Você está na página 1de 7

EXMO. SR. DR.

JUIZ DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE


PESQUEIRA/PE

MARIA BEZERRA DOS SANTOS, brasileira,


casada, aposentada, portadora do RG nº 370047795 SSP/PE, e de CPF
nº 094.152.318-74, filha de Sebastião Bezerra dos Santos e Antonina
Jorge Bezerra, residente e domiciliada à Rua Cardeal Arcoverde, nº 95,
Vila de Cimbres – Pesqueira/PE, por seu advogado in fine assinado, com
escritório profissional à Praça Getúlio Vargas, 74, 1° andar, centro,
nesta cidade, que indica para fins do Art. 39, inciso I do Código de
Processo Civil, vem mui respeitosamente, perante Vossa Excelência para
propor a presente:

AÇÃO INDENIZATÓRIA, decorrente de DANOS MORAIS, com PEDIDO DE


LIMINAR

1
com fulcro nos arts. 186, 404, e 927, do Código Civil Brasileiro, Lei
8.078/90, e demais previsões legais, em face de:

TIM Celular S. A., CNPJ: 04.206.050/0082-46, Avenida Ayrton Senna da


Silva, 1633 – Piedade, Jaboatão dos Guararapes/PE, pelos seguintes fatos
e fundamentos de direito:

DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA

Preliminarmente requer os benefícios da


JUSTIÇA GRATUITA, assegurada pela Lei 1060/50, tendo em vista não
poder arcar com as despesas processuais. Para tanto, faz juntada do
documento necessário - declaração de pobreza.

DOS FATOS

A autora teve seu nome inserido no cadastro


dos maus pagadores “SPC – SERASA”, conforme dados em anexo (doc.
05), sendo os seguintes registros:

DATA DA
VENCIMENTO VALOR CONTRATO CREDOR
INCLUSÃO
02/03/2012 07/11/2011 49,98 GSM0270599541344 TIM Celular
04/02/2012 14/10/2011 49,90 GSM0270592624893 TIM Celular

As ocorrências acima demonstradas resultaram


da inclusão indevida do nome da autora, que realizou o adimplemento
das referidas faturas, conforme consta em anexo (doc. ).

2
Que surpreendido com sua inclusão no órgão
de proteção ao crédito, ......... frustrado e abalado emocionalmente
face o vexame sofrido, sem concluir qualquer negócio.

O autor ainda não se conformou com sua


inclusão, pois nunca teve alguma prestação de serviço pela ré, em seu
nome, nem possui nenhum vínculo contratual com a ora Ré, sendo
inexplicavelmente ignorada a origem do débito.

Conforme consulta a recebimento de título,


consta um registro em nome do autor, isto é, o autor estaria devendo o
valor de devidos ao , conforme consulta do CPF do autor em
anexo, sem nunca ter qualquer tipo de contrato ou serviços com tal
empresa.

Ora MM. Juiz, o autor jamais avençou em


nenhum tipo de negócio com a ré. Daí surge a devida indenização pelos
danos morais sofridos pelo mesmo, ante a arbitrariedade da empresa ré.

Ademais, até a presente data seu nome está


incluindo nos cadastros do SERASA, prejudicando-lhe sobremaneira.

DO DIREITO

O Direito do autor encontra-se amparado nos


arts. 5º, incisos X e XXXV da Constituição Federal e do Código Civil
vigente, in litteris:

3
Inciso X: “são invioláveis a intimidade,
a vida privada, a honra e a imagem
das pessoas, assegurado o direito a
indenização pelo dano material ou
moral decorrente de sua violação;

Inciso XXXV: “a lei não excluirá da


apreciação do Poder Judiciário lesão
ou ameaça de direito”.

Art. 186 – Aquele que, por ação ou


omissão voluntária, negligência ou
imprudência, violar direito e causar
dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato
ilícito.
Art. 927 – Aquele que, por ato ilícito,
causar dano a outrem, fica obrigado a
repará-lo.

O autor, como cidadão honrado, sempre


cumpre com suas obrigações para não ser visto como uma pessoa
inadimplente, tendo que passar por situações vexatórias no seu meio
social, o que infelizmente não aconteceu in casu.

Não obstante, a sensação de ser humilhado, de


ser visto como mau pagador, quando não se é, constitui violação do
patrimônio ideal que é a imagem idônea, a dignidade do nome, a virtude
de ser honesto.

4
Destarte, deve ser o autor amparado e
indenizado pelos danos sofridos em sua imagem e moral com a
conseqüente condenação da Empresa ré em danos morais, no qual incide
a teoria do dannum in re ipsa, segundo a qual, havendo violação à norma
jurídica que, de alguma forma, tenha a pessoa humana no âmbito de sua
proteção, surge o dano moral como conseqüência necessária.

Se houve fraude em qualquer momento deve o


autor ser responsabilizado, ao contrário, tem o direito de ser indenizado
pelos prejuízos sofridos.

DA LIMINAR

É imperioso um procedimento liminar, para


que, assim, a autora não continue sofrendo com os prejuízos resultantes
da sua inclusão indevida no órgão de proteção ao crédito, SPC.

Caso continue incluso, será vítima de muitos


outros danos a sua imagem e moral, pois sempre foi um cidadão
cumpridor de seus deveres sociais, mas que de repente passou a ser visto
como mau pagador na sociedade.

Neste prisma, restaram presentes os


elementos caracterizadores da responsabilidade civil, quais sejam, o
dano (o constrangimento de ver seu nome na lista de maus pagadores), o
ato ilícito (com a inscrição indevida do seu nome) e o nexo de
causalidade (o ato que gerou o dano fora praticado pelo demandado).

5
Nesta feita, é imperiosa a responsabilização da Esplanada Móveis, ora
Empresa ré.

Isto posto, é plausível o deferimento da


medida liminar pleiteada, face à presença dos requisitos para sua
concessão, ou seja, o fumus boni iuris e o periculum in mora.

Ex positis, requer:

a) Seja deferida a assistência jurídica


gratuita, face os recursos insuficientes do autor de arcar com os
honorários e às custas processuais;

b) Que se oficie o SPC/SERASA, a fim de


prestar dados em relação à inclusão do nome do autor na lista dos
devedores.

c) Seja imediatamente deferida à liminar,


para que seja retirado o nome do autor do órgão de proteção ao crédito,
face à existência dos requisitos legais e dos transtornos que o autor está
sofrendo e poderá vir a sofrer, caso a mesma seja indeferida;

d) Seja o réu citado para, querendo, contestar


a presente Ação Indenizatória decorrente de Danos Morais com pedido
de Liminar, sob pena de revelia e confissão;

e) Seja julgada procedente a presente ação,


com a condenação do réu em danos morais a serem arbitrados por este
douto Juiz, bem como seja declarada a inexistência de débito em
relação ao réu, face à inexistência de qualquer negócio jurídico, e que

6
seja o réu condenado nas custas processuais e honorários advocatícios a
base de 20% do valor da causa;

Protesta provar o alegado por todos os meios


de provas por todos os meios de prova em direito admitidos, nos termos
do art. 332 do Código de Processo Civil.

Atribui-se à causa o valor de R$ 1.000,00 (um


mil reais), para fins meramente fiscais.

Nestes Termos,
Pede e Espera Deferimento.

Pesqueira, 21 de Junho de 2012

Alexandre de Almeida e Silva


OAB/PE 17915

Michelle Jully Holanda Batista Maia


OAB/PE 32637

Você também pode gostar