 367,20, sendo aplicável, ao caso, o art. 7º,
parágrafo único, o art. 25, parágrafo 1º e o art. 18, todos da lei 8.078/90. Por fim, entendo que
as Rés, com sua conduta, violaram os direitos da personalidade da parte autora, pelo que
acolho o pedido de indenização por danos morais e fixo seu valor em R$ 6.000,00,
considerando o principio da razoabilidade, sendo aplicável, ao caso, o art. 7, parágrafo único, o
art. 25, parágrafo 1º e o art. 18, todos da lei 8.078/90. Em face de todo o exposto, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTE OS PEDIDOS, na forma do art. 487, I do CPC, para: I) condenar as
Rés, solidariamente, ao pagamento de R$ 6.000,00, a título de compensação por danos morais
(corrigido monetariamente a partir da leitura de sentença e acrescido de juros de 1% -um por
cento- a. M a partir da citação); II) condenar as Rés, solidariamente, ao pagamento do valor
total de R$ 367,20 a título de indenização por danos materiais (corrigido monetariamente e
acrescido de juros de 1% -um por cento- a.a partir do pagamento). O réu deverá efetuar o
pagamento dos valores da condenação no prazo de 15 (quinze) dias do trânsito em julgado da
sentença, sob pena de incidência da multa de 10% (dez por cento) sobre o valor da condenação
prevista no artigo 475-J do Código de Processo Civil. Sem ônus sucumbenciais, face o disposto
no artigo 55, da Lei nº 9.099/95. Após o trânsito em julgado, dê-se baixa e arquivem-se. P. R. I.
Projeto de sentença sujeito à homologação pela MM. Juiz de Direito, com base no art. 40, da
Lei 9.099/95. Observe o Cartório para que as futuras publicações do réu sejam efetuadas na
forma requerida em audiência de instrução e julgamento. Rio de Janeiro, 18 de julho de 2016.
GABRIEL DE BRITTO SILVA Juiz Leigo SENTENÇA Homologo, para que surta seus efeitos legais, o
projeto de sentença elaborado pelo Juiz Leigo, na forma do artigo 40 da Lei n.º 9.099/95. Após
o trânsito em julgado, tratando-se de sentença de improcedência ou de extinção do feito sem
resolução do mérito, dê-se baixa e arquivem-se imediatamente. Tratando-se de sentença de
procedência, aguarde-se por 15 dias a manifestação das partes e, em seguida, caso
permaneçam em silêncio, proceda-se à baixa e ao arquivamento. Ficam as partes cientes,
desde já, de que decorridos 90 dias do arquivamento definitivo, os autos serão incinerados, nos
termos do Ato Normativo Conjunto 01/05. Ficam cientes, ainda, de que terminada a ação e
decorridos os prazos previstos em lei, poderão requerer ao Sr. Escrivão a retirada dos
documentos originais que juntaram aos autos, mediante substituição por cópia. P. R. I. Rio de
Janeiro, 18 de julho de 2016. FLÁVIO CITRO VIEIRA DE MELLO Juiz de Direito

CONSELHO RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS RECURSO: 0182443-86.2015.8.19.0001


RECORRENTE: Adriana Villardi Pinheiro RECORRIDO: VRG Linhas Aéreas S/A RECORRIDO:
Decolar. Com Ltda. VOTO Falha na prestação de serviço - Cancelamento do Voo Brasília X São
Paulo, com perda de conexão para Amsterdã, na data de 16/02/2015 e realocação do voo para
Congonhas às 16h01, exigindo traslado para a cidade de Guarulhos e assim somente às 21h10,
embarque de voo para Amsterdã. Alega a parte autora que na volta de Amsterdã chegou em
Guarulhos às 18h05, com embarque para o Rio de Janeiro (Aeroporto Santos Dumont) marcado
para às 21h25, atrasado, remarcado para 22h40, com destino ao Aeroporto Tom Jobim. Pleito
de indenização por danos morais. Contestação da 1º ré VRG Linhas Aéreas às fls.61, arguindo
que houve aviso de alteração do voo de ida, por readequação da malha aérea e que no voo de
volta para o Rio de Janeiro, o Aeroporto Santos Dumont estava fechado. Contestação da 2º ré
Decolar. Com às fls.83, arguindo preliminar de ilegitimidade passiva. No mérito aduz a
inexistência de danos morais. Projeto de Sentença homologado no I Juizado Especial Cível da
Capital, pela Juíza CatarinaCinelli Vocos Camargo, às fls.140, que julgou improcedentes os
pedidos autorais. Recurso da autora às fls.143, com Gratuidade de Justiça deferida às fls.170.
Provimento parcial do recurso da parte autora, para condenar exclusivamente a 1º ré VRG
Linhas Aéreas a pagar a quantia de R$5.000,00 a título de danos morais, com correção e juros
do art. 406 CC/02 a partir da publicação do acordão, em razão do estresse, angústia e
desconforto experimentados pela passageira, que sofreu com a realocação do voo para
Congonhas, exigindo traslado para Guarulhos, chegando no aeroporto somente às 18h00 para
embarcar para Amsterdã. Não suficiente o desgaste ocasionado à parte autora, na volta de
Amsterdã, o voo previsto para as 21h25 com destino ao Aeroporto Santos Dumont - RJ, foi
remarcado para 22h40, com alteração do destino para o aeroporto Tom Jobim. Sem honorários
por se tratar de recurso com êxito. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso da
parte autora, para condenar exclusivamente a 1º ré VRG Linhas Aéreas a pagar a quantia de
R$5.000,00 a título de danos morais, com correção e juros do art. 406 CC/02 a partir da
publicação do acordão. Sem honorários por se tratar de recurso com êxito. Rio de Janeiro, 23
de junho de 2016. Flávio Citro Vieira de Mello Juiz Relator

Processo: 0000301-24.2014.8.19.0010 Recorrente (s): RICARDO TEIXEIRA DA FONSECA e CARLA


BOECHAT GARCIA DA FONSECA Recorrido (s): AVIANCA OCEANAIR LINHAS AÉREAS S. A. VOTO
RESUMO DOS FATOS: Trata-se de ação indenizatória em que as partes autoras alegam, em
síntese, que tiveram prejuízos em seus compromissos familiares devido ao cancelamento do
voo 6270 que havia sido agendado para o dia 19/11/2013, com decolagem prevista para às
04:04h. Alegam as partes que precisaram esperar no aeroporto até serem realocadas e
obtiveram dificuldade para conseguir o documento informando o ocorrido. PEDIDOS:
Indenização por danos morais e materiais. CONTESTAÇÃO FLS. 53/60: No mérito, defende a
inexistência de ato ilícito. Aduz que o cancelamento do voo decorreu de manutenção
inesperada da aeronave, o que não impediu que a Ré cumprisse com o contrato, ainda que de
outra forma. Sustenta, ainda, que os próprios litigantes confessam, na exordial, que foram
informados do cancelamento do voo no momento do check-in. SENTENÇA FLS. 73/74 (JUIZ LUIZ
ALBERTO NUNES DA SILVA): Julgado parcialmente procedente o pedido para condenar a ré a
pagar R$ 2.000,00 a título de danos morais. RECURSO DOS AUTORES (fls. 90/98): Pela reforma
da sentença, no sentido de majorar a condenação por danos morais, na medida em que alegam
os autores ter restado comprovado nos autos o cancelamento do voo sem aviso prévio, bem
como que o cancelamento do referido voo, no dia do aniversário da recorrente Carla, ensejou
não apenas a passagem de seu aniversário na estressante situação, mas também a perda da
comemoração previamente agendada com seus familiares. CONTRARRAZÕES: Requer seja
negado provimento ao recurso interposto, mantendo-se integralmente a sentença. É o
relatório. A sentença proferida merece reforma em relação ao quantum fixado para
indenização pelo dano moral sofrido pelos autores, ora recorrentes. A relação jurídica entre as
partes é de consumo, pois presentes os requisitos objetivo e subjetivo dos artigos 2º e 3º do
Código de Defesa do Consumidor. Vale asseverar que se trata de responsabilidade objetiva pelo
fato do serviço, fulcrada no Código de Defesa do Consumidor, artigo 14, já que configurada a
relação de consumo entre as partes. Assim, consubstanciado está o dever indenizatório dos
réus, pois presentes o dano, a conduta ilícita e o nexo causal entre eles, não tendo os
demandados logrado afastar sua responsabilidade, inocorrendo quaisquer hipóteses de
exclusão do nexo de causalidade. Na reparação por dano moral há, por assim dizer, duas
concausas, quais sejam, a punição ao infrator por haver ofendido um bem jurídico da vítima,
bem como, colocar nas mãos do lesado uma soma, que não é o preço da dor, mas o meio de
lhe oferecer a oportunidade de conseguir uma satisfação de qualquer espécie, seja de ordem
moral, intelectual ou mesmo material. A indenização eventualmente devida a quem foi
atingido pela conduta ilícita de outrem, não visa propiciar um enriquecimento ao lesado e sim
restabelecer seu statu quo ante. A indenização deve ser suficiente para reparar o dano de
forma completa e nada mais, sob pena de se consubstanciar em fonte de lucro para o lesado.
No caso em tela, restou incontroverso que o voo dos autores, foi cancelado, bem como que os
mesmos somente 13 horas depois foram embarcados para o seu destino, tendo permanecido
sem qualquer tipo de assistência ou alimentação por parte da ré, no aeroporto de Fortaleza.
Ademais, por força do referido cancelamento a ora segunda recorrente perdeu o almoço que
tinha sido organizado por sua família e, comemoração de seu aniversário. Desta forma, o
quantum arbitrado na sentença monocrática, a título de indenização por dano moral suportado
pelo Autor afigura-se insuficiente diante do aborrecimento pelo qual passou em sua viajem de
lazer, devendo ser majorado para R$ 4.000,00 para cada autor. Por fim, no que tange ao
ressarcimento pleiteado pelo autor pelas despesas com a viajem que efetivamente realizou,
não se afigura admissível, sob pena de se admitir seu enriquecimento sem causa, já que teria
viajado gratuitamente. Assim, voto pelo conhecimento e provimento do recurso para elevar o
quantum fixado a título de indenização pelo dano moral sofrido para R$4.000,00 (quatro mil
reais) PARA CADA AUTOR corrigidos monetariamente desde a data de publicação deste aresto,
e acrescido de juros de mora de 1% ao mês a contar da data da citação. Sem honorários. Rio de
Janeiro, 14 de abril de 2015. NATASCHA MACULAN ADUM DAZZI Juíza Relatora

RECURSO: 176607-31. RECORRENTE: Evellin Carvalho Silva. RECORRIDO: Oceanair Linhas


Aéreas S/A "Avianca". Voto - Contrato de transporte aéreo. Atraso de vôo. Embarque definido
previamente para 09:25 horas do dia 25-05, ocorrendo contudo atraso na sua saída, vindo a
ocorrer apenas às 12:09 do dia seguinte. Responsabilidade objetiva do transportador pelo fato
do serviço, respondendo pelos danos causados aos consumidores, independentemente da
existência de culpa, consoante definição do art. 14 do CDC, só se exonerando do dever jurídico
quando ocorrer fortuito externo, considerado este como o que é estranho a organização do
negócio, não podendo a alegada ocorrência de necessidade de manutenção em aeronave que
teria determinado o atraso na autorização da decolagem e consequente cancelamento de voo
que figurar como eximente da responsabilidade. Dever de indenizar que é corolário da
atividade desenvolvida pelo transportador. Prevalência dos direitos básicos do consumidor
previstos no art. 6, III, VI e VIII do CDC. Contrato de transporte que traduz obrigação de
resultado, viabilizando a indenização decorrente de atraso de voo pelos transtornos suportados
por passageiro. Despesas advindas de gastos com condução que se mostram devidas, diante do
documento de fls.16, todavia não se mostra a situação desenhada no instrumento da demanda
ao preceito contido no parágrafo único do art. 42 do mesmo diploma legislativo, descabendo o
indébito. Abuso de direito pelo excesso praticado, violando o recorrido com a sua conduta os
princípios basilares da boa-fé, lealdade e transparência. Direito subjetivo do recorrente de
exigir a reposição do valor indevidamente cobrado, de forma simples, não tendo o Recorrido
impugnado os valores que restou incontroverso. Dano moral configurado. Situação que
transborda ao mero aborrecimento ou dissabor, causando tribulação espiritual. Arbitramento
do quantum indenizatório que dever ser majorado, posto que Não se olvide que "Se a
indenização pelo dano moral não pode ser fonte de lucro, também não pode servir de estimulo
a violação de direitos personalíssimos de outrem." (TJ/RJ - Ap. Cív. Nº: 2000.001.10407- 2ª
Câm. Cív.; Des. Sergio Cavalieri Filho). Nexo etiológico existente entre o defeito do serviço e o
dano imaterial sofrido. Sentença que merece ser reformada no sentido de majoração do valor
do dano moral fixado. Provimento parcial do recurso. Isto posto, voto pelo conhecimento e
provimento parcial do recurso para majorar o valor da condenação pelos danos morais
advindos da ilicitude demonstrada para o patamar de R$ 3.000,00, acrescidos de correção
monetária contados da publicação deste julgado e juros da citação. Sem custas e honorários
por tratar-se de recurso do vencedor. RICARDO ALBERTO PEREIRA Juiz de Direito Relator.

CONSELHO RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS CÍVEIS RECURSO: 0075314-24.2012


RECORRENTE: Alexandre Azevedo Samel RECORRIDO: Aerolíneas Argentinas VOTO
Cancelamento de voo RJ/Buenos Aires/San Martin de Los Andes de 26/07/12 com saída às
01:40h, com previsão de chegada às 13:10h - Vôo transferido para 07:56h com perda da
conexão de Buenos Aires e alteração de conexão para Bariloche às 15:20h com chegada
prevista para 18:30h com atraso de 5 horas. Alega o autor que pegou um taxi com destino a
San Martin de Los Andes, onde chegou às 23:00h com atraso de 10 horas, após 04 horas de
viagem de taxi. Pleito de indenização a titulo de danos materiais no valor de R$ 250,00 e
indenização a titulo de danos morais no valor de R$ 12.190,00. Contestação às fls.54, alegando
força maior por condições climáticas adversas. Projeto de sentença às fls.67, proferida no I Jec
de Niterói e homologado pela juíza Fernanda Magalhães Freitas Patuzzo, que condenou a ré ao
pagamento da quantia de R$ 3.000,00 a titulo de danos morais. Recurso do autor às fls. 74 com
gratuidade deferida em fls.97. Provimento parcial do recurso do autor para exasperar a
condenação a título de danos morais de R$ 3.000,00 para R$ 5.000,00 com correção e juros do
art. 407 do CC/02 a partir do acórdão nos termos do Resp 903852 do STJ, já que se trata de
cancelamento de voo RJ/Buenos Aires/San Martin de Los Andes, onde chegou às 23:00h com
atraso de 10 horas, após 04 horas de viagem de taxi. Sem honorários por se tratar de recurso
com êxito. Pelo exposto, voto pelo provimento parcial do recurso da parte autora para
exasperar a condenação a titulo de danos morais de R$3.000,00 para R$ 5.000,00 com
correção e juros do art. 407 CC/02 a partir do acórdão nos termos do RESP 903852 STJ. Fica
ainda intimado o sucumbente a pagar o valor da condenação no prazo de 15 (quinze) dias a
partir da publicação do acórdão independentemente de nova intimação, sob pena de multa de
10% prevista no art. 475 J do CPC com redação da Lei 11232 de 22/12/2005 e nos termos do
Comunicado nº. 6 do VIII Encontro de Juízes de Juizados e Turmas Recursais do Estado do Rio
de Janeiro. Sem honorários por se tratar de recurso com êxito. Pelo exposto, voto pelo
desprovimento do recurso do réu. Com honorários de 20% sobre a condenação. Rio de Janeiro,
13 de junho de 2013. Flávio Citro Vieira de Mello Juiz Relator artigo 740 e parágrafos do Código
Civil, sendo lícita, portanto, a retenção de multa compensatória correspondente a apenas 5%
(cinco por cento), nos termos do § 3º, do citado artigo. Nesse sentido: "Apelação Cível nº
0163519- 66.2011.8.19.0001 1ª Ementa DES. EDSON VASCONCELOS - Julgamento: 21/03/2012
- DECIMA SETIMA CÂMARA CIVEL TRANSPORTE AEREO CANCELAMENTO DE VIAGEM AO
EXTERIOR CLAUSULA DE NÃO REEMBOLSO ESCRITA EM LINGUA ESTRANGEIRA INVALIDADE
RESTITUICAO DO VALOR C. DE DEFESA DO CONSUMIDOR TRANSPORTE AÉREO - CLÁUSULA DE
NÃO REMBOLSO ESCRITA EM LÍNGUA ESTRANGEIRA - INVALIDADE - OFENSA AO CÓDIGO DE
DEFESA DO CONSUMIDOR CANCELAMENTO DE VIAGEM COM AVISO PRÉVIO - TEORIA DO
DIÁLOGO DAS FONTES - DIREITO DE RESTITUIÇÃO DOS VALORES DESPENDIDOS COM AS
PASSAGENS PREVISTO NO CÓDIGO CIVIL. Rejeição das preliminares. Teoria do diálogo das
fontes. Relação de complementaridade do Código Consumerista e Civil na hipótese. A Lei
8.078/90 é clara ao dispor que os serviços devem assegurar informações em língua portuguesa.
Ilegitimidade da tese defensiva de conhecimento prévio pelo consumidor das características da
passagem adquirida (não reembolsável), uma vez que os bilhetes eletrônicos foram emitidos
com orientações na língua inglesa. A cláusula nonref sem a devida tradução no bilhete
eletrônico perde a validade diante do consumidor. Ofensa ao Código Civil que prevê o direito
de rescisão do contrato de transporte antes de iniciada a viagem, sendo devida a restituição do
valor da passagem. A ré não impugna especificamente a alegação autoral de cancelamento
prévio do serviço de transporte, logo ilegal a negativa de restituição de valores despendidos
com as passagens, pena de enriquecimento ilícito. Direito da transportadora reter cinco por
cento a título de multa compensatória. Provimento ao recurso". O dano moral constitui-se in re
ipsa, consequência lógica da perda de tempo útil experimentada pelo autor para fazer
reclamações, assim como da privação da utilização da quantia indevidamente retida. O
quantum compensatório deve observar o caráter punitivo, pedagógico e compensatório, razão
pela qual vejo como razoável a fixação em R$ 2.000,00 (dois mil reais). Deste modo DOU
PROVIMENTO AO RECURSO para: i) condenar o réu ao pagamento de R$ 2.000,00 (dois mil
reais), corrigidos monetariamente desde a publicação e acrescidos de juros de mora desde a
citação; ii) condenar o réu ao pagamento de R$ 852,54, corrigidos monetariamente desde
01.04.2013 e acrescidos de juros desde a citação. Fica ainda intimado o sucumbente a pagar o
valor da condenação no prazo de 15 dias a partir do trânsito em julgado do acórdão,
independentemente de nova intimação, sob pena da multa de 10% prevista no artigo 475-J do
Código de Processo Civil, com redação da Lei 11.232/05 e nos termos do comunicado n. 6 do
VIII encontro de Juízes de Juizados e Turmas Recursais do Estado do Rio de Janeiro. Sem ônus
sucumbenciais. Rio de Janeiro, 08 de maio de 2014. TULA CORRÊA DE MELLO BARBOSA JUÍZA
DE DIREITO.

Também, o Código de Defesa do Consumidor, no seu art. 6º, protege a integridade


moral dos consumidores:

Art. 6º - São direitos básicos do consumidor: [....] VI – a efetiva prevenção e reparação de danos
patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos.

3 - DO QUANTUM INDENIZATÓRIO:

No que concerne ao quantum indenizatório, forma-se o entendimento jurisprudencial,


mormente em sede de dano moral, no sentido de que a indenização pecuniária não tem
apenas cunho de reparação de prejuízo, MAS TAMBÉM CARÁTER PUNITIVO OU
SANCIONATÓRIO, PEDAGÓGICO, PREVENTIVO E REPRESSOR: a indenização não apenas repara o
dano, repondo o patrimônio abalado, mas também atua como forma educativa ou pedagógica
para o ofensor e a sociedade e intimidativa para evitar perdas e danos futuros. Impende
destacar ainda, que tendo em vista serem os direitos atingidos muito mais valiosos que os bens
e interesses econômicos, pois reportam à dignidade humana, a intimidade, a intangibilidade
dos direitos da personalidade, pois abrange toda e qualquer proteção à pessoa, seja física, seja
psicológica. As situações de angústia, paz de espírito abalada, de mal estar e amargura devem
somar-se nas conclusões do juiz para que este saiba dosar com justiça a condenação do
ofensor.

Conforme se constata, a obrigação de indenizar a partir do dano que a Autora sofreu


no âmbito do seu convívio domiciliar, social e profissional, encontra amparo na doutrina,
legislação e jurisprudência de nossos Tribunais, restando sem dúvidas à obrigação de indenizar
da Promovida.

Assim sendo, deve-se verificar o grau de censurabilidade da conduta, a proporção entre


o dano moral e material e a média dessa condenação, cuidando-se para não se arbitrar tão
pouco, para que não se perca o caráter sancionador, ou muito, que caracterize o
enriquecimento ilícito.

Portanto, diante do caráter disciplinar e desestimulador da indenização, do poderio


econômico da Ré, das circunstancias do evento e da gravidade dos danos causados ao autor,
mostra-se justo e razoável a condenação por danos morais da Ré num quantum indenizatório
de R$10.000,00 (dez mil reais).

4 - DOS PEDIDOS:

- Diante do exposto, requer a Vossa Excelência que se digne em:

1) A citação da requerida para comparecer à audiência conciliatória e, querendo,


oferecer sua defesa na fase processual oportuna, sob pena de revelia e confissão ficta da
matéria de fato, com o consequente julgamento antecipado da lide;

2) A condenação da requerida a pagar ao autor um quantum a título de danos morais,


no valor de R$ ..... (por extenso), em atenção às condições das partes, principalmente o
potencial econômico-social do lesante, a gravidade da lesão, sua repercussão e as
circunstâncias fáticas;
3) A inversão do ônus da prova de acordo com o art. 6º, VIII da lei 8078/90, conforme
Súmula 330 TJRJ, ante a verossimilhança das alegações e da hipossuficiência técnica dos
autores.

5 - DOS MEIOS DE PROVA.

Protesta por todos os meios de prova admitidas em direitos, documental, testemunhal,


depoimento pessoal da requerida, sob pena de confesso.

6- DO VALOR DA CAUSA

Dá-se à causa o valor de R$ ...... (por extenso)

Nesses Termos,

Pede deferimento.

Local e data

ADVOGADO
OAB/UF nº ........

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